Fanfics Brasil - A Menina De Vestido Azul Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: A Menina De Vestido Azul

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O dia seguinte amanheceu inesperadamente azul e bonito, um bálsamo para a dor de cabeça de Anahí e um corpo exausto. Depois de arrastar-se da cama, onde ela passou a maior parte da noite rolando e pensando, ela vestiu-se, incapaz de suportar a ideia da assistência de uma das velhas servas cegas de Starkweather. Após fechar os botões do casaco, ela viu-se no espelho do quarto, que estava velho e manchado. Havia meias-luas de sombra sob os olhos, como se tivessem sido feitas com giz.


Poncho e Ucker já estavam reunidos na sala para um pequeno café da manhã: torrada meio queimada, chá fraco, geleia e manteiga. No mesmo momento, Anahí percebeu que Ucker já tinha comido e Poncho estava ocupado cortando algo em tiras finas e formando pictogramas rudes fora do prato.


— O que se supõe que isso seria? — Ucker perguntou curiosamente. — Parece quase como um... — Ele olhou para cima, viu Anahí, e rompeu com um sorriso. — Bom dia.


— Bom dia.


Ela deslizou para o lugar ao lado de Poncho. Ele olhou-a, assim que se sentou, mas não havia nada em seus olhos ou expressão que indicasse que ele se lembrava do que se passara na noite anterior.


Ucker olhou para ela com preocupação.


— Anahí, como está se sentindo? Depois da noite da ontem. — Ele parou em seguida, levantando a voz. — Bom dia, Sr. Starkweather — falou apressadamente, empurrando o ombro de Poncho, que deixou cair o garfo e os pedaços de torradas deslizando no prato.


O Sr. Starkweather entrou na sala, ainda envolto no manto escuro que usara na noite anterior, e olhou-o malignamente.


— A carruagem está esperando por vocês no pátio — ele anunciou, sua dicção cortada tão apertada como nunca — é melhor vocês irem rápido se quiserem voltar antes do jantar. Além disso, vou precisar da charrete esta noite. Eu disse a Gottshall para deixá-los na estação quando voltarem, não haverá necessidade de continuarem aqui. Confio que irão encontrar tudo o que precisam.


Não era uma pergunta. Ucker assentiu.


— Sim, senhor. Tem sido muito agradável.


Starkweather varreu Anahí com seus olhos novamente, uma última vez, antes de se virar e sair da sala, a capa ondulando atrás dele. Anahí não pôde tirar a imagem de um grande pássaro preto, um abutre com presas, talvez, de sua mente. Pensou nos “espólios”, e estremeceu.


— Coma rapidamente, Anahí, antes que ele mude de ideia sobre a carruagem —Poncho aconselhou, mas Anahí balançou a cabeça.


— Eu não estou com fome.


— Pelo menos tome chá — Poncho serviu-a.


Tinha leite de cabra e açúcar, estava muito mais doce do que Anahí teria gostado, mas era tão raro um gesto assim de Poncho, que mesmo que fosse apenas para apressá-la, ela bebeu de qualquer maneira, e deu algumas mordidas na torrada.


Os meninos foram pegar seus casacos e a bagagem, e a capa de viagem de Anahí. Chapéu e luvas foram resgatados e eles logo se encontraram na frente do Instituto de York, piscando na luz do sol aguado.


Starkweather tinha sido tão bom quanto sua palavra. Seu meio de transporte estava lá, esperando por eles, os quatro Cs da Clave pintados na porta. O velho cocheiro com a longa barba branca já estava no banco do condutor, fumando um charuto, que jogou de lado quando viu os três. Afundou mais na cadeira, os olhos negros brilhando por debaixo de suas pálpebras caídas.


— Sangrento inferno, é o Velho Marinheiro — disse Poncho, embora ele parecesse mais entretido do que qualquer outra coisa.


Ele entrou no transporte e ajudou Anahí a subir; Ucker foi o último, fechando a porta atrás dele e se inclinando na janela para dizer ao cocheiro seguir.


Anahí, estabelecendo-se ao lado de Poncho no banco estreito, sentiu o ombro tocar o dele. Ele se tensionou imediatamente e Anahí afastou-se, mordendo o lábio. Era como se a noite passada nunca tivesse acontecido e ele estava de volta a se comportar como se fosse veneno.


A carruagem começou a se mover com um movimento que quase atirou Anahí em cima de Poncho, mas ela se aproximou da janela e ficou lá. Os três permaneceram em silêncio enquanto a carruagem seguia a estrada de paralelepípedos da Rua Stonegate, sob uma grande placa de publicidade da pousada Old Star.


Depois de terem passado os muros, a cidade deu lugar rapidamente ao campo. A paisagem não era gentil e evolutiva, mas dura e ameaçadora. Colinas verdes pontilhadas com cinza varriam penhascos de rocha escura. Longas filas de paredes de pedra destinadas a manter ovinos presos atravessavam o verde. Aqui e ali surgia uma casa solitária. O céu parecia uma imensidão de azul, escovado com os cursos de longas nuvens cinzentas.


Anahí não poderia ter dito há quanto tempo eles estavam viajando quando a chaminé de pedra de uma grande casa senhorial surgiu à distância. Ucker enfiou a cabeça para fora da janela e chamou o condutor, a charrete parou de andar.


— Mas nós não estamos lá ainda — Anahí falou, intrigada — se isso é Ravenscar Manor...


— Nós não podemos apenas chegar de carruagem na porta da frente; seja sensível, Annie — Poncho falou quando Ucker saltou para fora do veículo e se ofereceu para ajudar Anahí descer.


Suas botas afundaram no chão molhado e enlameado, e Poncho desceu ao seu lado.


— Precisamos dar uma olhada no lugar. Usar o dispositivo de Henry para registrar presença demoníaca. Certifique-se de que não estamos caminhando para uma armadilha.


— O dispositivo de Henry realmente funciona? — Anahí levantou a saia para mantê-la fora da lama quando os três começaram a descer a estrada.


Olhando para trás, ela viu que o cocheiro aparentemente já estava dormindo, recostando-se no banco do motorista, o chapéu inclinado para frente sobre o seu rosto. Tudo ao seu redor no campo era uma colcha de retalhos de cinza e verde – colinas pontudas; seus lados com buracos cinzentos de xisto; pasto de ovelhas – cortada plana, e bosques de árvores retorcidas e entrelaçadas. Havia uma beleza triste nisso tudo, mas Anahí estremeceu com a ideia de viver ali, tão longe de tudo.


Ucker, vendo-a tremer, deu um sorriso torto.


— Moça da cidade.


Anahí riu.


— Eu estava pensando sobre o quão estranho seria crescer em um lugar como este, longe de qualquer civilização.


— Onde eu cresci não era tão diferente daqui — Poncho falou inesperadamente, surpreendendo-os — não é tão solitário como você poderia pensar. No campo, você pode ter certeza, as pessoas se visitam. Elas só têm uma distância maior a percorrer do que em Londres. E uma vez que elas vão, muitas vezes fazem uma longa estadia. Afinal, por que fazer a viagem só para ficar uma noite ou duas? Nós muitas vezes temos convidados em casa que permanecem por semanas.


Anahí arregalou os olhos para Poncho silenciosamente. Era tão raro que ele se referisse a qualquer coisa a respeito de sua infância que ela às vezes pensava nele como alguém sem passado. Ucker parecia estar fazendo a mesma coisa, mas ele se recuperou primeiro.


— Eu partilho da opinião de Anahí. Nunca poderia me imaginar crescendo assim, em vez de na cidade. Não sei como eu conseguiria dormir à noite sem saber que outras mil almas sonhadoras estariam ao meu redor.


— Com a sujeira em toda parte, e todos respirando no pescoço um do outro —rebateu Poncho — quando cheguei a Londres, eu estava tão cansado de estar cercado por tanta gente que foi com grande sacrifício que eu não peguei o sujeito mais próximo que cruzou o meu caminho e cometi atos violentos contra a sua pessoa.


— Alguns podem dizer que você ainda tem esse problema — Anahí comentou, mas Poncho apenas riu, um som curto, quase surpreso de diversão, e depois parou, olhando para frente deles, para Ravenscar Manor.


Ucker assobiou e Anahí percebeu por que pudera ver apenas os topos das chaminés antes. A mansão fora construída no centro de um profundo declive entre três colinas, seus lados oblíquos subindo em volta dela, embalando-a na palma de uma mão. Anahí, Ucker, e Poncho estavam posicionados na ponta de um dos morros, olhando para a mansão.


O prédio era muito grande, uma grande pilha de pedra cinza que dava a impressão de ter estado lá por séculos. Uma grande coluna curvava-se nas enormes portas dianteiras. Nada sobre o local sugeria abandono e nenhuma erva daninha crescia sobre a construção ou nos caminhos que levavam às dependências de pedra, e nenhum vidro estava ausente nas janelas com grades.


— Alguém está vivendo aqui — disse Ucker, repetindo pensamentos de Anahí.


Ele começou a descer o morro. A grama ali era mais comprida, quase na altura da sua cintura.


— Talvez se...


Ele parou quando o barulho de rodas tornou-se audível. Por um momento, Anahí pensou ser o cocheiro vindo atrás deles, mas não, este som era de uma carruagem diferente que entrou pelo portão e começou a seguir em direção à mansão.


Ucker agachou-se imediatamente na grama, Poncho e Anahí caíram ao lado dele. Eles observaram a charrete parar diante da mansão, e o condutor saltou para abrir a porta da carruagem.


Uma jovem de catorze ou quinze anos de idade saiu. Anahí imaginou que ela não tinha idade suficiente ainda para prender o cabelo para cima, e por isso uma cortina de seda preta caía ao seu redor. Ela usava um vestido azul e simples, mas elegante. Acenou para o motorista, e então, quando começou a subir os degraus senhoriais, fez uma pausa – parou e olhou na direção onde Ucker, Poncho e Anahí estavam agachados, quase como se pudesse vê-los, embora Anahí tivesse certeza de que eles estavam bem escondidos pela grama.


A distância era grande demais para Anahí ver suas características minuciosamente, apenas o seu pálido rosto oval abaixo do cabelo escuro era perceptível. Ela estava prestes a perguntar a Ucker se ele tinha um telescópio quando Poncho fez um barulho, um barulho que ela nunca tinha ouvido alguém fazer antes, um suspiro, doente terrível, como se o ar tivesse sido sugado fora dele por um golpe forte. Mas não foi apenas um suspiro, ela percebeu. Era uma palavra, e não apenas uma palavra, um nome, e não apenas um nome, mas um que ela tinha ouvido Poncho dizer antes.


— Cecily.




Até Mais!


 



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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