Fanfics Brasil - Um Dia Sem Noite Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Um Dia Sem Noite

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Tendo dormido mal na noite anterior, Anahí entrava e saía de cochilo intermitente que durou até chegarem à estação de trem de York. Em meio a névoa, ela saiu da carruagem e seguiu os outros para a plataforma de Londres. Estavam atrasados para pegar o trem, e quase o perderam.


Ucker manteve a porta aberta para ela e Poncho quando ambos subiram nos degraus e foram para o compartimento atrás dele. Mais tarde, ela iria se lembrar do jeito que ele a olhou, pendurado na porta sem chapéu, chamando a ambos; a paisagem pela janela do trem enquanto ele se afastava; Gottshall de pé na plataforma a cuidar deles com seus inquietantes olhos escuros, o chapéu puxado para baixo. E todo o resto foi um borrão.


Não houve conversa desta vez quando o trem soprou o seu caminho através do campo cada vez mais obscurecido por nuvens, só silêncio. Anahí descansou o queixo na palma da mão, segurando a cabeça contra o vidro duro da janela. Colinas verdes voaram, pequenas cidades e vilas, cada uma com sua própria pequena estação, o nome escrito em vermelho. Torres de igreja subiam à distância, as cidades vinham e iam, e Anahí ficou ciente de Ucker sussurrando para Poncho em latim – Me specta, me specta – mas Poncho não respondeu.


Mais tarde, percebeu que Ucker havia deixado o compartimento, e ela olhou para Poncho através do pequeno espaço entre eles. O sol tinha começado a se pôr e ele emprestou uma luz rosada a sua pele, retirando o olhar vazio em seus olhos.


— Poncho — ela falou suavemente, sonolenta — na noite passada, você foi gentil comigo, gostaria de dizer. Obrigada.


O brilho de seus olhos azuis penetrou nela.


— Não houve noite passada — ele rebateu através de seus dentes.


Com isso, ela sentou-se ereta, quase acordada. Oh, realmente? Nós apenas fomos direito de um tarde até a manhã seguinte? Como é estranho que ninguém mais percebeu isso. Eu deveria pensar que foi algum tipo de milagre, de um dia sem noite.


— Não me teste, Anahí.


As mãos de Poncho estavam apertadas sobre seus joelhos, as unhas, meias-luas de sujeira sob elas, cravando no tecido de sua calças.


— Sua irmã está viva — ela falou, sabendo perfeitamente bem que estava provocando-o — você não deveria estar feliz?


Ele empalideceu.


— Anahí... — ele começou, e se inclinou para frente, como se fosse golpear a janela e quebrá-la, sacudi-la pelas ombros, ou segurá-la e nunca mais soltar. Foi tudo uma grande confusão, não foi?


Em seguida, Ucker abriu a porta do compartimento e entrou, carregando um pano úmido. Ele olhou de Poncho para Anahí e ergueu as sobrancelhas prateadas.


— Um milagre. Você conseguiu que ele falasse.


— Só para brigar comigo, na verdade — Anahí respondeu.


Poncho tinha voltado a olhar para a janela e não se virou para nenhum deles quando eles falaram.


— É um começo — Ucker respondeu, e sentou-se ao lado dela — aqui. Me dê suas mãos.


Surpresa, Anahí estendeu as mãos para ele e ficou horrorizada. Elas estavam sujas, as unhas rachadas, quebradas e com grossas camadas de sujeira onde ela cavou a terra em Yorkshire. Havia até mesmo um arranhão sangrando em um de seus dedos, mas ela não se lembrava de tê-lo conseguido.


Essas não são mãos de uma senhora. Ela pensou nas unhas perfeitas de Jessamine, brancas e rosa.


— Jessie ficaria horrorizada — ela comentou tristemente — ela me disse que eu tinha mãos de faxineira.


— E qual é a desonrosa a respeito disso? — Ucker perguntou enquanto gentilmente limpava a sujeira de seus dedos. — Eu vi você correr atrás de nós e lutar com um autômato. Se Jessamine não sabe até agora que não há honra sem sangue e sujeira, e ela nunca saberá.


Anahí se sentiu bem com o pano frio em seus dedos. Ela olhou para Ucker, que estava concentrado em sua tarefa, seus cílios em uma franja de prata.


— Obrigada — ela falou — duvido que eu fosse de alguma ajuda no todo, provavelmente mais um obstáculo, mas agradeço a todos do mesmo jeito.


Ele sorriu para ela, o sol saindo de trás das nuvens.


— É por isso que estamos te treinando, não é?


Ela baixou a voz.


— Você tem alguma ideia do que poderia ter acontecido? Por que a família de Poncho estaria vivendo em uma casa que pertenceu Mortmain?


Ucker olhou para Poncho, que ainda estava olhando amargamente pela janela. Eles haviam entrado em Londres, e os edifícios cinzentos estavam começando a se erguer em torno deles de ambos os lados. O olhar de Ucker para Poncho era um tipo de olhar amoroso, um olhar familiar, e Anahí percebeu que, embora os imaginasse como irmãos, sempre pensara em Poncho como o mais velho, o zelador, e Ucker como o mais novo. A realidade era muito mais complicada do que isso.


— Não sei, embora isso me faça pensar que o jogo que Mortmain está planejando seja longo. De alguma forma, ele sabia exatamente onde nossas investigações nos levaria, e ele arranjou este encontro para nos chocar tanto quanto possível. Quer nos lembrar de quem é que tem o poder.


Anahí estremeceu.


— Eu não sei o que ele quer de mim, Ucker — ela sussurrou — quando ele me disse que me fez, foi como se estivesse dizendo que poderia me desfazer facilmente.


O braço caloroso de Ucker tocou o dela.


— Você não pode ser desfeita — ele murmurou de volta — e Mortmain te subestima. Eu vi como você usou o galho contra o autômato.


— Não foi o suficiente. Se não fosse por meu anjo — Anahí tocou o pingente em sua garganta — o autômato não teria recuado. Outro mistério que não entendo. Ele me protegeu antes, além desta vez, mas em outras situações se encontra adormecido. É tanto um mistério quanto o meu talento.


— Que, felizmente, você não precisará usar para se transformar em Starkweather. Ele parecia bastante feliz em nos dar os arquivos dos Shade.


— Graças a Deus — Anahí concordou — eu não estava aguentando olhar para ele. Ele parece um homem desagradável e amargo. Mas se algum dia acabar por ser necessário...


Ela tirou algo do bolso e ergueu-o, algo que brilhava na penumbra da carruagem.


— Um botão — ela falou com ar satisfeito — ele caiu de sua jaqueta esta manhã e eu o peguei.


Ucker sorriu.


— Muito inteligente, Anahí. Eu sabia que seria um prazer lhe trazer conosco.


Ele rompeu com uma tosse. Anahí olhou para ele em alarme, e até mesmo Poncho foi despertado de seu desânimo em silêncio, voltando o olhar para Ucker com os olhos apertados.


Ucker tossiu de novo, sua mão apertando a boca, mas quando ele a tirou, não havia sangue visível. Anahí viu Poncho relaxar os ombros.


— Apenas poeira na minha garganta — Ucker os acalmou.


Ele não parecia doente, mas muito cansado. Sua exaustão só serviu para apontar a delicadeza de suas características. Sua beleza não era como a de Poncho em cores ferozes e fogo reprimido, mas tinha sua própria perfeição silenciada, a beleza de neve quando cai de um céu cinza-prata.


— O seu anel! — Ela falou de repente, enquanto se lembrava de que ainda o estava usando.


Anahí colocou o botão de volta em seu bolso, em seguida, estendeu a mão para tirar o anel Uckermann de sua mão.


— Eu tinha a intenção de lhe devolver mais cedo — disse ela, colocando o circulo prateado na palma da mão — eu esqueci...


Ele fechou os dedos em torno da mão dela. Apesar dos pensamentos que tinha dele como um céu de neve e cinza, sua mão estava surpreendentemente quente.


— Está tudo bem — ele respondeu em uma voz baixa — gosto da maneira como ele fica em você.


Ela sentiu o rosto esquentar. Antes que pudesse responder, o apito do trem soou. Vozes gritaram que haviam chegado a Londres, na estação de King’s Cross. O trem começou a diminuir quando a plataforma surgiu à vista. O burburinho da estação subiu nos ouvidos de Anahí em um assalto, junto com o som do trem parando.


Ucker disse algo, mas suas palavras se perderam no meio do ruído, que soou como um aviso, mas Poncho já estava de pé, a mão alcançando o trinco da porta do compartimento e depois do trem. Ele girou-o e saltou para fora. Se ele não fosse um Caçador de Sombras, Anahí pensou, teria caído de mal jeito, mas ele simplesmente pousou levemente em seus pés e começou a correr, empurrando em seu caminho os carregadores aglomerados, os passageiros que iam viajar para o norte para passar o fim de semana com suas bagagens, cães de caça em coleiras, meninos vendendo jornais e todo o tipo de tráfego humano da estação.


Ucker, ao seu lado, alcançou a porta, mas quando se virou e olhou para Anahí, ela viu uma expressão em seu rosto, uma expressão que dizia que ele queria seguir Poncho, mas não podia ir atrás dele. Com outro longo olhar para ela, ele fechou a porta e afundou no banco a sua frente quando o trem parou.


— Mas Poncho... — ela começou.


— Ele vai ficar bem — Ucker disse com convicção — você sabe como ele é. Às vezes, ele só quer ficar sozinho. E duvido que ele deseje tomar parte contando as experiências de hoje para Maite e os outros.


Quando ela continuou fitando-o, ele falou suavemente:


— Poncho pode cuidar de si mesmo, Anahí.


Ela pensou no olhar sombrio de Poncho quando ele tinha falado com ela, mais gritante do que os robôs de Yorkshire que tinha acabado de sair atrás deles. Ela esperava que Ucker estivesse certo.




Até Mais!
Próximos capítulos vocês saberam que maldição é essa que o Poncho carrega e tudo ficar mais claro.


 



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Autor(a): Alien AyA

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Capítulo 7 - A maldição Mesmo à alma superior a maldição de um órfãoPode danar com seu poder;Mais horrível, porém, é quando o olhar de um mortoNos vem a maldizer!Sete dias enoites vi tal maldição,E não podia morrer.– Samuel Taylor Coleridge, A balada do Velho Marinheiro ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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