Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Capítulo 7 - A maldição
Mesmo à alma superior a maldição de um órfão
Pode danar com seu poder;
Mais horrível, porém, é quando o olhar de um morto
Nos vem a maldizer!
Sete dias enoites vi tal maldição,
E não podia morrer.
– Samuel Taylor Coleridge, A balada do Velho Marinheiro
Christian ouviu a porta da frente de abrindo e seguiu o som da voz, e pensou imediatamente: Poncho. E então achou graça que tivesse pensado. O menino Caçador de Sombras tornou-se como um parente chato, pensou, enquanto virava a página de seu livro, Diálogo dos Deuses, de Luciano. Camille ficaria furiosa se ele deixasse orelhas em seu volume, alguém cujos hábitos conhecia bem, mas não poderia mudar.
Ele era alguém cuja presença poderia reconhecer pelo som de suas botas no corredor. Alguém que se sabia que podia discutir com o “criado”, quando ele tinha dado ordens de dizer a todos que ele não estava em casa.
A porta da sala se abriu e Poncho surgiu no umbral, parecendo meio- triunfante e meio-miserável – isso era uma façanha.
— Eu sabia que você estava aqui — anunciou quando Christian endireitou-se no sofá, apoiando suas botas no chão. — Agora, diga que você não deu ordem para isso aqui, esse morcego não me deixar entrar.
Ele indicou Archer, o subjugado de Camille e lacaio temporário de Christian, que estava de fato escondido ao lado de Poncho. Seu rosto estava definido em um olhar de desaprovação, mas a essa altura ele tinha sempre uma aparência de desaprovação.
— Diga a ele que você quer me ver.
Christian deixou o livro na mesa ao lado dele.
— Mas talvez eu não queira te ver — ele disse razoavelmente — eu disse a Archer para não deixar ninguém entrar, até mesmo você.
— Ele me ameaçou — Archer falou em seu assobio com uma voz não muito humana — vou dizer a minha ama.
— Faça isso — disse Poncho, mas seus olhos estavam sobre Christian, azuis e ansiosos — por favor. Eu tenho que falar com você.
Deixe o garoto, Christian pensou. Depois de um dia exaustivo limpando com um feitiço a memória bloqueada de um membro da família Penhallow, ele queria apenas descansar. Ele tinha desistido de esperar por Camille, ou por suas mensagens, deveria ir embora, mas ainda preferia este espaço a outros, esta sala, onde seu toque pessoal parecia se agarrar às rosas no papel de parede, o perfume fraco que tinha nas cortinas.
Desejava passar a noite ali com a lareira, um copo de vinho, um livro e ser deixado estritamente sozinho. Mas agora ali estava Poncho Herrera, sua expressão em uma mistura de dor e desespero, querendo a ajuda de Christian.
Ele realmente precisava fazer algo sobre esse coração mole e o impulso irritante de auxiliar os desesperados, Christian pensou. É tudo culpa de sua fraqueza por olhos azuis.
— Muito bem — ele falou com um suspiro martirizado — você pode ficar e falar comigo. Mas vou avisando, eu não vou convocar nenhum demônio. Não antes de eu ter a minha ceia. A menos que tenha aparecido algum tipo de prova realmente bom...
— Não — Poncho respondeu ansiosamente, fechando a porta na cara de Archer.
Ele olhou em volta e trancou-a, dando uma boa olhada e depois caminhou para o fogo.
Ele estava com frio. A pouca visibilidade da janela obstruída por cortinas mostrou a praça lá fora escurecendo no crepúsculo, o vento fazendo barulhos do outro lado da calçada.
Poncho retirou as luvas, colocou-as sobre a lareira e estendeu as mãos para as chamas.
— Eu não quero que você convoque um demônio.
— Huh.
Christian colocou os pés calçados em cima da pequena mesa de jacarandá diante do sofá, outro gesto que teria enfurecido Camille, se ela estivesse lá.
— É uma boa notícia, eu suponho.
— Quero que você me envie para lá. Para o reino dos demônios.
Christian engasgou.
— Você quer que eu faça o quê?
O perfil de Poncho era negro contra o fogo bruxuleante.
— Criar um portal para o mundo dos demônios e me enviar para lá. Você pode fazer isso, não pode?
— Isso é magia negra. Não é necromancia, mas...
— Ninguém precisa saber.
— Realmente — o tom de Christian era ácido — estas coisas têm uma maneira acabar. Ainda mais se a Clave descobrir que enviei um dos seus, um dos jovens mais promissores para ser usado por demônios em outra dimensão.
— A Clave não me considera promissor — a voz de Poncho era fria — eu não sou promissor. Eu não sou nada, nem vou ser nunca. Não sem a sua ajuda.
— Estou começando a me perguntar se você foi enviado para me testar, Poncho Herrera.
Poncho deu uma dura risada.
— Por Deus?
— A Clave. Que pode também ser Deus. Talvez eles simplesmente queiram descobrir se eu estou disposto a quebrar a Lei.
Poncho se virou e olhou para ele.
— Eu sou honesto. Isto não é algum tipo de teste. Eu não posso continuar assim, convocando os demônios ao acaso sem saber qual é o correto, esperança sem fim, decepção sem fim. Cada dia amanhece mais negro, e eu vou perdê-la para sempre se você...
— Perdê-la? — A mente de Christian ficou presa na palavra, ele sentou-se ereto, estreitando os olhos. — Isto é sobre Anahí. Eu sabia.
A palidez do rosto de Poncho foi colorida por diversos tons.
— Não é só sobre ela.
— Mas você a ama.
Poncho olhou encarou-o.
— Claro que sim — ele respondeu finalmente — eu tinha chegado a pensar que nunca amaria alguém, mas eu a amo.
— E esta maldição, suponho que tire sua capacidade de amar? Porque isso é um absurdo, eu nunca ouvi algo assim. Ucker é seu parabatai. Eu vi você com ele. Você o ama, não é?
— Ucker é o meu grande pecado. Não fale comigo sobre Ucker.
— Não falar com você sobre Ucker, não falar com você sobre Anahí. Quer que eu abra um portal para você entrar no mundo dos demônios e não vai falar comigo ou me dizer o porquê? Eu não vou fazer isso, Poncho.
Christian cruzou os braços sobre o peito.
Poncho descansou a mão sobre a lareira. Ele estava muito quieto. As chamas mostravam os contornos dele, o perfil claro e bonito, a graça de mãos suas esbeltas e longas.
— Eu vi minha família hoje — ele contou se alterando rapidamente — minha irmã. Eu vi minha irmã mais nova. Cecily. Eu sabia onde eles moravam, mas nunca pensei que iria vê-los novamente. Eles não podem ficar perto de mim.
— Por quê? — Christian fez sua voz suave, ele sentiu que estava à beira de alguma coisa, algum tipo de avanço com este estranho, irritante, danificado, despedaçado menino. — O que eles fizeram que foi tão terrível?
— O que eles fizeram? — A voz de Poncho aumentou. — O que eles fizeram? Nada. Sou eu. Eu sou o veneno. Envenenei-os. Enveneno qualquer um que me ama.
— Poncho.
— Eu menti para você — Poncho disse, virando-se de repente para longe do fogo.
Autor(a): Alien AyA
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— Eu menti para você — Poncho disse, virando-se de repente para longe do fogo. — Chocante — Christian murmurou, mas Poncho foi embora, entrando em suas memórias, o que talvez fosse o melhor. Ele tinha começado a andar, arrastando suas botas ao longo do lindo tapete persa que Camille amava. —&nb ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....