Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
— Eu menti para você — Poncho disse, virando-se de repente para longe do fogo.
— Chocante — Christian murmurou, mas Poncho foi embora, entrando em suas memórias, o que talvez fosse o melhor. Ele tinha começado a andar, arrastando suas botas ao longo do lindo tapete persa que Camille amava.
— Você sabe o que eu lhe disse. Eu estava na biblioteca da casa dos meus pais, no País de Gales. Era um dia de chuva, eu estava entediado, passando pelas coisas antigas de meu pai. Ele mantinha algumas coisas de sua antiga vida como um Caçador de Sombras, coisas que ele não queria, por sentimentalismo, suponho, desistir. Uma estela antiga, embora eu não soubesse o que era na época, e uma pequena caixa em uma gaveta falsa de sua mesa. Suponho que ele assumiu que seria o suficiente para manter fora de vista, mas nada é suficiente para impedir a entrada de crianças curiosas. Claro que a primeira coisa que fiz ao encontrar a caixa foi abrir. Uma névoa saiu como uma explosão, formando quase que instantaneamente em um demônio vivo. No momento em que vi a criatura, comecei a gritar. Eu tinha apenas doze anos. Nunca tinha visto nada igual. Enorme, mortal, todos os dentes irregulares e cauda farpada e eu não tinha nada. Nenhuma arma. Quando o demônio gritou, eu caí no tapete. A coisa estava pairando sobre mim assobiando. Então, minha irmã entrou.
— Cecily?
— Ella. Minha irmã mais velha. Ela tinha algo brilhando em sua mão. Eu sei o que é agora, uma lâmina serafim. Não tinha ideia então. Gritei para ela sair, mas ela se colocou entre mim e a criatura. Não teve absolutamente nenhum medo, minha irmã. Ela nunca teve. Ela não tinha medo de subir na árvore mais alta, de montar um cavalo selvagem, e não tinha medo ali, na biblioteca. Ela disse para a coisa para sair. O demônio estava pairando ali como um grande e feio inseto. Ela disse: “Eu vou te banir”. Então o demônio riu.
Christian sentiu uma agitação estranha por ambos, piedade e simpatia pela menina, ela não sabia nada sobre demônios, sua convocação ou o seu banimento, e ainda assim se manteve firme, independente disso.
— Ele riu e balançou sua cauda, derrubando-a no chão. Em seguida, fixou os olhos em mim. Era todo vermelho. Ele disse: “seu pai que deveria me destruir, mas como ele não está aqui, você vai ter que fazer.” Eu estava tão chocado, tudo o que eu podia fazer era olhar. Ella foi rastejando sobre o tapete, agarrando na lâmina serafim caída. “Eu amaldiçoo você”, ele disse. “Todos os que te amam vão morrer. O amor será a sua destruição. Pode levar algum tempo, pode levar anos, mas qualquer um que olhar para você com amor vai morrer, a menos que você afaste-se deles para sempre. E vou começar com ela”. Ele rosnou em direção dela, e desapareceu.
Christian estava fascinado.
— E ela caiu morta?
— Não.
Poncho ainda estava andando. Ele tirou o casaco e pendurou-o numa cadeira. Seu cabelo negro comprido começou a enrolar com o calor vindo de seu corpo, misturando-se com o calor do fogo, e prendia-se na parte de trás do seu pescoço.
— Ela ficou ilesa. Me levou em seus braços. Me confortou. Me disse que as palavras do demônio não significavam nada. Admitiu que tivesse lido alguns dos livros proibidos na biblioteca, e foi assim que ela sabia o que uma lâmina serafim fazia, e como usá-la, e que a única coisa que eu tinha aberto era uma caixa chamada de caixa de Pyxis, embora ela não pudesse imaginar por que meu pai teria mantido uma. Me fez prometer não tocar em nada dos meus pais novamente, a menos que ela estivesse lá, e então ela me levou para a cama e começou a ler enquanto eu caía no sono. Eu estava exausto com o choque de tudo, acho. Lembro-me de ouvir o seu murmúrio para minha mãe, algo sobre como eu tinha passado mal enquanto estava fora, alguma febre infantil. Até aquele momento, eu estava gostando da agitação que estava sendo feita sobre mim, e que o demônio começava a parecer uma memória bastante emocionante. Lembro-me de planejar de como contar a Cecily sobre isso, sem admitir, é claro, que Ella me salvou quando eu tinha gritado como uma criança.
— Você era uma criança — Christian observou.
— Eu era velho o suficiente — Poncho respondeu — velho o suficiente para saber o que aconteceu quando fui acordado na manhã seguinte por minha mãe urrando de dor. Ela estava na sala com minha irmã morta em sua cama. Eles fizeram o seu melhor para me manter longe, mas eu vi o que precisava ver. Ela inchou, como se algo tivesse apodrecido lá dentro. Ela não se parecia mais com a minha irmã. Não parecia mais humana. Eu sabia o que tinha acontecido, mesmo que eles não. “Todos os que te amam vão morrer. E vou começar com ela.” Foi a minha maldição. Eu sabia que tinha que ficar longe deles, de toda a minha família antes de trazer o mesmo horror sobre eles. Deixei a casa naquela noite, seguindo a estrada para Londres.
Christian abriu a boca, depois fechou de novo. Por uma vez, ele não sabia o que dizer.
— Então, você vê — disse Poncho — minha maldição não pode ser chamada sem sentido. Eu já vi isso antes. E desde aquele dia tenho lutado para ter certeza de que isso nunca aconteça com mais ninguém na minha vida. Você consegue imaginar isso? Pode?
Ele passou as mãos pelos cabelos negros, deixando os fios emaranhados caírem de volta nos olhos.
— Nunca deixar alguém perto de você. Fazer com que todos que poderiam te amar, te odeiem. Deixei minha família à distância para que eles pudessem se esquecer de mim. Cada dia tenho de mostrar crueldade com aqueles que escolhi para fazerem parte da minha vida, para que não se deixem sentir muito carinho por mim.
— Anahí... — Christian de repente ficou sério, lembrando – o rosto da menina de olhos cinzentos que olhava para Poncho como se ele fosse um novo sol nascendo no horizonte — você acha que ela não te ama?
— Acho que não. Tenho sido ruim o bastante para ela — Poncho falou, sua voz soando com desgraça, miséria e aversão a si — acho que houve um momento em que ela quase... pensei que ela estava morta, entende, e mostrei o que eu sentia. Acho que ela poderia ter retornado meus sentimentos. Mas eu esmaguei tão brutalmente quanto pude. Imagino que ela simplesmente me odeie agora.
— E Ucker? — Christian perguntou, temendo a resposta.
— Ucker está morrendo de qualquer maneira — Poncho respondeu com a voz embargada — Ucker é o que eu me permiti. Digo a mim mesmo, se ele morrer, não é culpa minha. Ele está morrendo de qualquer maneira. A morte de Ella, pelo menos, foi rápida. Talvez através de mim ele pudesse ter uma boa morte.
Ele olhou-se miseravelmente, se juntando a Christian e fechando os olhos.
— Ninguém pode viver sem nada — ele sussurrou — Ucker é tudo o que tenho.
— Você deveria ter dito a ele. Ele teria escolhido ser o seu parabatai de qualquer maneira, mesmo sabendo dos riscos.
— Eu não posso sobrecarregá-lo com esse conhecimento! Ele iria manter isso em segredo, se eu pedisse a ele, mas seria uma dor ele saber disso, e a dor que provoco nos outros iria apenas machucá-lo mais. No entanto, se eu fosse contar a Maite, dizer a Henry e o resto, que o meu comportamento é uma farsa – que cada coisa cruel que eu disse a eles é uma mentira, que vagueio pelas ruas só para dar a impressão de que tenho saído para beber e ficar com mulheres, quando na realidade eu não tenho vontade de fazê-lo – só aproximá-los mais de mim.
— E, assim, você nunca contou a ninguém dessa maldição? Ninguém além de mim mesmo, desde que você tinha doze anos de idade?
— Eu não podia. Como eu poderia ter certeza de que não se apegariam a mim, uma vez que soubessem a verdade? Uma história como essa poderia gerar pena, e pena poderia tornar-se afeto, e então...
Christian levantou suas sobrancelhas.
— Você não está preocupado comigo?
— Que você possa me amar? — Poncho parecia genuinamente surpreso. — Não, por que você odeia Nephilim, não é? E, além disso, imagino que vocês bruxos tem maneiras de se proteger contra emoções indesejadas. Mas para aqueles que, como Maite e Henry, soubessem que a pessoa que eu apresentei a eles é falsa, se eles soubessem do meu coração verdadeiro... eles poderiam querer cuidar de mim.
— E então eles iriam morrer — Christian completou.
Até Mais!
Autor(a): Alien AyA
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Maite levantou o rosto lentamente de suas mãos. — E vocês não tem absolutamente nenhuma ideia de onde ele possa estar? — Ela perguntou pela terceira vez. — Poncho simplesmente se foi? — Maite. — A voz de Ucker era um sussurro. Eles estavam tentando acalmar a situação. Estava ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....