Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico

Maite levantou o rosto lentamente de suas mãos.

— E vocês não tem absolutamente nenhuma ideia de onde ele possa estar? — Ela perguntou pela terceira vez. — Poncho simplesmente se foi?

— Maite. — A voz de Ucker era um sussurro.

Eles estavam tentando acalmar a situação. Estavam na sala, com o papel de parede de flores e videiras. Sophie estava perto do fogo, usando o atiçador para erguer mais chamas do carvão. Henry sentava atrás da mesa, brincando com um conjunto de instrumentos de cobre; Jessamine estava no divã, e Maite em uma poltrona perto do fogo. Anahí e Ucker sentavam próximos no sofá. Anahí se sentia particularmente como uma convidada. Ela estava cheia de sanduíches que Bridget havia trazido em uma bandeja, e chá, seu calor lentamente descongelando seu interior.

— Não é como se isso fosse incomum. Quando é que nós sabemos aonde ele vai à noite?

— Mas desta vez é diferente. Ele viu sua família, ou sua irmã, pelo menos. Oh, pobre Poncho — a voz de Maite saiu com ansiedade — pensei que talvez ele finalmente tivesse começado a esquecê-los...

— Ninguém se esquece da família — Jessamine interrompeu bruscamente.

Ela sentou-se no divã com uma paleta de aquarela e papéis presos numa prancheta. Recentemente havia tomado a decisão de que tinha ficado para trás na perseguição das artes de donzelas, então começara a pintar, cortar silhuetas no papel, pressionar e guardar flores e tocar cravo na sala de música, embora Poncho dissesse que ela cantando era como Church se queixando.

— Bem, não, claro que não — Maite concordou às pressas — mas talvez para não para viver com a memória constantemente, como uma espécie de peso terrível em você.

— Como você sabe que Poncho não ligou para a família durante todo esse tempo? — Perguntou Jessamine. — De qualquer forma, ele não parece se preocupar com sua família, em primeiro lugar, ou nunca os teria deixado.

Anahí deu um pequeno suspiro.

— Como pode dizer isso? Você não sabe por que ele os deixou. Não viu a expressão dele em Ravenscar Manor.

— Ravenscar Manor — Maite fitava cegamente a lareira — de todos os lugares que pensei que iriam...

— Que absurdo — disse Jessamine, virando-se com raiva para Anahí — pelo menos a sua família está viva. Além disso, aposto que ele não estava completamente triste, aposto que ele estava fingindo. Ele sempre está.

Anahí olhou para Ucker, mas ele estava observando Maite, e seu olhar era tão duro quanto uma moeda de prata.

— O que você quer dizer — ele perguntou — com “de todos os lugares que pensei que iriam”? Sabia que a família de Poncho tinha se mudado?

Maite começou, e suspirou.

— Ucker...

— É importante, Maite.

Maite olhou para o bule de chá de limão sobre a mesa, seu favorito.

— Depois que os pais de Poncho vieram aqui para vê-lo, quando ele tinha doze anos, e ele mandou-os embora... Pedi-lhe para falar com eles, só por um momento, mas ele não quis. Tentei fazê-lo entender que, se ele os deixasse, então nunca poderia vê-los novamente, e eu nunca poderia dar-lhes notícias de Poncho. Ele pegou minha mão, e disse: por favor, só me prometa que vai me dizer se eles morrerem, Maite. Prometa-me — ela olhou para baixo, seus dedos grudados no vestido — era um pedido tão estranho para um menino fazer. Eu... eu tive que dizer que sim.

— Então você está cuidando do bem estar da família de Poncho? — Ucker perguntou.

— Contratei Ragnor para fazê-lo — Maite respondeu — durante os três primeiros anos. No quarto, retornou dizendo que os Herrera tinham se mudado. Edmund Herrera – que é o pai de Poncho, havia perdido sua casa no jogo. Isso foi tudo que Ragnor foi capaz de apurar. Os Herreras foram forçados a sair. Ele não conseguiu encontrar mais nenhum rastro deles.

— Você já havia contado a Poncho? — Anahí perguntou.

— Não — Maite balançou a cabeça — ele me fez prometer para lhe dizer somente se morressem, isso era tudo. Por que acrescentar a sua infelicidade o conhecimento de que a família tinha perdido a casa? Ele nunca mais mencionou. Eu tinha esperança de que crescendo, poderia ter esquecido.

— Ele nunca se esqueceu — havia uma força nas palavras de Ucker que parou o movimento nervoso dos dedos de Maite.

— Eu não deveria ter feito isso — Maite falou — nunca deveria ter feito essa promessa. Foi uma violação da Lei.

— Quando Poncho realmente quer algo... — Ucker falou calmamente — quando sente algo, ele pode quebrar seu coração.

Houve um silêncio. Maite estava com os lábios apertados, o olhar desconfiado e brilhante.

— Ele disse alguma coisa sobre onde ia quando saiu?

— Não — Anahí respondeu — nós chegamos e ele escapuliu... desculpe, se levantou e correu — corrigiu-se, percebendo que estava usando uma expressão americana.

— Escapuliu — Ucker repetiu — gosto disso. Faz parecer que ele deixou uma nuvem de poeira girando em seu rastro. Poncho não disse nada, apenas abriu às cotoveladas seu caminho através da multidão e foi embora. Quase derrubou Cyril vindo nos encontrar.

— Nada disso faz qualquer sentido — Maite gemeu — por que diabos a família de Poncho estaria morando em uma casa que pertencia a Mortmain? E em Yorkshire de todos os lugares? Este não é o lugar para onde pensei que esta estrada nos levaria. Procuramos Mortmain e encontramos os Shade; buscamos por ele de novo e encontramos a família de Poncho. Ele nos cerca, como o Ouroboros amaldiçoado que é seu símbolo.

— Você pediu para Ragnor olhar pelo o bem estar da família de Poncho, antes — Ucker lembrou — pode pedir isso de novo? Se Mortmain está de alguma forma envolvido com eles... por qualquer motivo...

— Sim, sim, claro — Maite concordou — vou escrever para ele imediatamente.

— Há uma parte dessa história que eu não entendo — disse Anahí — o pedido de reparações foi arquivado em 1825, e a idade da pessoa que pediu era vinte e dois. Se ele tinha vinte e dois na época, estaria com setenta e cinco agora, e ele não parece tão velho. Talvez quarenta...

— Há muitas maneiras — Maite disse lentamente — para os mundanos que se interessam em magia negra prolongarem suas vidas. O tipo de feitiço, a propósito, que se pode encontrar apenas no Livro Branco. É por isso que a posse do Livro por alguém que não é da Clave é considerado um crime.

— Todos os negócios que o jornal diz a respeito de Mortmain herdar a companhia de navegação de seu pai — Ucker lembrou — acha que ele fez o ardil do vampiro?

— O ardil do vampiro? — Ecoou Anahí, tentando em vão se lembrar de algo assim do Códex.

— É uma maneira que os vampiros têm de manter seu dinheiro ao longo do tempo — Maite explicou — quando eles permanecem muito tempo em um lugar, tempo suficiente para que as pessoas comecem a perceber que eles nunca envelhecem, eles fingem a própria morte e deixam sua herança a um filho há muito perdido ou sobrinho. Voilà – o sobrinho mostra ter uma estranha semelhança com o pai ou o tio, mas está ali e recebe o dinheiro. Seguem assim às vezes por gerações. Mortmain poderia facilmente ter deixado a empresa para se disfarçar de que ele não foi o envelhecendo.

— Então ele fingiu ser seu próprio filho — Anahí completou — o que também lhe daria uma razão para mudar a direção da empresa, voltar à Grã-Bretanha e começar a interessar-se por mecanismos, esse tipo de coisa.

— E é provavelmente por isso também que ele saiu da casa em Yorkshire — disse Henry.

— Embora isso não explique porque está sendo habitada pela família de Poncho — ponderou Ucker.

— Ou onde Poncho está — acrescentou Anahí.

— Ou onde Mortmain está — colocou Jessamine, como uma espécie de humor escura.

— Apenas nove dias — Maite apontou. Ela colocou a cabeça nas mãos — Anahí... odeio te pedir isso, mas afinal você foi enviada a Yorkshire e nós não temos nada a não ser pedra sobre pedra. Você ainda tem o botão do casaco de Starkweather?

Sem palavras, Anahí retirou o botão do bolso. Era redondo, pérola e prata, estranhamente frio em sua mão.

— Você quer que eu mude para ele?

— Anahí — Ucker disse rapidamente — se você não quiser fazer isso, Maite nunca exigiria.

— Eu sei. Mas me ofereci, e não vou voltar atrás na minha palavra.

— Obrigada, Anahí — Maite parecia aliviada — temos de saber se há algo que ele está escondendo de nós, se ele estava mentindo para você em qualquer parte da história. Seu envolvimento no que aconteceu com os Shade...

Henry fez uma careta.

— Vai ser um dia negro quando você não puder confiar em seus companheiros Caçadores de Sombras, Lottie.

— Já é um dia negro, Henry querido — Maite respondeu sem olhar para ele.

Gente a partir dessa semana eu não vou mais postar todos os dias de segunda a sexta, mas não vou parar de postar eu terminarei de postar toda fanfic fiquem tranquilos!