Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
— Você não vai me ajudar, então — Poncho terminou com uma voz desprovida de emoções.
Usando magia, Christian tinha aumentado o fogo na lareira. No brilho das chamas estalando, o bruxo podia ver mais dos detalhes de Poncho, o cabelo escuro enrolando-se perto da nuca, as maçãs do rosto delicadas, a forte mandíbula, a sombra de seus cílios.
Christian lembrou-se de alguém – as memórias fizeram cócegas no fundo de sua mente, recusando-se a ficar claras. Depois de tantos anos, era difícil às vezes escolher memórias individuais, mesmo daqueles que você tinha amado. Não conseguia mais se lembrar do rosto de sua mãe, embora soubesse que ela tinha olhos iguais aos dele, uma mistura de seu avô holandês e sua avó da Indonésia.
— Se a sua definição de “ajuda” envolve deixar você ir para o reino dos demônios como um rato em um poço cheio de serpentes, então não, eu não vou ajudá-lo — disse Christian — isso é loucura, você sabe. Vá para casa. Durma. E se curar essa bebedeira.
— Eu não estou bêbado.
— Você pode muito bem estar.
Christian passou as duas mãos pelo seu cabelo espesso e pensou, de repente e irracionalmente, em Camille. E ficou satisfeito. Aqui nesta sala, com Poncho, tinha ficado quase duas horas sem pensar nela. Progresso.
— Acha que você é a única pessoa que já perdeu alguém?
Poncho torceu o rosto.
— Não faça parecer assim. Como uma espécie comum de dor. Não é assim. Dizem que o tempo cura todas as feridas, mas se pressupõe a fonte do sofrimento é finito. Fim. Esta é uma ferida fresca todos os dias.
— Sim — disse Christian, recostando-se contra as almofadas — esse é o problema das maldições, não é?
— Seria uma coisa se eu tivesse sido amaldiçoado de forma que todos que eu amasse iriam morrer. Eu poderia me impedir de amar. Agora, manter os outros longe de mim é um procedimento estranho e cansativo.
Ele parecia exausto, Christian pensou, e dramático como só aqueles de dezessete anos poderiam ser. Também duvidou da declaração de Poncho de que ele poderia se impedir de amar, mas entendeu por que o rapaz gostaria de dizer tal história.
— Eu tenho que fazer o papel de outra pessoa durante todo o dia, a cada dia – amargo, vicioso e cruel.
— Eu gosto de você dessa maneira. E não me diga que você não gosta de si mesmo pelo menos um pouco, sendo o diabo, Poncho Herrera.
— Eles dizem que corre em nosso sangue, esse tipo de humor amargo — Poncho falou, olhando para as chamas — Ella tinha. Assim como Cecily. Nunca pensei que eu tivesse até saber que precisava disso. Tenho aprendido boas lições de como ser detestável ao longo de todos estes anos. Mas me sinto perdido — ele procurou as palavras — eu me sinto diminuído, partes de mim espiralando para dentro da escuridão. Estou a tanto tempo segurando o bom, o honesto e o verdadeiro dentro de mim, que estou com medo de perdê-lo totalmente. E se não há no mundo alguém que cuide de você, você realmente existe?
Ele disse isso tão baixinho que Christian teve que se esforçar para ouvi-lo.
— O que é isso?
— Nada. Algo que eu li em uma vez — Poncho se virou para ele — você estaria me dando misericórdia ao me mandar para o reino dos demônios. Eu poderia encontrar o que estou procurando. É a minha chance e só, pois a minha vida não vale nada para mim de qualquer maneira.
— É fácil o suficiente dizer isso quando se tem dezessete — disse Christian, com pouco de frieza — você está amando e acha que é tudo o que há no mundo. Mas o mundo é maior do que você, Poncho, e pode ter necessidade de ti. Você é um Caçador de Sombras. Serve a uma causa maior. Sua vida não é sua para jogar fora.
— Então, nada é meu — Poncho respondeu, e se afastou da lareira cambaleando um pouco, como se ele realmente estivesse bêbado — se a minha vida não é minha própria vida.
— Quem disse que nós devemos a felicidade? — Christian falou suavemente, e em seus pensamentos, viu a casa de sua infância, e sua mãe vacilar para longe dele com os olhos assustados, e o marido dela, que não era seu pai, queimando. — E o que devemos para os outros?
— Eu te dei todas as informações — disse Poncho, retirando o casaco das costas da cadeira — eles já tiveram o suficiente de mim, e se é só isso o que tem a me dizer, então você também teve, bruxo.
Ele cuspiu a última palavra como uma maldição. Lamentando sua dureza, Christian começou a levantar-se, mas Poncho seguiu para a porta. Ela bateu atrás dele.
Momentos depois, Christian viu Poncho passar pela janela da frente, lutando com seu casaco enquanto andava com a cabeça inclinada contra o vento.
Autor(a): Alien AyA
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....