Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Anahí estava ante sua penteadeira, envolta em seu roupão e rolando o pequeno botão em sua palma. Ela pediu para ser deixada sozinha para fazer o que Maite tinha pedido. Não foi a primeira vez que havia se transformado em um homem, as Irmãs Sombrias tinham obrigado a fazê-lo, mais de uma vez, e mesmo tenha sido uma sensação estranha, não foi o que alimentou sua relutância. Foi a escuridão que tinha visto nos olhos de Starkweather, o ligeiro brilho de loucura em seu tom quando falou dos despojos que havia tomado. Não era uma mente com a qual ela queria familiarizar-se.
Eu não preciso fazer, pensou. Ela podia andar por aí e dizer-lhes que tinha tentado e não funcionara. Mas sabia que mesmo que o pensamento cintilasse em sua mente, não poderia fazer isso. De alguma forma, pensava em si mesma como leal ao Instituto de Caçadores de Sombras. Eles tinham protegido-a, mostrado sua bondade, ensinado-lhe muito da verdade de quem ela era, e tinham o mesmo objetivo que ela – encontrar Mortmain e destruí-lo. Pensou nos olhos de Ucker sobre ela, firme e prata e cheio de fé. Com um profundo suspiro, fechou os dedos em volta do botão.
A escuridão veio e a envolveu, fechando-a em seu silêncio frio. O som fraco do fogo crepitando na lareira, o vento contra os vidros da janela, desapareceu. Escuridão e silêncio. Ela sentiu seu corpo mudar: sentiu sua mão grande e inchada, arfando com as dores da artrite. Suas costas doíam, a cabeça estava pesada, seus pés estavam latejando e dolorosos, e havia um gosto amargo na boca. Dentes podres, ela pensou, e sentiu-se enjoada, tão enjoada que teve de forçar sua mente de volta para a escuridão em torno dela, olhando para a luz, a conexão.
Ela veio, mas não como a luz normalmente fazia, tão firme como um farol. Chegou em fragmentos quebrados, como se estivesse assistindo a um espelho em pedaços. Cada pedaço tinha uma imagem que passava por ela, alguns a uma velocidade assustadora. Ela viu a imagem de uma criação de cavalos, uma colina escura coberta de neve, o basalto negro da sala do Conselho da Clave, uma lápide rachada.
Forçou-se a pensar e se prender em uma única imagem de cada vez. Na primeira memória, Starkweather estava dançando em um baile com uma mulher rindo em um vestido de cintura apertada. Anahí descartou, indo para o outra: a casa era pequena, situada nas sombras entre um morro e outro. Starkweather observava da escuridão de um bosque de árvores quando a porta da frente se abriu e saiu um homem. Mesmo na memória, Anahí sentiu o coração de Starkweather começar a bater mais rapidamente. O homem era alto, e com a pele verde como um lagarto. Seu cabelo era preto. A criança que ele segurava pela mão, pelo contrário, parecia tão normal quanto uma criança pode ser quando pequena, punhos gordinhos, pele rosada.
Anahí sabia o nome do homem, porque Starkweather sabia. John Shade.
Shade içou a criança sobre seus ombros quando atravessou a porta da casa com uma série de criaturas de aparência estranha de metal, como a de uma criança articulando bonecos, mas era do tamanho de um homem, e com a pele brilhando feito de metal. As criaturas tinham traços característicos. Embora, curiosamente, usassem roupas – brutas, macacão de operários e de fazendeiros de Yorkshire em alguns, e em outros simples vestidos de musselina. Os autômatos juntaram as mãos e começou a balançar, como se estivessem num salão de baile. A criança riu e bateu palmas.
— Olhe bem para isso, meu filho — disse o homem de pele verde — um dia eu vou governar o reino com a ajuda de tais seres mecânicos, e você vai ser o seu príncipe.
— John — veio uma voz de dentro da casa, e uma mulher inclinou-se pela janela. Ela tinha longos cabelos da cor de um céu sem nuvens — John, venha para dentro. Alguém vai ver! E você vai assustar o garoto!
— Ele não tem medo de nada, Anne — o homem riu, e colocou o menino no chão, bagunçando seu cabelo — meu príncipe mecânico...
Uma onda de ódio cresceu na memória e no coração de Starkweather, tão violenta que arrancou Anahí de lá, enviando-lhe através da escuridão novamente. Ela começou a perceber o que estava acontecendo. Starkweather estava ficando senil, perdendo o fio que o pensamento ligava a memória. O que ia e vinha em sua mente era aparentemente aleatório.
Com esforço, ela tentou visualizar a família Shade novamente, e pegou a borda de uma breve memória de um quarto destruído, engrenagens de metal jogadas por toda a parte, o fluído negro como sangue, o homem de pele verde e a mulher de cabelo azul estendidos entre as ruínas. Em seguida, também a lembrança, se foi, e ela viu de novo e de novo o rosto da menina do retrato na escada, a criança com o cabelo louro e a teimosa expressão, vendo-a montar um pequeno pônei, seu rosto com expressão determinada, o cabelo flutuando ao vento e um mouro gritando e se contorcendo de dor enquanto uma estela marcava sua pele e marcas pretas manchavam sua brancura.
E por último, Anahí viu seu próprio rosto surgindo da escuridão sombria do Instituto de York, e ela sentiu a onda de choque de Starkweather através dela, a dor foi tão forte que a expulsou de seu corpo e ela voltou para o seu próprio.
Houve um baque leve quando o botão caiu de sua mão e atingiu o chão. Anahí levantou a cabeça e olhou para o espelho. Ele se fora – e novamente, sentiu o gosto amargo de sangue na boca onde ela tinha mordido o lábio.
Levantou-se, sentindo-se mal e foi até a janela, abrindo-a para sentir o ar fresco da noite em sua pele suada.
A noite lá fora tinha sombra pesada, havia pouco vento, e as portas negras do Instituto pareciam pairar ante ela, o lema falando de mortalidade e morte.
Um lampejo de movimento chamou sua atenção. Ela olhou para baixo e viu uma forma branca olhando para ela do pátio de pedra abaixo. Um rosto retorcido, mas reconhecível. Sra. Dark.
Ela engasgou e deu passos para trás reflexivamente, fora da vista da janela. Uma onda de tontura tomou conta dela. Anahí sacudiu-a ferozmente, as mãos agarrando o peitoril, e puxou-se para frente novamente, olhando com temor... Mas o pátio estava vazio, nada se movendo dentro dele, apenas sombras. Ela fechou os olhos, em seguida, abriu-os lentamente e colocou a mão no anjo pulsando em sua garganta.
Não havia nada lá, ela disse a si mesma, apenas a sua imaginação louca. Dizendo a si mesma que era melhor se controlar e não sonhar acordada ou iria acabar tão louca quanto Starkweather pela idade, ela deslizou a janela fechada.
Até Mais!
Autor(a): Alien AyA
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....