Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Tendo mudado seu vestido de dia para a roupa de luta, Anahí sentou-se na beira da cama e pegou a cópia de Vathek que Poncho tinha lhe dado. Ela tentou não trazer o pensamento de Poncho sorrindo para sua mente, mas outras imagens de Poncho – Poncho inclinado sobre ela no Santuário coberto de sangue; olhando-a no sol do telhado do Instituto; Poncho rolando morro abaixo com Ucker em Yorkshire, salpicando-se com lama e se importar; Poncho caindo da mesa na sala de jantar; Poncho segurando-a no escuro. Poncho, Poncho, Poncho.
Ela lançou o livro. Ele atingiu a lareira e ricocheteou, acertando no chão. Se houvesse alguma maneira de tirar Poncho da sua mente, como se raspa a lama fora do sapato...
Se ela soubesse onde ele estava. A preocupação a deixava pior, e ela não pôde evitar se preocupar. Não conseguia esquecer o olhar em seu rosto quando ele viu a irmã.
Ela seguiu distraída para a sala de treinamento. Felizmente, quando chegou, a porta estava aberta e não havia ninguém lá, apenas Sophie, segurando uma longa faca na mão e examinando-a cuidadosamente, como se estivesse examinando um espanador de pó para decidir se ainda havia uso para ele ou se já era tempo de jogá-lo fora. Olhou para Anahí quando ela entrou no cômodo.
— Bem, você parece ter passado um péssimo fim de semana úmido, senhorita — disse ela com um sorriso — está tudo bem? — Ela inclinou a cabeça para o lado quando Anahí assentiu — é o mestre Poncho? Ele já ficou sumido por um ou dois dias antes. Ele estará de volta, não tenha medo.
— Esse não é o tipo de coisa para se dizer, Sophie, especialmente porque sei que você não está preocupada com ele.
— Eu preferiria que você não ficasse também — disse Sophie — pelo menos não nos mínimos detalhes...
Anahí olhou para ela rapidamente. Ela não tinha tido uma conversa real com Sophie sobre Poncho desde o incidente do telhado, pensou, e, além disso, Sophie tinha advertido-a sobre ele, comparando-o a uma cobra venenosa. Antes que Anahí pudesse responder, a porta se abriu e Gabriel e Gideon Lightwood entraram, seguidos por Ucker. Ele piscou para Anahí antes de desaparecer, fechando a porta atrás de si.
Gideon foi direto para Sophie.
— Uma boa escolha de lâmina — ele elogiou, a surpresa sublinhando suas palavras.
Sophie corou, parecendo satisfeita.
— Então — disse Gabriel, que de alguma forma conseguiu aparecer atrás de Anahí sem que ela percebesse. Depois de examinar as prateleiras de armas ao longo das paredes, ele sacou uma faca e entregou a ela — sinta o peso da lâmina.
Anahí tentou sentir o peso dela, lutando para se lembrar do que ele tinha dito-lhe sobre onde e como se deve equilibrar na palma da mão.
— O que você acha? — Gabriel perguntou.
Ela olhou-o. Dos dois garotos, ele certamente parecia mais com o pai, com seus traços aquilinos a sombra fraca de arrogância em sua expressão, a boca fina enrolada nos cantos.
— Ou você está ocupada demais se preocupando sobre o paradeiro do Herrera para praticar hoje?
Anahí quase deixou cair a faca.
— O quê?
— Ouvi você e Srta. Collins falarem enquanto eu estava subindo as escadas. Ele desapareceu? Não é surpreendente, considerando que penso que Poncho Herrera tenha um senso de responsabilidade para se falar.
Anahí levantou o queixo.
— A ocorrência é bastante comum, não tem nenhum problema sobre isso — ela respondeu — Poncho tem um espírito livre. Ele vai voltar em breve.
— Espero que não. Espero que ele esteja morto.
A mão de Anahí apertou a faca.
— Você não quis dizer isso, não é? O que ele fez com sua irmã para que você tenha tanto ódio dele?
— Por que você não pergunta para ele? — A voz de Gabriel era afiada.
Gideon falou:
— Vamos começar a aula, por favor, e deixar de perder tempo?
Gabriel olhou para seu irmão mais velho, que estava completamente em paz com Sophie, mas obedientemente voltou sua atenção ao treinamento do dia.
Eles estavam praticando como segurar lâminas hoje, e como equilibrá-las quando cortavam através do ar com a ponta da lâmina inclinada para frente ou deixando a alça escorregar da mão. Era mais difícil do que parecia, e hoje Gabriel estava sem paciência. Anahí invejava Sophie, que estava sendo ensinada por Gideon, que sempre foi um instrutor cuidadoso e metódico, embora ele tivesse o hábito de escorregar para o espanhol sempre que Sophie fazia algo de errado.
— Ay Dios mio — diria ele, puxando a lâmina de onde estava presa, aponta para baixo, no chão — vamos tentar de novo?
— Levante-se em linha reta — Gabriel estava dizendo para Anahí um pouco, impaciente — não, em linha reta. Dessa forma.
Ele demonstrou. Anahí queria gritar que ela, ao contrário dele, não teve uma vida sendo ensinada a levantar e se mover; que Caçadores de Sombras eram acrobatas naturais, e ela não era nada do tipo.
— Humf. Eu gostaria de ver você aprender a se mover, sentar e levantar, ficar reto, mas em anáguas e um vestido!
— Eu conseguiria fazer isso! — Disse Gideon no fundo da sala.
— Oh, pelo Anjo — disse Gabriel.
Ele a pegou pelos ombros, virando-a em torno dela, de modo que Anahí ficasse de costas para ele. Ele colocou os braços ao redor dela, endireitando-lhe a espinha, arrumando a faca na mão. Anahí podia sentir sua respiração na parte de trás do seu pescoço, e ele a fez estremecer e ficar muito irritada. Se a estava tocando, era só porque presumia que podia, sem pedir, e porque pensou que iria irritar Poncho.
— Solte-me — disse ela, em voz baixa.
— Isso é parte de seu treinamento — respondeu Gabriel, em uma voz entediada — além disso, olhe para o meu irmão e Srta. Collins. Ela não está reclamando.
Ela olhou através da sala para Sophie, que parecia sinceramente empenhada em sua lição com Gideon. Ele estava de pé atrás dela, um braço em torno das costas, mostrando-lhe como segurar uma faca de ponta agulha. Sua mão gentilmente a envolvia, e ele parecia estar falando em seu pescoço, onde seu cabelo escuro havia escapado de seu coque apertado e enrolado. Quando ele viu Anahí olhando-os, ele corou. Anahí ficou surpresa. Gideon Lightwood, corando! Ele estava gostando de Sophie?
Além de sua cicatriz, que Anahí mal notava mais, ela era adorável, mas era uma mundana e uma serva, e os Lightwood eram esnobes terríveis. Anahí sentiu de repente seu coração apertar. Sophie tinha sido tratada abominavelmente por seu empregador anterior. A última coisa que ela precisava era de um garoto Caçador de Sombras se aproveitando dela.
Anahí olhou em volta para dizer alguma coisa para o garoto com os braços em volta dela e parou. Esquecera que estava ao lado de Gabriel e não de Ucker. Fora tão acostumada à presença de Ucker, à facilidade com que podia conversar com ele, o conforto de sua mão em seu braço quando eles andavam, o fato de que ele era a única pessoa no mundo agora que ela sentia que podia dizer absolutamente tudo. Percebeu com surpresa que tinha acabado de vê-lo no café da manhã e sentia falta dele, como se sentisse quase como uma dor por dentro.
Ela estava tão obcecada por essa mistura de sentimentos, pela falta de Ucker e um sentimento de protecionismo apaixonado por Sophie, que a faca voou por vários metros, passando por cima da cabeça de Gideon e saltando para fora da janela.
Gideon olhou calmamente quando a faca caiu. Nada parecia incomodá-lo, nem mesmo a sua própria decapitação.
— Gabriel, qual é o problema, exatamente?
Gabriel voltou seu olhar sobre Anahí.
— Ela não me escuta — disse ele com desdém — não posso ensinar alguém que não me escuta.
— Talvez se você fosse um melhor instrutor, ela seria uma melhor ouvinte.
— E talvez você tivesse visto a faca se aproximando — Gabriel rebateu — se prestasse mais atenção ao que está acontecendo ao seu redor e menos no pescoço da Senhorita Collins.
Mesmo que Gabriel tenha notado, Anahí pensou, Sophie corou. Gideon deu um olhar a seu irmão que insinuava que os dois iriam conversar mais tarde, em casa, então se voltou para Sophie e disse algo em voz baixa, muito baixa para Anahí ouvir.
— O que aconteceu com você? — Ela perguntou baixinho para Gabriel, e sentiu-o endurecer.
— O que você quer dizer?
— Você geralmente é paciente. É um bom professor, Gabriel, na maior parte do tempo, mas hoje você está irritado, impaciente e... — Ela olhou para a mão em seu braço. — Inadequado.
Ele teve a boa graça de soltá-la e olhar envergonhado para si mesmo.
— Mil perdões. Eu não deveria ter tocado você assim.
— Não, você não deveria. Ainda mais depois de criticar o jeito de Poncho.
Ele corou ao longo de suas maçãs do rosto salientes.
— Eu já pedi desculpas, Srta. Portilla. O que mais quer de mim?
— Uma mudança de comportamento, talvez. Uma explicação de seu comportamento para com Poncho.
— Eu te disse! Se quiser saber por que não gosto dele, pode perguntar a ele! — Gabriel girou e saiu da sala.
Anahí olhou para as facas presas na parede e suspirou.
— Assim termina a minha aula.
— Tente colocar muito para fora — aconselhou Gideon, aproximando-se dela com Sophie ao seu lado.
Era muito estranho, Anahí pensou; Sophie normalmente parecia desconfortável em torno dos homens, todos os homens, mesmo com o gentil Henry. Com Poncho era como um gato escaldado, e com Ucker, corando e vigilante, mas ao lado de Gideon ela parecia... Bem, era difícil de definir. Mas era muito peculiar.
— Não é culpa sua, ele não está bem hoje — Gideon continuou.
Seus olhos estavam firmes sobre Anahí. Serviu para que ela pudesse ver que eles não eram precisamente da mesma cor de seu irmão. Eram mais de um cinza esverdeado, como o oceano sob um céu nublado.
— As coisas têm sido... difíceis para nós em casa, com o nosso pai, e Gabriel está descontando em você, ou, na verdade, qualquer um que está por perto.
— Fico muito triste em ouvir isso. Espero que seu pai esteja bem — Anahí murmurou, rezando para que ele não tenha notado a falsidade de sua declaração.
— Acho que é melhor eu ir atrás do meu irmão — disse Gideon, sem respondê-la — se eu não fizer isso, ele vai levar a carruagem e me deixar aqui. Espero tê-lo de volta para você em nossa próxima sessão, em um melhor humor — ele curvou-se para Sophie, então para Anahí — Senhorita Collins, Senhorita Portilla.
E ele foi embora, deixando as duas meninas olhando-o em um misto de confusão e surpresa.
Autor(a): Alien AyA
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Com a sessão de treinamento felizmente terminada, Anahí se viu correndo para mudar novamente para suas roupas comuns, e depois foi para o almoço, ansiosa para ver se Poncho tinha retornado. Ele não tinha. Sua cadeira, entre Jessamine e Henry, ainda estava vazia, mas havia alguém diferente na sala, alguém que fez Anahí ficar pa ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....