Fanfics Brasil - O Quarto De Alfonso Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: O Quarto De Alfonso

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Eram, provavelmente, dez horas da noite, Anahí adivinhou, e a pedra enfeitiçada estava queimando baixo. Eles tomaram um caminho diferente que serpenteava através dos corredores, não era o que Anahí estava acostumada a tomar para chegar às portas da frente. Sua confusão foi respondida quando eles chegaram a um conjunto de portas no final de um longo corredor. Era um espaço arredondado, e Anahí adivinhou que provavelmente estavam dentro de uma das torres góticas que ficavam em cada um dos cantos do Instituto.


Ucker empurrou a porta e ela o seguiu, ele fechou a porta firmemente atrás deles, deslizando a chave que tinha usado de volta para o bolso.


— Este — ele disse — é o quarto de Poncho.


— Gracioso. Eu nunca estive aqui. Estava começando a imaginar que ele dormia pendurado de cabeça para baixo, como um morcego.


Ucker riu e passou por ela, chegando a uma escrivaninha de madeira onde começou a vasculhar seu conteúdo enquanto Anahí olhava ao redor.


Seu coração estava batendo rápido, como se estivesse vendo algo que não era para ela ver, como um segredo oculto de Poncho. Ela disse a si mesma para não ser estúpida, que era apenas um quarto, com os mesmos móveis pesados escuros como todas as outras salas do Instituto.


Estava uma bagunça, o cobertor estava chutado para baixo ao pé da cama, roupas jogadas sobre as costas das cadeiras, um recipiente cheio de líquidos equilibrado precariamente no criado-mudo. E em todos os lugares havia livros – livros sobre as mesas, na cama, em pilhas no chão, livros alinhados em prateleiras ao longo das paredes.


Ucker vasculhou, enquanto Anahí vagou pelas prateleiras e olhou com curiosidade para os títulos. Não estava surpresa ao descobrir que eram quase todos de ficção e poesia. Alguns eram títulos em idiomas que não podia ler. Ela reconheceu latim e alfabeto grego. Havia também livros de contos de fadas; As mil e uma noites; o trabalho de Christopher Payn; The vicar of Bullhampton, de Anthony Trollope; Remédios desesperados, de Thomas Hardy, uma pilha de Wilkie Collins – Dois destinosThe new Magdalen, The law and the lady; e um novo romance de Júlio Verne intitulado The child of the cavern que ela se coçava para pegá-lo em suas mãos. E então, lá estava ele, Um conto de duas cidades.


Com um sorriso triste, ela ergueu o braço para tirá-lo da prateleira. Quando puxou o livro, vários papéis rabiscados que tinham sido pressionados entre as capas caíram no chão. Ela ajoelhou-se para pegá-los e congelou. Ela reconheceu a letra instantaneamente. Era dela própria.


Sua garganta apertou quando ela folheou as páginas. Caro Nate, ela leu. Tentei mudar hoje, e falhei. Foi uma moeda que me deram, e eu não consegui nada com isso. Ou ela nunca foi propriedade de uma pessoa, ou o meu poder se enfraqueceu. Eu não me importaria, mas eles me chicotearam – você já foi chicoteado antes? Não, uma pergunta boba. Claro que você não foi. Parece que estão colocando linhas de fogo sob toda a sua pele. Eu tenho vergonha de dizer que chorei, e você sabe como eu odeio chorar... E outra: Querido Nate, eu pensei tanto em você hoje, pensei que eu fosse morrer. Se você se foi, não há ninguém no mundo que se importa se estou viva ou morta. Sinto-me dissolvendo, desaparecendo no nada, pois se não há no mundo alguém que cuide de você, você realmente existe?


Estas eram as cartas que ela havia escrito ao seu irmão na Casa Sombria, sem esperar que Nate fosse lê-las, sem esperar que alguém fosse lê-las. Eram mais um diário do que bilhetes, o único lugar onde ela poderia derramar seu horror, sua tristeza e seu medo. Sabia que tinham sido encontradas, que Maite tinha lido, mas o que estavam fazendo aqui no quarto de Poncho, de todos os lugares, escondida entre as páginas de um livro?


— Anahí.


Era Ucker. Ela virou-se rapidamente, deslizando as cartas no bolso de seu casaco. Ucker estava junto à mesa, segurando uma faca de prata na mão.


— Pelo Anjo, este lugar é uma bagunça, eu não tinha certeza se seria capaz de encontrá-lo — ele virou-o em suas mãos — Poncho não trouxe muita coisa de casa quando veio para cá, mas temos isso aqui. É um punhal que seu pai lhe deu. Ele tem as marcas das aves Herrera sobre a lâmina. Deve ter um significado muito forte para ele ter guardado.


Apesar das palavras de incentivo, ele estava franzindo a testa.


— O que há de errado? — Anahí perguntou, cruzando o quarto.


— Eu encontrei outra coisa. Poncho sempre foi o único a comprar meu... meu remédio. Ele sabia que eu desprezava toda a transação, encontrar os feiticeiros dispostos a vendê-lo, pagar pelo material... — Seu peito subia e descia rapidamente, como se apenas falar sobre isso o enojasse. — Eu lhe dava dinheiro, e ele ia. Eu encontrei uma nota, porém, da última transação. Parece que a droga não custa o que eu pensei que custasse.


— Você quer dizer que Poncho te enganou para ganhar dinheiro? — Anahí ficou surpreendida.


Poncho podia ser terrível e cruel, ela sabia, mas pensou que fosse uma crueldade de ordem mais refinada do que isso. Menos mesquinho. E fazer isso a Ucker, de todas as pessoas...


— Muito pelo contrário. Os medicamentos custam muito mais do que ele disse que custavam. Ele deve ter completado a diferença de alguma forma — ainda carrancudo, ele deslizou o punhal no cinto — eu o conheço melhor do que ninguém no mundo — disse com sua naturalidade — e ainda assim, acho que Poncho tem segredos que me surpreendem.


Anahí pensou no poema na capa do livro de Dickens, e o que ela pretendia dizer a Poncho quando o visse novamente.


— Na verdade. Esse não é nenhum mistério, é? Poncho faria qualquer coisa por você .


— Não tenho certeza se eu faria isso também — o tom de Ucker foi irônico.


— Claro que faria. Qualquer um faria. Você é tão gentil e tão bom...


Ela se interrompeu, mas os olhos de Ucker já tinham se arregalado. Ele pareceu surpreso, como se nunca tivesse escutado tal elogio, mas com certeza deve ter escutado, Anahí pensou em confusão. Certamente todos que o conheciam sabiam da sorte que tinham. Ela sentiu o rosto começar a esquentar novamente, e se amaldiçoou. O que estava acontecendo?


Um chocalhar fraco veio da janela; Ucker olhou depois de um momento de pausa.


— Isso deve ser Cyril — Ucker falou, e havia um tom, levemente áspero em sua voz — e-eu pedi-lhe para trazer a carruagem para nós. É melhor irmos.


Anahí assentiu, sem palavras, e seguiu-o para fora.


•••


Quando Ucker e Anahí saíram do Instituto, as rajadas de vento ainda continuavam, enviando folhas secas em círculos como fadas dançando. O céu estava pesado, com um nevoeiro amarelo, a lua era um dourado por trás dele. As palavras em latim nas portas do Instituto pareciam brilhar na luz da lua: somos pó e sombras.


Cyril estava esperando com a charrete, e os dois cavalos, Balios e Xanthos, pareciam aliviados ao vê-los. Ele ajudou Anahí a subir na carruagem e Ucker a seguiu, então foi para o banco do motorista.


Anahí sentou do lado oposto ao de Ucker, e assistiu com fascinação quando ele tirou a adaga e a estela do cinto. Segurando o punhal na mão direita, ele desenhou uma runa na parte de trás da mão com a ponta de sua estela. Anahí olhou todas aquelas marcas, uma onda de linhas ondulantes ilegíveis, circulando ao redor para se conectar com outro em um padrão negro.


Ucker olhou para sua mão por um longo momento, então fechou os olhos, o rosto ainda com intensa concentração. Assim os nervos de Anahí começaram a gritar com impaciência, seus olhos se abriram.


— Brick Lane, perto da Avenida Whitechapel — ele falou meio que para si mesmo, retornando o punhal e a estela ao cinto.


Ele se inclinou para fora da janela, e ela ouviu-o repetir as palavras para Cyril. Um momento depois Ucker estava de volta para dentro, fechando a janela contra o ar frio, e eles estavam andando nas ruas de paralelepípedos.


Anahí respirou fundo. Ela esteve ansiosa para procurar Poncho durante todo o dia, preocupada com ele, perguntando-se onde ele estava, mas agora que eles estavam indo para o coração negro de Londres, tudo o que sentia era medo.




Até Mais!


 



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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