Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Anahí olhou rapidamente em direção à janela. A névoa pairava sobre as ruas, mas ela podia ver bem suficiente. Estavam em uma rua estreita, embora extensa, talvez, para os padrões de Londres. O ar parecia espesso e gorduroso com pó de carvão e neblina, e as ruas estavam cheias de pessoas. Sujeitos embriagados de trapos, caídos contra as paredes de edifícios, seus olhos observando a carruagem passar como cães famintos acompanhando o progresso de um osso. Anahí viu uma mulher envolta em um xale, uma cesta de flores numa mão, um bebê dobrado em um canto do xale apoiado no ombro. Seus olhos estavam fechados, sua pele pálida como requeijão, parecia doente, ou morta.
Crianças descalças, tão sujas quanto gatos de rua, brincavam juntas nas ruas, as mulheres encostadas sobre as soleiras dos edifícios, obviamente bêbadas. Os homens eram o pior de tudo, caídos contra os lados de casas, chapéus e roupas sujas, olhares de desesperança em seus rostos, como gravuras em lápides.
— Londrinos ricos de Mayfair e Chelsea gostam de fazer passeios noturnos em lugares como estes — Ucker comentou, sua voz estranhamente amarga — eles os chamam de cortiço.
— Será que eles... param para ajudar de alguma forma?
— Eles só querem ver para que possam ir para casa e conversar em sua próxima festa do chá sobre como viram a “vida real” dos “moradores de Londres” ou algum “Uckermy Tremedeira”. A maioria deles nunca sai de suas carruagens ou veículos.
— O que é um Uckermy Tremedeira?
Ucker fitou-a com seus olhos de prata.
— Um mendigo congelado parcialmente. Alguém com a probabilidade de morrer de frio.
Anahí pensou no papel espesso colado sobre as rachaduras nos vidros de seu apartamento em Nova York. Mas pelo menos ela tinha um quarto, um lugar para se deitar, e tia Harriet para fazer a sopa quente ou chá durante o pequeno intervalo. Ela tinha tido sorte.
A carruagem parou em um canto pouco atraente. Do outro lado da rua, as luzes de uma casa aberta ao público derramavam-se pela calçada, junto com um fluxo constante de bêbados, alguns com mulheres apoiadas em seus braços. As mulheres estavam com vestidos coloridos, sujas e as bochechas altamente vermelhas. Em algum lugar, alguém estava cantando “Cruel Lizzie Vickers.” Ucker pegou sua mão.
— Não posso te ocultar dos olhares mundanos, portanto, mantenha sua cabeça baixa e fique perto de mim.
Anahí deu um sorriso torto, mas não pegou a mão dele.
— Você já disse isso.
Ele inclinou-se e sussurrou em seu ouvido. Sua respiração enviou um arrepio pelo corpo de Anahí.
— É muito importante.
Ele passou por ela para abrir a porta. Saltou para a calçada e ajudou a descer, depois dele, puxando-a a seu lado.
Anahí olhou para cima e para baixo da rua. Havia alguns olhares curiosos das pessoas, mas no geral os dois foram ignorados. Eles se dirigiram para uma porta estreita pintada de vermelho. Havia degraus ao seu redor, mas ao contrário de todos os outros degraus da área, eles estavam vazios. Ninguém estava sentado sobre eles.
Ucker a levou rapidamente, puxando-a atrás dele, e bateu forte na porta.
Ela foi aberta depois de um momento por uma mulher em um longo vestido vermelho, grudado com tanta força a seu corpo que os olhos de Anahí se arregalaram. Ela tinha cabelos pretos em um coque, mantido no lugar por um par de pauzinhos de ouro. Sua pele estava muito pálida, os olhos contornados com kohl, mas em um exame mais detalhado, Anahí percebeu que ela era branca, não estrangeira. Sua boca era um arco vermelho, que se curvou para baixo nos cantos quando seu olhar pousou sobre Ucker.
— Não — ela disse — nenhum Nephilim.
Ela moveu-se para fechar a porta, mas Ucker tinha levantado a bengala, a lâmina disparada a partir da base, mantendo a porta aberta.
— Sem problemas — ele respondeu — nós não estamos aqui pela Clave. É pessoal.
A mulher estreitou os olhos.
— Estamos à procura de alguém — Ucker continuou — um amigo. Leve-nos a ele, e não vamos incomodá-la mais.
Com isso, ela jogou a cabeça para trás e riu.
— Eu sei quem está procurando. Há apenas um de sua espécie aqui.
Ela virou-se com um encolher de ombros de desprezo. Ucker deslizou a lâmina de volta em seu compartimento com um assobio, e abaixou-se sob a porta baixa, levando Anahí junto com ele.
Além da porta, havia um corredor estreito. Um intenso cheiro doce perdurava-se no ar, como o cheiro que pairava sobre a roupa de Ucker depois que ele tomava a sua droga. A mão dele apertou involuntariamente a sua.
— Este é o lugar onde Poncho vem comprar o que eu preciso — ele sussurrou, inclinando a cabeça de modo que seus lábios quase tocaram a orelha dela — eu não sei por que ele estaria aqui agora...
A mulher que abriu a porta para eles olhou por cima do ombro enquanto partia para o corredor. Havia uma fenda atrás de seu vestido, mostrando muito de suas pernas e uma cauda bifurcada, marcada com manchas pretas e brancas, como as escamas de uma cobra.
Ela é uma bruxa, Anahí pensou com um baque surdo em seu coração. Ragnor, as Irmãs Sombrias, esta mulher, por que os bruxos sempre pareciam tão sinistros? Com exceção de Christian, talvez, mas ela teve a sensação de que Christian fosse uma exceção a muitas regras.
O corredor se alargava em uma grande sala, as paredes pintadas de vermelho escuro. Grandes lâmpadas pendiam do teto, suas superfícies esculpidas e pintadas com arabescos delicados lançando luz padronizada contra as paredes,. Ao longo das paredes havia várias camas, como o interior de um navio. Uma grande mesa redonda dominava o centro da sala. Nela estava sentada um grande número de homens, suas peles com o mesmo tom vermelho-sangue das paredes, os cabelos pretos cortados rentes a cabeça. Suas mãos terminavam em garras azul-escuras que também tinham sido aparadas, provavelmente para permitir que contassem, peneirassem e misturassem mais facilmente os vários pós e misturas que tinham diante deles.
Os pós pareciam brilhar e reluzir sob a luz da lamparina, como joias trituradas.
— Este é um centro de ópio? — Anahí sussurrou no ouvido de Ucker.
Seus olhos estavam examinando a sala ansiosamente. Ela podia sentir a tensão nele, uma pulsação sob a pele, como o coração rápido de um beija-flor.
— Não — ele parecia distraído — não realmente, são principalmente drogas de demônio e pós de fadas. Esses homens à mesa, eles são ifrits. Bruxos sem poderes.
A mulher de vestido vermelho estava inclinada sobre o ombro de um dos ifrits. Juntos, eles olharam para cima na direção de Anahí e Ucker, seus olhos demorando em Ucker. Anahí não gostou do jeito que estavam olhando para ele. A mulher bruxa estava sorrindo, o olhar do ifrit foi calculista. A mulher endireitou-se e se balançou para eles, seus quadris movendo-se de um lado para o outro sob o cetim apertado de seu vestido.
— Madran diz que temos o que você quer, menino de prata — disse a mulher bruxa, passando um dedo com esmalte vermelho no rosto de Ucker — não há necessidade de fingir.
Ucker recuou ao toque. Anahí nunca o tinha visto parecer tão nervoso.
— Eu lhe disse, estamos aqui para encontrar um amigo — disparou ele — um Nephilim. Olhos azuis, cabelo preto — sua voz se elevou — Ta xian zai zai na li?
Ela olhou-o por um momento, depois sacudiu a cabeça.
— Você é um tolo. A pouco do yin fen, e quando ele se for, você vai morrer. Lutamos para obter mais, mas ultimamente a demanda...
— Poupe-nos das suas tentativas de vender sua mercadoria — interrompeu Anahí, de repente irritada. Ela não podia suportar o olhar no rosto de Ucker, como se cada palavra fosse o corte de uma faca. Não é de admirar que Poncho comprasse as substâncias para ele — onde está o nosso amigo?
A mulher bruxa assobiou, encolheu os ombros e apontou para um dos beliches parafusados na parede.
— Ali.
Ucker ficou paralisado enquanto Anahí fitava. Seus ocupantes estavam tão quietos que no início ela tinha pensado que as camas estavam vazias, mas ela percebeu agora, olhando mais de perto, que cada uma estava com uma figura esparramada. Alguns ficavam de lado, braços suspensos ao longo das bordas da cama, as mãos espalmadas; outros estavam de costas, os olhos abertos, encarando o teto ou o beliche acima deles.
Sem outra palavra, Ucker começou a seguir para o outro lado da sala, Anahí em seus calcanhares. Quando chegaram mais perto das camas, ela percebeu que nem todos os ocupantes eram humanos. Peles azuis, violetas, vermelhas e verdes passavam; cabelos verdes tão longos e cheios como uma teia de algas escovadas inquietos contra um travesseiro sujo; dedos em garras agarrando a madeira de um beliche quando alguém gemeu. Alguém estava rindo baixinho, irremediavelmente, soando mais triste do que choroso, outra voz repetia constantemente rimas de crianças:
“Laranjas e limões
Dizem os sinos de São Clemente
Quando vou receber os meus tostões?
Tocar os sinos de Old Bailey,
Quando eu for crescido e rico,
Dizem os sinos de Shoreditch...”
— Poncho — sussurrou Ucker.
Autor(a): Alien AyA
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— Poncho — sussurrou Ucker. Ele parou em um beliche no meio da parede, e inclinou-se contra ele, como se suas pernas ameaçassem ceder. Deitado no beliche estava Poncho, meio confuso sob um cobertor, escuro irregular. Ele não usava nada além de calças e uma camisa, seu cinto de armas pendurado em um cabide de prego no interior do beli ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....