Fanfics Brasil - Anahí & Ucker Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Anahí & Ucker

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Ucker não disse nada por todo o caminho de volta desde Whitechapel, apenas olhou friamente para a frente com os braços cruzados enquanto Poncho dormia, um leve sorriso em sua face, no canto da carruagem. Anahí, no meio de ambos, não conseguia pensar em nada para dizer e quebrar o silêncio de Ucker. Isso era completamente diferente dele – Ucker, que sempre foi doce, gentil, otimista. Sua expressão era agora pior do que vazia, suas unhas arranhavam o tecido de sua roupa, os ombros estavam rígidos e marcados com raiva.


No momento em que pararam em frente ao Instituto, ele abriu a porta e saltou. Ela ouviu-o gritar algo para Cyril sobre ajudar Poncho a ir para seu quarto, e então ele se afastou a passos largos, sem mais uma palavra para ela.


Anahí ficou tão chocada, ela só conseguiu fitar suas costas por um momento. Moveu-se para a porta da carruagem; Cyril já estava lá, dando a mão para ajudá-la. Mal tinha tocado os sapatos no chão e já estava correndo atrás de Ucker, chamando seu nome, mas ele já estava dentro do Instituto. Ele havia deixado a porta aberta para ela, e Anahí correu atrás dele depois de um breve para confirmar que Poncho estava sendo ajudado por Cyril.


Ela se apressou a subir as escadas, deixando sua voz diminuir quando percebeu que, é claro, todo o Instituto estava dormindo, as tochas de pedra enfeitiçada esmaecidas para o menor brilho.


Foi ao quarto de Ucker primeiramente e bateu. Quando não houve resposta, seguiu para a sala de música, a biblioteca, mas, não encontrando nada, ela voltou, desconsolada, para seu próprio quarto e se preparou para dormir. Tirou o vestido e colocou a camisola, então se arrastou entre os lençóis de sua cama e fitou para o teto.


Foi até o chão recuperar a cópia de Poncho de Vathek, começou a ler o poema, mas ele não conseguiu fazê-la sorrir, e ela não conseguia se concentrar na história.


Se assustou com seu próprio sofrimento. Ucker estava zangado com Poncho, não com ela. Ainda assim, ela pensou, era talvez a primeira vez que ele perdeu a paciência em sua frente. A primeira vez que ele tinha sido grosso com ela, ou não atendido com bondade para com as suas palavras, não parecera pensar nela antes de si mesmo.


Ela tinha levado por certo, pensou com surpresa e vergonha, vendo as luzes das velas piscando. Havia assumido que sua bondade era tão natural e inata, nunca se perguntou se lhe custava algum esforço. Algum esforço para ficar entre Poncho e o mundo, protegendo cada um dos outros. Algum esforço para aceitar a perda de sua família com tranquilidade. Algum esforço para permanecer alegre e calmo em face de sua própria morte.


Um ruído de rasgar, o som de algo sendo arrancado soou pelo quarto.


Anahí sentou-se. O que foi isso? Parecia ter vindo de fora de sua porta... do outro lado do corredor...


Ucker?


Ela saltou de pé e pegou seu roupão. Apressadamente o colocou, disparou para fora da porta e para o corredor.


Estava correta, o barulho vinha do quarto Ucker. Ela se lembrou da primeira noite em que o conheceu, o som violino encantador que tinha derramado-se como água através da porta. Este ruído não soava nada como a música de Ucker. Ela podia ouvir o arco contra o violino, porém soava como se estivesse gritando, como uma pessoa gritando de dor horrível. Ela desejava tanto ir e sentia medo de fazê-lo. Finalmente, pegou a maçaneta da porta e abriu, entrou e fechou a porta rapidamente atrás dela.


— Ucker — ela sussurrou.


Pedras enfeitiçadas estavam queimando baixo nas paredes. Ucker sentava-se ao pé de sua cama com apenas camisa e calças, seu cabelo prata estava despenteado, o violino apoiado em seu ombro. Ele estava tocando violentamente com o arco, torcendo sons terríveis, tornando-o a gritar.


Anahí observava uma das cordas do violino estalar com um grito.


— Ucker! — Ela gritou de novo, e quando ele não olhou para cima, ela atravessou a sala e puxou o arco de sua mão. — Ucker, pare! Seu violino – você vai estragar tudo.


Ele olhou para ela. Suas pupilas estavam dilatadas, a prata de seus olhos apenas um anel fino ao redor do preto. Ele estava respirando com dificuldade, a camisa aberta no pescoço, o suor se destacando em suas clavículas. Suas bochechas estavam vermelhas.


— O que é que isso importa? — Ele perguntou em uma voz tão baixa que era quase um silvo. — O que é que tudo isso importa? Eu estou morrendo. Não vou durar uma década. Que importa se o violino vai antes que eu?


Anahí ficou estarrecida. Ele nunca falou assim sobre a sua doença, nunca.


Ucker se levantou e se afastou dela, foi em direção à janela. Uma faixa de luar encontrou seu caminho para dentro do quarto através da névoa; parecia haver formas visíveis na névoa branca pressionado contra a janela – fantasmas, sombras, rostos zombeteiros.


— Você sabe que é verdade.


— Nada está decidido — sua voz tremeu — nada é inevitável. Uma cura.


— Não há cura — ele já não parecia com raiva, apenas conformado, o que era quase pior — eu vou morrer, e você sabe disso, Annie. Provavelmente dentro do próximo ano. Eu estou morrendo, não tenho família no mundo, e a única pessoa que eu confiava mais do que qualquer outra está me matando.


— Mas, Ucker, não penso que é isso o que Poncho estava fazendo — Anahí colocou o arco na poltrona e aproximou-se dele, timidamente, como se ele fosse um animal com medo que pudesse fugir — ele só estava tentando escapar. Ele está fugindo de alguma coisa, algo escuro e terrível. Você sabe como ele é, Ucker. Viu como ele estava naquela noite, depois de Cecily.


Ela parou logo atrás dele agora, perto o suficiente para alcançar e tocar-lhe timidamente no braço, mas não o fez. A camisa branca estava presa à sua omoplata de tanto suor. Ela podia ver as marcas em suas costas através do tecido. Ele largou o violino quase descuidadamente e virou-se para encará-la.


— Ele sabe o que isso significa para mim. Vê-lo brincar com o mesmo brinquedo que destruiu a minha vida.


— Mas ele não estava pensando em você.


— Eu sei disso — seus olhos estavam quase todo preto agora — eu digo a mim mesmo que ele é melhor do que faz de si mesmo, mas, Anahí, e se ele não for? Sempre pensei que, se eu não tinha mais nada, eu tinha Poncho. Se eu não tenho nada para me preocupar por mim, eu sempre estava lá por ele. Mas talvez eu não devesse.


Seu peito subia e descia tão rápido, que alarmou; Anahí colocou as costas da mão na testa dele e quase engasgou.


— Você está queimando. Precisa de repouso.


Ele se encolheu para longe dela e Anahí baixou sua mão, magoada.


— Ucker, o que é? Você não quer que eu te toque?


— Não gosto disso — ele explodiu, e depois corou ainda mais do que antes.


— Do quê?


Ela estava confusa, honestamente. Esse era um comportamento que se poderia esperar de Poncho, mas não de Ucker – este mistério, esta raiva.


— Como se você fosse uma enfermeira e eu seu paciente — sua voz era firme, mas desigual — você pensa que porque eu estou doente não sou como... acha que eu não sei que quando você pegar minha mão, é só para que possa sentir meu pulso? Acha que eu não sei que quando olha nos meus olhos, é só para ver o quanto do medicamento tomei? Se eu fosse outro homem, um homem normal, talvez eu pudesse ter esperanças, presunções, talvez eu...


Suas palavras se interromperam, ele tinha falado mais do que esperava e seu fôlego tinha acabado; estava ofegante, suas bochechas coradas.


Ela balançou a cabeça, sentindo suas tranças roçarem seu pescoço.


— Esta é a febre falando, não você.


Os olhos de Ucker escureceram e ele começou a se afastar dela.


— Você não pode nem mesmo acreditar que eu poderia te querer — ele disse em um meio sussurro — que eu estou vivo o suficiente, saudável o suficiente.


— Não — sem pensar, ela pegou em seu braço. Ele endureceu — Christopher, não foi isso o que eu quis dizer.


Ele fechou os dedos em torno da mão que estava em seu braço. A mão dele queimava a sua pele, tão quente como fogo. E então ele virou e a puxou para ele. Ficaram cara-a-cara, peito a peito. Sua respiração agitou seu cabelo. Ela sentiu o calor emanando dele, como a névoa sobe do Tâmisa; sentiu o bombear do sangue através de sua pele, viu com uma clareza estranha o pulso em sua garganta, a luz sobre os cachos de seu cabelo pálido contra seu pescoço.


Ondas de calor correram para cima e para baixo de sua pele, desconcertante. Este era Ucker – seu amigo, tão constante e confiável como um piscar de olhos. Ucker não deixava sua pele em chamas ou fazia o sangue correr rápido dentro de suas veias até que ela ficasse tonta.


— Anahí.


Ela olhou para ele. Não havia nada estável ou confiável sobre sua expressão. Seus olhos eram escuros, suas bochechas coradas. Quando ela levantou o rosto, ele trouxe o seu para baixo, a boca oblíqua através dela, e ela congelou, surpresa. Eles estavam se beijando.


Ucker. Ela estava beijando Ucker. Com Poncho os beijos eram todos de fogo; com Ucker eram como o ar puro depois de muito tempo fechada no escuro, sem ar. Sua boca era suave e firme.




Eu sei que muitas vão ficar p*tas da vida comigo, algumas vão querer me matar depois disso, mas isso tinha que acontecer, sorry :(
Até Mais!


 



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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