Fanfics Brasil - Lobisomens Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Lobisomens

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Capítulo 10 - A virtude dos anjos


A virtude dos anjos é que eles não podem deteriorar-se.
Sua falha é que eles não podem melhorar.
A falha do homem é que ele pode se deteriorar,
e sua virtude é que ele pode melhorar.
– Ditado hassídico 


— Suponho que todos já sabem — comentou Poncho no café da manhã, no dia seguinte — que eu fui a um antro de ópio na noite passada.


Era uma manhã tranquila. Tinha amanhecido chuvosa e cinza, e dava para ouvir um som por todo o Instituto, como se o céu estivesse pressionando-o. Sophie vinha e ia da cozinha com pratos fumegantes de comida, seu rosto pálido com olhar apertado e pequeno; Jessamine afundou com seu chá; Maite parecia cansada e indisposta de sua noite passada na biblioteca; e os olhos de Poncho estavam avermelhados, o rosto machucado onde Ucker o tinha atingido. Apenas Henry parecia ter energia ao ler o jornal com uma mão enquanto espetava seus ovos com a outra.


Ucker foi notado, principalmente, por sua ausência. Quando Anahí acordara naquela manhã, tinha flutuado por um momento em um estado de êxtase de esquecimento, os acontecimentos da noite anterior como uma mancha escura. Então ela sentou-se e o horror absoluto caiu sobre ela como uma onda de queimadura de água quente.


Será que ela tinha realmente feito todas aquelas coisas com Ucker? Sua cama... as mãos nele... a droga caída no chão. Ela levantara as mãos e tocara os cabelos. Eles caíram livres sobre os ombros, onde Ucker tinha desfeito suas tranças. Oh, Deus, pensou ela. Eu realmente fiz tudo aquilo, era eu. Ela apertou as mãos aos olhos, sentindo uma mistura irresistível de confusão, medo, felicidade e – ela não podia negar que tinha sido maravilhoso à sua maneira – horror de si mesma, a humilhação terrível e total.


Ucker pensaria que ela tinha perdido o controle. Não é de admirar que ele não pudesse enfrentar o seu café da manhã. Ela mal conseguia encarar-se no espelho.


— Vocês estão me ouvindo? — Poncho disse novamente, claramente decepcionado com a recepção de seu anúncio. — Eu disse que fui a um antro de ópio na noite passada.


Maite ergueu os olhos do café. Lentamente, ela dobrou o jornal, colocou sobre a mesa ao lado dela, e empurrou seus óculos de leitura para baixo de seu nariz arrebitado.


— Não. Esse aspecto, sem dúvida glorioso de suas atividades recentes, é desconhecido para nós, na verdade.


— Então é onde você esteve esse tempo todo? — Jessamine perguntou com indiferença, retirando um cubo de açúcar da tigela e começando a mordê-lo. — Você é um viciado desesperado agora? Dizem que leva apenas uma ou duas doses.


— Não era realmente um antro de ópio — Anahí protestou, antes que pudesse se conter — quer dizer, parecia ser mais um comércio de pós mágicos e coisas assim.


— Então talvez não fosse ópio precisamente — Poncho respondeu — mas ainda tomei algo. Viciante! — Acrescentou ele, pontuando essa última palavra com o dedo no ar.


— Oh, não um daqueles lugares administrados por ifrits, certo? — assinalou Maite. — Realmente, Poncho.


— Exatamente um desses lugares — Ucker confirmou, chegando para o café da manhã e deslizando em uma cadeira ao lado de Maite – tão longe de Anahí como era possível sentar-se, ela notou, com uma sensação de beliscar em seu peito. Ele não olhou para ela também — na Avenida Whitechapel.


— E como você e Anahí sabem disso? — perguntou Jessamine, que pareceu revitalizada pela ingestão de açúcar ou pela expectativa de uma fofoca boa, ou ambos.


— Eu usei um feitiço de rastreamento para encontrar Poncho noite passada — Ucker explicou — estava ficando preocupado com a sua ausência. Pensei que ele poderia ter esquecido o caminho de volta para o Instituto.


— Você se preocupa demais — Jessamine apontou — é bobagem.


— Você está certa. Eu não vou cometer esse erro novamente — Ucker respondeu, alcançando o prato de kedgeree — como se viu, Poncho não estava necessitando da minha assistência.


Poncho olhou para Ucker pensativo.


— Parece que acordei como o que eles chamam de carne velha de segunda — falou, apontando para a pele machucada sob seu olho — alguma ideia de como consegui isso?


— Nenhuma — Ucker serviu-se de um chá.


— Ovos — falou Henry, sonhador, olhando para o prato — eu amo ovos. Eu poderia comê-los todos os dias.


— Havia realmente necessidade de levar Anahí com você para Whitechapel? — Maite perguntou a Ucker, deslizando seus óculos e voltando a ler o jornal. Seus olhos castanhos eram de censura.


— Anahí não é feita de porcelana delicada — Ucker respondeu — ela não vai quebrar.


Por alguma razão, esta afirmação, embora ele falasse ainda sem olhar para ela, enviou uma avalanche de imagens da noite anterior através da mente de Anahí, quando ela estava com Ucker nas sombras de sua cama, as mãos segurando seus ombros, suas bocas ferozes se encontrando. Não, ele não a tinha tratado como se fosse quebrável. Uma inundação de calor queimou seu rosto, e ela olhou para baixo rapidamente, rezando para acabar o café e ela poder ir embora.


— Você pode se surpreender ao saber — disse Poncho — que eu vi algo bastante interessante no antro de ópio.


— Tenho certeza que você viu — Maite rebateu com aspereza.


— Foi um ovo? — Henry perguntou.


— Seres do Submundo — Poncho continuou — quase todos lobisomens.


— Não há nada de interessante sobre lobisomens — Jessamine soou ofendida — estamos nos concentrando em encontrar Mortmain agora, Poncho, se você não tiver esquecido, e não em um antro de drogas de Seres do Submundo.


— Eles estavam comprando yin fen — Poncho apontou — baldes dele.


Ucker girou a cabeça para encontrar os olhos de Poncho.


— Eles já tinham começado a mudar de cor. Muitos já estavam com os cabelos e os olhos na cor prata. Até mesmo sua pele já tinha começado a trocar para prata.


— Isso é muito preocupante — Maite franziu o cenho — devemos falar com Woolsey Scott tão logo este assunto de Mortmain seja esclarecido. Se houver uma questão de dependência de pós de bruxo em sua área, ele vai querer saber sobre isso.


— Você acredita que ele já não saiba? — Poncho perguntou, sentado em sua cadeira. Ele parecia satisfeito por ter finalmente obtido uma reação à sua notícia. — É a área dele, depois de tudo.


— A área dele é a que contém a maior parte dos lobisomens de Londres — objetou Ucker — ele não pode realmente controlar todos.


— Eu não tenho certeza se você pode esperar. Se quiser pegar Scott, posso falar com ele tão logo quanto for possível.


Maite inclinou a cabeça para o lado.


— E por que isso?


— Porque — Poncho respondeu — uma das ifrits disse que um lobisomem precisava de muito yin fen. Aparentemente, ele funciona em lobisomens como um estimulante, o que satisfaz bem o Magistrado, pois as drogas os mantem trabalhando a noite toda.


A xícara de chá de Maite bateu em seu pires.


— Trabalhar em quê?


Poncho sorriu, claramente satisfeito com o efeito que obteve.


— Eu não tenho nenhuma ideia. Foi aí que perdi a consciência. Eu estava tendo um sonho encantador sobre uma jovem que tinha tirado quase todas as suas roupas...


Maite estava pálida.


— Querido Deus, espero que Scott não esteja trabalhando com o Magistrado. De Quincey primeiro, agora os lobisomens – todos os nossos aliados. Os Acordos...


— Tenho certeza de que tudo vai ficar bem, Maite — disse Henry suavemente — Scott não parece o tipo que se envolveria com Mortmain.


— Talvez você devesse estar lá quando eu falar com ele — Maite observou — nominalmente, você é o chefe do Instituto.


— Oh, não — Henry respondeu com um olhar de horror — querida, você vai se sair melhor sem mim. Você é um gênio, realiza maravilhosamente bem as negociações, e eu não. E, além disso, a invenção em que estou trabalhando agora pode quebrar o exército mecânico em pedaços, se eu tiver as formulações certas!


Ele sorriu ao redor da mesa, orgulhoso. Maite olhou para ele por um longo momento, então empurrou sua cadeira para trás, levantou-se e caminhou para fora da sala sem dizer uma palavra.


Poncho olhou para Henry com os olhos semicerrados.


— Nada perturba os seus pensamentos, não é, Henry?


Henry piscou.


— O que você quer dizer?


— Arquimedes — Ucker falou, sempre sabendo o que falar apesar de não olhar para ele — estava desenhando um diagrama matemático na areia quando sua cidade foi atacada pelos romanos. Ele estava tão concentrado no que estava fazendo que não viu o soldado que vinha por trás dele. Suas últimas palavras foram “Não perturbe meus círculos.” É claro que ele era já era um homem velho.


— E ele provavelmente nunca foi casado — disse Poncho, e sorriu para Ucker do outro lado da mesa.


Ucker não retornou o sorriso. Sem olhar para Poncho, ou Anahí – sem olhar para nenhum deles, ele se levantou e saiu da sala depois Maite.


— Ah, isso preocupa — Jessamine comentou — este é um daqueles dias em que todos estão em fúria? Porque eu simplesmente não tenho energia para isso.


Ela colocou a cabeça sobre os braços e fechou os olhos.


Henry olhou perplexo de Poncho para Anahí.


— O que é isso? O que eu fiz de errado?


Anahí suspirou.


— Nada terrível, Henry. Só que acho que Maite gostaria que você fosse com ela.


— Então por que ela não me disse isso? — Os olhos de Henry estavam tristes.


Sua alegria sobre ovos e invenções parecia ter desaparecido. Talvez ele não devesse ter se casado com Maite, Anahí pensou, seu humor tão sombrio durante um tempo. Talvez, como Arquimedes, ele teria sido mais feliz desenhado círculos na areia.




Até Mais!


 



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Autor(a): Alien AyA

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— Então por que ela não me disse isso? — Os olhos de Henry estavam tristes. Sua alegria sobre ovos e invenções parecia ter desaparecido. Talvez ele não devesse ter se casado com Maite, Anahí pensou, seu humor tão sombrio durante um tempo. Talvez, como Arquimedes, ele teria sido mais feliz desenhado ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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