Fanfics Brasil - Você Deveria... Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Você Deveria...

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Sophie estava encarando-o, respirando com dificuldade, um olhar incrédulo no rosto, como se não pudesse acreditar no que tinha feito.


As mãos de Gabriel apertaram sua bochecha, mas ele não se mexeu além disso. Ele não podia, Anahí sabia. Ele não podia atacar uma menina, uma menina que não era nem mesmo uma Caçadora de Sombras ou uma feiticeira, apenas uma mundana. Ele olhou para o seu irmão, mas Gideon, inexpressivo, encontrou seus olhos e balançou a cabeça lentamente, e com um som abafado, Gabriel girou sobre os calcanhares e saiu da sala.


— Sophie! — Anahí exclamou, estendendo a mão para ela. — Você está bem?


Mas Sophie estava olhando ansiosamente para Gideon.


— Sinto muito, senhor. Não há desculpas... eu perdi minha cabeça, e eu...


— Foi um golpe bem dado — Gideon disse calmamente — vejo que está prestando atenção nas minhas instruções.


Poncho estava sentado no banco, seus olhos azuis animados e curiosos.


— É verdade? Essa história que Gabriel nos contou.


Gideon deu de ombros.


— Gabriel adora o nosso pai. Qualquer coisa que Benedict diz é como um grande pronunciamento. Eu sabia que meu tio tinha se matado, mas não as circunstâncias, até o dia seguinte ao que viemos para treiná-las da primeira vez. Meu pai nos perguntou como o Instituto parecia ser, e eu respondi que parecia em boas condições, não diferente do Instituto de Madrid. Na verdade, eu lhe disse que não podia ver nenhuma deficiência de que Maite estava fazendo um trabalho negligente. Foi quando ele nos contou essa história.


— Se você não se importa de eu perguntar — Anahí falou — o que foi que o seu tio fez?


— Silas? Ele se apaixonou por sua parabatai. Não é, na verdade, como Gabriel diz, “uma infração pequena”, mas uma importante. As relações amorosas entre parabatai são absolutamente proibidas. Mesmo Caçadores de Sombras bem treinados podem ser vítimas de emoções. A Clave separou os dois, embora Silas não tivesse conseguido enfrentar. É por isso que ele se matou. Minha mãe foi consumida pela raiva e tristeza. Eu posso muito bem acreditar que seu último desejo foi que meu pai comandasse o Instituto de Perroni. Gabriel era mais jovem do que eu quando a nossa mãe morreu – tinha apenas cinco anos de idade, ainda agarrava-se às suas saias – e parece-me que seus sentimentos são muito grandes, agora que entendo alguns deles. Considero que... sinto que os pecados dos pais não devem ser dados aos seus filhos.


— Ou filhas — Poncho apontou.


Gideon olhou para ele e deu-lhe um sorriso torto.


— Peço desculpas pela atitude dele.


Mesmo Poncho olhou um pouco surpreso.


— Acredito que Gabriel nunca mais volte aqui, é claro — Gideon continuou — não depois disso.


Sophie, cuja cor começou a voltar, empalideceu novamente.


— A Sra. Branwell vai ficar furiosa.


Anahí balançou a cabeça.


— Eu vou atrás dele e pedir desculpas, Sophie. Vai dar tudo certo.


Ela ouviu Gideon chamar por ela, mas Anahí já estava correndo da sala de treinamento. Ela odiava admitir, mas sentiu uma centelha de simpatia por Gabriel e Gideon quando contaram sua história. Perder uma mãe quando eram tão jovens que mal se podiam se lembrar dela era algo que ela tinha familiaridade. Se alguém tivesse lhe contado que sua mãe possuía um desejo antes de morrer, ela não hesitaria em fazer tudo em seu poder para executá-lo... Fazendo sentido ou não.


— Anahí!


Estava no meio do corredor quando ouviu Poncho chamando por ela. Anahí se virou e viu-o caminhando pelo corredor em sua direção, um sorriso no rosto. Suas palavras limparam o sorriso do rosto dele.


— Por que você está me seguindo? Poncho, você não pode deixá-los sozinhos! Você deve voltar para a sala de treinamento, imediatamente.


Poncho plantou os pés.


— Por quê?


Anahí levantou as mãos.


— Os homens não percebem nada? Gideon tem intenções com Sophie.


— Com Sophie?


— Ela é uma menina muito bonita — Anahí observou — você é um idiota se não notou a maneira como ele olha para ela, mas não quero que ele se aproveite. Ela já teve muitas dificuldades em sua vida, e além disso, se você estiver junto, Gabriel não vai falar comigo. Você sabe que não.


Poncho murmurou algo sob sua respiração e segurou seu pulso.


— Aqui. Venha comigo.


O calor de sua pele contra a dela enviou uma tremedeira por seu braço. Ele puxou-a para uma sala, passando por grandes janelas que davam para o pátio. Ele soltou seu pulso a tempo de ela se inclinar para a frente e ver a carruagem dos Lightwood chocalhar furiosamente através do pátio de pedra e sair entre os portões de ferro.


— Não — Poncho falou — Gabriel foi embora de qualquer maneira, a menos que queira correr atrás da carruagem. E Sophie é perfeitamente sensata. Ela não vai deixar Gideon Lightwood se aproveitar dela. Além disso, ele é quase tão encantador quanto uma caixa de correio.


Anahí, surpreendendo até mesmo a si mesma, arfou e deu uma risada. Ela colocou a mão para cobrir a boca, mas já era tarde demais, ela já estava rindo, inclinando-se um pouco contra a janela. Poncho olhou para ela, seus olhos azuis interrogativos, a boca apenas começando a abrir-se em um sorriso.


— Eu devo ser mais divertido do que pensava. O que deve ser muuuuito divertido, de fato.


— Eu não estou rindo de você — ela disse entre risos — lembrei-me do... Oh! Do olhar no rosto de Gabriel quando Sophie lhe deu um tapa. Meu Deus. — Ela afastou o cabelo do rosto — eu realmente não deveria estar rindo. Metade da razão foi por você tê-lo incitado. Eu deveria estar com raiva com você.


— Oh, deveria — Poncho repetiu, girando para longe e caindo em uma cadeira perto do fogo, e estendendo suas longas pernas em direção às chamas. Como todos os cômodos da Inglaterra, Anahí pensou, era frio aqui, exceto em frente do fogo. Vivia quase como um peru mal assado, cozinhando na frente e congelando nas costas — eu deveria ter pago pelas drogas que consumi. Agora eles vão querer quebrar as minhas pernas. Eu nunca deveria ter saído com a mulher do meu amigo, agora ela me atormenta constantemente. Eu deveria...


— Você deveria — Anahí interrompeu calmamente — pensar em como suas atitudes afetaram Ucker.


Poncho virou a cabeça para trás contra o couro da cadeira e olhou para ela. Ele parecia sonolento, cansado e bonito. Poderia ter sido uma obra Pré-Rafaelita.


— Vamos ter uma conversa séria agora, Annie? — Sua voz ainda tinha humor, mas era afiada, como uma lâmina afiada de ouro contra o aço.


Anahí sentou-se na poltrona em frente à dele.


— Você não está preocupado com o que ele enfrentou por sua causa? Ele é o seu parabatai. E é Ucker. Ele nunca passou por isso.


— Talvez seja melhor que ele esteja com raiva de mim. Tanta paciência não pode ser boa para ninguém.


— Não zombe dele — o tom de Anahí era afiado.


— Não estou brincando, Annie.


— Ucker é... Ele sempre foi bom para você. Ele nada mais é que bondade. Ele ter te batido ontem só mostra como você pode levar até mesmo os santos a loucura.


— Ucker me bateu? — Poncho tocou o rosto, olhando espantado. — Confesso que me lembro muito pouco de ontem à noite. Só que vocês dois me acordaram, embora eu quisesse muito ficar dormindo. Lembro-me de Ucker gritar comigo, e você me segurando. Eu sabia que era você. Você sempre tem cheiro de lavanda.


Anahí ignorou isso.


— Bem, Ucker bateu em você. E você mereceu.


— Você me parece um pouco desdenhosa – como Raziel em todas as pinturas, como se estivesse nos olhando de cima. Então me diga, anjo desdenhoso, o que eu fiz para merecer ser atingido no rosto por Christopher?


Anahí se procurou por palavras, porém elas lhe fugiram. Ela então se voltou para a linguagem que compartilhavam – a poesia.


— Você sabe aquele ensaio de Donne, o que ele diz...


— Deixe que minhas mãos errantes adentrem? — Poncho citou, olhando para ela.


— Eu quis dizer o ensaio sobre como nenhum homem é uma ilha. Tudo o que você faz acaba tocando os outros. No entanto, você nunca pensa sobre isso. Sempre se comporta como se vivesse em algum tipo de ilha Poncho, e nenhuma de suas ações podem ter consequências. No entanto, elas têm.


— Como é que o fato de eu frequentar um antro de drogas afeta Ucker? — Poncho perguntou. — Acho que ele não tinha que ir e tirar-me de lá, mas ele fez coisas mais perigosas no passado por mim antes. Nós protegemos uns aos outros.


— Não, você não protege — Anahí gritou de frustração — você acha que ele se preocupa com o perigo? E você? Toda a vida dele foi destruída por esta droga, este yin fen, e lá estava você, indo comprar drogas de um bruxo – é como se não importasse mesmo, como se fosse apenas um jogo para você. Ele tem que usar isso todos os dias apenas para que possa viver, que, entretanto, está matando-o. Ele odeia ser dependente disso. Ele não pode nem mesmo ir comprar, sem que você faça isso.


Poncho fez um som de protesto, mas Anahí levantou uma mão.


— E então você vai até Whitechapel e joga o seu dinheiro para que essas pessoas possam fazer mais drogas para viciar pessoas com elas, como se fosse algum tipo de férias no continente para você. O que você estava pensando?


— Mas não tinha nada a ver com Ucker.


— Você não pensou nele, mas talvez devesse. Não entende que ele acha que você fez uma brincadeira com o que o está matando? E você deveria ser seu irmão.


Poncho ficou calado.


— Ele não pode pensar isso.


— Ele pensou. Ele entende que você não se importa com o que as outras pessoas pensam sobre você. Mas acredito que ele esperava que você se importasse com o que ele pensa. Com o que ele sente.


Poncho se inclinou para frente. A luz do fogo refletiu padrões estranhos contra a sua pele, escurecendo o machucado em sua bochecha para o preto.


— Eu ligo para o que as outras pessoas pensam — ele falou com uma intensidade surpreendente, olhando para as chamas — é tudo para o que ligo, o que os outros pensam, o que sentem por mim, e eu com eles, é o que me deixa louco. Eu queria fugir.


— Você não pode falar isso. Poncho Herrera, se importando com que os outros pensam? — Anahí tentou fazer sua voz o mais leve possível.


O olhar em seu rosto a surpreendeu. O olhar não era fechado, mas aberto, como se ele estivesse enredado em um pensamento que ele queria tanto compartilhar, mas não podia suportar. Este é o garoto que pegou minhas cartas particulares e as escondeu em seu quarto, ela pensou, mas ela poderia pensar nisso depois. Tinha pensado que ficaria furiosa ao vê-lo de novo, mas ela estava, apenas intrigada e se perguntando. Certamente ele mostrou uma curiosidade sobre o que as outras pessoas pensavam a respeito de gostar dele.


Havia algo de cru em seu rosto, sua voz.


— Annie. Isso é tudo o que eu penso. Eu nunca consegui te olhar sem pensar no que você sente sobre mim e não temer.


Ele parou de falar quando a porta da sala se abriu e Maite entrou, seguido por um homem alto, cuja cabelo loiro brilhava como um girassol na luz fraca. Poncho virou-se rapidamente. Anahí olhou para ele. O que ele estava dizendo?


— Oh! — Maite ficou claramente surpresa ao ver os dois. — Anahí, Poncho... Eu não sabia que vocês estavam aqui.


Poncho fechou as mãos em punhos ao seu lado, o rosto na sombra, mas sua voz era nivelada quando ele respondeu:


— Nós viemos pelo fogo. É tão frio quanto gelo no resto da casa.


Anahí se levantou.


— Nós estamos saindo.


— Poncho Herrera, que excelente ver que você está bem. E Anahí Portilla! — O homem loiro separou-se de Maite e veio em direção a Anahí, radiante, como se a conhecesse. — A transformadora, correto? Encantado em conhecê-la. Que curioso.


Maite suspirou.


— Sr. Scott Woolsey, este é Srta. Anahí Portilla. Anahí, este é o Sr. Scott Woolsey, líder da matilha de lobisomens de Londres, e um velho amigo da Clave.



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Autor(a): Alien AyA

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— Muito bem, então — disse Gideon, quando a porta se fechou atrás de Anahí e Poncho. Ele voltou-se para Sophie, que de repente estava perfeitamente consciente da grandeza da sala, e quão pequena ela se sentia dentro dela. — Vamos continuar com o treino? Ele estendeu uma faca para ela, brilhando como uma var ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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