Fanfics Brasil - Os Herreras Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Os Herreras

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Capítulo 11 - Agitação selvagem


Sua aflição tem sido a minha angústia, sim, retraio-me
E pereço em sua desventura desafortunada.
Vasculhei os picos e profundezas, a extensão
De todo o nosso universo, com a esperança desesperada
De encontrar consolo para sua selvagem inquietação.
– James Thomson, The City of Dreadfull Night


Para a minha querida Sra. Branwell...


Você pode estar surpresa por receber uma carta logo após a minha partida de Londres, mas, apesar da sonolência que o campo traz, os eventos aqui continuam em ritmo acelerado, e pensei ser melhor mantê-la a par dos acontecimentos.


O clima está ótimo por aqui, concedendo-me muito tempo para explorar o campo, especialmente a área ao redor de Ravenscar Manor, que é de fato um belo prédio antigo. A família Herrera parece viver sozinha lá: apenas o pai, Edmund; a mãe e a filha mais nova, Cecily, que tem quinze anos e é muito parecida com seu irmão na inquietação, na forma e na aparência.


E vou explicar como sei disso tudo em um momento.


Ravenscar é perto de uma pequena aldeia. Eu me estabeleci na pousada local, o Cisne Negro, e me apresentei como um cavalheiro interessado em comprar propriedade na área. Os moradores têm sido os mais propensos a facultar informação, e quando eles não o fazem, um feitiço de persuasão ou dois ajudam para que eles fiquem do meu lado.


Parece que os Herreras se misturam muito pouco com a sociedade local. Talvez seja devido aos boatos a respeito deles ser grande. Eles não são os donos do Solar Ravenscar, mas são, na verdade, seus guardiões, vigiando o lugar para o seu proprietário verdadeiro: Axel Mortmain, claro.


Mortmain parece não ser conhecido por essas pessoas, para eles, ele é um rico industrial que comprou uma casa de campo, que raramente visita.


Não encontrei nenhuma conexão dele com os Shade, cujo legado aqui parece muito esquecido. Os próprios Herreras são uma questão de especulação curiosa. Sabe-se que eles tiveram um filho que morreu, e que Edmundo, a quem eu conheci uma vez, acabou virando um bêbado e jogador; eventualmente, ele perdeu sua casa no País de Gales, quando então, destituído, foi-lhe oferecida a ocupação desta casa em Yorkshire por seu proprietário. Isso foi há dois anos.


E tudo isso foi confirmado quando, observando a mansão à distância, fui surpreendido com a aparição de uma garota. Eu sabia quem ela era imediatamente. Eu a tinha visto entrar e sair da casa, e sua semelhança com seu irmão Poncho, como eu disse, são pronunciadas. Ela chegou até mim de uma só vez, exigindo saber por que eu estava espionando a sua família. Ela não parecia irritada no começo, mas, sim bastante esperançosa.


“Será que meu irmão te mandou?”, Ela perguntara. “Você tem alguma informação de meu irmão?”


Foi bastante doloroso, mas ela disse saber da Lei, e que eu poderia contar-lhe somente que se o seu irmão estava bem e que ela pretendia saber se ele estava seguro. Ao passo que nada respondi, ela ficou com raiva e opinou que Poncho poderia garantir a segurança de sua família muito melhor, retornando para eles. Ela também falou que não foi a morte de sua irmã (você sabia dessa irmã?) que acabou com seu pai, e sim a ida de Poncho. Vou deixar essas informações em suas mãos, pois ela pode causar ainda mais mal ao jovem mestre Herrera.


Quando perguntei a ela de Mortmain, ela respondeu-me facilmente que ele é um amigo da família, que entrou em cena para oferecer-lhes esta casa quando não tinham nada. Enquanto ela falava, comecei a ter uma noção de como Mortmain pensa. Ele sabe que é contra a Lei dos Nephilim interferir com Caçadores de Sombras que optaram por deixar a Clave, e que portanto, o solar Ravenscar seria evitado. Ele sabe também que a ocupação do local pelos Herrera deixaria todos afastados dos objetos que pertencem a ele, e por isso não poderão ser usados para rastreá-lo. E por último, ele sabe que o poder sobre os Herrera poderia se traduzir em poder sobre Poncho. Será que ele necessita de poder sobre Poncho? Não agora, talvez, mas pode haver um momento em que ele deseje, e quando o fizer, Poncho vai estar à mão. Ele é um homem bem preparado, e homens como esse são perigosos.


Se eu fosse você, e eu não sou, tranquilizaria o mestre Poncho de que sua família está segura e que estou olhando por eles. Evite falar com ele de Mortmain até que eu possa reunir mais informações. Pelo o que consigo recolher de Cecily, os Herrera não sabem onde Mortmain está. Ela disse que ele estava em Xangai, e na ocasião eles receberam correspondência de sua empresa de lá, estampada com selos peculiares. É de meu entendimento, no entanto, que o Instituto de Xangai acredita que ele não esteja lá.


Eu disse a senhorita Herrera que seu irmão sentia sua falta, parecia o mínimo que eu poderia fazer. Ela pareceu gratificada. Vou permanecer nesta área por mais um tempo, eu acho, fiquei curioso para saber como as desgraças dos Herrera estão entrelaçadas com os planos de Mortmain.


Ainda há segredos a serem descobertos aqui debaixo da verde e tranquila zona rural de Yorkshire, e pretendo descobrir.
Ragnor Fell


Maite leu a carta duas vezes, para guardar os seus detalhes na memória, e então, tendo dobrado o papel, lançou-o no fogo da sala de estudos. Ela se levantou cansada, encostada à lareira, observando como a chama comia o papel em linhas de preto e dourado.


Ela não tinha certeza se ficou surpresa, perturbada, ou simplesmente se estava com os ossos cansados pelo conteúdo da carta. Encontrar Mortmain era como capturar uma aranha, apenas para perceber que você estava impotentemente enredado nos fios pegajosos de sua teia.


E Poncho... ela odiava falar disto com ele. Fitou o fogo cegamente. Às vezes, ela pensava que Poncho tinha sido-lhe enviado pelo Anjo especificamente para testar sua paciência.


Ele era amargo, tinha a língua como um chicote, e rechaçava todas as tentativas de mostrar-lhe amor e carinho com veneno ou desprezo. E ainda, quando o olhava, via o menino que ele havia sido aos doze anos, enrolado no canto de seu quarto, as mãos sobre os ouvidos enquanto seus pais chamavam o seu nome lá embaixo, pedindo-lhe para sair, para voltar com eles.


Ela ajoelhara-se ao seu lado após os Herrera terem ido embora. Lembrava dele levantando o rosto pequeno, definido e branco, com aqueles olhos azuis e cílios escuros. Ele era tão bonito quanto uma menina, fino e delicado, mas em seguida, ele se jogou tão arduamente nos treinamentos dos Caçadores de Sombras que dentro de dois anos toda a delicadeza tinha ido embora; músculos, marcas e cicatrizes entraram em seu lugar. Maite tinha tomado sua mão, e ele a fez prometer que contaria se eles estivessem mortos. Ele tinha mordido o lábio inferior, mas não pareceu ter notado, e sangue cobria seu queixo e pingou sobre a camisa.


— Maite, você vai me dizer, não é? Você vai me dizer se alguma coisa acontecer com eles?


— Poncho, eu não posso.


— Eu sei que é a Lei. Eu só quero saber se eles estão vivos — seus olhos brilhavam para ela — Maite, por favor...


— Maite?


Ela olhou por cima do fogo. Ucker estava na porta da sala de estudos. Maite, ainda meio presa na teia do passado, piscou para ele.


Quando ele chegou pela primeira vez de Xangai, o cabelo e os olhos eram tão negros quanto nanquim. Ao longo do tempo ficaram prateados, com as drogas trabalhando seu caminho através de seu sangue, transformando-o, matando-o lentamente.


— Christopher. É tarde, não é?


— Onze horas — ele virou a cabeça para o lado, estudando-a — você está bem? Você olha como se a sua paz de espírito estivesse quebrada.


— Não, eu só... — Ela fez um gesto vago. — É todo este negócio com Mortmain.


— Eu tenho uma pergunta — Ucker revelou, movendo-se mais para dentro da sala e baixando a voz — não é totalmente se relação. Gabriel disse algo hoje, durante o treinamento...


— Você estava lá?


Ele balançou a cabeça.


— Sophie me contou. Ela não gosta de fofocar, mas ela perturbou-se, e eu não posso culpá-la. Gabriel afirmou que seu tio havia cometido suicídio e que sua mãe tinha morrido de desgosto, porque, bem, por causa de seu pai.


— Meu pai? — Maite repetiu inexpressivamente.


— Aparentemente, o tio de Gabriel, Silas, cometeu alguma infração da Lei, e seu pai descobriu. Seu pai foi até a Clave. O tio dele se matou de vergonha, e a Sra. Lightwood morreu de desgosto. Segundo Gabriel, “Os Perroni não se importam com ninguém, somente consigo mesmos e a Lei.”


— E você está me contando isso porque...?


— Quero saber se é verdade. Porque se for, talvez fosse útil comunicar ao Cônsul o real motivo de Benedict querer o Instituto: por vingança, e não o desejo altruísta de vê-lo funcionar melhor.


— Não é verdade. Não pode ser — Maite balançou a cabeça — Silas Lightwood se matou porque era apaixonado por sua parabatai, mas não porque meu pai contou à Clave. Só a Clave sabia do que se tratava a nota de suicídio de Silas. Na verdade, o pai de Silas perguntou ao meu pai se ele podia ajudar na escrita de um discurso elogiando Silas. Será que isso soa como um homem que culpa meu pai pela morte do filho?


Os olhos de Ucker escureceram.


— Isso é interessante.


— Você acha que Gabriel simplesmente estava sendo desagradável, ou que seu pai mentiu... — Maite não terminou a frase.


Ucker se dobrou, de repente, como se tivesse levado um soco no estômago, com um ataque de tosse tão grave que seus ombros magros tremiam. Um jato vermelho de sangue respingou a manga do casaco quando ele levantou o braço para cobrir o rosto.


— Ucker...


Maite começou a avançar com os braços esticados, mas ele cambaleou para longe dela, erguendo sua mão, como se para afastá-la.


— Eu estou bem — ele engasgou — eu estou bem. — Ele limpou o sangue de seu rosto com a manga de seu paletó. — Por favor, Maite — acrescentou ele numa voz derrotada enquanto ela se movia em direção a ele. — Não.


Maite parou, seu coração dolorido.


— Não há nada...


— Você sabe que não há nada — ele baixou o braço, o sangue em sua manga como uma acusação, e deu-lhe o sorriso mais doce — Cara Maite... você foi a melhor irmã mais velha que eu poderia ter esperado. Sabe disso, não é?


Maite apenas fitou-o, a boca aberta. Parecia como um adeus, e ela não podia suportar a responder.


Ele se virou e fez seu caminho para fora da sala. Ela observou-o, dizendo a si mesma que não significava nada, que este não era o pior estado que ele tinha ficado, que ele ainda tinha tempo. Ela amava Ucker, como amava Poncho, como não podia deixar de amá-los, todos, e o pensamento de perdê-lo quebrava seu coração. Não só ela própria perdia, mas Poncho. Se Ucker morresse, ela não podia deixar de sentir, acabaria com toda a humanidade de Poncho.



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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