Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
A noite estava fria, e Anahí estremeceu quando passou pelas portas do Instituto e desceu os degraus. Ali foi onde ela se sentou, lembrou, naquela noite que ela e Ucker tinham andado pela Ponte Blackfriars juntos, na noite que as criaturas mecânicas os tinham atacado. Era uma noite clara como esta. Apesar do dia de chuva, a lua aparecia através de tufos dispersos de nuvem em um céu negro.
A charrete estava lá, ao pé da escada, Poncho esperando em frente a ela. Ele olhou para cima quando as portas do Instituto se fecharam atrás dela. Por um momento, eles simplesmente olharam um para o outro. Anahí sabia o que ele estava vendo, ela tinha visto a si mesma no espelho do quarto de Jessamine.
Ela era Jessamine até o último centímetro, usando um vestido delicado de seda cor de marfim. Com um pequeno movimento, o grande decote revelava o topo dos seios brancos de Jessamine, usava uma fita de seda para enfatizar a forma de sua garganta. As mangas eram curtas, deixando os braços vulneráveis ao ar da noite. Mesmo que o decote não fosse tão baixo, Anahí se sentia nua sem seu anjo, mas ela não poderia usá-lo: Nate iria notar. A saia, como uma cachoeira, marcava bem sua cintura delgada, seu cabelo estava preso no alto, com um colar de pérolas mantido no lugar por pinos, e uma máscara de ouro cobrindo metade de seu rosto estava junto ao cabelo Jessamine, linda como a perfeição. Eu estou tão delicada, ela pensou com desapego, olhando para a superfície prateada do espelho quando Sophie havia terminado com ela. Como uma princesa dos contos de fadas. Era fácil ter tais pensamentos quando a reflexão não era verdadeiramente sua.
Mas Poncho... Poncho. Ele disse que deveria estar pronto para fazer os outros desmaiarem com sua elegância, e ela revirara os olhos. Porém agora, vestido na noite de preto e branco, ele parecia mais bonito do que jamais imaginara.
As cores opostas e simples trouxeram a perfeição angular de suas características. Seu cabelo escuro caía sobre uma meia máscara negra, que enfatizou o azul dos olhos por trás dele. Ela sentiu o coração pular, e se odiou instantaneamente por isso.
Ela olhou para longe dele, para Cyrill, no banco do motorista da charrete. Seus olhos se estreitaram em confusão quando ele a viu, ele olhou para ela e para Poncho, e de volta novamente, e encolheu os ombros. Anahí perguntou o que na terra Poncho lhe tinha dito para não ter que explicar o fato de que ele estava levando Jessamine a um baile de máscaras no meio da noite. Deve ter sido uma grande história.
— Ah.
Foi tudo o que Poncho disse quando ela desceu os degraus fechou os braços em torno dela. Ela esperava poder controlar o arrepio involuntário que sentia quando ele pegava sua mão.
— Vejo agora porque seu irmão citou essa poesia execrável. Você está destinada a ser Maud, não é?
— A Rainha Rosa do The rosebud garden of girls? Você sabe — Anahí disse quando ele a ajudava a subir na carruagem — eu não me importo com o poema de qualquer modo.
Ele se balançou atrás dela e fechou a porta da carruagem.
— Jessamine adora.
A carruagem começou a andar nos paralelepípedos, através das portas abertas do portão. Anahí descobriu que seu coração estava batendo muito rápido. É medo de ser pega por Maite e Henry, disse a si mesma. Nada a ver com ficar sozinha com Poncho na carruagem.
— Eu não sou Jessamine.
Ele olhou para ela levemente. Havia algo em seus olhos, uma espécie de admiração interrogativa, ela perguntou se era simplesmente admiração de olhar Jessamine assim.
— Não. Não, mesmo que você seja o retrato perfeito de Jessamine, posso ver Anahí através dela. De alguma forma, se eu raspasse uma camada de tinta, eu iria ver a minha Anahí.
— Eu não sou sua Anahí, de qualquer maneira — a luz brilhava em seus olhos esmaecidos.
— Muito bem. Suponho que você não é. Do que é que gosta, sendo Jessamine, então? Você pode sentir os pensamentos dela? Ler o que ela sente?
Anahí engoliu em seco e tocou a cortina de veludo da charrete com a mão enluvada. Lá fora, ela podia ver as luzes se afastando como um borrão amarelo; dois bêbados estavam caídos em uma porta, inclinando-se um contra o outro, dormindo.
— Eu... eu não consigo sentir nada dela.
— Bem, acho que é difícil se intrometer no cérebro de alguém se não tem cabeça para começar.
Anahí fez uma careta.
— Seja petulante sobre ela, se quiser, mas há algo de errado com Jessamine. A tentativa de tocar sua mente é como tentar tocar... um ninho de cobras, ou uma nuvem venenosa. Posso sentir um pouco de suas emoções. Uma grande quantidade de raiva, saudade e amargura. Mas não posso escolher os pensamentos individuais entre eles. É como tentar segurar água.
— Isso é curioso. Alguma vez você já se deparou com algo como isso antes?
Anahí balançou a cabeça.
— Isso me preocupa. Tenho medo de Nate esperar que eu saiba alguma coisa e eu não ter a resposta certa.
Poncho se inclinou para frente. Em dias úmidos, que são quase todos os dias, o seu cabelo normalmente fica escuro e começa a enrolar. Havia algo sobre a ondulação de seu cabelo nos dias úmidos que causou dor em seu coração.
— Você é uma boa atriz, e conhece seu irmão — ele lembrou — tenho toda a confiança em você.
Ela olhou para ele com surpresa.
— Tem?
— E — ele continuou sem responder a sua pergunta — no caso de algo sair errado, eu vou estar lá. Mesmo que você não me veja, Annie, eu vou estar lá. Lembre-se disso.
— Tudo bem — ela inclinou a cabeça para o lado — Poncho?
— Sim?
— Houve uma terceira razão para você não querer acordar Maite e dizer-lhe o que estávamos fazendo, não é?
Ele estreitou seus olhos azuis para ela.
— Qual?
— Porque ainda não sabemos se é simplesmente um flerte tolo da parte de Jessamine, ou algo mais profundo e mais obscuro. Uma verdadeira conexão com o meu irmão e Mortmain. E você sabe que se for a segunda opção, irá quebrar o coração de Maite.
Um músculo saltou no canto de sua boca.
— E o que me importa se o faz? Se Jessamine é tola o suficiente para se deixar enganar.
— Você se importa. Você não é desumano como um bloco de gelo, Poncho. Eu vi você com Ucker... vi quando olhou para Cecily. Você tinha outra irmã, não é?
Ele olhou-a rapidamente.
— O que a faz pensar que eu tinha – tenho, mais de uma irmã?
— Ucker disse que pensou que sua irmã estava morta. E você disse, “minha irmã está morta”. Mas Cecily está claramente viva. O que me fez acreditar que você tinha outra irmã, que morreu. Uma que não era Cecily.
Poncho deixou escapar um suspiro longo e lento.
— Você é inteligente.
— Mas eu sou inteligente e certa, ou inteligente e errada?
Poncho olhou como se ele estivesse feliz com a máscara que escondia sua expressão.
— Ella. Dois anos mais velha que eu e três anos mais que Cecily. Minhas irmãs... Ella... — Poncho olhou para longe, mas não antes que ela visse a dor em seus olhos — então Ella está morta.
— Do que ela gostava? — Anahí perguntou, lembrando-se da gratidão que sentira quando Ucker perguntou-lhe sobre Nate. — Ella? E Cecily, que tipo de garota elas são?
— Ella era protetora. Como uma mãe. Ela teria feito qualquer coisa por mim. E Cecily era uma criatura um pouco louca. Tinha apenas nove anos quando eu saí. Não posso dizer se ela ainda é a mesma, mas ela era... como Cathy em Wuthering Heights. Ela não tinha medo de nada e exigia tudo. Ela poderia lutar com um demônio e mentir como um pescador.
Havia diversão em sua voz, e admiração, e... amor. Ela nunca o ouvira falar assim de ninguém, exceto, talvez, Ucker.
— Eu posso perguntar uma coisa...? — ela começou.
Poncho suspirou.
— Você sabe que vai perguntar eu dizendo sim ou não.
— Você tem uma irmã mais nova. Então, o que exatamente você fez com a irmã de Gabriel para que ele te odeie tanto?
Ele se endireitou.
— Você está falando sério?
— Sim. Eu sou obrigada a gastar uma grande parte do tempo com os Lightwood, e Gabriel claramente o despreza. E você quebrou o braço dele. E iria aliviar a minha mente se eu soubesse o porquê.
Balançando a cabeça, Poncho passou os dedos pelo cabelo.
— Querido Deus. A irmã dele, o nome dela é Tatiana. A propósito, ela foi prometida ao amigo de sua mãe, que era russo, ainda com doze anos, eu acho.
— Doze? — Anahí ficou horrorizada.
Poncho exalou.
— Vejo que você já decidiu por si mesma o que aconteceu. Iria aliviar sua mente se você se lembrasse que eu também tinha 12? Tatiana, ela... imaginou que estivesse apaixonada por mim. Dessa forma que as meninas fazem. Ela me seguia e ria atrás dos pilares olhado para mim.
— A gente faz coisas tolas quando se tem doze anos.
— Foi na primeira festa de Natal do Instituto que participei — ele contou — os Lightwood estavam lá em toda sua nobreza. Tatiana tinha fitas de prata no cabelo. Ela tinha um pequeno livro que carregava com ela em todos os lugares. Deve ter deixado cair naquela noite. Eu achei e guardei sob as almofadas de uma poltrona. Era seu diário. Cheio de poemas sobre mim, a cor dos meus olhos, o casamento que teria. Ela tinha escrito “Tatiana Herrera” em todo ele.
— Isso soa bastante adorável.
— Eu estava na sala de estar, mas voltei para o salão com o diário. Elise Penhallow tinha acabado de tocar o cravo. Sentei-me ao lado dela e comecei a ler o diário de Tatiana.
— Oh, Poncho, você não o fez!
— Eu o fiz. Ela tinha rimado “Poncho” com “mil”, como em Você nunca vai saber, doce Poncho / quantas são as mil / maneiras em que te amo — ele se interrompeu.
— O que aconteceu?
— Oh, Tatiana saiu correndo da sala em lágrimas, e Gabriel saltou do palco e tentou me estrangular. Gideon simplesmente ficou lá com seus braços cruzados. Você vai perceber que é tudo o que ele faz.
— Suponho que Gabriel não conseguiu — disse Anahí — te estrangular, eu quero dizer.
— Não antes de eu quebrar o braço dele — Poncho respondeu com prazer — então você sabe. É por isso que ele me odeia. Eu humilhei sua irmã em público, e ele não vai mencionar que eu o humilhei também. Ele pensou que poderia vencer-me facilmente. Eu tinha pouco treinamento formal, e eu o ouvi me chamar de “mundano” nas minhas costas. Em vez disso, eu venci – e quebrei o braço dele. Foi sem dúvida um som mais agradável do que Elise tocando o cravo.
Anahí esfregou as mãos enluvadas para aquecê-las e suspirou. Ela não sabia o que pensar. Não era a história de sedução e traição que ela esperava, mas também não era o show que Poncho contou.
— Sophie diz que ela está casada agora — Anahí lembrou — Tatiana. Ela acaba de chegar de viagem do Continente com seu novo marido.
— Tenho certeza de que ela é tão chata e estúpida agora como era então — Poncho soava com tanto tédio que poderia dormir.
Ele fechou cortina, e eles ficaram na escuridão.
Anahí podia ouvir sua respiração, sentir o calor emanando do corpo a sua frente. Ela podia ver por que uma jovem dama nunca iria andar em uma charrete com um cavalheiro não com quem não tinha relações. Havia algo estranhamente íntimo sobre isso. Claro, ela tinha quebrado a regra para jovens senhoras adequada há muito tempo, agora.
— Poncho — ela chamou novamente.
— A senhorita tem outra questão... Será que você nunca para de ter perguntas, Annie?
— Não até que obtenha todas as respostas que quero. Poncho, se bruxos podem ter um pai e uma mãe demônio, o que acontece se um dos pais é um Caçador de Sombras?
— Um Caçador de Sombras nunca iria permitir que isso acontecesse — Poncho falou categoricamente.
— Mas no Códex diz que muitos bruxos são o resultado de... de uma violação feia — Anahí falou, sua voz aumentando na palavra “feia” — eles podem se transformar em um ente querido e completar a sedução. Ucker me disse que o sangue do Caçador de Sombras é sempre dominante. O Códex diz que a prole de Caçadores de Sombras e lobisomens, ou fadas, são sempre Caçadores de Sombras. Portanto, não poderia o sangue de anjo em um Caçador de Sombras anular a parte demoníaca, e produzir...
— O que ele produz é nada — Poncho puxou a cortina da janela — a criança teria nascido morta. Elas sempre nascem. Natimorto, quero dizer. A prole de um demônio e Caçador de Sombras é a morte. No pouco de tempo que ela tem de vida. Por que você quer saber essas coisas?
— Eu quero saber o que eu sou. Acredito que eu sou alguma... combinação que não foi vista antes. Parte fada, ou parte...
— Você já pensou em se transformar em um dos seus pais? — Poncho perguntou. — Sua mãe, ou seu pai? Lhe daria acesso às suas memórias, não é?
— Eu tenho pensado nisso. É claro que tenho. Mas não tenho nada do meu pai ou da minha mãe. Tudo o que eu tinha foi embalado na viagem e quando cheguei aqui, foi descartado pelas Irmãs das Sombrias.
— E o seu colar de anjo? — Poncho perguntou. — Não era de sua mãe?
Anahí balançou a cabeça.
— Eu tentei. E-eu não consegui obter nada dele. Ele foi meu por tanto tempo, eu acho, que o que tinha dela foi evaporado, como água.
Os olhos de Poncho brilhavam nas sombras.
— Talvez você seja uma menina mecânica. Talvez o pai de Mortmain tenha construído você, e agora você busca em Mortmain o segredo de como criar um sentido perfeito da vida, quando tudo o que ele pode construir são monstruosidades hediondas. Talvez tudo o que bata em seu peito seja um coração feito de metal.
Anahí suspirou, sentindo-se momentaneamente atordoada. Sua voz suave fora tão convincente.
— Não — ela disse rispidamente — você esquece que eu me lembro da minha infância. Criaturas mecânicas não mudam ou crescem. Nem explica a minha capacidade.
— Eu sei — Poncho respondeu com um sorriso que brilhou branco na escuridão — só queria ver se podia te convencer.
Anahí olhou para ele com firmeza.
— Eu não sou a única que não tem coração.
Estava muito escuro na charrete para ela ter certeza, mas ela sentiu que ele corou, sombriamente. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa em resposta, as rodas deram uma parada brusca. Eles haviam chegado.
Até Mais!
Esse baile de máscaras promente!!!
Autor(a): Alien AyA
Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Capítulo 12 - O baile Então agora eu jurei sepultarTodo este cadáver de ódio,Me sinto tão livre e limpoPela perda do peso morto,Que eu poderia ficar louco, temo,Fantasticamente alegre;Mas que seu irmão vem, como uma sombraEm minha esperança revigorada, para o salão esta noite.– Alfred, Lord Tennyson, Maud C ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
-
Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
-
Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
-
franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....