Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Estar no Instituto era um pouco como estar dentro de um castelo – o teto desaparecendo na escuridão, as tapeçarias penduradas nas paredes. Ou pelo menos era como Anahí imaginava que o interior de um castelo podia parecer.
As tapeçarias sustentavam repetidos padrões de estrelas, espadas, e o mesmo tipo de desenhos que ela tinha visto pintados em Poncho e Maite. Havia uma única imagem repetida também, de um anjo saindo de um lago, carregando uma espada em uma mão e um cálice na outra.
— Este lugar costumava ser uma igreja — Maite contou, respondendo a pergunta não feita de Anahí — a Igreja de Todos os Santos, a Menor. Ela queimou durante o Grande Incêndio de Londres. Tomamos posse da terra depois disso e construímos o Instituto sobre as ruínas da antiga igreja. É útil para os nossos propósitos permanecer em solo sagrado.
— As pessoas não acham que é estranho vocês construírem no local de uma antiga igreja como esta? — Anahí perguntou, apressando-se para acompanhá-la.
— Eles não sabem sobre isso. Mundanos – como chamamos pessoas comuns – não são conscientes do que fazemos — Maite explicou — para eles, pelo lado de fora o lugar se parece com um espaço vazio de terra. Além disso, mundanos não estão realmente muito interessados no que não os afeta diretamente — ela virou-se para conduzir Anahí através de uma porta até uma grande sala de jantar bem iluminada — aqui estamos.
Anahí piscou com a iluminação súbita. A sala era enorme, grande o suficiente para uma mesa que poderia ter acomodado vinte pessoas. Um imenso lustre a gás pendia do teto, enchendo a sala com um brilho amarelado. Sobre um aparador cheio de porcelana chinesa de aparência cara, um espelho de moldura dourada corria o comprimento da sala. Um vaso de vidro baixo com flores brancas decorava o centro da mesa. Tudo era muito elegante, e muito simples. Não havia nada de incomum na sala, nada que pudesse sugerir a natureza dos ocupantes da casa.
Embora toda a longa mesa de jantar estivesse coberta com toalha branca, apenas uma extremidade estava posta, com lugares para cinco pessoas. Apenas duas já estavam sentadas – Poncho e uma moça de cabelos louros de cerca da mesma idade de Anahí, com um vestido brilhante decotado. Eles pareciam estar deliberadamente ignorando um ao outro. Poncho olhou para cima com aparente alívio quando Maite e Anahí entraram.
— Poncho — Maite disse — se lembra da Srta. Portilla?
— Minha lembrança dela — disse Poncho — é a mais vívida, de fato.
Ele não estava mais usando a estranha roupa preta que vestia no dia anterior, mas um par de calças comum e um casaco cinza com gola de veludo preto. O cinza fez seus olhos parecerem mais azuis do que nunca. Ele sorriu para Anahí, que se sentiu corar e olhou rapidamente para longe.
— E Jessamine, Jessie, erga os olhos. Jessie, esta é Srta. Anahí Giovanna Portilla; Srta. Portilla, esta é Srta. Jessamine Lovelace.
— É um prazer conhecê-la — Jessamine murmurou.
Anahí não podia deixar de encará-la. Ela era quase ridiculamente bonita, o que um dos romances de Anahí teria chamado uma rosa inglesa – cabelo claro prateado, olhos castanhos macios e aparência suave. Usava um vestido azul muito brilhante e anéis em quase todos os dedos. Se ela tinha as mesmas marcas negras na pele que Poncho e Maite, não eram visíveis.
Poncho lançou para Jessamine um olhar de pura aversão e virou-se para Maite.
— Onde está o seu marido sem educação, então?
Maite, tomando um assento, fez um gesto para Anahí sentar-se à sua frente, na cadeira ao lado de Poncho.
— Henry está em sua oficina. Mandei Thomas buscá-lo. Ele estará aqui em um momento.
— E Ucker?
O olhar de Maite foi de aviso, mas:
— Ucker não está se sentindo bem. Ele está tendo um de seus dias.
Foi tudo que ela disse.
— Ele sempre está tendo um de seus dias — Jessamine soou enojada.
Anahí estava prestes a perguntar a respeito de quem poderia ser Ucker, quando Sophie entrou, seguida por uma mulher gorda de meia-idade cujo cabelo cinzento escapava de um coque na parte de trás da cabeça. As duas começaram a servir comida. Havia carne de porco assada, batatas, sopa condimentada e brioches macios com manteiga amarela cremosa. Anahí sentiu-se tonta de repente; tinha se esquecido de como estava com fome. Ela mordeu um brioche, apenas para reprimir-se quando viu Jessamine olhando-a.
— Você sabe — Jessamine disse alegremente — não acredito que já tenha visto um feiticeiro comer antes. Suponho que você não precisa emagrecer nunca, precisa? Você pode apenas usar magia para tornar-se esbelta.
— Nós não sabemos com certeza se ela é uma feiticeira, Jessie — Poncho falou.
Jessamine o ignorou.
— É terrível, ser tão má? Você está preocupada se vai para o Inferno? — Ela inclinou-se para Anahí. — Como você acha que o Diabo é?
Anahí descansou seu garfo.
— Você gostaria de conhecê-lo? Eu poderia convocá-lo em um instante, se quiser. Sendo uma feiticeira, e tudo.
Poncho deixou escapar um grito de riso. Os olhos de Jessamine se estreitaram.
— Não há nenhuma necessidade ser rude — ela começou, depois se interrompeu quando Maite se sentou rigidamente com um grito espantado.
— Henry!
Um homem estava em pé na porta em arco da sala de jantar – um homem alto de aparência familiar, com cabelos ruivos arrepiados e olhos cor de mel. Ele vestia um casaco de tweed rasgado sobre um colete listrado chocantemente brilhante; suas calças estavam cobertas com o que parecia estranhamente com pó de carvão. Mas nada disso foi o que fez Maite gritar; foi o fato de que seu braço esquerdo parecia estar em chamas. Pequenas chamas lambiam-lhe o braço de um ponto acima do cotovelo, soltando espirais de fumaça preta.
— Maite, querida — Henry disse para sua esposa, que estava encarando-o com a boca escancarada de horror. Jessamine, ao lado dela, estava com os olhos arregalados — desculpe o atraso. Você sabe, acho que quase consegui fazer o sensor funcionar...
Poncho interrompeu.
— Henry, você está pegando fogo. Sabe disso, não sabe?
— Ah, sim — disse Henry avidamente. As chamas estavam agora quase no seu ombro — tenho trabalhado como um homem possuído durante todo o dia. Maite, você ouviu o que eu disse sobre o sensor?
Maite deixou cair a mão da boca.
— Henry! — Ela gritou. — Seu braço!
Henry olhou para o braço, e sua boca abriu.
— Que diabos!
Foi tudo que ele teve tempo de dizer antes de Poncho, demonstrando uma surpreendente presença de espírito, levantar-se, agarrar o vaso de flores da mesa e atirar o conteúdo sobre Henry. As chamas se apagaram com um chiado fraco de protesto, deixando Henry de pé encharcado na porta, uma manga do paletó enegrecida e uma dúzia de flores brancas úmidas espalhadas a seus pés.
Henry sorriu brilhantemente e deu um tapinha na manga queimada de seu paletó com um olhar de satisfação.
— Vocês sabem o que isso significa?
Poncho abaixou o vaso.
— Que você ateou fogo em si mesmo e nem percebeu?
— Que a mistura retardadora de chamas que desenvolvi na semana passada funciona! — Henry disse com orgulho. — Este material deve ter ficado queimando uns bons dez minutos, e não está nem metade queimado! — Ele deu uma olhada para baixo em seu braço. — Talvez eu devesse colocar fogo na outra manga e ver quanto tempo...
— Henry — Maite disse, e parecia ter se recuperado de seu choque — se você atear-se fogo deliberadamente, irei instaurar um processo de divórcio. Agora, sente-se e coma seu jantar. E diga oi para a nossa convidada.
Autor(a): Alien AyA
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Henry sentou, olhou através da mesa para Anahí e piscou surpreso. — Eu conheço você. Você me mordeu! Ele parecia satisfeito com isso, como se recordando uma memória agradável que eles partilhavam. Maite lançou um olhar desesperado para o marido. — Você já perguntou à Srta. Portilla sobr ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....