Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
— Deixe-me adivinhar — Christian disse, exalando fumaça e fazendo uma nuvem branca na forma de um coração que distorcia conforme se afastado de sua boca, até que já não era reconhecível — você bebeu da limonada.
Anahí e Poncho, agora de pé, lado a lado, olharam um para o outro. Foi Anahí quem falou primeiro.
— Eu, sim. Nate me trouxe.
— Ela leva um pouco de pó mágico misturado — Christian observou.
Ele estava vestido todo de preto, sem outros ornamentos a não ser os de suas mãos. Cada dedo tinha um anel com uma pedra enorme de diferentes cores – amarelo-limão, jade, vermelho, azul.
— A bebida reduz suas inibições e faz com que você faça coisas que não faria normalmente — ele tossiu delicadamente — não faz?
— Oh — disse Poncho. E depois: — Oh!
Sua voz era baixa. Ele virou-se, inclinando as mãos sobre a balaustrada. Anahí sentiu seu rosto começar a arder.
— Nossa, que grande parte dos seios você tem à mostra! — Christian continuou alegremente, apontando para Anahí com o charuto — Tout le monde sur Le Balcon, como se diz em francês — ele acrescentou, imitando um vasto terraço que se projetava de seu peito — especialmente que estamos, de fato, em uma varanda.
— Deixe-a em paz — disse Poncho. Anahí não conseguia ver o rosto dele, ele estava com a cabeça para baixo — ela não sabia o que estava bebendo.
Anahí cruzou os braços, percebendo que só intensificou o problema do volume dos seios, e baixou-os novamente.
— Este é o vestido de Jessamine, e ela tem metade do meu tamanho — ela retrucou — eu nunca iria sair assim em circunstâncias normais.
Christian levantou suas sobrancelhas.
— Mudou de volta para si mesma, não é? Quando a limonada entrou em vigor?
Anahí fez uma careta. Ela se sentiu humilhada – por ter sido pega beijando Poncho, por estar de pé na frente de Christian em algo que faria sua tia desmaiar ao vê-la, e parte dela desejava que Christian fosse embora para que ela pudesse beijar Poncho novamente.
— O que você está fazendo aqui mesmo, se é que posso perguntar? — Ela replicou graciosamente. — Como você sabia que estávamos aqui?
— Eu tenho fontes — Christian respondeu, soltando fumaça alegremente — pensei que vocês dois poderiam estar em perigo. Benedict Lightwood tem reputação de perigoso. Quando ouvi que estavam aqui...
— Nós estamos bem equipados para lidar com o perigo — Anahí interrompeu.
Christian olhou seus seios abertamente.
— Posso ver isso. Armada até os dentes — com isso, ele jogou seu charuto sobre a balaustrada — um dos subjugados de Camille estava aqui e reconheceu Poncho. Ele mandou uma mensagem para mim, mas se um de vocês já foi reconhecido, qual é a chance de que isso poderia acontecer de novo? É hora de ir.
— O que te importa se formos ou não? — Poncho rebateu, sua cabeça baixa, a voz abafada.
— Você me deve — Christian disse, sua voz como aço — quero que vão embora.
Poncho se virou para ele. Anahí ficou surpreso ao ver a expressão de seu rosto. Ele parecia doente.
— Eu deveria ter sabido quem é você.
— Você pode escolher seus amigos, mas não seus improváveis salvadores — Christian falou alegremente — vamos, então? Ou você prefere ficar e apostar na sorte? Podem continuar com o beijo de onde pararam quando voltarem para o Instituto.
Poncho fez uma careta.
— Tire-nos daqui.
Os olhos de gato de Christian brilharam. Ele estalou os dedos e uma chuva de faíscas azuis caiu ao redor deles repentina e surpreendente. Anahí ficou tensa, esperando que queimassem sua pele, mas ela sentiu apenas o vento correndo e passando por seu rosto. Seu cabelo foi erguido como uma estranha energia crepitou através de seus nervos. Ela se ouviu suspirar e logo depois eles estavam de pé em um dos caminhos de pedra no jardim, perto do lago ornamental, a grande mansão Lightwood, silenciosa e escura, acima deles.
— Não — Christian comentou em um tom aborrecido — isso não foi tão difícil, foi?
Poncho olhou para ele sem nenhuma gratidão.
— Magica — ele murmurou.
Christian jogou as mãos para cima. Elas ainda crepitavam com a energia azul, como um raio de calor.
— E o que você acha que suas preciosas runas são? Nada de magia?
— Shhh — disse Anahí.
Seus ossos estavam cansados de repente. Doía-lhe onde o espartilho esmagava suas costelas, e seus pés nos pequenos sapatos de Jessamine estavam em agonia.
— Parem de discutir. Acho que alguém está vindo.
Eles deram uma pausa assim que um grupo tagarela dobrou a esquina da casa. Anahí congelou. Mesmo à luz baça do luar, ela podia ver que eles não eram humanos. Não eram Seres do Submundo, também. Era um grupo de demônios – uma figura cadavérica com buracos negros no lugar dos olhos, o outro vestia um colete e calças, tinha pele azul, cauda farpada, características de lagarto e um focinho plano de cobra, e o terceiro parecia ser uma roda giratória coberta de úmidas bocas vermelhas.
Várias coisas aconteceram ao mesmo tempo.
Anahí apertou a palma de sua mão contra a boca antes que pudesse gritar. Não havia lugar para fugir. Os demônios já os tinham visto e chegaram no meio do caminho. O cheiro de podridão flutuava deles, apagando o cheiro das árvores.
Christian levantou a mão, fogo azul circulando seus dedos. Ele estava murmurando palavras em voz baixa. Parecia tão descomposto quanto Anahí sempre o via.
E Poncho – quem Anahí esperava se jogar nos demônios – fez algo totalmente inesperado. Ele levantou um dedo trêmulo, apontou para o demônio de pele azul, e sugou o ar.
— Você.
O demônio de pele azul piscou. Todos os demônios ficaram imóveis, olhando um para o outro. Deve ter havido algum acordo, Anahí pensou, para impedi-los de atacar os humanos na festa, mas ela não gostou da forma como as bocas vermelhas e úmidas estavam lambendo os lábios.
— Er... — o demônio disse, em uma voz surpreendentemente comum — não me lembro, ou seja, não acho que tive o prazer de conhecê-lo?
— Mentiroso!
Poncho cambaleou para frente o acusando, Anahí assistiu com espanto ele ultrapassar os outros demônios e se atirar em cima do demônio azul. Ele soltou um grito agudo. Christian ficou observando tudo com a boca aberta. Anahí gritou.
— Poncho! Poncho!
Mas ele estava rolando sobre a grama com a criatura de pele azul, que era surpreendentemente ágil. Ele tinha segurado o seu colete, mas o demônio se soltou e correu para longe, com Poncho cruzando os jardins em sua perseguição.
Anahí deu alguns passos atrás deles, mas seus pés estavam queimando em agonia. A pontapés, tirou os sapatos de Jessamine; estava prestes a sair correndo atrás de Poncho quando percebeu que os demônios restantes estavam fazendo um zumbido irritante. Eles pareciam estar conversando com Christian.
— Ah, bem, vocês sabem — disse ele, depois de ter recuperado sua compostura. Fez um gesto na direção de Poncho, que havia desaparecido — eles têm um problema para resolver a respeito de mulheres.
O zumbido aumentou. Ficou claro que os demônios não acreditavam.
— Dívida de jogo? — Christian sugeriu. Ele estalou os dedos e chamas irromperam da palma de sua mão, banhando o jardim em um brilho gritante. — Sugiro que não se preocupem muito com eles, senhores. Festas e diversão esperam por vocês lá dentro — ele fez um gesto em direção à porta estreita que levava para o salão de baile — muito mais agradável do que os espera aqui fora, se decidirem a ficar.
Isso pareceu convencê-los. Os demônios se afastaram zumbindo e resmungando, levando com eles o fedor de lixo. Anahí se virou.
— Depressa, temos que ir atrás deles.
Christian se abaixou e pegou os sapatos do chão. Segurando-os pelas fitas de cetim, ele respondeu:
— Não tão rápido, Cinderela. Poncho é um Caçador de Sombras. Ele corre rápido. Você nunca vai alcançá-lo.
— Mas você... um pouco de magia...
— Mágica — Christian repetiu, imitando o tom enojado de Poncho — Poncho está onde ele deve estar, fazendo o que tem que fazer. Seu propósito é matar demônios, Anahí.
— Você não... gosta dele? — Anahí perguntou.
Era uma pergunta estranha, talvez, mas havia algo na maneira com que Christian olhou para Poncho, falou com Poncho, que ela não podia evitar perguntar.
Para a sua surpresa, Christian levou a questão a sério.
— Eu gosto dele, embora um pouco mais do que devia. A beleza dele tem um pouco de veneno ao seu redor, mas mesmo assim eu gosto. Ele é realmente vivo, uma das pessoas mais vivas que já conheci. Quando ele sente alguma coisa, é tão brilhante e nítido quanto um relâmpago.
— Nós todos sentimos — disse Anahí, completamente surpresa. Poncho sentia com mais força que todos os outros? Era mais louco que todos os outros, talvez.
— Não como isso. Confie em mim, eu tenho vivido há um longo tempo, e eu sei — seu olhar não era desprovido de simpatia — e você vai descobrir que os sentimentos se acabam, também, quanto mais tempo você vive. O bruxo mais velho que já conheci estava vivo há quase mil anos e me disse que não podia mais se lembrar como era sentir o amor ou o ódio. Perguntei-lhe por que ele não acabava com sua vida, e ele respondeu que ainda sentia uma única coisa: o medo, medo do que poderia existir após a morte. “O país desconhecido, fronteira que ninguém cruza de volta”.
— Hamlet — Anahí falou automaticamente.
Ela estava tentando esquecer os pensamentos de sua própria possível imortalidade. O conceito era muito grande e aterrorizante para realmente abranger, e além disso... pode até não ser verdade.
— Nós, que somos imortais e estamos acorrentados a esta vida por uma corrente de ouro, e não ousamos rompê-la por medo do que está além da queda — disse Christian — agora venha, e não atrapalhamos Poncho com seus deveres morais.
Ele começou a descer o caminho, Anahí mancando rapidamente em um esforço para manter-se a seu lado.
— Mas ele se comportou como se soubesse quem é o demônio.
— Provavelmente tentou matá-lo antes — Christian respondeu — às vezes eles fogem.
— Mas como ele vai voltar para o Instituto? — Anahí lamentou.
— Ele é um menino inteligente. Vai encontrar um caminho. Estou mais preocupado com a sua volta para o Instituto antes que alguém perceba que você não está lá.
Eles chegaram aos portões da frente, onde a charrete aguardava, com Cyril descansando em paz no banco do condutor, o chapéu puxado sobre os olhos. Anahí olhou com rebeldia para Christian quando ele abriu a porta da carruagem e estendeu a mão para ajudá-la.
— Como você sabe que Poncho e eu não temos a permissão de Maite para estar aqui esta noite?
— Você deveria me dar mais crédito do que isso, querida — ele observou, e sorriu de uma maneira tão contagiante que Anahí, com um suspiro, deu-lhe a mão — Agora, vou levar acompanhá-la de volta para o Instituto, de modo que você possa me contar tudo sobre a respeito dele.
Até Mais! ;)
Autor(a): Alien AyA
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....