Fanfics Brasil - Os Irmãos Do Silêncio Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Os Irmãos Do Silêncio

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Um percurso inteiro de carruagem sozinha com Ucker, Anahí pensou, seu estômago se apertando quando ela tirou as luvas e lançou um último olhar para si mesma no espelho de seu quarto.


Apenas duas noites atrás, a perspectiva tinha lançado sentimentos novos e incomuns, ela estava preocupada com Poncho e curiosa sobre Whitechapel, e Ucker tinha gentilmente a distraído dos acontecimentos falando em latim e grego e sobre seu parabatai.


E agora? Agora ela sentia como se uma rede de borboletas estivesse solta em seu estômago com a perspectiva de ser trancada em um espaço tão pequeno, próxima e a sós com ele.


Ela olhou para seu rosto pálido no espelho, beliscou as bochechas e mordeu os lábios para dar cor a eles, e pegou seu chapéu por vaidade. Pensou em seu cabelo castanho, e ela se pegou desejando que tivesse cachos dourados como Jessamine, e pensou – eu poderia? Seria possível alterar apenas uma pequena parte de si mesma, dar-se o cabelo reluzente, ou talvez uma cintura elegante ou lábios mais volumosos?


Ela virou-se para longe do espelho, balançando a cabeça. Como não tinha pensado nisso antes? E ainda assim, a simples ideia parecia uma traição de a seu próprio rosto. Sua fome de saber o que ela era ainda estava queimado dentro de si, se até mesmo seu corpo não fosse mais com o que ela tinha nascido, como poderia justificar essa demanda, essa necessidade de conhecer sua própria natureza? Quando você irá aprender que não existe Anahí Portilla?, Mortmain dissera. Se ela usar seu poder para transformar os olhos em azuis como céu ou para escurecer os cílios, não seria provar que ele estava certo?


Ela balançou a cabeça, tentando esquecer os pensamentos quando se apressou de seu quarto e para descer as escadas para entrada do Instituto. Esperando no pátio, estava uma carruagem preta, sem marcas de qualquer brasão de armas e conduzido por um par de cavalos que combinava com a cor da fumaça. No banco do condutor estava um Irmão do Silêncio. Não era o Irmão Enoch, mas outro de seus irmãos, que ela não reconheceu. Seu rosto não tinha tantas cicatrizes como o do irmão Enoch, pelo o que podia ver sob o capuz.


Ela começou a descer as escadas assim que a porta se abriu atrás dela e Ucker saiu. Estava frio, e ele usava um casaco cinza que fez seu cabelo e os olhos parecerem mais pratas do que nunca. Ele olhou para o céu igualmente cinzento, pesado com pretos gumes de nuvens, e disse:


— É melhor ir para o transporte antes que comece a chover.


Era uma coisa perfeitamente normal para dizer, mas Anahí foi atingida pela fala da mesma forma. Seguiu Ucker silenciosamente para a carruagem e permitiu-lhe ajudá-la a entrar. Quando ele subiu atrás dela e a porta bateu fechada atrás deles, notou que ele não estava carregando sua espada.


A carruagem começou a avançar com uma guinada. Anahí, com a mão na janela, deu um grito.


— Os portões... estão trancados! A carruagem...


— Shhh.


Ucker colocou a mão em seu braço. Ela não pôde evitar suspirar quando a carruagem retumbou até os portões de ferro e passou por eles, como se fossem feitos de ar. Ela sentiu a respiração sair dela em uma lufada de surpresa.


— Os Irmãos do Silêncio tem uma estranha magia — Ucker comentou, e soltou sua mão.


Nesse momento começou a chover, o céu se abrindo como uma garrafa de água quente e furada. Através das janelas, Anahí olhou como a carruagem passou através de pedestres como se fossem fantasmas, seguiu em mais estreitas fendas entre os edifícios, surgiu num pátio e depois um armazém, e emergiu, finalmente, no talude, liso e molhado pela chuva ao lado da água cinzenta do Tâmisa.


— Oh, meu Deus — disse Anahí, e fechou a cortina — diga-me que não vamos cair no rio.


Ucker riu. Mesmo através de seu choque, era um som bem-vindo.


— Não. As carruagens da Cidade do Silêncio viajam apenas em terra, tanto quanto eu sei, embora o curso seja peculiar. É um pouco estranho durante a primeira ou segunda vez, mas você se acostuma.


— Você? — Ela olhou para ele diretamente. Este era o momento. Ela tinha que dizer, antes que sua amizade sofresse ainda mais. Antes que pudesse haver mais constrangimento. — Ucker.


— Sim?


— Eu... você deve saber que sua amizade significa muito para mim — começou ela, sem jeito — e...


Um olhar de dor atravessou o rosto dele.


— Por favor, não.


Depois disso, Anahí só podia piscar.


— O que você quer dizer?


— Toda vez que você diz a palavra “amizade”, isso entra em mim como uma faca. Sermos amigos é uma coisa bonita, Anahí, e eu não desprezo, mas tenho esperado por um longo tempo, agora que podemos ser mais do que amigos. E então eu tinha pensado que após a outra noite, talvez minhas esperanças não fossem em vão. Mas agora...


— Agora eu arruinei tudo — ela sussurrou — sinto muito.


Ele olhou para a janela, e Anahí podia sentir que ele estava lutando contra alguma emoção forte.


— Você não deveria ter que pedir desculpas por não retribuir meus sentimentos.


— Mas Ucker... — ela estava confusa, e só conseguia pensar em levar sua dor embora, de fazê-lo se sentir menos mal — eu estava pedindo desculpas por meu comportamento na outra noite — ela moveu-se para sua frente — foi indesculpável. O que você deve pensar de mim...


Ele olhou para cima, surpreso.


— Anahí, você não pensou isso, pensou? Eu é que me comportei de modo indesculpável. Quase não fui capaz de olhá-la novamente, pois pensei o quanto você devia me desprezar...


— Eu nunca poderia desprezá-lo. Nunca conheci alguém tão amável e bom como você é. Pensei que estava consternado comigo. Que me menosprezou.


Ucker parecia chocado.


— Como eu poderia menosprezá-la quando foi a minha própria distração que levou ao que aconteceu entre nós? Se eu não estivesse em tal estado de desespero, eu teria mostrado mais moderação.


Isso significa que ele teria restrição suficiente para me parar, Anahí pensou. Ele não esperava decoro de mim. Assumiu que esta era a minha natureza.


Ela olhou fixamente pela janela novamente, ou o pouco que podia ver. O rio era visível, barcos negros balançando na maré, a chuva misturada com o rio.


— Anahí — ele se moveu na carruagem de modo que ficou sentado ao seu lado, em vez de na frente dela, seu rosto, ansioso e bonito perto do dela — eu sei que as meninas mundanas são ensinadas que é de sua responsabilidade não seduzir os homens. Que os homens são fracos e as mulheres devem contê-los. Eu lhe asseguro que os Caçadores de Sombras não são diferentes. Mas iguais. Foi nossa a escolha fazer o que fizemos.


Ela olhou para ele. Ele era tão gentil, pensou. Pareceu ler os medos em seu coração e tentou dissipá-los antes que pudesse falá-los em voz alta. Em seguida pensou em Poncho, no que havia acontecido entre eles na noite anterior. Afastou a memória do ar frio entre eles, do calor entre seus corpos quando eles se abraçaram. Ela havia sido drogada, assim como ele. Nada do que havia dito ou feito significava algo além do murmurar de um viciado em ópio. Não havia necessidade de dizer a ninguém, não tinha significado nenhum. Nenhum.


— Diga alguma coisa, Anahí — a voz de Ucker tremeu — temo que você ache que eu lamento por aquela noite. Eu não — seu polegar roçou-lhe o pulso, na pele nua entre a manga de seu vestido e sua luva — só lamento que tenha sido muito breve. Eu... eu queria ter a oportunidade de cortejá-la primeiro. Para levá-la a um passeio, com uma dama de companhia.


— Uma dama de companhia? — Anahí riu, pensando em si mesma.


Ele continuou com determinação.


— Para dizer dos meus sentimentos em primeiro lugar, antes que eu os mostrasse. Para escrever poesia para você...


— Você nem gosta de poesia — Anahí disse, sua voz pegando um meio sorriso de alívio.


— Não. Mas você me faz querer escrever. Será que isso não conta para nada?


Os lábios de Anahí se curvaram em um sorriso. Ela inclinou-se e olhou para seu rosto, tão perto dela que podia ver a todos os cílios prateados individualmente em suas pálpebras, as cicatrizes leves e brancas em sua garganta pálida onde antes havia marcas.


— Soa como se tivesse praticado bastante, Christopher Uckermann. Quantas meninas você já fez desfalecer com essa observação?


— Há apenas uma garota que eu gostaria de fazer desfalecer. A questão é: ela quer ou não?


Ela sorriu para ele.


— Ela quer.


No momento seguinte, Anahí não sabia como tinha acontecido, ele estava beijando-a, seus lábios macios nos dela, a mão subindo para tocar seu rosto e queixo, segurando seu rosto firme. Anahí ouviu um baixo chiado e percebeu que era o som das flores de seda em seu chapéu que estavam sendo esmagadas contra o lado da carruagem com o corpo de Ucker pressionado ao dela. Ela agarrou a gola de seu casaco, tanto para mantê-lo perto, quanto para não parar e cair.


A carruagem balançou com uma parada.


Ucker se afastou dela, olhando aturdido.


— Pelo Anjo — ele disse — talvez nós precisássemos mesmo de uma dama de companhia.


Anahí balançou a cabeça.


— Ucker, eu...


Ucker ainda parecia atordoado.


— Acho que é melhor eu sentar aqui — ele disse, e mudou-se para o assento em frente ao dela.


Anahí olhou pela janela.


Através da brecha nas cortinas, viu que a Casa do Parlamento surgiu acima deles, torres enquadrando sombriamente contra um céu com raio. Tinha parado de chover. Ela não sabia por que o carro tinha parado. De fato, ele voltou a vida, um momento depois, seguindo diretamente para o que parecia um poço de sombra negra que se abriu diante deles.


Ela sabia o suficiente para não ofegar de surpresa desta vez. Não havia escuridão, e então eles surgiram numa grande sala de basalto negro iluminada com tochas que ela se lembrava da reunião do Conselho.


A carruagem parou e a porta se abriu. Vários Irmãos do Silêncio estavam do outro lado.


Irmão Enoch estava próximo. Dois Irmãos estavam ao seu lado, cada um segurando uma tocha acesa. Os capuzes estavam de volta. Ambos não enxergavam, apesar de apenas um, como Enoch, parecesse ter olhos faltando, os outros tinham os olhos fechados, com runas rabiscadas entre eles. Todos tinham os lábios costurados fechados.


Bem-vinda novamente à Cidade do Silêncio, filha de Lilith, disse o irmão Enoch.


Por um momento, Anahí queria continuar onde estava, mas sentiu a pressão quente da mão de Ucker na dela, ajudando para que ela saísse da carruagem. Então ela pensou em Maite. Maite que era tão pequena, mas forte, que não precisava da ajuda de ninguém.


Ela saiu do carro por conta própria, os saltos de suas botas tocaram no chão de basalto.


— Obrigado, irmão Enoch — ela agradeceu — estamos aqui para ver Jessamine Lovelace. Poderia nos levar até ela?


 



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Autor(a): Alien AyA

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As prisões da Cidade do Silêncio ficavam no primeiro nível, além do Salão das Estrelas Falantes. A escada escura levava para baixo. Os Irmãos do Silêncio foram primeiro, seguidos por Ucker e Anahí, que não tinham falado um com o outro desde que deixaram a carruagem. No entanto, não era um silêncio cons ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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