Fanfics Brasil - A Prisão Da Cidade Do Silêncio Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: A Prisão Da Cidade Do Silêncio

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As prisões da Cidade do Silêncio ficavam no primeiro nível, além do Salão das Estrelas Falantes. A escada escura levava para baixo. Os Irmãos do Silêncio foram primeiro, seguidos por Ucker e Anahí, que não tinham falado um com o outro desde que deixaram a carruagem. No entanto, não era um silêncio constrangedor. Anahí sentiu algo sobre a grandeza da escuridão da Cidade dos Ossos, com seus mausoléus e grandes arcos crescentes, que a fez sentir como se ela estivesse em um museu ou uma igreja, onde era necessário falar em voz baixa para o som não se propagar nos salões.


Na parte inferior da escada havia um corredor serpenteando em duas direções, os Irmãos do Silêncio viraram para a esquerda, levando Ucker e Anahí quase até ao final.


Enquanto desciam, passavam por fileiras após fileiras de pequenas câmaras, cada uma era quarto com uma porta com trancas. Continham cama e lavatório, nada mais. As paredes eram de pedra, havia o cheiro de água e umidade. Anahí se perguntou se eles estavam sob o Tâmisa, ou em algum lugar próximo de um rio.


Os Irmãos pararam em uma porta, a segunda do corredor, e o Irmão Enoch tocou o cadeado. Ela se abriu, e os cadeados que seguravam a porta caíram.


Vocês estão convidados a entrar, disse Enoch, recuando. Estaremos esperando por vocês lá fora.


Ucker colocou a mão na maçaneta da porta e hesitou, olhando para Anahí.


— Talvez você devesse falar com ela por um momento a sós. De mulher para mulher.


Anahí se assustou.


— Tem certeza? Você a conhece melhor do que eu.


— Mas você conhece Nate — Ucker replicou, e seus olhos se afastaram dela por alguns instantes.


Anahí tinha a sensação de que havia algo que ele não estava contando. Era uma sensação incomum quando se tratava de Ucker, coisa que ela não tinha certeza de como reagir.


— Logo me reunirei a você, uma vez que a situação fique mais simples.


Lentamente, Anahí assentiu. Irmão Enoch abriu a porta e ela entrou, vacilando um pouco quando a pesada porta se fechou por trás dela.


Era uma sala pequena, como as outras, de pedra e com umidade. Havia um lavatório que provavelmente equilibrava um jarro de água, e agora ele estava no chão em pedaços, como se alguém tivesse jogado-o com muita força contra a parede. Na cama estreita estava Jessamine, em um vestido branco liso, um áspero cobertor envolto em torno dela. Seu cabelo caía ao redor dos ombros em serpentes entrelaçadas, e os olhos estavam vermelhos.


— Bem-vinda. Ótimo lugar para se viver, não é? — Jessamine disse. Sua voz soava áspera, como se sua garganta estivesse inchada de tanto chorar. Ela olhou para Anahí e seu lábio inferior começou a tremer. — Maite te enviou para me levar de volta?


Anahí balançou a cabeça.


— Não.


— Mas... — os olhos de Jessamine começaram a encher de lágrimas — ela não pode me deixar aqui. Posso ouvi-los, a noite toda.


Ela estremeceu, puxando o cobertor mais ao seu redor.


— Pode ouvir o quê?


— Os mortos. Sussurrando de seus túmulos. Se eu ficar aqui por muito tempo, vou me juntar a eles. Eu sei disso.


Anahí sentou-se na beira da cama e, cuidadosamente, tocou o cabelo de Jessamine, acariciando-os levemente.


— Isso não vai acontecer — ela falou, e Jessamine começou a soluçar. Sacudiu os ombros.


Anahí, desamparada, olhou ao redor da sala, como se algo no quarto miserável pudesse lhe dar inspiração.


— Jessamine, eu trouxe uma coisa.


Jessamine muito lentamente levantou o rosto.


— É algo da parte de Nate?


— Não — Anahí respondeu suavemente — é algo seu.


Ela enfiou a mão no bolso e em seguida a estendeu para Jessamine. Em sua palma estava uma pequena boneca que ela tinha tirado do berço dentro da casa de bonecas de Jessamine.


— Bebê Jessie.


Jessamine fez um oh e arrancou a boneca da mão de Anahí. Ela segurou-a firmemente contra o peito. Seus olhos ficaram mais cheios d’água, as lágrimas fazendo trilhas de sujeira no rosto. Ela estava realmente uma visão lamentável, Anahí pensou. Se apenas...


— Jessamine — Anahí falou novamente. Ela sentia como se Jessamine fosse um animal que precisasse de carinho, e que repetir o nome dela em um tom tranquilo iria ajudar de alguma forma — nós precisamos de sua ajuda.


— Em trair Nate — Jessamine disse rapidamente — mas eu não sei de nada. Nem sei por que estou aqui.


— Sim, você sabe — era Ucker, entrando no quarto. Ele estava um pouco ofegante, como se tivesse sido apressado. Atirou um olhar cúmplice a Anahí e fechou a porta atrás de si — você sabe exatamente por que está aqui, Jessie.


— Porque eu me apaixonei! — Jessamine estalou. — Você deve saber o que é isso. Vejo como você olha para Anahí — ela lançou um olhar venenoso para Anahí quando as bochechas de Anahí ficaram vermelhas — pelo menos Nate é humano.


Ucker não perdeu a compostura.


— Eu não traí o Instituto por Anahí — ele respondeu — não menti para aqueles que cuidaram de mim desde que eu era órfão ou os coloquei em perigo.


— Se você não fizesse isso — Jessamine replicou — é porque não a ama de verdade.


— Se ela me pedisse — Ucker rebateu — eu saberia que ela não me ama de verdade.


Jessamine sugou o ar e se afastou dele, como se Ucker tivesse batido em seu rosto.


— Você — ela disse em uma voz abafada — sempre achei que você era legal. Mas você é horrível. É completamente horrível. Maite me torturou com a Espada Mortal até que eu falasse tudo. O que mais você poderia possivelmente querer de mim? Já me forçou a trair o homem que eu amo.


Pela visão periférica, Anahí viu Ucker revirar os olhos. Havia certa teatralidade no desespero de Jessamine, como havia em tudo o que ela fazia, mas sob isso, sob o papel da mulher injustiçada que Jessamine lançara-se, Anahí sentiu que a menina estava realmente com medo.


— Eu sei que você ama Nate — Anahí falou — e sei que eu não vou ser capaz de convencê-la de que ele não irá devolver o seu sentimento...


— Você está com ciúmes.


— Jessamine, Nate não pode te amar. Há algo de errado com ele, algumas peças faltando em seu coração. Deus sabe que a minha tia e eu tentamos ignorar este fato, dizendo uma a outra que ele era um garoto imprudente que gostava de brincadeiras. Mas ele assassinou a nossa tia – ele te contou isso? Assassinou a mulher que o criou e riu para mim sobre isso mais tarde. Ele não tem empatia, capacidade para gratidão. Se você protegê-lo agora, não vai ganhar nada com isso.


— Nem é provável que volte a vê-lo novamente — Ucker acrescentou — se você não nos ajudar, a Clave nunca vai deixá-la. Vai ser você e os mortos aqui embaixo até a eternidade, se não for punida com uma maldição.


— Nate disse que vocês iriam tentar me assustar — Jessamine replicou em uma voz trêmula.


— Nate também disse que a Clave e Maite não fariam nada com você porque eles eram fracos — Anahí observou — isso se não provou ser verdadeiro. Ele só te falou essas coisas para você fazer o que ele queria. Ele é meu irmão, e eu lhe digo, ele é uma fraude e um mentiroso.


— Nós precisamos de você para escrever uma carta para ele — Ucker explicou — dizer-lhe que você tem conhecimento de uma armação secreta dos Caçadores de Sombras contra Mortmain, e para ele ir até você esta noite.


Jessamine balançou a cabeça, arrancando o cobertor áspero.


— Eu não vou traí-lo.


— Jessie — Ucker disse suavemente; Anahí não sabia como poderia colocar Jessamine contra Nate — por favor. Estamos apenas te pedindo para você se salvar. Envie uma mensagem, diga-nos o seu ponto de encontro habitual. Isso é tudo o que pedimos.


Jessamine balançou a cabeça.


— Mortmain — ela falou — Mortmain ainda vai prevalecer sobre vocês. Em seguida, os Irmãos do Silêncio serão derrotados e Nate virá me reclamar.


— Muito bem — Anahí respondeu — imagine que não aconteça. Você diz que Nate a ama. Logo, ele iria perdoar qualquer coisa, não é? Porque, quando um homem ama uma mulher, ele entende que ela é fraca. Que ela não pode resistir contra, por exemplo, a tortura, da forma que ele poderia — Jessamine fez um som choramingando — ele entende que ela é frágil, delicada e facilmente convencida — Anahí continuou, e gentilmente tocou o braço de Jessamine — Jessie, você percebe a sua escolha. Se não nos ajudar, a Clave irá até ele, e não será negligente com você. Se nos ajudar, Nate vai entender. Se ele te ama... ele não tem escolha. O amor significa perdão.


— Eu... — Jessamine olhou de um deles para o outro, como um coelho assustado — você perdoaria Anahí, se fosse com ela?


— Eu perdoaria qualquer coisa de Anahí — Ucker respondeu gravemente.


Anahí não podia ver sua expressão, ela estava observando Jessamine, mas sentiu seu coração pular uma batida. Não podia olhar para Ucker, com medo de que sua expressão traísse os seus sentimentos.


— Jessie, por favor — Anahí falou em seu lugar.


Jessamine ficou em silêncio por um longo tempo. Quando ela falou, finalmente, sua voz era tão fina quanto um fio.


— Você vai se encontrar com ele, suponho, transformada em mim.


Anahí assentiu.


— Você deve usar roupas de meninos. Quando encontro com ele à noite, estou sempre vestida como um menino. É mais seguro para eu atravessar a rua sozinha assim. Ele vai esperar por isso — ela olhou para cima, empurrando seu cabelo emaranhado do rosto — você tem um papel e caneta? — Acrescentou. — Vou escrever a nota. — Ela pegou os itens de Ucker e começou a rabiscar. — Eu devia ter algo em troca por isso. Se eles não me deixarem sair...


— Eles não irão — Ucker respondeu — até que seja determinado que a informação é boa.


— Então eles deveriam pelo menos me dar uma comida melhor. É terrível aqui. Apenas pão duro e mingau — tendo terminado de rabiscar a nota, ela entregou a Anahí — as roupas de menino que eu uso estão atrás da casa de bonecas no meu quarto. Tome cuidado para movê-la — acrescentou, e por um momento ela era Jessamine novamente, seus olhos castanhos arrogantes — e você deveria pegar algumas das minhas roupas. Está usando os mesmos quatros vestidos que comprei para você em junho. Esse amarelo é praticamente antigo. E se não quer que ninguém saiba que está beijando alguém nas carruagens, deve abster-se de usar um chapéu com flores facilmente esmagáveis. As pessoas não são cegas, sabe.


— Então, deu para perceber — Ucker comentou com muita seriedade.


E quando Anahí olhou-o, ele sorriu, apenas para ela.




Até Mais!


 



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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