Fanfics Brasil - Tudo o que eu fiz... Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Tudo o que eu fiz...

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Christian levantou os braços e os estendeu sobre o pentagrama. Começou a cantar e abriu cortes em seus pulsos, derramando sangue no centro da estrela. Poncho ficou tenso quando o sangue caiu no chão e começou a queimar com um estranho brilho azul. Christian dali, ainda cantando e enfiou a mão no bolso retirando o dente do demônio. Quando Poncho observou, Christian jogou no centro, agora flamejante, do pentagrama.


Por um momento, nada aconteceu. Então, do coração ardente do fogo, uma forma escura começou a tomar forma. Christian tinha parado de cantar, ele ficou de pé, com os olhos semicerrados focado no pentagrama e o que estava acontecendo dentro dele, os cortes em seus braços se fechando rapidamente. A sala estava quase silenciosa, se ouvia apenas o crepitar do fogo e a respiração forte de Poncho, aumentando em seus ouvidos quando a forma escura cresceu em tamanho e finalmente tomou uma forma sólida e reconhecível.


Era o demônio azul, não mais vestido em suas roupas de noite. O corpo era coberto por escamas azuis e atrás dele havia uma cauda longa e amarela com um ferrão na extremidade. O demônio olhou de Christian para Poncho, e seus olhos escarlates estreitaram.


— Quem convoca o demônio Marbas? — Exigiu em uma voz que soava como se suas palavras estivessem ecoando do fundo de um poço.


Christian fez um gesto com o queixo para o pentagrama. A mensagem era clara: este era um negócio de Poncho agora.


Poncho deu um passo a frente.


— Você não se lembra de mim?


— Eu me lembro de você — o demônio rosnou — me perseguiu através das terras da casa de campo do Lightwood. Arrancou um de meus dentes — ele abriu a boca, mostrando a lacuna — provei seu sangue — sua voz era um assobio — quando eu sair deste pentagrama, vou prová-lo novamente, Nephilim.


— Não — Poncho se manteve firme — estou perguntando se você se lembra de mim.


O demônio estava em silêncio. Seus olhos, dançando com o fogo, eram ilegíveis.


— Há cinco anos — Poncho incentivou — uma caixa. A Pyxis. Eu a abri e você surgiu. Nós estávamos na biblioteca do meu pai. Você atacou, mas minha irmã me defendeu com uma lâmina serafim. Lembra-se de mim agora?


Houve um silêncio longo, longo. Christian manteve os olhos de gato fixos no demônio. Havia uma ameaça implícita neles, uma que Poncho não pôde ler.


— Fale a verdade — Christian disse finalmente — ou vai ser ruim para você, Marbas.


A cabeça do demônio se virou para Poncho.


— Você — ele disse relutantemente — você é o garoto. Filho de Edmund Herrera.


Poncho sugou o ar. Ele sentiu-se tonto de repente como se fosse desmaiar. Enfiou as unhas nas palmas das mãos com força, rasgando a pele, deixando a dor clarear a cabeça.


— Você se lembra.


— Eu estive preso por 20 anos dentro daquela coisa — Marbas rosnou — é claro que me lembro de ser libertado. Imagine se puder, mortal idiota, anos de escuridão, sem luz ou movimento e depois disso ser finalmente libertado, e quando percebe, vê o rosto do homem que o prendeu pairando na sua frente.


— Eu não sou o homem que o prendeu.


— Não. Esse foi o seu pai. Mas você tem o rosto dele e os mesmos olhos — o demônio sorriu — lembro-me de sua irmã. Menina corajosa, afastando-me para longe com aquela lâmina que ela mal podia segurar.


— Ela usou bem o suficiente para mantê-lo longe de nós. Por isso nos amaldiçoou. Amaldiçoou-me. Se lembra disso?


O demônio riu.


— Todos os que te amam vão morrer. O amor será a sua destruição. Pode levar algum tempo, pode levar anos, mas qualquer um que olhar para você com amor vai morrer, a menos que você afaste-se deles para sempre. E vou começar com ela.


Poncho sentia como se estivesse respirando fogo. Seu peito todo estava queimando.


— Sim.


O demônio inclinou a cabeça para o lado.


— E você me chamou para que possamos falar sobre esse evento compartilhado em nosso passado?


— Eu o trouxe, seu bastardo de pele azul, para que retire a maldição de mim. Minha irmã – Ella – morreu naquela noite. Deixei minha família para mantê-los seguros. Já se passaram cinco anos. É o suficiente. Basta!


— Não tente ter minha piedade, mortal — disse Marbas — tenho vinte anos de tortura naquela caixa. Talvez você também deva sofrer por 20 anos. Ou 200.


Poncho ficou com o corpo inteiro tenso. Antes que ele pudesse atirar-se no pentagrama, Christian falou em um tom calmo:


— Algo me soa estranho nessa história, Marbas.


Os olhos do demônio viraram em sua direção.


— E o que seria?


— Um demônio, ao ser retirado de uma Pyxis, geralmente está fraco após de ter passado fome durante o tempo que ficou preso. Fraco demais para lançar uma maldição tão sutil e forte como a que você afirma ter lançado sobre Poncho.


O demônio sussurrou algo em uma língua que Poncho não conhecia – um dos idiomas demoníacos mais incomuns, não Cthonic ou Purgatic. Christian estreitou os olhos.


— Mas ela morreu — Poncho falou — Marbas disse que a minha irmã iria morrer, e aconteceu. Naquela noite.


Os olhos de Christian ainda estavam fixos no demônio. Algum tipo de batalha de vontades estava ocorrendo em silêncio, deixando Poncho sem entender nada, e Christian finalmente perguntou baixinho:


— Quer realmente me desobedecer, Marbas? Gostaria da ira de meu pai?


Marbas cuspiu uma maldição e se virou para Poncho. Seu focinho se contraiu.


— Ele está certo. A maldição era falsa. Sua irmã morreu porque foi golpeada com o meu ferrão.


Ele balançava o rabo amarelado para a frente e para trás, e Poncho se lembrou que Ella foi derrubada no chão por aquela cauda, a lâmina serafim caindo de sua mão.


— Nunca houve uma maldição sobre você, Poncho Herrera. Nunca uma posta por mim.


— Não — Poncho falou baixinho — não, não é possível.


Ele sentiu como se uma grande tempestade estivesse soprando através de sua cabeça, se lembrou da voz de Ucker dizendo que o muro estava caindo, e imaginou uma grande muralha que o cercava e o isolava do mundo há anos desintegrando-se e virando areia. Ele estava livre e sozinho, e sentiu um forte vento gelado através dele como uma faca.


— Não — sua voz tinha tomado uma nota baixa, lamentosa — Christian...


— Você está mentindo, Marbas? — Christian estalou. — Jura sobre Baal que está dizendo a verdade?


— Eu juro — Marbas respondeu, revirando os olhos vermelhos — que benefício eu teria ao mentir?


Poncho deslizou e ficou de joelhos. Suas mãos segurando o estômago, como se estivesse evitando que suas entranhas derramassem no chão. Cinco anos, pensou. Cinco anos desperdiçados. Ele ouvira sua família gritando e batendo nas portas do Instituto e pedira a Maite para mandá-los embora. Eles nunca souberam o por que. Haviam perdido uma filha e um filho em questão de dias, sem nem mesmo saber o motivo. E os outros, Henry e Maite, Ucker e Anahí, as coisas que ele tinha feito...


Ucker é o meu grande pecado.


— Poncho está certo — Christian falou — Marbas, você é um bastardo de pele azul. Deveria queimar e morrer!


Em algum lugar na beira da visão de Poncho, chamas vermelhas escuras dispararam para o teto; Marbas gritou, um grito de agonia que se acabou tão rapidamente como tinha começado. O cheiro de carne queimada de demônio encheu a sala. E ainda Poncho estava de joelhos, o ar entrando e saindo rapidamente de seus pulmões. Oh Deus, oh Deus, oh Deus.


Umas mãos suaves tocaram seus ombros.


— Poncho — Christian chamou, e não havia humor em sua voz, somente uma bondade surpreendente — Poncho, eu sinto muito.


— Tudo o que eu fiz... — seus pulmões pareciam não conseguir ar suficiente — toda as mentiras, as pessoas que magoei, o abandono da minha família e as coisas imperdoáveis que eu disse a Anahí... foram um desperdício. Um desperdício de sangue, e tudo por causa de uma mentira que eu fui idiota o suficiente para acreditar.


— Você tinha 12 anos de idade. Sua irmã estava morta. Marbas era uma criatura astuta. Ele enganou mágicos poderosos, mentir para uma criança que não tinha conhecimento do Mundo das Sombras...


Poncho olhou para suas mãos.


— Minha vida inteira destruída, destruída...


— Você tem 17 anos. Não pode ter destruído a vida que mal viveu. Entende o que isso significa, Poncho? Você passou os últimos cinco anos convencido de que ninguém poderia te amar porque se o fizessem, seriam mortos. O simples fato de sua contínua sobrevivência provou sua indiferença para com você. Mas você estava errado. Maite, Henry, Ucker... sua família.


Poncho deu uma respiração profunda. A tempestade em sua cabeça estava diminuindo lentamente.


— Anahí — acrescentou.


— Bem.


Havia um toque de humor na voz de Christian. Poncho percebeu que o bruxo estava ajoelhado ao lado dele. Estou na casa de um lobisomem, Poncho pensou, com um bruxo me confortando, e as cinzas de um demônio morto a poucos metros de distância. Quem poderia imaginar?


— Eu não posso lhe dar garantias do que Anahí sente. Caso você não tenha notado, ela é uma menina decididamente independente. Mas você tem uma chance de ganhar seu amor como qualquer homem, Poncho, e não era isso o que queria?


Ele deu um tapinha no ombro de Poncho e retirou a mão. Ficando pé, formou uma sombra fina e escura sobre Poncho.


— Se serve de consolo, pelo o que observei na varanda outra noite, acredito que ela sim gosta de você.



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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