Fanfics Brasil - Maite & Henry Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Maite & Henry

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Maite, que estava com os cotovelos sobre a mesa na sala de estudos, suspirou e amassou seu décimo quarto pergaminho e jogou-o na lareira. O fogo acendeu-se por um momento consumindo o papel, depois ficou preto e caiu em cinzas.


Ela pegou sua caneta, mergulhou-a no tinteiro, e começou de novo.


Eu, Maite Mary Branwell, filha de Nephilim, por meio desta e sobre este curso de data solicito minha demissão como diretora do Instituto de Londres, em meu nome e do meu marido, Henry Jocelyn Branwell...


— Maite?


Sua mão tremeu, enviando uma mancha de tinta que se alastrou por toda a página, arruinando sua petição. Ela olhou para cima e viu Henry pairando perto da mesa, um olhar preocupado em seu rosto fino e sardento.


Baixou a caneta. Estava consciente, como sempre ficava quando Henry estava perto, a respeito de sua aparência física: se o cabelo estava escapando do coque, se o vestido não era velho demais ou se tinha uma mancha de tinta na manga, se os olhos estavam cansados e inchados de tanto chorar.


— O que é, Henry?


Henry hesitou.


— Eu apenas vim... Querida, o que está escrevendo?


Ele deu a volta na mesa, olhando por cima de seu ombro.


— Maite!


Ele pegou o papel de cima da mesa. Embora a tinta houvesse manchado a carta, ele viu o suficiente do que ela havia escrito e entendido sua essência.


— Renunciando ao Instituto? Como você pôde?


— É melhor me demitir do que ter o Cônsul Wayland em cima de mim e me expulsando — Maite disse calmamente.


— Você não quer dizer “nós”? — Henry pareceu magoado. — Eu não deveria ter direito a pelo menos uma palavra nesta decisão?


— Você nunca se interessou no Instituto antes. Por que o faria agora?


Henry olhou como se ela o tivesse esbofeteado, e tudo o que Maite pôde fazer foi não levantar-se e colocar os braços ao redor dele e beijar seu rosto sardento.


Ela lembrou-se de quando tinha caído de amor por ele, como tinha pensado que eles teriam filhos adoráveis, com as mãos um pouco grandes para o resto do corpo, os olhos cor de avelã, seu comportamento ansioso. Que a mente por trás daqueles olhos era tão afiada e inteligente, algo que ela sempre acreditou, mesmo quando os outros riram das excentricidades de Henry. Ela sempre pensou que seria suficiente estar perto dele e amá-lo, ele a correspondendo ou não. Mas isso tinha sido antes.


— Maite, eu sei por que você está com raiva de mim.


O queixo dela se ergueu com surpresa. Será que ele realmente tinha essa perceptiva? Apesar de sua conversa com o Irmão Enoch, pensou que ninguém teria notado. Ela mal tinha sido capaz de pensar por si mesma, muito menos como Henry reagiria quando ele soubesse.


— Você sabe?


— Eu não fui com você ao encontro com Scott Woolsey.


Alívio e decepção guerrearam no peito de Maite.


— Henry — ela suspirou — não é isso.


— Eu não sabia. Às vezes fico tão preso em minhas ideias. Você sempre soube mais sobre mim, Lottie.


Maite corou. Ele raramente a chamava assim.


— Eu mudaria se pudesse. De todas as pessoas no mundo, eu achava que você entendia. Sabe que não é apenas brincadeira para mim. Sabe que eu quero criar algo que vai tornar o mundo melhor, que vai tornar as coisas melhores para os Nephilim. Assim como você na direção do Instituto, embora eu saiba que estou sempre em segundo lugar para você.


— Em segundo lugar para mim? — A voz de Maite subiu para um guincho incrédulo. — Você vem em segundo lugar para mim?


— Está tudo bem, Lottie — Henry falou com doçura incrível. — Eu sabia que quando você concordou em casar comigo, era porque precisava estar casada para comandar o Instituto, que ninguém aceitaria uma mulher sozinha no cargo de diretor...


— Henry — Maite se levantou, tremendo — como você pode dizer essas coisas terríveis para mim?


Henry olhou perplexo.


— Pensei que foi por isso que se casou.


— E acha que eu não sei por que se casou comigo? — Maite reclamou. — Acha que eu não sei sobre o dinheiro que seu pai devia ao meu, que meu pai prometeu perdoar a dívida se você se casasse comigo? Ele sempre quis ter um menino, alguém para comandar o Instituto depois dele, e se ele não podia ter um, bem, por que não pagar para se casarem com sua filha simples, um pobre garoto que estivesse apenas cumprindo o seu dever para com a família...


— MAITE! — Henry ficou vermelho tijolo. Ela nunca o tinha visto tão zangado. — O que diabos você está falando?


Maite apoiou-se contra a mesa.


— Você sabe muito bem. É por isso que você se casou comigo, não é?


— Você nunca disse uma palavra sobre isso para mim antes de hoje!


— Por que eu diria? Não é como se você não soubesse.


— É, na verdade — os olhos de Henry estavam em chamas — eu não sei nada sobre nada do que meu pai devia ao seu. Eu fui até seu pai de boa fé e perguntei-lhe se ele iria dar-me a honra de me permitir pedir sua mão em casamento. Nunca houve qualquer discussão sobre dinheiro!


Maite prendeu a respiração. Nos anos em que estiveram casados, ela nunca falara uma palavra sobre as circunstâncias do seu noivado com Henry; nunca havia aparecido uma razão, e ela nunca tinha quis ouvir qualquer gaguejo de negações do que ela sabia sobre a verdade. Não tinha seu pai dito alguma coisa sobre a proposta de Henry? Ele é um homem bom o suficiente e é melhor do que o seu pai, e você precisa de um marido, Maite, se for dirigir o Instituto. Perdoarei as dívidas do pai dele para que esse assunto seja encerrado entre nossas famílias.


É claro que ele nunca tinha dito, não com todas palavras, que era por isso que Henry pediu para se casar com ela. Ela havia assumido...


— Você não é simples — Henry falou, seu rosto ainda em chamas — você é linda. E não pedi ao seu pai para me casar com você por obrigação, fiz porque te amava. Eu sempre te amei. Sou seu marido.


— Não achava que você queria ser — ela sussurrou.


Henry estava balançando a cabeça.


— Eu sei que as pessoas me chamam de excêntrico. Peculiar. Até mesmo louco. Todas essas coisas na minha mente. Mas você acha que eu sou sem personalidade... Você ainda me ama?


— É claro que eu te amo! — Maite exclamou. — Isso nunca esteve em questão.


— Como não? Acha que eu não ouço o que as pessoas dizem? Falam de mim como se eu não estivesse ali, como se eu fosse algum tipo de imbecil. Ouvi Benedict Lightwood dizer tantas vezes que você se casou comigo só para que pudesse fingir que um homem estava comandando o Instituto...


Agora foi a vez de Maite de estar com raiva.


— E você me critica por pensar que você não tinha personalidade! Henry, eu não me casei por essa razão, nunca em um milhão de anos. Eu daria o Instituto antes que eu deixasse...


Henry estava olhando para ela, seus olhos cor de avelã, o cabelo bagunçado como se tivesse passado suas mãos loucamente por ele tantas vezes que estava em perigo de arrancá-lo em chumaços.


— Antes de deixar o quê?


— Antes de eu desistir de você — ela completou — não sabe disso?


E então ela não falou mais nada, Henry colocou os braços ao redor dela e a beijou. Beijou de tal maneira que ela não se sentia mais simples, ou consciente de seu cabelo ou na mancha de tinta no seu vestido ou em nada mais, apenas tinha consciência de Henry, a quem sempre amou. Lágrimas rolaram e derramaram-lhe pelo rosto, e quando ele se afastou, tocou seu rosto molhado admirado.


— De verdade, você me ama, também, Lottie?


— Claro que sim. Eu não me casei para ter alguém com quem comandar o Instituto, Henry. Casei porque eu sabia que não me importaria com o quão difícil é dirigir o Instituto ou quão mal a Clave me trata, se eu soubesse que o seu rosto seria o último que eu veria todas as noites antes de ir dormir — ela bateu de leve em seu ombro — estamos casados há anos, Henry. O que acha que eu senti por você?


Ele encolheu os ombros magros e beijou o topo de sua cabeça.


— Pensei que você fosse gostar de mim — ele disse rispidamente — pensei que você poderia vir a amar-me com o tempo.


— É o que eu pensava sobre você — ela respondeu com admiração — podemos realmente ter sido tão estúpidos?


— Bem, eu não estou surpreso sobre mim. Mas, honestamente, Maite, você deveria se conhecer melhor.


Ela sufocou uma risada.


— Henry! — Ela apertou seus braços. — Há outra coisa que eu tenho que lhe dizer, algo muito importante.


A porta da sala se abriu. Era Poncho. Henry e Maite pararam para olhar para ele. Ele parecia exausto... pálido. Tinha anéis escuros sob os olhos, mas havia uma clareza em seu rosto que Maite nunca tinha visto antes, uma espécie de brilho em sua expressão. Ela se preparou para uma observação sarcástica ou observação fria, mas ao invés disso ele apenas sorriu feliz.


— Henry, Maite. Vocês não viram Anahí, não é?


— É provável que esteja em seu quarto — Maite respondeu, perplexa — aconteceu alguma coisa? Você não deveria estar descansando? Após as contusões que você teve...


Poncho lhe acenou a distância.


— Suas iratzes são excelentes e fizeram o seu trabalho. Eu não preciso de descanso. Eu só gostaria de ver Anahí, e perguntar-lhe...


Ele parou, olhando para a carta na mesa de Maite. Com alguns passos de suas longas pernas, ele tinha alcançado a mesa e agarrou-a, e a leu com o mesmo olhar de consternação que Henry usara.


— Maite, não, você não pode deixar o Instituto!


— A Clave vai encontrar outro lugar para você viver — Maite falou — ou você pode ficar aqui até completar dezoito anos, vivendo com os Lightwood.


— Eu não quero viver aqui sem você e Henry. O que acha que vai acontecer comigo quando você for? O ambiente? — Poncho balançou o pedaço de papel até que amassou. — Eu até sinto falta da maldita Jessamine – bem , um pouco. E os Lightwood vão mandar os nossos servos embora, substituí-los por conta própria. Maite, não pode deixar isso acontecer. Esta é a nossa casa. É a casa de Ucker, a casa de Sophie.


Maite o fitou.


— Poncho, você tem certeza de que não está com febre?


— Maite — Poncho colocou o papel de volta na mesa — eu a proíbo de renunciar a sua diretoria. Você entendeu? Durante todos esses anos você fez tudo por mim como se eu fosse do seu próprio sangue, e eu nunca lhe agradeci. Isso vale para você também, Henry. Mas eu sou grato, e é por isso que não vou deixar você cometer este erro.


— Poncho — Maite falou — acabou. Temos apenas três dias para encontrar Mortmain, e nós não podemos fazer isso. Simplesmente não há tempo.


— Que Mortmain morra. Quero dizer literalmente, é claro, mas também em sentido figurado. O limite de duas semanas para encontrar Mortmain exigido por Benedict Lightwood é um teste ridículo. Um teste que, como se vê, é uma fraude. Ele está trabalhando para Mortmain. Este teste foi sua tentativa de arrancar o Instituto de suas mãos. Se nós conseguirmos expor Benedict como o fantoche de Mortmain, você terá o Instituto de volta novamente, e nós podemos continuar a procurar por ele.


— Nós temos a palavra de Jessamine que expor Benedict beneficiará o lado de Mortmain.


— E não podemos fazer nada — Poncho falou com firmeza — vale à pena termos uma última conversa, pelo menos, não acha?


Maite não conseguia pensar em uma palavra para responder. Este não era o Poncho que ela conhecia. Ele era firme, intenso, simples e com seus olhos brilhantes. Se o silêncio de Henry significava qualquer coisa, ele estava tão surpreso. Poncho assentiu como tivesse tomado o silêncio como uma confirmação.


— Excelente. Eu vou dizer a Sophie para contar aos outros.


E ele saiu da sala.


Maite olhou para o marido, todos os pensamentos da notícia que tinha a intenção de contar-lhe foram expulsos de sua mente.


— Este era Poncho? — Ela perguntou, finalmente.


Henry arqueou uma sobrancelha.


— Talvez ele tenha sido sequestrado e substituído por um autônomo — ele sugeriu.


— Parece possível...


Pelo menos uma vez, Maite e ele estavam de acordo.



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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