Fanfics Brasil - Combina Com Você Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Combina Com Você

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Capítulo 20 - O último sonho


Mas agora, você está dividida, rachada ao meio,
Carne de sua carne, mas o coração do meu coração;
E no fundo, a raiz é amarga,
E doce para uma flor perpétua.
– Algernon Charles Swinburne, O triunfo do tempo


Anahí calçou as luvas de veludo quando saiu pelas portas da frente do Instituto. Um vento cortante vinha do rio e soprava braçadas de folhas pelo pátio. O céu era um estrondoso cinza. Poncho estava ao pé da escada, as mãos nos bolsos, olhando para o campanário da igreja.


Ele estava sem chapéu, e o vento erguia seu cabelo preto e soprou-o de volta em seu rosto. Ele pareceu não ver Anahí, e por um momento ela se permitiu olhar para ele. Sabia que não era o certo a fazer, Ucker estava com ela, ela estava com ele agora, e os outros homens poderiam muito bem não existir. Mas ela não conseguia parar de fazer comparações entre os dois – Ucker com sua estranha combinação de delicadeza e força, e Poncho como uma tempestade no mar, azul ardósia e com flashes de preto com brilhantes em seu temperamento que era um raio de calor. Ela se perguntou se haveria um dia em que a visão dele não mexesse com ela, não fizesse seu coração palpitar, e se esse sentimento seria diminuindo enquanto se acostumava com a ideia de ser noiva de Ucker. Isso era tão novo que ainda não parecia real.


Havia uma coisa que parecia diferente, agora. Quando olhava para Poncho, não sentia mais nenhuma dor.


Poncho a viu, então sorriu através do cabelo que batia em seu rosto. Ele estendeu a mão para arrumá-lo.


— Este é um vestido novo, não é? — ele perguntou quando ela desceu as escadas. — Não é um dos de Jessamine.


Ela assentiu com a cabeça, e esperou resignadamente ele dizer algo sarcástico, sobre ela, Jessamine, o vestido, ou os três.


— Combina com você. Estranho que o cinza faça seus olhos ficarem azuis, mas ele faz.


Anahí fitou-o com espanto, mas antes que pudesse fazer mais do que abrir a boca para perguntar-lhe se ele estava se sentindo bem, a charrete virou a esquina do Instituto com Cyril segurando as rédeas. Ele parou na frente deles e a porta se abriu. Maite estava lá dentro, usando um vestido de veludo cor de vinho e um chapéu com um raminho de flores secas. Ela parecia tão nervosa, mais do que Anahí já tinha visto.


— Entrem rapidamente — ela chamou, segurando seu chapéu quando se inclinou para fora da porta — acho que vai chover.


 •••


Para surpresa de Anahí, Cyril levou Maite não para a mansão em Chiswick, mas para uma elegante casa em Pimlico, que era aparentemente a residência dos dias de semana dos Lightwood.


Tinha começado a chover, e suas luvas ficaram molhadas, os chapéus e casacos foram recolhidos por um lacaio de cara azeda antes que eles fossem levados para baixo passando por muitos corredores encerados. Surgiram em uma grande biblioteca, onde havia uma lareira queimando em uma profunda reentrância na parede.


Atrás de uma mesa de madeira maciça estava Benedict Lightwood, seu perfil duro acentuando ainda mais pelo jogo de luz e sombra dentro do quarto. As cortinas estavam puxadas nas janelas, e as paredes eram revestidas com pesados tomos encadernados em couro escuro, a impressão de ouro em todas as lombadas. De cada lado dele estava um de seus filhos – Gideon à direita, com o cabelo loiro escondendo sua expressão, os braços cruzados sobre o peito largo. Do outro estava Gabriel, os olhos verdes brilhando num divertimento superior, as mãos nos bolsos das calças, olhando como se estivesse prestes a começar a assobiar.


— Maite — disse Benedict — Poncho. Senhorita Portilla. É sempre um prazer.


Ele fez um gesto para que eles se sentassem nas cadeiras definidas diante da mesa. Gabriel sorriu maldosamente para Poncho enquanto se sentava. Poncho olhou para ele, o rosto sem expressão, e depois desviou o olhar. Sem uma observação sarcástica, Anahí pensou, e ficou perplexa. Nem mesmo um brilho frio. O que estava acontecendo?


— Obrigada, Benedict — Maite estava com sua pequena coluna ereta e com um equilíbrio perfeito — por nos receber em tão pouco tempo.


— É claro — ele sorriu — você sabe que não há nada que possa fazer para mudar o resultado disto. Não sou eu, mas o Conselho possui regras. A decisão é inteiramente deles.


Maite inclinou a cabeça para o lado.


— De fato, Benedict. Mas você é quem está fazendo isso acontecer. Se não tivesse forçado o Cônsul Wayland a fazer um show para me disciplinar, não haveria nenhuma decisão.


Benedict encolheu os ombros estreitos.


— Ah, Maite. Lembro-me de quando você era Maite Perroni. Era uma garotinha encantadora, e acredite ou não, gosto de você mesmo agora. O que estou fazendo é para melhor interesse do Instituto e da Clave. Uma mulher não pode comandar o Instituto. Não é de sua natureza. Você vai me agradecer quando estiver em sua casa com Henry aumentando a próxima geração de Caçadores de Sombras, como deveria ser. Pode ferir o seu orgulho, mas em seu coração, você sabe que eu estou certo.


O peito de Maite subia e descia rapidamente.


— Se você abdicar sua reivindicação sobre o Instituto antes da decisão, realmente acha que seria um desastre? Eu, dirigindo o Instituto?


— Bem, nós nunca iremos saber, não é mesmo?


— Oh, eu não sei — Maite comentou — acho que a maioria dos membros do Conselho iria escolher uma mulher que reprova a devassidão do que alguém que confraterniza com Seres do Submundo e demônios.


Houve um curto silêncio. Benedict não mexeu um músculo. Nem Gideon. Finalmente Benedict falou, embora agora não houvesse um tom suave sua voz.


— Rumores e insinuações.


— Verdade e observações — Maite rebateu — Poncho e Anahí foram a sua última reunião, em Chiswick. Eles observaram um grande negócio.


— Aquela mulher demônio com que você estava descansando no divã — disse Poncho — podemos chamá-la de uma amiga ou mais como uma parceira de negócios?


Os olhos escuros de Benedict endureceram.


— Moleque insolente...


— Oh, eu diria que ela era uma amiga — Anahí respondeu — geralmente os sócios não deixam os parceiros lamberem seus rostos. Embora eu pudesse estar errada. Não sei. Acho que não entendo dessas coisas, sou apenas uma mulher tola.


A boca de Poncho curvou-se no canto. Gabriel ainda estava encarando, Gideon tinha os olhos no chão. Maite sentou-se perfeitamente composta, com suas mãos no colo.


— Vocês três são muito tolos... — disse Benedict, gesticulando com desprezo para com eles.


Anahí viu o vislumbre de algo em seu pulso, uma sombra, como os fechos do bracelete de uma mulher, antes dele puxar a manga para cobrir.


— ... se acham que o Conselho vai acreditar em qualquer uma de suas mentiras. Você — ele lançou um olhar de desprezo a Anahí — é uma feiticeira, a tua palavra é inútil. E você — ele apontou um dedo para Poncho — possui um certificado de lunático que confraterniza com bruxos. Não apenas esta aqui, mas aquele Christian Chávez também. E quando eles me testarem sob a Espada Mortal e eu negar suas reivindicações, em quem acham que vão acreditar. Vocês ou em mim?


Poncho trocou um rápido olhar com Maite e Anahí. Ele estava certo, Anahí pensou, Benedict não temia a Espada.


— Existe outra evidência, Benedict — ele comentou.


— Oh? — Os lábios de Benedict Lightwood se curvaram para cima em um sorriso de escárnio. — E qual é?


— A evidência de seu próprio sangue envenenado — disse Maite — só agora, quando você fez um gesto para nós, eu vi o seu pulso. Até que ponto a erupção se espalhou? Ela começa nas costas, não é, e se espalha para os braços e pernas.


— Do que ele está falando? — A voz de Gabriel era uma mistura de fúria e terror. — Pai?


— Varíola de demônio — Poncho respondeu com a satisfação.


— Que acusação nojenta... — começou Benedict.


— Refute-a, então — Maite falou — puxe a sua manga. Mostre-nos seu braço.


O músculo ao lado da boca de Benedict se contraiu de novo. Anahí observou-o fascinado. Ela viu quando ele se voltou para seu filho mais velho.


— Você — ele rosnou — contou a eles. Me traiu.


— Sim — Gideon confirmou, levantando a cabeça e descruzando os braços no último momento — e eu faria de novo.


— Gideon? — Era Gabriel, parecendo confuso. — Pai? Do que estão falando?


— Seu irmão nos traiu, Gabriel. Ele contou os nossos segredos para os Branwell — Benedict cuspiu suas palavras como veneno — Gideon Arthur Lightwood — Benedict continuou. Seu rosto parecia mais velho, as linhas de sua boca mais graves, mas seu tom não foi alterado — sugiro que você pense com muito cuidado sobre o que fez, e o que vai fazer em seguida.


— Eu estive pensando — Gideon falou com sua voz suave e baixa — desde que você me chamou de volta da Espanha, eu estive pensando. Quando era criança, assumi que todos os Caçadores de Sombras viviam como nós. Condenando os demônios na luz do dia, no entanto, confraternizando com eles sob a cobertura da escuridão. Agora percebo que isso não é verdade. Não é o nosso caminho, pai, é o seu. Você trouxe vergonha e sujeira sobre o nome dos Lightwood.


— Não há necessidade de ser melodramático.


— Melodramático? — Havia um desprezo terrível no tom normalmente neutro de Gideon. — Pai, temo pelo futuro do Enclave se chegar o Instituto a suas mãos. Estou dizendo agora, irei testemunhar contra você no Conselho. Vou segurar a Espada Mortal e direi ao Cônsul Wayland por que eu acho que Maite é mil vezes melhor do que o senhor para comandar o Instituto. Vou revelar o que se passa aqui à noite para cada membro do Conselho. Vou dizer que você está trabalhando para Mortmain. Eu vou dizer o por que.


— Gideon! — Era Gabriel, sua voz afiada, cortando seu irmão. — Você sabe que a vontade de comandar o Instituto vem de um desejo do leito de morte da nossa mãe! E a culpa de ela morrer é do Perroni.


— Isso é uma grande mentira — Maite interviu — ela tirou a própria vida, mas não por causa de qualquer coisa que meu pai fez — ela olhou diretamente para Benedict — foi, na verdade, por causa de algo que o seu pai fez.


A voz de Gabriel levantou-se.


— O que você quer dizer? Por que você diz uma coisa dessas? Pai...


— Fique quieto, Gabriel — a voz de Benedict tinha ido de dura a autoritária, mas pela primeira vez não havia medo em sua voz, seus olhos — Maite, o que você está dizendo?


— Você sabe muito bem o que estou dizendo, Benedict. A questão é se você quer que eu compartilhe meu conhecimento com a Clave. E com seus filhos. Você sabe o que isso significa para eles.


Benedict sentou-se.


— Sei o que é uma chantagem quando ouço uma, Maite. O que você quer de mim?


Foi Poncho que respondeu, ansioso demais para manter-se calado por mais tempo.


— Retire a sua reivindicação sobre o Instituto. Maite deve permanecer no comando. Diga a eles que você acha que o Instituto deve ser deixado em sua custódia. Você é um homem inteligente. Vai pensar em alguma coisa, tenho certeza.


Benedict olhou de Poncho para Maite. Seus lábios se curvaram.


— Esses são os seus termos?


Antes que Poncho pudesse falar, Maite disse:


— Não são todos os nossos termos. Precisamos saber como você tem se comunicado com Mortmain, e onde ele está.


Benedict riu.


— Eu me comunicava com ele através de Nathaniel Portilla. Mas desde que você o matou, duvido que ele será uma fonte de informação.


Maite olhou horrorizada.


— Você quer dizer que ninguém sabia onde ele estava?


— Eu certamente não sei — respondeu Benedict — Mortmain não é estúpido, infelizmente para você. Ele queria que eu fosse capaz de assumir o Instituto para que ele possa atingir a Clave em seu coração. Mas era apenas um de seus muitos planos, um fio de sua teia. Ele já estava esperando por isso há muito tempo. Ele quer a Clave. E ele a quer — seus olhos pousaram em Anahí.


— O que ele pretende fazer comigo? — Anahí exigiu.


— Eu não sei — Benedict respondeu, com um sorriso malicioso — sei que ele estava constantemente pedindo por seu bem-estar. Tal preocupação só se vê em um noivo potencial.


— Ele diz que me criou. O que ele quer dizer com isso?


— Eu não tenho a menor ideia. Você está enganada se pensa que ele me fez seu confidente.


— Sim — disse Poncho — vocês dois não parecem ter muito em comum, salvo por uma propensão às mulheres demônios do mal.


— Poncho! — Estalou Anahí.


— Eu não quis dizer você — Poncho falou, parecendo surpreso — eu quis dizer o Clube Pandemônio...


— Se está consciente com sua ideia, quero deixar uma coisa muito clara para meu filho. Gideon, você entende que se apoiar Maite Branwell agora, não será mais bem-vindo em minha casa. Não é à toa que dizem que um homem nunca deve pendurar todos os seus sinos em um só cavalo.


Em resposta, Gideon ergueu e juntou as mãos na sua frente, quase como se quisesse rezar. Mas os Caçadores de Sombras não oram, e Anahí percebeu rapidamente o que ele estava fazendo, deslizando um anel de prata de seu dedo. Era como o anel da família Uckermann, só que este tinha um padrão de chamas. O anel da família Lightwood. Ele colocou-o na borda da mesa de seu pai, e voltou para o seu irmão.


— Gabriel. Você vem comigo?


Os olhos verdes de Gabriel estavam brilhantes com raiva.


— Você sabe que eu não posso.


— Sim, você pode — Gideon estendeu a mão a seu irmão.


Benedict olhou entre os dois. Ele empalideceu ligeiramente, como se de repente percebesse que poderia perder não apenas um filho, mas ambos. Sua mão agarrou a borda da mesa, os nós dos dedos ficando brancos.


Anahí não podia deixar de olhar para a extensão do pulso que foi revelada quando a manga da blusa dele subiu. Ele estava muito pálido, com uma faixa preta com estrias circulares. Algo sobre a visão enjoava, e ela se levantou de seu assento. Poncho, ao seu lado, já estava de pé. Apenas Maite ainda estava sentada, o rosto inexpressivo como nunca.


— Gabriel, por favor — pediu Gideon — venha comigo.


— Quem vai cuidar do pai? O que as pessoas vão dizer sobre a nossa família se nós dois o abandonarmos? — Gabriel perguntou, amargura e desespero em seu tom. — Quem vai gerenciar as propriedades, o Conselho do banco...


— Eu não sei, mas não precisa ser você. A Lei...


— A Família vem antes da Lei, Gideon — a voz de Gabriel tremeu. Seus olhos encontraram os do irmão por um momento, e depois ele desviou, mordendo o lábio, e foi ficar atrás de Benedict, a mão no encosto da cadeira de seu pai.


Benedict sorriu, em uma coisa pelo menos, ele tinha triunfado. Maite levantou-se com o queixo erguido.


— Confio que vamos nos ver amanhã na sala do Conselho, Benedict. Confio que você vai saber o que fazer — disse ela, e saiu da sala, Gideon e Anahí em seus calcanhares.


Só Poncho hesitou por um momento, na porta, os olhos em Gabriel, mas quando o outro menino não olhou para ele, ele deu de ombros ao passar e saiu após os outros, fechando a porta atrás de si.




Meninas amos com calma, ok? Vocês sabem o que sempre digo tudo a uma razão para acontecer!


 



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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