Fanfics Brasil - Cecily & Alfonso Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Cecily & Alfonso

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— Escreva a eles, Poncho — disse Cecily Herrera — por favor. Apenas uma carta.


Poncho agitou seu cabelo negro molhado pelo suor para trás e olhou para ela.


— Coloque-se em posição — foi tudo o que ele disse. Ele apontou com a ponta de sua adaga — assim, e assim.


Cecily suspirou, e mudou o pé de posição. Ela sabia que estava em uma posição errada. Fazia isso intencionalmente, para irritar Poncho. Era fácil fazer isso com seu irmão. Ela se lembrava bem disso de quando ele tinha 12 anos. Até naquela época, desafiá-lo a fazer algo, como subir no teto íngreme da casa, resultara na mesma coisa: uma chama azul raivosa em seus olhos, maxilar retesado, e às vezes, Poncho com uma perna ou braço quebrado no final.


Claro que esse irmão, o Poncho quase adulto, não era o irmão de quem ela se recordava de sua infância. Ele cresceu mais explosivo e mais arredio. Tinha a beleza da mãe e a teimosia do pai – e também, ela temia, a propensão de seu pai por vícios, embora tenha adivinhado isso apenas dos sussurros dos ocupantes do Instituto.


— Levante sua lâmina — Poncho aconselhou. Sua voz era tão fria e profissional quanto de sua governanta.


Cecily a levantou. Levou algum tempo para ela se acostumar com a sensação de todos aqueles apetrechos sobre sua pele: as calças e túnica largas, o cinto. Agora ela se movia tão confortavelmente como se estivesse com suas roupas de dormir.


— Eu não entendo por que você não considera escrever uma carta. Apenas uma carta.


— Eu não entendo por que você não considera ir para casa — Poncho replicou — se você simplesmente concordasse em retornar a Yorkshire, poderia parar de se preocupar com nossos pais, e eu poderia arrumar…


Cecily o interrompeu, já tendo ouvido esse discurso milhares de vezes.


— Consideraria uma aposta, Poncho?


Cecily estava satisfeita e um pouco desapontada de ver a faísca que surgiu nos olhos do Poncho, como acontecia com seu pai quando uma aposta entre cavalheiros era sugerida. Homens eram tão fáceis de predizer.


— Que tipo de aposta?


Poncho deu um passo a frente, ele estava usando um traje de luta. Cecily podia ver as Marcas que desciam por seus pulsos. A runa Mnemosyne, memória, em seu pescoço. Levou um tempo para ela ver as marcas como algo além de desfiguração, mas estava acostumada com elas agora, assim como se acostumara ao traje de luta, aos cômodos com eco do Instituto, e seus habitantes peculiares.


Mirou a parede em frente deles. Um alvo antigo havia sido pintado ali: um círculo com outro maior em volta.


— Se eu atingir o centro do alvo três vezes, você tem que escrever uma carta para o papai e a mamãe, e dizer a eles como você está. Tem que contar a eles sobre a maldição e o porquê de ter ido embora.


A expressão de Poncho fechou como uma porta, da mesma forma que sempre fazia quando ela lhe pedia isso.


— Mas você não vai acertar três vezes sem errar, Cecy.


— Bem, então você não deveria se preocupar em fazer a aposta, Alfonso.


Ela usou seu nome completo de propósito. Sabia que isso o incomodava vindo dela, embora quando seu melhor amigo – não, seu parabatai; ela havia aprendido desde que chegara no Instituto que essas eram coisas bem diferentes – Ucker fazia isso, Poncho parecia levar o momento como termos de afeição.


Possivelmente porque ele tinha memórias dela andando desajeitadamente atrás dele com suas pernas gordinhas chamando “Poncho, Poncho” em um galês sem fôlego. Ela nunca havia chamado-o de “Alfonso”, apenas “Poncho”, ou seu nome galês “Hildefons”.


Seus olhos se estreitaram, aqueles olhos de um azul escuro, da mesma cor dos dela. Quando a mãe deles disse afeiçoadamente que Poncho seria um “partidor de corações” quando fosse mais velho, Cecily sempre olhava para ela meio que duvidando. Na época Poncho era todo “braços e pernas”, muito magro e desgrenhado, e sempre sujo. Mas agora ela podia ver – embora já tivesse percebido na primeira vez que entrou na sala de jantar do Instituto e ele levantara espantado. Ela pensara: esse não pode ser o Poncho.


Ele virara aqueles olhos em sua direção, os olhos de sua mãe, e Cecily vira a raiva neles. Ele não ficara feliz de vê-la, nem um pouco. E onde em suas memórias houvera um garoto magricela com tufos de cabelo selvagens como de um cigano e folhas em suas roupas, havia agora esse homem alto e aterrorizador no lugar. As palavras que ela quisera dizer haviam se dissolvido em sua língua, e ela o entendera só por olhar. E tem sido assim desde então, Poncho mal suportando sua presença como se ela fosse uma pedra em seu sapato, um pequeno porém constante aborrecimento.


Cecily respirou fundo, ergueu seu queixo, e se preparou para jogar a primeira faca. Poncho não sabia, nunca saberia, das horas que ela passara em seu quarto, sozinha, praticando, aprendendo a balançar o peso da faca em sua mão, descobrindo que o segredo para um bom lançamento de faca começava atrás do corpo. Ela deixou ambos os braços para baixo, e levou seu braço direito para trás, atrás de sua cabeça, antes de puxar o peso de seu corpo para a frente. A ponta de sua faca estava alinhada ao alvo. Ela a atirou e trouxe sua mão de volta, engolindo um suspiro.


A faca se fincou, com a ponta na parede, exatamente no centro do alvo.


— Um — disse Cecily, lançando um sorriso superior a Poncho.


Ele a olhou friamente, retirou a faca da parede e a devolveu para ela. Cecily a lançou. O segundo, como o primeiro, voou diretamente no alvo e ficou lá, vibrando como um dedo zombeteiro.


— Dois — Cecily disse em um tom sepulcral.


O maxilar de Poncho se retesou enquanto ele pegou a faca novamente e a devolveu. Ela pegou a faca com um sorriso.


A confiança estava fluindo por suas veias como sangue renovado. Ela sabia que podia fazer isso. Sempre fora capaz de escalar tão alto quanto Poncho, correr tão rápido quanto ele, segurar a respiração…


Ela atirou a faca. A faca atingiu o alvo e Cecily saltou, batendo palmas na emoção do momento de vitória. Seu cabelo se soltou das presilhas e se esparramaram por seu rosto; ela o puxou para trás e sorriu ironicamente para Poncho.


— Você vai ter que escrever a carta! Concordou com a aposta!


Para a sua surpresa, ele sorriu.


— Ah, eu vou escrever. E então vou jogá-la no fogo — ele colocou uma mão sobre ela, que estava explodindo em indignação — eu disse que ia escrever a carta, não que ia enviá-la.


A respiração de Cecily saiu em um arquejo.


— Como ousa me enganar dessa maneira!


— Eu lhe disse que você não é feita do material dos Caçadores de Sombras, ou então não seria tão facilmente enganada. Não vou escrever uma carta, Cecy. É contra a Lei, e fim de assunto.


— Como se você se importasse com a Lei! — Cecily bateu o pé no chão, e imediatamente estava mais brava do que nunca; ela detestava garotas que batiam o pé.


Os olhos de Poncho se estreitaram.


— E você não liga para ser uma Caçadora de Sombras. Quer saber como vai ser? Eu escreverei uma carta e te darei, se você prometer levá-la para casa você mesma – e não voltar.


Cecily recuou. Ela tinha memórias de várias discussões com Poncho – como a das bonecas de porcelana que ele quebrara jogando-as da janela do sótão – mas também havia bondade em suas memórias – o irmão que fez um curativo em seu machucado no joelho, ou que amarrava as fitas de seus cabelos quando elas se soltavam. Essa bondade estava ausente no Poncho que se encontrava de pé em frente dela agora.


Mamãe costumava chorar nos primeiros anos após a partida de Poncho; ela dissera, segurando Cecily junto ao seu corpo, que os Caçadores de Sombras iriam “tirar todo o amor dele”. Pessoas frias, contara a Cecily, pessoas que proibiram o casamento com seu marido. O que ele poderia querer com eles, seu Poncho, seu pequenino?


— Eu não vou! — Cecily respondeu, encarando seu irmão de baixo — e se você insistir, eu vou… eu vou…


A porta do sótão se abriu, e a silhueta de Ucker apareceu na abertura.


— Ah! — ele comentou — ameaçando um ao outro, estou vendo. Isso está acontecendo por toda a tarde ou acabou de começar?


— Ele começou — Cecily disse, fazendo uma careta para Poncho, embora soubesse que era em vão.


Ucker, o parabatai de Poncho, a tratava com a bondade doce e distante reservada para as irmãs mais novas de um amigo, mas ele sempre ficava do lado de Poncho. Gentilmente, mas firmemente, ele colocava Poncho acima de todo o resto do mundo.


Bem, quase todo o resto. Ela fora mais atingida por Ucker quando viera para o Instituto – ele tinha uma beleza sublime e não usual, com seu cabelo e olhos prateados, o delicado “estrangeirismo” em suas feições. Se parecia como o príncipe de um livro de contos de fadas, e ela consideraria desenvolver algum tipo de sentimento por ele se não fosse absolutamente claro que ele estava inteiramente apaixonado por Anahí Portilla.


Seus olhos a seguiam onde ela ia, e sua voz mudava quando falava com ela. Cecily ouviu uma vez sua mãe dizer com empolgação que um dos filhos dos vizinhos olhava para uma garota como se ela fosse “a única estrela no céu” e essa era a forma com que Ucker olhava para Anahí.


Cecily não se ressentiu disso: Anahí era agradável e boa para ela, e até um pouco tímida, com sua cara sempre enfiada em um livro, como Poncho. Se esse era o tipo de garota que Ucker queria, eles nunca dariam certo – e quanto mais ela permanecia no Instituto, mais percebia quão constrangedor seria para Poncho. Ele era ferozmente protetor para com Ucker, e a vigiaria constantemente caso ela alguma vez angustiasse ou machucasse Ucker de alguma forma. Não. Ela estava bem melhor por fora de toda essa situação.


— Eu estava pensando em pegar Cecily e dá-la de comer para os patos do Hyde Park — disse Poncho, empurrando seu cabelo molhado para trás e dando a Ucker um raro sorriso — sua assistência seria de grande ajuda.


— Infelizmente, você talvez tenha que adiar um pouco seus planos de homicídio. Gabriel Lightwood está lá em baixo e eu tenho duas palavras para você. Duas de suas palavras favoritas, ao menos quando você as coloca juntas.


— Panaca total? — perguntou Poncho — arrogante desprezível?


Ucker sorriu.


— Varíola demoníaca.




Até Mais!


 



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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