Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Capítulo 2 - O verme conquistador
E muito de loucura, e ainda mais de pecado,
E horror, a alma do enredo.
– Edgar Allan Poe, O verme conquistador
Enquanto a carruagem do Instituto passava pelos portões da mansão Lightwood em Chiswick, Anahí foi capaz de apreciar o lugar – algo que não fez na primeira vez que esteve lá na calada da noite.
A longa estrada de cascalho ladeada por árvores levou a uma imensa casa branca com um caminho circular em frente a ela. A casa possuía uma forte semelhança com os esboços clássicos que Anahí vira da Grécia e de Roma, com suas linhas simétricas fortes e colunas brancas. Havia uma carruagem diante dos degraus e outros caminhos de cascalho se ramificavam através de uma rede de jardins.
E que encantadores jardins eram. Mesmo em outubro, eram uma profusão de flores – rosas vermelhas florescendo e crisântemos amarelos, bronze-alaranjados e dourados beiravam os caminhos que circundavam as árvores.
Quando Henry fez a carruagem parar, Anahí saiu de dentro dela, ajudada por Ucker, e ouviu o som de água: um riacho, ela suspeitava, desviado para correr através do jardim. Era um lindo lugar, dificilmente podia associá-lo com o mesmo local onde Benedict realizara seu baile diabólico, embora pudesse ver o caminho que serpenteava em torno da casa que tinha tomado aquela noite. Levava a uma ala da casa que parecia ter sido adicionada recentemente...
A carruagem Lightwood parou atrás eles, conduzida por Gideon. Gabriel, Poncho, e Cecily saíram de lá.
Os irmãos Herrera ainda estavam discutindo quando Gideon desceu, Poncho ilustrando os seus pontos com movimentos ousados dos braços. Cecily fazia cara feia para ele, a expressão furiosa em seu rosto fazendo-a parecer muito com o irmão, o que seria, em outras circunstâncias, divertido.
Gideon, ainda mais pálido do que antes, virou-se em um círculo, sua espada desembainhada na mão.
— A carruagem de Tatiana — ele logo falou a Ucker e Anahí quando chegou até eles. Ele apontou para o veículo próximo às escadas. As portas foram abertas — ela deve ter decidido fazer uma visita.
— De todas as vezes... — Gabriel soou furioso, mas seus olhos verdes estavam refletindo medo.
Tatiana era a sua irmã, recém-casada. O brasão na carruagem, uma coroa de flores de espinhos, era o símbolo da família do seu marido, Anahí pensou. O grupo ficou paralisado, observando, enquanto Gabriel aproximou-se do transporte, puxando um sabre do cinto. Ele se inclinou na porta e amaldiçoou em voz alta. Se afastou, seus olhos encontrando Gideon.
—Há sangue nos bancos — revelou — e... essas coisas.
Ele cutucou uma roda com a ponta do sabre, e quando puxou a arma de volta, um fio longo de gosma fétida veio junto. Poncho, tirando uma lâmina serafim de seu casaco, exclamou em voz alta:
— Eremiel!
Ela começou a brilhar, uma estrela branca pálida à luz do outono. Apontou primeiro para o norte, depois para o sul.
— Os jardins correm em volta da casa, até o rio — disse ele — eu devia saber, persegui o demônio Marbas por uma noite inteira aqui. Onde quer que Benedict esteja, duvido que vá deixar essas terras. Há muita chance de ser visto.
— Nós vamos tomar o lado oeste da casa. Vocês pegam o leste — Gabriel falou — gritem se virem alguma coisa e todos se juntarão.
Gabriel limpou a lâmina na grama úmida, levantou-se e seguiu seu irmão contornando a casa. Poncho chefiou o outro grupo, seguido de perto por Ucker, Cecily e Anahí. Ele parou no canto da casa, examinando o jardim com seu olhar, alerta para qualquer visão ou som incomum. Um momento depois, acenou para os outros seguirem.
À medida que avançavam, o salto de Anahí prendeu-se em uma pedra solta sob a folhagem. Ela tropeçou e imediatamente se endireitou, mas Poncho olhou para trás e fez uma careta.
— Anahí. — Houve uma época em que ele a chamara de Annie, mas não mais — você não deveria estar com a gente. Não está preparada. Podia pelo menos esperar na carruagem.
— Não — Anahí respondeu, rebelde.
Poncho se voltou para Ucker, que parecia estar escondendo um sorriso.
— Anahí é a sua noiva. Faça-a compreender.
Ucker, segurando a bengala em uma mão, foi até ela.
— Anahí, faça-o como um favor para mim, tudo bem?
— Você acha que eu não posso lutar — Anahí disse, dando um passo para trás e devolvendo o seu olhar prateado — porque sou uma garota.
— Acho que você não pode lutar porque está usando um vestido de noiva — Ucker respondeu — para dar mérito, não acho que Poncho pudesse lutar com esse vestido também.
— Talvez não — disse Poncho, que tinha ouvidos como os de um morcego — mas eu daria uma noiva radiante.
Cecily ergueu a mão para apontar.
— O que é isso?
Todos os quatro se viraram para ver uma figura correndo na direção deles. A luz do sol estava diretamente em seus rostos, e por um momento, com os olhos desajustados de Anahí, tudo o que ela viu foi um borrão. O borrão rapidamente transformou-se em uma garota correndo. Seu chapéu não estava mais ali, o cabelo castanho voava com o vento. Ela era alta e ossuda, usava um vestido fúcsia brilhante que provavelmente era elegante, mas agora estava rasgado e manchado de sangue. Ela continuou gritando enquanto corria na direção deles e se jogou nos braços de Poncho.
Ele cambaleou para trás, quase derrubando Eremiel.
— Tatiana...
Anahí não conseguia dizer se Poncho a empurrou longe ou ela recuou por conta própria, mas de qualquer forma, Tatiana se afastou alguns centímetros de Poncho, e Anahí pôde vê-la cara pela primeira vez.
Ela era magra, um garota com ossos grandes. Seu cabelo era da cor de areia como o de Gideon, os olhos verdes eram os mesmos de Gabriel, e ela seria bastante bonita se não fossem as linhas de desaprovação marcando seu rosto. Mesmo estando suja e ofegante, havia algo teatral sobre aquilo, como se ela estivesse ciente de todos os olhares sobre ela, especialmente o de Poncho.
— Um grande monstro — ela lamentou — a criatura... agarrou o querido Rupert do carruagem e fugiu com ele!
Poncho a empurrou um pouco mais longe.
— O que quer dizer com “fugiu com ele”?
Ela apontou.
— L-lá. Arrastaram-no para os jardins italianos. Ele conseguiu evitar a sua boca primeiro, mas depois fugiu pelos caminhos. Não importa o quanto gritei, aquilo não o soltou!
Ela explodiu em uma nova onda de lágrimas.
— Você gritou — Poncho repetiu — foi tudo o que fez?
— Eu gritei muito — Tatiana soou ferida. Ela se afastou totalmente de Poncho e fuzilou-o com um olhar verde — vejo que está tão mal-educado quanto sempre foi — seu olhos se mudaram para Anahí, Cecily e Ucker — Sr. Uckermann — ela falou com firmeza, como se estivessem em uma festa no jardim. Seus olhos se estreitaram quando caíram sobre Cecily — e você...
— Oh, em nome do Anjo! — Poncho passou por ela; Ucker, com um sorriso para Anahí, o seguiu.
— Você não pode ser a outra irmã de Poncho — Tatiana falou para Cecily quando os meninos desapareceram à distância.
Anahí foi incisivamente ignorada.
Cecily olhou para ela, incrédula.
— Eu sou, embora não possa imaginar que diferença faz. Anahí, você vem?
— Sim — Anahí confirmou, e se juntou a ela.
Poncho – ou Ucker – querendo-a lá ou não, Anahí não podia assistir os dois caminharem para o perigo e ficar parada ali. Depois de um momento, ela ouviu os passos relutantes de Tatiana sobre o cascalho atrás dela.
Estavam se afastando da casa, para os jardins formais meio escondidos atrás das sebes mais altas. À distância, a luz do sol incidiu na estufa verde de madeira e vidro com uma cúpula no telhado.
Era um típico dia de outono: vento forte, o cheiro das folhas no ar. Anahí ouviu um farfalhar e olhou para a casa atrás dela. Sua fachada branca subia lisa até o alto, quebrada apenas pelos arcos de varandas.
— Poncho — ela sussurrou enquanto ele estendia a mão e as abria em torno de seu pescoço.
Ele tirou as luvas dela, que se uniram à máscara e às presilhas de Jessie no chão de pedra da varanda. Tirou sua própria máscara e colocou-a de lado, passando as mãos pelo seu cabelo úmido preto, empurrando-o para trás de sua testa. A borda inferior da máscara tinha deixado marcas em suas maçãs do rosto salientes, como cicatrizes leves, mas quando Anahí tocou-as, ele gentilmente pegou em suas mãos e apertou-as.
— Não — ele disse — deixe-me tocar em você primeiro. Eu queria...
Corando furiosamente, Anahí tirou seu olhar da casa e das memórias que ela lhe trazia. O grupo tinha alcançado uma clareira nas sebes do lado direito. Ali, o que era claramente “o jardim italiano” estava visível, rodeada por vegetação.
Dentro do círculo, o jardim era circundado com fileiras de estátuas retratando heróis clássicos e figuras mitológicas. Vênus derramava água de um vaso em um chafariz central, enquanto estátuas de grandes historiadores e estadistas – César, Heródoto, Tucídides – encaravam um aos outros com olhos vazios através das passagens que se separavam do ponto central. Havia também poetas e dramaturgos.
Anahí, caminhando perto, passou por Aristóteles, Ovídio, Homero – seus olhos cobertos com uma máscara de pedra para indicar sua cegueira – Virgílio e Sófocles, quando um grito ensurdecedor rasgou o ar.
Ela se virou. Vários metros atrás, Tatiana estava completamente imóvel, com os olhos esbugalhados. Anahí correu de volta para ela, os outros em seus calcanhares. Anahí chegou à garota primeiro, e Tatiana agarrou-se a ela cegamente, como se esquecendo de quem era.
— Rupert — Tatiana balbuciou, olhando para a frente.
Anahí, seguindo seu olhar, viu a bota de um homem saindo detrás de uma cerca viva. Ela pensou por um momento que ele estava deitado no chão, o resto de seu corpo escondido pela folhagem, mas quando se inclinou para a frente, Anahí percebeu que a bota – e vários centímetros carne sangrenta e roída projetava da sua abertura – era tudo o que havia para ver.
Me desculpem meninas por não ter postado antes vou compensá-las ;)
Autor(a): Alien AyA
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+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
— Um verme de doze metros? — Poncho murmurou para Ucker enquanto se moviam através do jardim italiano, suas botas, graças a um par de runas de Silêncio, sem fazer barulho no cascalho. — Pense no tamanho do peixe que poderíamos pegar com uma isca dessas. Os lábios de Ucker se contraíram. — ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....