Fanfics Brasil - Não a Felicidade. Não Exatamente. Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Não a Felicidade. Não Exatamente.

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As sombras aumentaram na biblioteca. Anahí sentou-se em uma piscina de luz perto de uma janela, ao lado de uma lâmpada azul. Um livro esteve aberto em seu colo por várias horas, mas ela não fora capaz de se concentrar em lê-lo. Seus olhos escorregavam sobre as palavras nas páginas sem absorvê-las, e que muitas vezes se encontrava tentando lembrar quem era um personagem, ou por que estavam fazendo aquelas ações. Estava no iniciando o capítulo cinco – mais uma vez – quando o ranger do piso a alertou. Ela olhou para cima e encontrou Poncho de pé diante dela, os cabelos úmidos, as luvas nas mãos.


— Poncho — Anahí colocou o livro no parapeito ao lado dela — você me assustou.


— Eu não queria interromper — disse ele em voz baixa — se você está lendo...


Ele começou a se afastar.


— Eu não estou — ela falou, e ele parou e olhou de volta para ela por cima do ombro — não consigo me perder em palavras agora. Não posso acalmar a distração da minha mente.


— Nem eu — ele concordou, voltando-se totalmente agora.


Já não estava mais salpicado de sangue. Suas roupas estavam limpas, e a pele estava quase sem marcas. Podia ver as linhas rosadas de escoriações no pescoço, desaparecendo sob o colarinho da camisa, a iratze fazendo seu trabalho de cura.


— Há notícias do meu... há notícia de Ucker?


— Não há nenhuma mudança — ele respondeu, embora Anahí não tivesse imaginado o contrário. Se houvesse uma mudança, Poncho não estaria aqui.


— Os Irmãos ainda não vão deixar ninguém entrar no quarto, nem mesmo Maite. E por que você está aqui? — Ele continuou. — Sentada no escuro?


— Benedict escreveu na parede de seu escritório — ela disse em voz baixa — antes de se transformar naquela criatura, imagino, ou quando estava acontecendo. Eu não sei. “As Peças Infernais não têm compaixão. As Peças Infernais não têm remorso. As Peças Infernais não têm limitações. As Peças Infernais nunca vão parar de chegar.”


— As peças infernais? Presumo que signifique as criaturas mecânicas de Mortmain. Não que temos visto algum deles por meses.


— Isso não significa que eles não voltarão — Anahí replicou.


Ela olhou para a mesa da biblioteca, seu verniz arranhado. Quantas vezes Poncho e Ucker devem ter sentado ali juntos, estudando, esculpindo suas iniciais na superfície da mesa, como entediados estudantes fazem.


— Eu sou um perigo para vocês aqui.


— Anahí, nós conversamos sobre isso antes. Você não é o perigo. Você é a coisa Mortmain quer, sim, mas se não estivesse aqui e protegida, ele poderia tê-la facilmente, e como iria se aproveitar dos seus poderes? Nós não sabemos... somente que ele te quer para alguma coisa, e é nossa vantagem mantê-la longe dele. Não é altruísmo. Nós, os Caçadores de Sombras não somos altruístas.


Ela ergueu os olhos com a última frase.


— Acho que você é muito altruísta — ao seu ruído de desacordo, ela continuou — certamente você deve saber que é exemplar. Há um frio da Clave, é verdade. Somos poeira e sombras. Mas você é como os heróis da antiga mitologia, como Aquiles e Jasão.


— Aquiles foi assassinado com uma seta envenenada e Jasão morreu sozinho, morto por seu próprio navio apodrecendo. Esse é o destino dos heróis; o Anjo sabe por que alguém iria querer ser um.


Anahí observou-o. Havia sombras sob os seus olhos azuis, ela percebeu, e seus dedos torciam o tecido de seu punho com preocupação, sem pensar, como se ele não estivesse consciente de que estava fazendo isso. Meses, ela pensou. Meses desde que esteve a sós por mais do que um momento com Poncho. Eles tinham encontros acidentais nos corredores, no pátio, trocando gentilezas desajeitadamente. Ela perdeu suas piadas, os livros que ele lhe emprestara, os flashes de riso em seu olhar. Presa na memória de um Poncho anterior, ela falou sem pensar:


— Eu não consigo parar de recordar algo que você me disse uma vez — ela comentou.


Ele olhou para ela com surpresa.


— Mesmo? E o que é isso?


— Que às vezes, quando você não sabe o que fazer, finge que é um personagem de um livro, porque é mais fácil decidir o eles fariam.


— Eu finjo — disse Poncho — talvez, mas não é o melhor conselho para alguém se você está procurando a felicidade.


— Não a felicidade. Não exatamente. Quero ajudar... fazer o bem... — ela parou de falar e suspirou — e eu me virei para muitos livros, mas se há orientação neles, eu não encontrei. Você disse que estava Sydney Carton...


Poncho fez um som e afundou-se numa cadeira do lado oposto ao dela. Seus cílios foram baixaram, ocultando sua olhos.


— E acho que eu sei o que faz o resto de nós — ela continuou — mas eu não quero ser Lucie Manette, pois ela não fez nada para salvar Charles, ela deixou Sydney fazer tudo. E ela foi cruel com ele.


— Com Charles? — Poncho perguntou.


— Com Sydney. Ele queria ser um homem melhor, mas ela não o ajudou.


— Ela não podia. Ela estava noiva de Charles Darney.


— Ainda assim, não foi gentil.


Poncho se levantou de sua cadeira tão rapidamente quanto havia se jogado nela. Ele se inclinou para frente, com as mãos sobre a mesa. Seus olhos eram muito azuis na luz azul da lâmpada.


— Às vezes, é preciso escolher entre ser gentil ou honrado — disse ele — na maioria das vezes, não é possível ser ambos.


— Qual é o melhor? — Anahí sussurrou.


A boca de Poncho se torceu com humor amargo.


— Eu acho que depende do livro.


Anahí esticou a cabeça para trás para olhar ele.


— Sabe aquela sensação quando você está lendo um livro e sabe que vai ser uma tragédia, pode sentir o frio e a escuridão que vem, ver o ciclo se fechando em torno dos personagens que vivem e respiram nas páginas? Mas você está tão ligado à história como se estivesse sendo arrastado na traseira de uma carruagem, e não pode deixar de seguir ou desviar o curso de lado — os olhos azuis dele estavam escuros com compreensão, ele entendia, e Anahí apressou-se — eu sinto agora como se o mesmo estivesse acontecendo, só que não com os personagens em um livro, mas comigo própria, meus queridos amigos e companheiros. Eu não quero sentar-me enquanto a tragédia vem para nós. Quero desviá-la, me esforço para descobrir como isso pode ser feito.


— Você teme por Ucker — disse Poncho.


— Sim. E temo por você, também.


— Não — Poncho respondeu com a voz rouca — não desperdice isto em mim, Annie.


Antes que ela pudesse responder, a porta da biblioteca se abriu. Era Maite, parecendo drenada e exausta. Poncho virou-se para ela rapidamente.


— Como está Ucker?


— Acordado e conversando — Maite respondeu — ele teve um pouco de yin fen, e os Irmãos do Silêncio foram capazes de deixar sua condição estável, e parar a hemorragia interna.


À menção de hemorragia interna, Poncho parecia estar prestes a vomitar; Anahí imaginou se parecia do mesmo jeito.


— Ele pode ter um visitante — Maite continuou — na verdade, ele requisitou.


Poncho e Anahí trocaram um olhar rápido. Anahí sabia que ambos estavam pensando: qual deles deve ser o visitante? Anahí era a noiva de Ucker, mas Poncho era seu parabatai, que era sagrado em si.


Poncho começou a recuar, quando Maite falou novamente, parecendo cansada até os ossos:


— Ele chamou você, Poncho.


Poncho olhou assustado. Ele lançou um olhar para Anahí.


— Eu...


Anahí não pôde evitar a pequena explosão de surpresa e ciúmes que surgiu em seu coração com as palavras de Maite, mas ela empurrou-a para longe impiedosamente. Ela amava Ucker o suficiente para querer o que ele queria, e ele sempre teve seus motivos.


— Você vai — ela disse suavemente — claro que ele gostaria de vê-lo.


Poncho começou a se mover em direção a porta para acompanhar Maite. No meio do caminho, ele voltou e atravessou a sala até Anahí.


— Anahí, enquanto estou com Ucker, você faria uma coisa para mim?


Anahí olhou para cima e engoliu em seco. Ele estava muito perto, muito, muito perto: todas as linhas, formas e ângulos de Poncho encheram seu campo de visão como o som de sua voz encheu seus ouvidos.


— Sim, certamente — ela respondeu — o que é?



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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