Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Para: Edmund e Linette Herrera
Ravenscar Manor
West Riding, Yorkshire
Queridos papai e mamãe,
Eu sei que foi covarde da minha parte tê-los deixado, como eu o fiz, no início da manhã, antes de acordarem, com apenas um bilhete para explicar a minha ausência. Eu poderia enfrentá-los, sabendo que minha decisão estava tomara, e que eu era o pior das filhas desobedientes.
Como posso explicar a decisão que tomei, como cheguei a isso? Parece até agora uma loucura. Cada dia, na verdade, é mais louco que o anterior. Você não mentiu, pai, quando disse que a vida de um Caçador de Sombras era como um sonho febril...
Cecily tirou a ponta da caneta das linhas que tinha escrito, em seguida, amassou o papel com uma mão e baixou a cabeça sobre a mesa.
Ela tinha começado esta carta tantas vezes, e ainda tinha que chegar a uma versão satisfatória. Talvez não devesse estar tentando agora, ela pensou, não quando ainda estava tentando acalmar os nervos, uma vez que acabara de chegar ao Instituto.
Todos estavam preocupados com Ucker, e Poncho, depois que a verificou suas lesões no jardim, quase não falara com ela novamente. Henry tinha ido correndo para Maite, Gideon tinha chamado Gabriel de lado, e Cecily se viu a subir as escadas do Instituto sozinha. Ela entrou em seu quarto, não se incomodando em trocar de roupa, e se encolheu na cama de dossel macio.
Tinha ficado entre as sombras, ouvindo os sons fracos de Londres lá fora, e seu coração se apertou com uma súbita e dolorosa saudade. Ela pensou nas colinas verdes de Gales, em sua mãe e seu pai, e pulara da cama como se tivesse sido empurrada, tropeçando até a mesa e pegando caneta e papel, a tinta manchando seus dedos em sua pressa. E ainda assim as palavras certas não vinham. Sentia-se sangrando lamento e solidão de seus poros, e ainda assim não consegui moldar os sentimentos de modo que seus pais conseguissem ler.
Naquele momento, houve uma batida na porta. Cecily pegou um livro que havia deixado descansando sobre a mesa, apoiou-a como se estivesse lendo, e falou:
— Entre.
A porta se abriu. Era Anahí, permanecendo hesitante na porta. Ela não estava mais usando seu vestido de casamento destruído, mas um simples vestido de musselina azul e dois colares brilhantes em sua garganta: o anjo mecânico e o pingente de jade que tinha sido seu presente nupcial de Ucker.
Cecily olhou Anahí com curiosidade. Embora as duas meninas fossem simpáticas uma com a outra, elas não eram próximas. Anahí tinha uma certa desconfiança em torno dela que Cecily suspeitava nunca poder ultrapassar, e havia algo enigmático e estranho sobre ela. Cecily sabia que ela podia mudar de forma, poderia Transformar-se em qualquer pessoa, e não conseguia evitar de pensar nela como anormal. Como você poderia conhecer o verdadeiro rosto de alguém que pode mudá-lo tão facilmente como se muda um vestido?
— Sim? — Disse Cecily. — Senhorita Portilla?
— Por favor, me chame Anahí — pediu a outra menina, fechando a porta atrás de si.
Não era a primeira vez que ela pedia a Cecily para chamá-la por seu nome de batismo, mas o hábito e a teimosia impediam Cecily de fazê-lo.
— Eu vim para ver se você estava bem e se precisava de qualquer coisa.
— Ah — Cecily sentiu uma ligeira pontada de desanimação — estou muito bem.
Anahí avançou ligeiramente.
— Isso é Grandes Esperanças?
— Sim.
Cecily não falou que tinha visto Poncho lê-lo e escolhera o livro para tentar entender mais sobre o que irmão estava pensando. Até agora ela estava lamentavelmente perdida. Pip era mórbido, e Estella tão horrível que Cecily queria sacudi-la.
— “Estella” — Anahí disse suavemente — “até a última hora da minha vida, tu hás de ser uma parte do meu caráter, do pouco que há de bom em mim, e do que há de mau.”
— Então você memoriza passagens de livros, como Poncho? Ou esse é o seu favorito?
— Eu não tenho a memória de Poncho — Anahí respondeu, se aproximando ligeiramente — ou sua runa mnemosyne. Mas eu amo esse livro — seus olhos cinzentos procuraram o rosto de Cecily — por que você ainda está em seu equipamento de luta?
— Eu estava pensando em ir até a sala de treinamento. Acho que posso pensar melhor lá, e não é como se alguém pensasse sobre o que eu faço.
— Mais treinamento? Cecily, você acabou de em uma batalha! — Anahí protestou. — Eu sei que às vezes pode precisar de várias aplicações de runas para curar totalmente – antes de começar um treinamento novamente... eu deveria chamar alguém para você: Maite, ou...
— Ou Poncho? — Cecily estalou. — Se qualquer um se importasse, já teria vindo.
Anahí parou ao lado da cama.
— Você não pode achar que ele não se preocupa com você.
— Ele não está aqui, não é?
— Ele me enviou — Anahí respondeu — porque ele está com Ucker — ela terminou, como se isso explicasse tudo.
Cecily supôs que de alguma maneira, deveria explicar. Ela sabia que Poncho e Ucker eram amigos íntimos, mas também eram mais do que isso. Ela lera sobre parabatai no Códex, e sabia que a ligação era uma que não existia entre os mundanos, algo mais próximo do que irmãos e melhor do que sangue.
— Ucker é o seu parabatai. Ele fez uma promessa para estar lá em momentos como este.
— Ele estaria lá, com voto ou sem. Ele estaria lá para qualquer um de vocês. Mas ele não se preocupa o bastante para passar por aqui e ver se eu precisava de outra iratze.
— Cecy... — começou Anahí — maldição de Poncho...
— Não foi uma maldição real
— Você sabe — Anahí disse, pensativa — de certa forma, foi. Ele acreditava que ninguém poderia amá-lo, que se permitisse isso, iria resultar na sua morte. Por isso deixou todos vocês. Ele te deixou para mantê-la segura, e você está aqui agora, a própria definição, para ele, de perigoso. Ele não pode suportar vir e olhar para seus ferimentos, pois para ele é como se ele próprio os tivesse colocado.
— Eu escolhi isso. Ser uma Caçadora de Sombras. E não só porque eu queria estar com Poncho.
— Eu sei disso. Mas eu também sentei com Poncho enquanto ele estava delirando por causa do sangue de vampiro, sufocando com água-benta, e sei que nome ele chamou. Foi o seu.
Cecily olhou com surpresa.
— Poncho chamou por mim?
— Oh, sim — um pequeno sorriso tocou o canto da boca de Anahí — ele não quis me dizer quem você era, é claro, quando lhe perguntei, e ele me deixou meio louca... — ela parou de falar, e desviou o olhar.
— Por quê?
— Curiosidade — Anahí respondeu com um encolher de ombros, embora suas maçãs do rosto estivessem coradas — o meu maior pecado que nos assedia. Em qualquer caso, ele te ama. Sei que com Poncho tudo é complicado e nada fez sentido, mas o fato de que ele não está aqui é apenas mais uma prova para mim de quão preciosa você é para ele. Ele se afasta de todos que ama, e quanto mais ele te ama, mais violentamente tenta não demonstrar isso.
— Mas não há nenhuma maldição...
— Os hábitos de anos não são tão esquecidos rapidamente — Anahí falou, e seus olhos estavam tristes — não cometa o erro de acreditar que ele não te ama porque ele não demonstra, Cecily. Confronte-o se for preciso e exija a verdade, mas não cometa o erro de se afastar porque acredita que é uma causa perdida. Não expulse-o de seu coração. Porque, se fizer isso, irá se arrepender.
•••
Para: Membros do Conselho
De: Cônsul Josias Wayland
Perdoe a demora na minha resposta, senhores. Eu queria ter certeza de que não estava lhes dando a minha opinião em qualquer espírito de pressa precipitada, mas agora as minhas palavras são sólidas e resultados do paciente pensamento fundamentado.
Temo que não concorde com a escolha de Maite Branwell como minha sucessora. Embora possua um bom coração, ela é demasiadamente volúvel, emocional, apaixonado e desobediente para ter o cargo de um Cônsul. Como sabemos, o sexo frágil tem suas fraquezas que os homens não possuem, e infelizmente, ela é presa a todos eles. Não, eu não posso recomendá-la. Sugiro que considerem outra pessoa – o meu sobrinho, George Penhallow, que completará vinte e cinco neste novembro e é um bom Caçador de Sombras e um jovem íntegro. Acredito que ele tem a certeza moral e força de caráter para levar os Caçadores de Sombras em uma nova década.
Em nome de Raziel,
Cônsul Josias Wayland.
Até Mais!
Autor(a): Alien AyA
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Capítulo 4 - Ser sábio e amar Pois ser sábio e amarExcede poder do homem.– Shakespeare, Troilo e Créssida — Pensei que você iria fazer pelo menos uma canção sobre isso — Ucker falou. Poncho olhou para seu parabatai com curiosidade. Ucker, que chamou por Poncho, parecia estar em um bom es ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....