Fanfics Brasil - Você Me Faz Rir Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Você Me Faz Rir

166 visualizações Denunciar


Capítulo 4 - Ser sábio e amar


Pois ser sábio e amar
Excede poder do homem.
– Shakespeare, Troilo e Créssida


— Pensei que você iria fazer pelo menos uma canção sobre isso — Ucker falou.


Poncho olhou para seu parabatai com curiosidade. Ucker, que chamou por Poncho, parecia estar em um bom estado de espírito. Ele estava sentado tranquilamente na beira de sua cama, vestindo camisa e calças limpas, embora a camisa o fizesse parecer mais magro do que nunca. Ainda havia manchas de sangue seco em torno de sua clavícula, uma espécie de colar brutal.


— Fazer uma canção de quê?


A boca de Ucker se curvou.


— Nossa vitória sobre o verme. Depois de todas as piadas que você...


— Eu não estive em clima para brincadeira nestas últimas horas — Poncho respondeu, os olhos se movendo para os trapos com sangue que estavam na cabeceira da cama, a bacia meio cheia de fluido rosado.


— Não fique preocupado, Poncho. Todo mundo está. É tanta agitação em cima de mim e eu não posso aguentar isso, eu queria você porque... porque você não seria assim. Você me faz rir.


Poncho jogou os braços para o alto.


— Ah, tudo bem. Que tal isso?


“A verdade é que não labuto mais em vão
Para provar que a varíola demoníaca não é mentira, não.
Apesar de ser uma pena, não é em vão
O verme com varíola foi ao chão:
Para acreditar em mim, todos devem condescender.” 


Ucker soltou uma gargalhada.


— Bem, isso foi horrível.


— Foi de improviso!


— Poncho, não existe tal coisa como escansão...


Entre um momento e outro, o riso de Ucker se transformou em um acesso de tosse. Poncho correu para a frente quando Ucker se dobrou, seus finos ombros sacudindo. Sangue espirrou na colcha branca da cama.


— Ucker...


Com uma mão, Ucker fez um gesto em direção à caixa em seu criado-mudo. Poncho estendeu a mão para ela. Estava intimamente familiarizado com mulher delicadamente desenhada na tampa, servindo água de um jarro. Ele odiava a visão dela.


Abriu a caixa e congelou. O que parecia ser um pouquinho de açúcar prateado mal cobria a madeira do fundo. Talvez tivesse havido uma maior quantidade antes de os Irmãos do Silêncio o tratarem; Poncho não sabia. O que ele sabia era que deveria haver muito, muito mais.


— Ucker — ele falou em uma voz estrangulada — como isso pode ser tudo o que resta?


Ucker tinha parado de tossir. Havia sangue em seus lábios, e enquanto Poncho observava, chocado demais para se mover, Ucker levantou o braço e esfregou o sangue de seu rosto com a manga da blusa. A roupa imediatamente ficou escarlate. Ele parecia febril, sua pele pálida brilhando, embora não mostrasse nenhum outro sinal externo de agitação.


— Poncho... — ele falou suavemente.


— Dois meses atrás... — Poncho começou, percebendo que sua voz estava aumentando, e forçou-a a baixar novamente — dois meses atrás, arranjei yin fensuficiente para durar um ano.


Havia uma mistura de desafio e tristeza na expressão de Ucker.


— Eu tive que acelerar o processo de tomá-la.


— Acelerar? Para quanto?


Agora Ucker não encontrou seu olhar.


— Eu tenho tomado duas vezes, talvez três, quando muito.


— Mas a taxa em que você toma a droga está ligada à deterioração de sua saúde — Poncho disse, e quando Ucker nada respondeu, sua voz se levantou e quebrou em uma única pergunta: — Por quê?


— Eu não quero viver metade de uma vida...


— Nesse ritmo você não vai nem mesmo viver um quinto dela! — Poncho gritou, e prendeu a respiração.


A expressão de Ucker tinha mudado, e Poncho teve que fechar a caixa que estava segurando e colocá-la de volta na mesa de cabeceira para evitar de jogá-la na parede. Ucker estava sentado ereto, com os olhos em chamas.


— Há mais para viver do que não morrer  disse ele — olhe para a maneira como você vive, Poncho. Você queima tão brilhante quanto uma estrela. Eu estava tomando apenas o suficiente do medicamento para me manter vivo, mas não o suficiente para me manter bem. Um extra da droga antes das batalhas, talvez, para me dar energia, mas por outro lado, uma meia vida, um cinza crepuscular de uma vida...


— Mas você mudou a sua dose hoje? Ou foi desde o noivado? — Poncho demandou. — Isso é por causa de Anahí?


— Você não pode culpá-la por isso. Foi minha decisão. Ela não tem conhecimento disso.


— Ela quer que você viva, Christopher...


— Eu não vou viver!  E Ucker estava de pé, suas bochechas avermelhadas de raiva. Poncho nunca o vira assim. — Eu não vou viver, e posso escolher queimar brilhantemente por ela como eu desejo, por um curto tempo, do que sobrecarregá-la com apenas uma pessoa de meia-vida durante um longo tempo. É minha escolha, Alfonso, e você não pode fazê-la por mim.


— Talvez eu possa. Sempre fui eu que saí para comprar o seu yin fen para você...


A cor sumiu do rosto de Ucker.


— Se você se recusar a fazê-lo, vou comprar por conta própria. Eu sempre estarei disposto. Você disse que queria ser a pessoa que comprava. E, quanto a isso... — ele tirou o anel da família Uckermann dedo e estendeu-o à Poncho — leve-o.


Poncho deixou seus olhos derivarem em direção à mão dele, em seguida, até o rosto de Ucker. Uma dúzia de coisas horríveis que ele pudesse dizer ou fazer passou por sua mente. Alguém não se desfaz de uma personalidade tão rapidamente, ele tinha descoberto. Fingira ser cruel por tantos anos que a primeira ideia que lhe vinha era essa, como um homem que distraidamente leva sua charrete em direção à casa que vivera por toda a vida, apesar do fato de ter se mudado recentemente.


— Você deseja se casar comigo agora? — Poncho perguntou, por fim.


— Venda o anel. Ganhe o dinheiro. Eu te disse, você não deve ter que pagar as minhas drogas. Eu paguei as suas uma vez que, você sabe, e me lembro do sentimento. Foi desagradável.


Poncho estremeceu, em seguida, olhou para o símbolo da família Uckermann brilhando na palma de Ucker, cheia cicatrizes pálidas. Ele estendeu a mão sobre a de seu amigo, fechando os dedos dele suavemente sobre o anel.


— Quando você se tornou imprudente e eu cauteloso? Desde quando eu tive que protegê-lo de si mesmo? É sempre você quem tem me guardado — seus olhos procuraram o rosto de Ucker — ajude-me a compreendê-lo.


Ucker ficou muito quieto. Então ele disse:


— No começo, quando percebi que eu amava Anahí, acho que, talvez, fosse o amor me fazendo bem. Eu não tinha tido um ataque em tanto tempo. E quando perguntei se ela queria se casar comigo, eu disse isso a ela. Era o amor me curando. Assim, quando aconteceu pela primeira vez eu estava... a primeira vez que aconteceu de novo, depois disso, eu não podia suportar dizer a ela, não queria que ela pensasse que isso significava uma diminuição do meu amor por ela. Tomei mais da droga, para me defender de outro ataque. Logo eu estava tomando mais da droga para simplesmente me manter em pé do que costumava tomar para me manter por uma semana. Eu não tenho anos, Poncho. Posso até não ter meses. E não quero que Anahí saiba. Por favor, não diga a ela. Não apenas por causa dela, mas por mim.


Contra sua própria vontade, quase, Poncho sentiu próprio entendimento. Ele teria feito qualquer coisa, pensou, diria qualquer mentira, tomaria qualquer risco para fazer Anahí amá-lo. Ele teria feito...


Quase qualquer coisa. Ele não trairia Ucker por isso. Essa era a única coisa que ele não faria. E agora Ucker se levantou, com a mão na de Poncho, seus olhos pedindo sua simpatia, seu entendimento. E como não poderia Poncho entender? Lembrou-se de estar na sala de Christian, implorando para ser enviado para o Reino dos Demônios, em vez de viver mais uma hora, outro momento, de uma vida que não podia mais suportar.


— Então você está morrendo por amor, então — Poncho disse finalmente, sua voz soando apertada para seus próprios ouvidos.


— Morrendo um pouco mais rápido por amor. Há coisas piores para morrer.


Poncho tirou a mão de Ucker, e Ucker olhou do anel para Poncho, seus olhos interrogativos.


— Poncho...


— Eu vou para Whitechapel. Esta noite. Pegarei todo o yin fen, tudo o que você precisar.


Ucker balançou a cabeça.


— Eu não posso pedir-lhe para fazer algo que vai contra a sua consciência.


— A minha consciência — Poncho sussurrou — você é a minha consciência. Você sempre será, Christopher Uckermann. Eu vou fazer isso por você, mas quero uma promessa em primeiro lugar.


— Que tipo de promessa?


— Você me pediu anos atrás para parar de procurar por uma cura. Quero que você me libere desta promessa. Liberte-me para buscar, pelo menos. Liberte-me para procurar.


Ucker olhou para ele com alguma admiração.


— Quando acho que te conheço perfeitamente, você me surpreende de novo. Sim, eu vou liberá-lo. Procure. Faça o que deve. Eu não posso impedir suas melhores intenções, o que só seria cruel, e eu faria o mesmo por você, em seu lugar. Você sabe disso, não sabe?


— Eu sei — Poncho deu um passo adiante. Ele colocou as mãos nos ombros de Ucker, sentindo-os frágeis sob seu aperto, como os ossos das asas de um pássaro — esta não é uma promessa vazia, Christopher. Acredite em mim, não há ninguém que sabe mais do que eu da dor de uma falsa esperança. Vou procurar. Se houver algo a ser encontrado, vou encontrar. Mas até então, sua vida é sua para viver como você escolher.


Incrivelmente, Ucker sorriu.


— Eu sei disso, mas é amável da sua parte me lembrar.


— Eu não sou nada senão amável — Poncho respondeu.


Ele observou o rosto de Ucker, o rosto tão familiar para ele quanto o seu próprio.


— E determinado. Você não vai me deixar. Não enquanto eu viver.


Os olhos de Ucker se arregalaram, mas ele não disse nada. Não havia mais nada a ser dito. Poncho deixou as mãos caírem dos ombros de seu parabatai e se virou para a porta.




Mila como você é tadinho do Ucker :(


nandacolucci postando! :D


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Alien AyA

Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Cecily estava onde esteve anteriormente naquele dia, a faca na mão direita. Ela avistou a linha de tiro, em seguida, puxou a faca e deixou-a voar. A lâmina ficou presa na parede, do lado de fora do círculo desenhado. Sua conversa com Anahí não aliviara seus nervos, só piorara. Havia um ar de aprisionamento, tristeza resignada sobre An ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais