Fanfics Brasil - Prolongar Sua Vida Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Prolongar Sua Vida

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As Peças Infernais não têm compaixão.
As Peças Infernais não têm remorso.
As Peças Infernais não têm limitações.
As Peças Infernais nunca vão parar de chegar.


As palavras escritas na parede de Benedict ecoaram na cabeça de Anahí enquanto ela se sentava na cama de Ucker, observando-o dormir. Ela não sabia que horas eram exatamente, certamente “altas horas”, como Bridget disse uma vez, sem dúvida depois da meia-noite. Ucker estava acordado quando ela entrou, logo após Poncho ir embora – acordado, sentado e bem o suficiente para tomar um pouco de chá e torradas, embora estivesse mais pálido e com menos fôlego do que ela teria gostado.


Sophie chegara mais tarde para recolher a comida, e sorriu para Anahí.


— Afofe os travesseiros dele — ela havia sugerido em um sussurro, e Anahí tinha feito isso, apesar de Ucker olhar divertido por sua agitação.


Anahí nunca teve muita experiência com doentes. Cuidar de seu irmão quando ele estava bêbado era o mais próximo que ela chegara de ser uma enfermeira. Não se importava agora de estar Ucker, não se importava segurar sua mão enquanto ele respirava suavemente, seus olhos semicerrados, os cílios tremulando contra as maçãs do rosto.


— Não é muito heroico — ele falou de repente, sem abrir os olhos, sua voz estável.


Anahí se levantou e inclinou para frente. Ela tinha deslizado os dedos no braço dele mais cedo, e agora suas mãos estavam unidas ao lado dele na cama. Sua dedos estavam frios nos dela, a pulsação lenta.


— O que você quer dizer?


— Hoje — disse ele em voz baixa, e tossiu — tendo um ataque e tossindo sangue por toda a mansão Lightwood...


— Isto só melhorou o aspecto do lugar — Anahí observou.


— Agora você soou como Poncho — Ucker deu um sorriso sonolento — e você está mudando de assunto, assim como ele o faria.


— Claro que estou. Como se eu pensasse menos de você por estar doente... você sabe que não. E você foi muito heroico hoje. Apesar de Poncho ter dito antes — acrescentou — que todos os heróis têm um mau fim, e ele não podia imaginar por que alguém iria querer ser um de qualquer maneira.


— Ah — a mão de Ucker apertou a dela brevemente e, em seguida, a soltou — bem, Poncho está olhando para o quadro do ponto de vista do herói, não é? Mas quanto ao resto de nós, é uma resposta fácil.


— É mesmo?


— Claro. Heróis suportam porque nós precisamos deles. Não para o seu próprio bem.


— Você fala deles como se você não fosse um — ela tirou o cabelo prateado da testa. Ele se inclinou ao seu toque, fechando os olhos — Ucker... você já... — ela hesitou — alguma vez você já pensou em maneiras para prolongar a sua vida que não são seja uma cura para a droga?


Com essas pálpebras, os olhos dele se abriram.


— O que você quer dizer?


Ela pensou em Poncho, no chão do sótão, engasgando com água benta.


— Tornar-se um vampiro. Você viveria para sempre...


Ele sentou-se ereto contra os travesseiros.


— Anahí, não. Você não pode pensar que esse é o caminho.


Ela correu os olhos para longe dele.


— O pensamento de se tornar um Ser do Submundo é realmente tão horrível para você?


— Anahí... — ele suspirou. — Eu sou um Caçador de Sombras. Nephilim. Como meus pais antes mim. É a herança que eu reclamo, assim como reivindico a herança da minha mãe, como parte de mim mesmo. Não significa que eu odeio meu pai. Mas honro o dom que me deram, o sangue do Anjo, a confiança depositada em mim, os votos que fiz. Nem penso que eu seria um bom vampiro. A maior parte deles nos despreza. Às vezes eles transformam um Nephilim, como uma piada, mas esse vampiro é desprezado pelos outros. Nós carregamos o dia e o fogo dos anjos em nossas veias, tudo o que eles odeiam. Eles me evitariam, e os Nephilim fugiriam de mim. Eu não seria mais o parabatai de Ponchonão seria mais bem-vindo ao Instituto. Não, Anahí. Prefiro morrer e renascer, ver o sol mais uma vez, do que viver até o fim do mundo sem a luz do dia.


— Um Irmão do Silêncio, então — ela disse — o Códex diz que as runas que eles fazem em si mesmos são poderosas o bastante para deter a mortalidade.


— Irmãos do Silêncio não podem se casar, Anahí — ele tinha levantado o queixo. Anahí sabia há muito que, sob gentileza de Ucker, havia uma teimosia tão forte quanto a de Poncho. Ela poderia vê-la agora, aço sob a seda.


— Você sabe que eu preferiria tê-lo vivo e não casado comigo do que... — a garganta dela se fechou com a palavra.


Os olhos de Ucker se suavizaram um pouco.


— O caminho da Irmandade do Silêncio não está aberto para mim. Com o yin fenno meu sangue, contaminando-o, não sobreviverei às runas que colocariam em mim. Eu teria que deixar a droga sair completamente do meu sistema, o que provavelmente me mataria — ele deve ter visto algo em sua expressão, porque suavizou a voz — e os Irmãos do Silêncio não têm exatamente uma vida: sombras e trevas, silêncio e nada de música — ele engoliu — e além disso, eu não quero viver para sempre.


— Eu provavelmente vou viver para sempre — Anahí apontou.


A enormidade disso era algo que ela ainda não podia compreender completamente. Era tão difícil de entender que sua vida nunca iria acabar como era de se esperar.


— Eu sei — Ucker respondeu — e sinto muito por isso, pois acho que é um fardo que ninguém deve ter de suportar. Você sabe que eu acredito nós vamos viver de novo, Anahí. Eu vou voltar, só que não neste corpo. Almas que o amor une são atraídas uma para a outra em suas próximas vidas. Vou ver Poncho, meu pais, meus tios, Maite e Henry...


— Mas você não vai me ver.


Não era a primeira vez que ela tinha pensado nisso, embora das outras vezes tivesse empurrado o pensamento para longe quando ele se erguia. Se eu sou imortal, então só tenho isso, esta vida. Eu não vou mudar e me transformar como você, Christopher. Não vou vê-lo no céu, ou nas margens do grande rio, ou na vida que está além do presente.


— Eu vejo você agora.


Ele estendeu a mão e a colocou no rosto dela, os seus claros olhos cinza-prateados procurando os dela.


— E eu vejo você — ela sussurrou, e Ucker sorriu cansado, fechando os olhos.


Ela colocou a mão sobre a dele e encostou o rosto na palma de sua mão. Ficou lá, sem palavras, os dedos gelados contra sua pele, até que a respiração de Ucker desacelerou e seus dedos diminuíram o aperto nos dela; ele tinha adormecido. Com um sorriso triste, ela baixou a mão suavemente para que ela repousasse sobre a colcha, ao seu lado.


A porta do quarto se abriu. Anahí virou-se em sua cadeira e viu Poncho de pé no umbral, ainda de casaco e luvas. Um olhar forte e perturbado no rosto dele a fez levantar-se e seguir até o corredor.


Poncho já estava andando pelo corredor com a pressa de um homem com o diabo em seus calcanhares. Anahí fechou a porta do quarto cuidadosamente atrás dela e correu até Poncho.


— O que é isso, Poncho? O que aconteceu?


— Acabei de voltar de East End — ele contou. Havia dor em sua voz, a dor que ela não tinha ouvido desde aquele dia na sala de estudos quando lhe dissera estava noiva de Ucker — eu tinha ido comprar mais yin fen. Mas não há mais.


Anahí quase tropeçou quando chegaram aos degraus.


— O que você quer dizer com “não há mais”? Ucker tem um suprimento, não tem?


Poncho virou-se para encará-la, andando de costas para descer as escadas.


— Já acabou — ele respondeu secamente — ele não quer que você saiba, mas não há maneira de esconder isso. Já acabou, e não consigo encontrar mais. Eu sempre fui o único a comprar. Tinha fornecedores, mas eles desapareceram ou chegaram de mãos vazias. Fui primeiro para aquele lugar, com os ifrits, onde você e Ucker me encontraram. Eles não tinham yin fen.


— Em seguida, no outro ponto...


— Eu fui a todos os lugares — disse Poncho, girando de volta.


Eles saíram para o corredor no segundo nível do Instituto, a biblioteca e sala de estar estavam ali. Ambas as portas estavam abertas, derramando luz amarela para o corredor.


— A todos os lugares. No último que fui, me disseram que alguém comprou tudo deliberadamente nas últimas semanas. Não há nada.


— Mas Ucker... — Anahí disse, choque zumbindo através dela como fogo — sem oyin fen...


— Ele vai morrer — Poncho parou por um momento na frente da porta da biblioteca, seus olhos encontrando os dela — apenas esta tarde ele me deu permissão para buscar uma cura para ele. Para encontrar. E agora ele vai morrer porque eu não posso mantê-lo vivo por tempo suficiente para encontrar.


— Não. Ele não vai morrer, não vamos deixar.


Poncho entrou na biblioteca, ao lado de Anahí, o olhar de sobrevoando a familiar sala, as mesas iluminadas, as prateleiras lotadas de volumes.


— Havia livros — ele continuou, como se Anahí não tivesse falado — livros que eu costumava consultar, volumes sobre venenos raros — ele se moveu para longe dela, em direção a uma prateleira próxima, sua mãos enluvadas correndo febrilmente sobre os tomos que descansavam ali — foi há muitos anos, antes de Ucker proibir mais investigações. Eu tinha esquecido...


Anahí moveu-se para se juntar a ele, suas saias balançando acima dos tornozelos.


— Poncho, pare.


— Mas eu tenho que me lembrar — ele seguiu para outra prateleira, e depois outra, seu corpo esbelto lançando uma sombra em ângulo pelo chão — eu tenho que encontrar...


— Poncho, você não pode ler todos os livros da biblioteca a tempo. Pare — ela se aproximara por trás dele, perto o suficiente para ver onde o colarinho de sua jaqueta estava úmido da chuva — isso não vai ajudar Ucker.


— Então, o que vai? O que vai?


Poncho se arrancou outro livro da prateleira, olhou-o e atirou-o para o chão. Anahí deu um salto.


— Pare! — ela repetiu, e pegou em seu braço, virando-o para encará-la.


Ele estava corado, sem fôlego, os músculos tão tensos quanto ferro sob seu aperto.


— Quando você procurou a cura antes, não sabia o que sabe agora. Não tinha os aliados temos agora. Nós vamos sair e falar com Christian Chávez. Ele tem olhos e ouvidos no Submundo, sabe de todos os tipos de magia. Ajudou com a sua maldição, pode nos ajudar com isso também.


— Não houve nenhuma maldição — Poncho respondeu, como se estivesse recitando as linhas de uma peça de teatro, os olhos vidrados.


— Poncho... me escute. Por favor. Vamos para Christian. Ele pode ajudar.


Poncho fechou os olhos e tomou uma profunda respiração.


Anahí fitou-o. Ela não podia evitar observá-lo quando sabia que ele não estava olhando – os finos cílios bem escuros contra as maçãs do rosto, o tom azul de suas pálpebras.


— Sim — ele disse finalmente — sim, claro. Anahí, obrigado. Eu não estava pensando.


— Você estava triste — ela corrigiu, de repente ciente de que ainda estava segurando o seu braço, e que eles estavam perto o bastante para que ela pudesse lhe dar um beijo na bochecha ou envolver os braços ao redor de seu pescoço para confortá-lo.


Anahí deu um passo para trás, soltando-o. Os olhos de Poncho se abriram.


— E você pensou que ele sempre te proibiria de procurar uma cura. Sabe que eu nunca estive em paz com que. Já tinha pensado em Christian antes.


Os olhos de Poncho examinaram o rosto dela.


— Mas você nunca perguntou pra ele?


Ela balançou a cabeça.


— Ucker não queria. Mas tudo está mudado agora.


— Sim — Poncho se afastou dela, seus olhos persistentes em seu rosto — eu vou descer e chamar Cyril para buscar a charrete. Encontre-me no pátio.


•••


Para: Cônsul Josias Wayland


De: Membros do Conselho


Caro senhor,
Não podemos deixar de expressar nossa grande angústia ao receber sua carta. Tivemos a impressão de que Maite Branwell foi a escolha que seu coração abraçou, e que ela se provara ser uma líder apta do Instituto de Londres. Nosso próprio Inquisidor Whitelaw fala muito bem dela e da maneira com que ela geriu seu desafio de autoridade por Benedict Lightwood.


É nossa opinião como um Conselho que George Penhallow não é um sucessor apto para o lugar do Cônsul. Ao contrário Sra. Branwell, ele não se provou como um líder. É verdade a Sra. Branwell é jovem e apaixonada, mas o papel do Cônsul é aquele que exige paixão. Sugerimos que deixe de lado os pensamentos do Sr. Penhallow, que é muito jovem e verde para o cargo, e tenha tempo para analisar novamente a possibilidade da Sra. Branwell.


Em nome de Raziel,
Membros do Conselho




Até Mais!


 



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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