Fanfics Brasil - Você Me Acendeu Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Você Me Acendeu

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— Poncho?


A voz calma tirou-o de seu devaneio. Anahí estava sentada na sua frente dentro da charrete, os olhos cinzentos da cor da chuva na penumbra.


— No que você está pensando?


Com esforço, ele puxou-se para fora de memória, seus olhos fixos no rosto de Anahí. Ela não usava chapéu, e o capuz de seu manto brocado tinha caído para trás. Seu rosto estava pálido – principalmente nas maçãs do rosto, ligeiramente apontadas para o queixo. Ele pensou que nunca vira um rosto com tal poder de expressão: cada sorriso dela partia seu coração como um relâmpago pode dividir uma árvore enegrecida, o mesmo acontecia com cada olhar de tristeza. No momento ela olhava-o com uma preocupação melancólica que atingiu seu coração.


— Ucker — Poncho respondeu, com perfeita honestidade — eu estava pensando em sua reação quando lhe conte da maldição de Marbas.


— Ele ficou triste por você — ela disse imediatamente — eu sei que sim, ele me falou muito.


— Triste, mas não com pena. Ucker sempre me deu exatamente o que eu precisava da maneira que eu precisava, até mesmo quando não sei o que preciso. Todos os parabatai são dedicados. Temos de ser, para dar o melhor de nós para o outro, até mesmo porque ganhamos força por fazê-lo. Mas com Ucker é diferente. Por muitos anos, precisei dele para viver, e ele me manteve vivo. Pensei que ele não sabia que estava fazendo isso, mas talvez ele soubesse.


— Talvez — Anahí concordou — ele nunca teria te contado, seria um esforço desperdiçado.


— Ele nunca te disse nada sobre isso?


Anahí balançou a cabeça. Suas mãos pequenas, com luvas brancas, estavam em punhos em seu colo.


— Ele só fala de você com o maior orgulho, Poncho. Te admira mais do que você poderia imaginar. Quando soube da maldição, ele estava com o coração partido por você, mas havia também, quase, uma espécie de...


— Justificativa? — ele sugeriu.


Ela assentiu com a cabeça.


— Ele sempre acreditou que você era bom. E então foi comprovado.


— Oh, eu não sei — ele respondeu amargamente — ser bom e ser amaldiçoado não são a mesmo coisa.


Ela se inclinou para a frente e pegou a mão de Poncho, pressionando-a entre as suas. O toque era como um fogo branco em suas veias. Ele não podia sentir sua pele, apenas o pano de as luvas, mas ainda assim não importava. Você me acendeu, o monte de cinzas que eu sou, em fogo. Ele se perguntou uma vez porque o amor sempre era relacionado a queimar. O calor em suas próprias veias, agora, deram a resposta.


— Você é bom, Poncho. Não há melhor posição do que a minha para dizer com perfeita confiança quão bom você realmente é.


Ele falou lentamente, não querendo que Anahí retirasse as mãos.


— Você sabe, quando tínhamos 15 anos de idade, Yanluo, o demônio que assassinou os pais de Ucker, foi finalmente morto. O tio de Ucker estava determinado a se mudar da China para Idris e convidou Ucker para ir viver com ele lá. Ucker recusou... por mim. Ele disse que não se deixa seu parabatai. Que fazia parte das palavras do juramento. “Sua gente será a minha gente.” Me pergunto, se eu tivesse tido a chance de voltar para a minha família, eu teria feito o mesmo por ele?


— Você está fazendo isso. Não pense que não sei que Cecily quer que você volte para casa com ela. E que você permanece por causa de Ucker.


— E por você — Poncho respondeu antes que pudesse se parar.


Anahí imediatamente retirou as mãos da dele, e Poncho se amaldiçoou em silêncio e barbaramente: Como pôde ter sido tão tolo? Como, depois de dois meses? Você tem sido tão cuidadoso. Seu amor por ela é apenas um fardo que ela suporta por educação. Lembre-se disso.


Mas Anahí só estava puxando a cortina de lado porque a carruagem diminuiu a velocidade. Eles estavam se movendo para um estábulo, cuja entrada possuía uma placa: todos os condutores de veículos devem encaminhar seus cavalos sob este arco.


— Nós estamos aqui — ela falou, como se ele não tivesse dito uma palavra.


Talvez não tivesse, Poncho pensou. Talvez não tivesse falado em voz alta. Talvez ele só estivesse ficando louco. Certamente não era inimaginável, sob as circunstâncias.


Quando a porta da carruagem foi aberta, trouxe uma lufada de ar fresco do Chelsea entrou. Ele viu Anahí endireitar a cabeça enquanto Cyril ajudava-a a descer. Poncho se juntou a Anahí na calçada de pedras. O lugar cheirava ao Tâmisa. Antes de a represa ser construída, o rio chegava muito mais perto da linhas de casas, suas margens suavizadas pela luz a gás na escuridão. Agora, o rio foi separado por uma distância maior, mas ainda se podia cheirar a sujeira, o sal e o ferro da água.


A entrada do número 16 era em estilo georgiano, feita de tijolo vermelho liso, com uma sacada que se projetava sobre a porta da frente. Lá estava um pequeno quadrado pavimentado, e um jardim situava-se atrás de um elegante cerca, toda trabalhada em ferro. O portão já estava aberto. Anahí o empurrou e marchou até os degraus da frente para bater na porta, Poncho apenas alguns passos atrás dela.


A porta foi aberta por Woolsey Scott, que usava calças e camisa de seda estampadas na cor amarelo-canário. Ele tinha um monóculo de ouro empoleirado nos num dos olhos, e considerou os dois com algum desgosto.


— Oh, puxa. Eu teria mandado o criado pegar o recado e despachá-lo, mas imaginei que fosse outra pessoa.


— Quem? — Anahí perguntou, questão que Poncho não achou pertinente – mas era o jeito de Anahí, ela estava sempre perguntando coisas. Deixem-na sozinha em uma sala, e ela começa a fazer perguntas ao mobiliário e às plantas.


— Alguém com absinto.


— Tome o suficiente dessa coisa e vai achar que você é outra pessoa — disse Poncho — estamos procurando Christian Chávez, se ele não estiver aqui, diga-nos e não vamos tomar mais de seu tempo.


Woolsey suspirou como se isso prevalecesse sobre tudo.


— Christian — ele chamou — é o seu garoto de olhos azuis.


Houve passos no corredor atrás de Woolsey e Christian apareceu vestido com suas roupas noite, como se tivesse acabado de chegar de uma festa. A frente da camisa e os punhos eram branco engomado, o fraque preto tinha uma franja irregular de seda escuro. Os olhos dele foram de Poncho para Anahí.


— A que devo a honra, a esta hora tão tardia?


— Um favor — Poncho respondeu, e emendou quando as sobrancelhas de Christian subiram: — e uma questão.


 Woolsey suspirou e se afastou a porta.


— Muito bem. Venham para a sala de estar.


Ninguém se ofereceu para recolher seus chapéus ou casacos, e uma vez que eles chegaram à sala de estar, Anahí tirou as luvas e ficou com as mãos perto do fogo, tremendo ligeiramente. Seu cabelo era uma massa úmida de cachos na nuca, e Poncho moveu o olhar para longe dela antes que pudesse se lembrar de como era passar as mãos por aqueles cabelos e sentir os fios entre seus dedos. Era mais fácil no Instituto, com Ucker e os outros para distraí-lo, para lembrá-lo que Anahí não era seu caminho. Aqui, sentindo-se como se estivesse de frente para o mundo com ela ao seu lado – sentindo que ela estava ali por ele em vez de, muito sensatamente, pela saúde de seu noivo – era quase impossível não lembrar.


Woolsey se jogou numa poltrona florida. Arrancou o monóculo de seu olho e estava balançando-o em seus dedos, a corrente de ouro pendendo.


— Eu simplesmente não posso esperar para ouvir sobre o que é.


Christian se aproximou da lareira e encostou-se a ela, a imagem perfeita de um jovem cavalheiro ocioso. A sala fora pintado de um azul pálido, e decorado com quadros que mostravam vastas áreas de granito, um cintilante mar azul, homens e mulheres em vestimentas clássicas. Poncho pensou ter reconhecido uma reprodução de uma Alma-Tadema – ou pelo menos devia ser uma reprodução, certo?


— Não se embasbaque com as paredes, Poncho — Christian falou — você esteve bastante ausente por meses. O que te traz aqui agora?


— Eu não queria incomodá-lo... — Poncho murmurou.


Era apenas parcialmente verdade. Uma vez que Christian provou que a maldição que Poncho acreditava estar sobre ele era falsa, ela passara a evitar Christian, não porque estava zangado com o bruxo, ou porque não precisava mais dele, mas porque a visão do feiticeiro lhe causava dor. Havia lhe escrito uma pequena carta, contando-lhe o que tinha acontecido e que o seu segredo não era mais um segredo. Tinha falado de noivado de Ucker com Anahí. Pedira que Christian não respondesse.


— ... mas isto é uma crise — Poncho continuou.


Os olhos de gato de Christian se arregalaram.


— Que tipo de crise?


— Trata-se de yin fen... — Poncho começou.


— Gracioso — Woolsey comentou — não me diga minha matilha está tomando essas coisas de novo?


— Não. Não há nada disso para tomar.


Ele viu a compreensão surgir no rosto de Christian e passou a explicar a situação o melhor que pôde. Christian não mudou a expressão enquanto Poncho falou – não mais que Church mudaria quando alguém falava com ele. Christian apenas assistiu-o com seus olhos verdes e dourados até que Poncho terminou.


— E sem o yin fen...?  Christian começou.


— Ele vai morrer — Anahí completou, voltando-se a partir da lareira.


Suas bochechas estavam coradas, pelo calor do fogo ou do estresse da situação, Poncho não sabia.


— Não imediatamente, mas... no decorrer da semana. Seu corpo não pode se sustentar sem o pó.


— Como é que ele o toma? — Woolsey perguntou.


— Dissolvido em água, ou inalando... O que isso tem a ver? — Poncho demandou.


— Nada. Eu só estava me perguntando. Drogas de demônio são uma coisa curiosa.


— Para nós, que o amamos, é uma visão mais que curiosa — disse Anahí.


Seu queixo foi para cima, e Poncho se lembrou do que lhe falara uma vez, sobre ser como Boadiceia. Ela era corajosa, e a adorava por isso, mesmo que sua coragem tenha sido empregada na defesa de seu amor por alguém.


— Por que vieram até mim com isso? — A voz de Christian era tranquila.


— Você nos ajudou antes — Anahí respondeu — pensamos que talvez pudesse ajudar novamente. Você ajudou com de Quincey e Poncho, com sua maldição...


— Eu não estou à sua disposição — Christian interrompeu — ajudei com de Quincey porque Camille me pediu, e outrora ajudei Poncho porque ele me ofereceu um favor em troca. Eu sou um feiticeiro. Não sirvo Caçadores de Sombras de graça.


— E eu não sou uma Caçador de Sombras — Anahí replicou.


Houve um silêncio. Então:


— Hmm — Christian disse, e afastou-se do fogo — eu entendo, Anahí, que devo ter dar os parabéns?


— Eu...


— Por seu noivado com Christopher Uckermann.


— Ah — ela corou, e sua mão foi para garganta, onde sempre usava o colar da mãe de Ucker, seu presente para ela — sim. Obrigado.


Poncho sentiu mais do que viu os olhos de Woolsey em todos os três – Christian, Anahí, e ele próprio, deslizando de um para o outro, a mente por trás dos olhos examinando, deduzindo, desfrutando.


Os ombros de Poncho enrijeceram.


— Eu ficaria feliz em lhe oferecer algo desta vez — ele disse — outro favor, ou o que você queira, pelo yin fen. Se é pagamento, eu poderia arranjar, ou seja, eu poderia tentar...


— Eu poderia ter ajudado antes, mas agora... — Christian suspirou. — Pense, o seu par. Se alguém está comprando todo o yin fen do país, então é porque tem uma razão. E quem tem uma razão para fazer isso?


— Mortmain — Anahí sussurrou antes que Poncho pudesse dizer.


Ele ainda se lembrava de sua própria voz: os servos de Mortmain tem comprado uma grande quantidade de yin fen no East End. Eu confirmei. Se o seu acabar, essa era a única fonte...


Então você comprou para que eu não ficasse sem antes, Ucker falara. A menos que esteja disposto a me deixar morrer, que seria, é claro, a atitude mais sensata a se tomar.


Com yin fen suficiente para durar meses, Poncho não pensara que haveria perigo. Tinha pensado que Mortmain iria encontrar outra forma de atormentá-los, pois certamente iria ver que este plano não funcionaria. Poncho não esperava que a droga para um ano inteiro acabasse em oito semanas.


— Você não quer nos ajudar — Poncho percebeu — não quer se posicionar como um inimigo de Mortmain.


— Bem, você pode culpá-lo? — Woolsey ergueu-se em um turbilhão de seda amarela. — O que você possivelmente poderia oferecer que faria o risco valer a pena para ele?


— Eu te darei qualquer coisa — Anahí em uma voz baixa que Poncho sentiu em seus ossos — qualquer coisa, se você puder nos ajudar a ajudar Ucker.


Christian agarrou um punhado de seu preto cabelo.


— Deus, vocês dois. Eu posso fazer investigações. Rastrear alguma das rotas de navegação habituais. A Velha Molly...


— Eu estive com ela — Poncho disse — algo a assustava tanto, ela não vai nem mesmo rastejar para fora de seu túmulo.


Woolsey bufou.


— E isso não te diz nada, pequeno Caçador de Sombras? Isso tudo realmente vale a pena, só para esticar a vida do seu amigo por mais alguns meses, outro ano? Ele vai morrer de qualquer jeito. E quanto mais cedo ele morrer, mais cedo poderá ter a sua noiva, por quem você está apaixonado — ele moveu o olhar divertido para Anahí — você realmente deve estar contando os dias com grande entusiasmo até que ele morra.


Poncho que não sabia o que aconteceu depois. De repente, tudo ficou branco, e monóculo de Woolsey estava voando pelo cômodo. A cabeça de Poncho bateu dolorosamente em algo... o lobisomem estava debaixo dele, chutando e praguejando... eles estavam rolando o tapete, e havia uma forte dor em seu pulso, onde Woolsey lhe arranhou. A dor clareou sua cabeça, e ele ficou ciente de que Woolsey estava prendendo-o ao chão, os olhos amarelos e os dentes arreganhados e afiados como punhais, prontos para morder.


— Parem, parem com isso!


Anahí, perto da fogueira, ergueu um atiçador.


Poncho, engasgando, colocou a mão contra o rosto de Woolsey, empurrando-o para longe. Woolsey gritou, e de repente o peso estava fora do peito de Poncho.


Christian levantou o lobisomem e o impeliu para longe. Então as mãos do feiticeiro estavam segurando as costas da jaqueta de Poncho, e o Caçador de Sombras se viu sendo arrastado do lugar, olhando Woolsey depois dele, a mão no rosto onde o anel de prata de Poncho tinha queimado sua bochecha.


— Me solte, me solte!


Poncho lutou, mas o aperto de Christian era de ferro. Ele levou Poncho pelo corredor e até uma biblioteca meio iluminada. O Caçador de Sombras tentou se livrar assim que Christian o soltou, resultando em um tropeço deselegante que foi deixá-lo contra o encosto de um sofá de veludo vermelho.


— Eu não posso deixar Anahí sozinha com Woolsey...


— A virtude dela está em pouco perigo com ele — Christian disse secamente — Woolsey vai se comportar, o que é mais do que posso dizer de você.


Poncho se virou lentamente, limpando o sangue de seu rosto.


— Você está me encarando — ele falou para Christian — parece Church antes de morder alguém.



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Autor(a): Alien AyA

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— Começar uma briga com o chefe do Praetor Lupus — Christian disse amargamente — você sabe o que a matilha dele faria com você se tivessem um pretexto. Você quer morrer, não é? — Não — Poncho respondeu, surpreendendo um pouco até a si mesmo. —&nb ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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