Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
— Scones? — Anahí perguntou, incrédula.
A boca de Sophie se contorceu em um sorriso. Ela estava de joelhos diante da grade com um pano e um balde de água com sabão.
— Você poderia ter me acertado com a cabeça erguida, eu não ficaria mais surpreendida — ela confirmou — dezenas de scones. Sob a cama, tudo duro como pedra.
— Meu Deus — Anahí disse, deslizando para a borda da cama e inclinando-se para trás em suas mãos.
Toda vez que Sophie estava em seu quarto para fazer a limpeza, Anahí tinha que se segurar para não correr e ajudar a outra menina com o barril de pólvora ou o pó. Tentou fazê-lo em algumas ocasiões, mas depois de Sophie recusar Anahí suavemente, mas com firmeza, pela quarta vez, ela tinha desistido.
— E você ficou com raiva? — Anahí perguntou.
— Claro que fiquei! Inventando trabalho adicional para mim, eu levando os scones e descendo as escadas, e depois ele escondendo como se... eu não deveria ficar surpresa se o outono terminar com a aparição de camundongos.
Anahí assentiu com a cabeça, reconhecendo a gravidade da questão do roedor em potencial.
— Mas não é um pouco... lisonjeiro que ele fez tudo só para te ver?
Sophie sentou-se ereta.
— Não é lisonjeiro. Ele não está pensando. Ele é um Caçador de Sombras, e eu uma mundana. Não posso esperar nada dele. Na melhor das ideias possíveis, ele pode oferecer para eu ser uma amante enquanto ele se casa com uma Caçadora de Sombras.
A garganta de Anahí apertou-se, ela se lembrou de Poncho no telhado, oferecendo-lhe apenas vergonha e desgraça, e quão pequeno ela sentiu, quão inútil. Fora uma mentira, mas a memória ainda trazia dor.
— Não — Sophie continuou, olhando para as mãos vermelhas, ásperas com o trabalho — é melhor que não pensar nisso. Dessa forma, não haverá desapontamento.
— Acho que os Lightwood são homens melhores do que isso — Anahí ofereceu.
Sophie escovou o cabelo para trás de seu rosto, os dedos tocando levemente a cicatriz que dividia seu rosto.
— Às vezes acho que não há homens melhores do que isso.
•••
Nem Gideon nem Gabriel falaram enquanto a carruagem sacudia de volta pelas ruas de West End ao Instituto. A chuva estava caindo ruidosamente agora, assim Gabriel duvidava que alguém o ouviria se ele falasse. Gideon estava estudando seus sapatos, e não olhou para cima à medida que a carruagem fazia seu caminho para o Instituto. Quando chegaram, o Cônsul abriu a porta para eles saírem.
— Eu confio em vocês, meninos. Agora vão fazer Maite confiar também. E não contem a ninguém de nossa discussão. No que diz respeito, vocês passaram a tarde com os Irmãos.
Gideon desceu da carruagem sem dizer uma palavra, e Gabriel o seguiu. O landó deu a volta e sacudiu para fora na tarde cinzenta Londres. O céu era preto e amarelo, a garoa tão pesada quanto bolinhas de chumbo, a neblina tão densa que Gabriel mal podia ver os portões do Instituto se fechando atrás da carruagem. Ele certamente não viu quando as mãos de seu irmão dispararam para a frente, agarraram-no pelo colarinho da jaqueta e arrastaram-no até o outro lado do lado do Instituto.
Ele quase caiu quando Gideon empurrou-o para cima contra a parede de pedra da antiga igreja. Eles estavam perto dos estábulos, meio escondidos da vista de um dos contrafortes, mas não da chuva. Frias gotas caíam na cabeça e pelo pescoço de Gabriel e deslizaram em sua camisa.
— Gideon... — ele protestou, deslizando nas lajes lamacentas.
— Fique quieto.
Os olhos de Gideon estavam enormes e cinzentos na luz fraca, mal tingidos com verde.
— Você está certo — Gabriel baixou a voz — devemos combinar nossa história. Quando eles nos perguntarem sobre o que fizemos esta tarde, devemos estar em perfeita harmonia em nossa resposta, ou vai não ser crível...
— Eu disse para você ficar quieto — Gideon bateu os ombros do irmão de volta contra a parede, forte o suficiente para Gabriel soltar um arquejo de dor — nós não vamos contar a Maite da nossa conversa com o Cônsul. Mas nem vamos espioná-la.Gabriel, você é meu irmão, e eu te amo. Eu faria qualquer coisa para protegê-lo. Mas não vou vender sua alma ou a minha.
Gabriel olhou para o irmão. Chuva embebia o cabelo de Gideon, pingava na gola de seu casaco.
— Nós poderíamos morrer na rua se nos recusarmos a fazer o que o Cônsul mandou.
— Eu não vou mentir para Maite — disse Gideon.
— Gideon...
— Você viu o olhar no rosto do Cônsul? — Gideon interrompeu. — Quando concordamos em espiar por ele, trair a generosidade da casa que nos acolhe? Ele não estava ao menos surpreso. Nunca por um momento duvidou de nós. Ele não espera nada, apenas traição dos Lightwood. Essa é a nossa herança — suas mãos apertaram os braços de Gabriel — há mais na vida além de sobreviver. Nós temos honra, somos Nephilim. Se não temos isso, nós realmente não temos nada.
— Por que — perguntou Gabriel — por que você tem tanta certeza de que o lado de Maite é a certo?
— Porque o do nosso pai não era. Porque conheço Maite. Porque vivi entre essas pessoas há meses e elas são boas. Porque Maite Branwell foi boa para mim. E Sophie a ama.
— E você ama Sophie.
A boca de Gideon ficou apertada.
— Ela é uma mundana e uma servo — disse Gabriel — não sei o que você espera conseguir com isso, Gideon.
— Nada — Gideon respondeu asperamente — não espero nada. Mas o fato de você acreditar que eu deveria conseguir algo, mostra que nosso pai nos fez acreditar que devemos fazer o bem somente se alguma recompensa for oferecida. Eu não vou trair a palavra que dei a Maite; essa é a situação, Gabriel. Se você não quer ser parte disso, vou mandá-lo para morar com Tatiana e os Blackthorn. Tenho certeza de que eles irão te aceitar. Mas eu não vou mentir para Maite.
— Sim, você vai — Gabriel discordou — nós dois vamos mentir para Maite. Mas vamos mentir para o Cônsul, também.
Gideon estreitou os olhos. Água de chuva pingava dos seus cílios.
— O que você quer dizer?
— Vamos fazer como diz o Cônsul e ler a correspondência de Maite. Então, vamos reportar para ele, mas os relatórios serão falsos.
— Se nós vamos dar-lhe relatórios falsos de qualquer maneira, por que ler a correspondência?
— Para saber o que não quer dizer — Gabriel explicou, água da chuva pingando em sua boca. Ela caía do teto do Instituto, amarga e suja — para evitar dizer-lhe a verdade acidentalmente.
— Se formos descobertos, podemos enfrentar consequências de extrema gravidade.
Gabriel cuspiu a água da chuva.
— Então me diga: você arriscaria essas consequências pelos habitantes do Instituto, ou não? Porque eu... eu estou fazendo isso por você, e porque...
— Por que...?
— Porque cometi um erro. Eu estava errado sobre o nosso pai. Acreditei nele, e eu não deveria ter feito isso — Gabriel tomou uma profunda respiração — eu estava errado, e quero desfazer isso. Se existe um preço a pagar, então irei pagá-lo.
Gideon olhou para ele por um longo tempo.
— Era este o seu plano o tempo todo? Quando você concordou com as exigências do Cônsul, no Argent Rooms, era esse o seu plano?
Gabriel olhou além de seu irmão, em direção ao pátio molhado de chuva. Em sua mente, ele podia ver os dois, muito mais jovens, onde o Tâmisa cruzava o limite da propriedade da casa, e Gideon mostrando-lhe os caminhos seguros através do terreno pantanoso. Seu irmão sempre fora o único a mostrar-lhe os caminhos seguros. Houve uma época em que eles tinham confiado um no outro implicitamente, e ele não soube quando terminara, mas o seu coração doeu mais por isso do que com a perda de seu pai.
— Você acreditaria em mim — ele falou amargamente — se eu lhe disse que sim? Porque é a verdade.
Gideon ficou imóvel por um longo momento. Em seguida, Gabriel viu-se arrastado para a frente, seu rosto pressionado na lã molhada do casaco de Gideon enquanto seu irmão o segurou com força, murmurando:
— Tudo bem, irmãozinho. Vai ficar tudo bem — enquanto balançava a ambos frente e para trás na chuva.
•••
Para: Membros do Conselho
De: Cônsul Josias Wayland
Muito bem, senhores. Nesse caso, só peço pela sua paciência e que não ajam com pressa. Se é uma prova que querem, lhe darei uma. Escreverei novamente sobre este assunto em breve.
Em nome de Raziel e em defesa de sua honra,
Cônsul Josias Wayland
Até Mais!
Autor(a): Alien AyA
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Capítulo 7 - Ouse desejar Se me oferecessem novamente o ano passado,E a escolha entre o bem e o mal me fosse apresentada,Será que eu aceitaria o prazer com a dorOu ousaria desejar jamais termos nos conhecido?– Lady Augusta Gregory, If the past year were offered me again Para: Cônsul WaylandDe: Gabriel e Gideon Lightwood Caro senhor,Estamos m ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....