Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Fazia vários dias desde a batalha com o grande verme, e Cecily estava no sala de treinamento novamente. Estava começando a pensar que deveria simplesmente trazer sua cama e móveis para dentro deste espaço, já que parecia passar a maior parte do seu tempo aqui. O quarto que Maite tinha lhe dado era quase nu de decoração ou qualquer coisa que pudesse lembrá-la de casa. Não trouxera quase nada do País de Gales, não esperando que ficar por um longo tempo.
Aqui na sala de armas, pelo menos, ela se sentia segura. Talvez porque não houvesse lugar como esse onde ela tinha crescido, era puramente um local de Caçadores de Sombras. Nada ali poderia fazê-la sentir saudades de casa. As paredes eram decoradas com dezenas de armas. Sua primeira aula com Poncho, quando ele ainda estava ardendo de raiva por ela estar ali, tinha envolvido memorizar todos os nomes e o que elas faziam. Katana do Japão, espadas de duas mãos, lâminas finas de misericórdia, as estrelas da manhã e clavas, lâminas turcas curvas, bestas, estilingues e tubos minúsculos que lançavam agulhas envenenadas. Ela lembrou-se dele cuspindo as palavras como se fossem veneno.
Fique tão irritado quanto quiser, irmão, ela pensara. Fingirei que gostaria de ser uma Caçadora de Sombras agora, porque isso não lhe dá nenhuma escolha a não ser me manter aqui. Mas vou te mostrar que essas pessoas não são a sua família. Eu vou levá-lo para casa.
Ela retirou a espada da parede e equilibrou-a cuidadosamente em suas mãos. Poncho tinha lhe explicado que a maneira de segurar uma espada de duas mãos era logo abaixo da caixa torácica, apontando para fora. As pernas deviam estar equilibradas com o mesmo peso em cima delas, e a espada devia balançar a partir dos ombros, e não dos braços, para obter o máximo de força em um golpe mortal.
Um golpe mortal. Por muitos anos, ficara com raiva de seu irmão por deixá-los para se juntar aos Caçadores de Sombras em Londres, para doar-se ao que sua mãe denominava “uma vida de assassinato estúpido, de armas, sangue e morte”. O que era tão ruim para ele sobre as montanhas verdes do País de Gales? O que faltava na família? Por que virar as costas para o azul do mar e vir a um lugar tão vazio quanto tudo isso?
E ainda assim, aqui estava ela, escolhendo passar seu tempo sozinha e em silêncio na sala de treinamento com a coleção de armas. O peso da espada na mão era reconfortante, quase servia como uma barreira entre ela e seus sentimentos.
Andara com Poncho por toda a cidade durante algumas noites antes, das casas de ópio para centros de jogos de azar para antros ifrits, um borrão de cor, aromas e luz. Ele não tinha sido exatamente amigável, mas Cecily sabia que, para Poncho, permitir-lhe acompanhá-lo em tal incumbência era um grande gesto de fato.
Ela gostava de sua companhia à noite. Era como ter seu irmão volta. Mas quando a noite começava a terminar, Poncho ia se tornando cada vez mais silencioso, e ao voltarem para o Instituto, ele se afastava, claramente desejando ficar sozinho, deixando Cecily sem nada para fazer além de voltar para o quarto e ficar acordada olhando para o teto até o amanhecer chegar.
Quando planejara vir ao Instituto, de alguma forma pensara que os laços que o seguravam aqui não poderiam ser tão fortes. Seu apego a essas pessoas não poderia ser como seu apego à família. Mas quando a noite chegara ao fim e ela vira a esperança de Poncho, e em seguida, sua decepção, a cada novo estabelecimento que passavam à procura de yin fen e não havia nada – oh, ela tinha sido avisada antes, soubera antes, mas não era o mesmo que compreender – que os laços que o prendiam aqui eram tão fortes quanto os laços de sangue.
Estava cansada agora, e embora tivesse segurado a espada como Poncho ensinara – a mão direita abaixo da guarda, a mão esquerda no punho – a arma escorregou de seu aperto e inclinou para a frente, enterrando-se no chão.
— Oh, querida — disse uma voz na porta — temo que eu só lhe daria um três por esse esforço. Quatro talvez, se eu estivesse inclinado a dar-lhe um ponto extra pela prática de espada em um vestido de tarde.
Cecily, que na verdade não se preocupava com a roupa que usava, virou a cabeça para trás e viu Gabriel Lightwood, que aparecera na porta como uma espécie de diabinho perverso.
— Talvez eu não esteja interessada em sua opinião, sir.
— Talvez — ele deu um passo para dentro do quarto. — O Anjo sabe que o seu irmão nunca estaria.
— Nisso estamos juntos — Cecily comentou, puxando a espada do chão.
— Mas não em muito mais.
Gabriel mudou-se para ficar atrás dela. Ambos estavam refletidos em um dos espelhos da parede. Gabriel era uma cabeça mais alto que ela, e Cecily podia ver seu rosto claramente por cima do ombro. Tinha um daqueles estranhos rostos de ossos fortes: bonito de alguns ângulos, e peculiarmente atraente de outros. Havia uma pequena cicatriz branca no queixo, como se ele tivesse se cortado com uma lâmina fina.
— Você gostaria que eu lhe mostrasse como segurar corretamente a espada?
— Se você quiser.
Ele não respondeu, mas chegou mais perto e passou os braços em volta dela, ajustando as mãos de Cecily no punho da espada.
— Você nunca quer segurar sua espada pelo pomo — ele disse — segure-a assim... para fora... então se o seu adversário atacar, irá se espetar em sua lâmina.
Cecily arrumou seu aperto de acordo com o que foi dito. Sua mente estava correndo. Ela tinha pensado nos Caçadores de Sombras como monstros por um longo tempo. Monstros que tinham sequestrado seu irmão, e ela era uma heroína, pronta para resgatá-lo mesmo que ele não soubesse que precisava ser resgatado. Fora estranho e gradual, ao poucos percebeu quão humanos eles eram.
Ela podia sentir o calor emanando do corpo de Gabriel, sua respiração agitando seu cabelo, e oh, era estranho estar consciente de tantas coisas sobre alguém: do jeito que o sentia, o toque de sua pele, a forma como cheirava...
— Eu vi o jeito que você lutou na mansão Lightwood — Gabriel Lightwood murmurou.
A mão calejada de Gabriel tocava seus dedos, e Cecily lutou contra um pequeno arrepio.
— Mal? — Ela perguntou, num tom de provocação.
— Com paixão. Há aqueles que lutam porque é seu dever e os que lutam porque amam. Você ama.
— Eu não... — Cecily começou, mas foi interrompida quando a porta sala de treinamento foi aberta com um grande estrondo. Era Poncho, preenchendo a porta com sua silhueta magra de ombros largos. O azul de seus olhos era estrondoso.
— O que você está fazendo aqui? — ele exigiu.
Dois passos para trás da breve paz que tinham conseguido na noite anterior.
— Estou praticando — Cecily respondeu — você me disse que eu não conseguiria melhorar ter prática.
— Não você. Gabriel Lightverme aqui — Poncho fez um gesto de cabeça na direção do outro rapaz — sinto muito. Lightwood.
Gabriel lentamente retirou os braços em torno de Cecily.
— Quem quer que tenha sido o tutor de sua irmã em esgrima, transmitiu muitos maus hábitos. Eu estava apenas procurando ajudar.
— Eu disse a ele que estava tudo bem — Cecily concordou, não tendo nenhuma ideia de por que estava defendendo Gabriel, exceto que suspeitava que queria aborrecer Poncho.
E conseguiu. Os olhos dele se estreitaram.
— E ele te contou que tem procurado há anos uma maneira de se vingar de mim por aquilo que acha ser um insulto à irmã dele? E que melhor jeito de fazer isso do que através de você?
Cecily virou a cabeça para olhar Gabriel, que estava com uma expressão mista de aborrecimento e desafio.
— Isso é verdade?
Ele não respondeu a ela, mas a Poncho.
— Se vamos viver na mesma casa, Herrera, então teremos de aprender a nos tratar cordialmente. Não concorda?
— Enquanto eu ainda posso quebrar seu braço com a facilidade com que olho para você, não concordo em nenhuma coisa — Poncho que estendeu a mão e pegou uma espada da parede — agora saia daqui, Gabriel. E deixe minha irmã sozinha.
Com um simples olhar de desprezo, Gabriel abriu caminho ao lado de Poncho e saiu da sala.
— Isso era absolutamente necessário, Poncho? — Cecily perguntou assim que a porta se fechou atrás dele.
— Eu conheço Gabriel Lightwood e você não. Sugiro que me deixe ser o melhor juiz de seu caráter. Ele deseja te usar para me atingir...
— Você não poderia imaginar outra motivação que não si mesmo, não é?
— Eu o conheço — Poncho repetiu — ele se mostrou um mentiroso e um traidor.
— As pessoas mudam.
— Não muito.
— Você mudou — Cecily disse, caminhando pelo cômodo e soltando sua espada em um banco com um baque.
— Você também — Poncho replicou, surpreendendo-a.
Ela virou-se para ele.
— Eu mudei? Como eu mudei?
— Quando chegou aqui — ele explicou — você falou repetidamente de me levar para casa. Não gostava de seu treinamento. Fingia que sim, mas eu sabia. Em seguida, deixou de ser “Poncho, você deve ir para casa”, e tornou-se “Escreva uma carta, Poncho.” E começou a gostar de sua formação. Gabriel Lightwood é um caipira, mas estava era certo sobre uma coisa: você desfrutou da luta contra o grande verme na mansão Lightwood. O sangue de Caçador de Sombras é como pólvora em suas veias, Cecy. Uma vez que ele foi aceso, não será tão facilmente extinto. Permaneça por muito tempo aqui, e há toda a probabilidade de você ser como eu... ficar enrolada para sair.
Cecily olhou para o irmão. O colarinho da camisa estava aberto, mostrando algo escarlate refletindo na reentrância de sua garganta.
— Você está usando um colar de mulher, Poncho?
Poncho colocou a mão no pescoço com um olhar assustado, mas antes que pudesse responder, a porta da sala de treinamento se abriu mais uma vez e Sophie surgiu ali, uma expressão de ansiedade em seu rosto com cicatrizes.
— Mestre, senhorita Herrera. Eu estava à procura de vocês. Maite requisitou a presença de todos no escritório imediatamente, é uma questão de urgência.
Autor(a): Alien AyA
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....