Fanfics Brasil - Mortmain Me Quer Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Mortmain Me Quer

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Cecily sempre foi uma espécie de criança solitária. Era difícil não ser quando seus irmãos mais velhos estavam mortos ou desaparecidos e não havia crianças da sua idade nas proximidades que seus pais consideravam como companhias adequadas. Ela tinha aprendido cedo a se divertir com suas próprias observações das pessoas, sem compartilhar com os outros, mas as mantinha perto para poder examiná-las mais tarde quando estivesse sozinha


Os hábitos de vida não eram perdidos rapidamente, e apesar de Cecily já não ser solitária, uma vez que chegara ao Instituto há oito semanas, tinha feito dos habitantes do Instituto o tema de seu próximo estudo. Os Caçadores de Sombras eram, afinal, o inimigo em primeiro lugar, e depois, vendo-os menos desse ponto de vista, simplesmente objeto de fascínio.


Ela examinou-os agora, enquanto caminhava para a sala de estudos ao lado de Poncho. Primeiro foi Maite, sentada atrás de sua mesa. Cecily não conhecia Maite por muito tempo, e ainda assim sabia que Maite era o tipo de mulher que se mantinha calma mesmo sob pressão. Ela era pequena, mas forte, um pouco como a própria mãe de Cecily, embora com menos propensão para resmungar em galês.


Em seguida, havia Henry. Ele pode ter sido o primeiro de todos a convencer Cecily que, embora Caçadores de Sombras fossem diferentes, eles não eram alienígenas perigosos. Não havia nada assustador sobre Henry, as pernas desengonçadas e angulosas quando se inclinou contra mesa de Maite.


Seus olhos deslizaram por Gideon Lightwood então, mais baixo e atarracado que seu irmão – Gideon, cujos olhos verde-acinzentados normalmente seguiam Sophie pelo Instituto como um cachorro esperançoso. Ela se perguntava se os outros no Instituto haviam notado seu apego à empregada, e pensou se Sophie sentia o mesmo.


E então havia Gabriel. Os pensamentos de Cecily em causa eram desordenados e confusos. Seus olhos estavam brilhantes, o corpo tenso como uma mola comprimida quando ele encostou-se na poltrona de seu irmão.


No sofá de veludo escuro em frente aos Lightwood estava sentado Ucker, com Anahí ao lado dele. Ele olhou para cima quando a porta se abriu e, como sempre, seus olhos pareciam adquirir um brilho quando viam Poncho. Era uma peculiaridade dos dois, e Cecily se perguntava se era assim para todos os parabatai, ou se eles eram um caso único. Em qualquer caso, devia ser terrível estar ligado com outra pessoa, especialmente quando uma delas era tão frágil quanto Ucker.


Enquanto o observava, Anahí colocou a mão sobre a de Ucker e falou algo tranquilamente que o fez sorrir. Anahí olhou rapidamente para Poncho, mas ele apenas atravessou a sala como sempre fazia e se inclinou contra a lareira.


Cecily nunca fora capaz de decidir se ele fazia aquilo porque estava sempre com frio ou porque achava que ele parecia mais arrojado em pé, diante das chamas brilhando.


Você deve estar com vergonha por seu irmão abrigar sentimentos ilícitos pela noiva de seu parabatai, Poncho tinha dito para ela. Se ele tivesse falado qualquer outra coisa, ela teria respondido que não havia meio de guardar segredos. A verdade surgiria, eventualmente. Mas no caso de Poncho, ela não tinha certeza. Ele tinha a habilidade de anos de mentiras e fingimentos ao seu lado. Era um mestre na arte de atuar. Se não fosse sua irmã, se tivesse visto o que ela viu em seu rosto nos momentos quando Ucker não estava olhando, nunca teria imaginado.


E depois havia a terrível verdade de que ele não precisaria esconder o seu segredo para sempre. Precisava escondê-la apenas enquanto Ucker vivesse. Se Christopher Uckermann não fosse tão gentil e bem intencionado, Cecily pensou, poderia tê-lo odiado em nome do irmão. Não só ele estava se casando com a garota que Poncho amava, mas quando ele morresse, ela temia, Poncho jamais iria se recuperar.


Mas não se pode culpar alguém por morrer. Por ir embora de propósito, talvez, como o irmão que tinha deixado a ela e seus pais, mas não por morrer. O poder sobre isso certamente estava além do alcance de qualquer ser humano mortal.


— Estou feliz que todos estejam aqui — Maite falou em uma voz tensa que retirou Cecily de seu devaneio.


Maite estava mexendo gravemente na bandeja polida em sua mesa, em que estavam uma carta aberta e um pequeno embrulho de papel encerado.


— Recebi uma peça perturbadora de correspondência. Do Magistrado.


— De Mortmain?  Anahí se inclinou para frente, e o anjo mecânico que ela sempre usava em torno do pescoço balançou livre, brilhando no luz do fogo. — Ele escreveu para você?


— Não para saber sobre seu bem estar, presumo — disse Poncho — o que ele quer?


Maite respirou fundo.


— Eu vou ler a carta.


Minha cara Sra. Branwell,
Perdoe-me por incomodá-lo com o que deve ser um momento angustiante para o seu agregado familiar. Estou entristecido, embora devo confessar não chocado, por ouvir da grave indisposição do Sr. Uckermann. Acredito que você estar ciente de que sou o feliz possuidor de uma grande – e devo dizer exclusiva – parte do medicamento que o Sr. Uckermann requer para a manutenção do seu bem estar.


Assim, nós nos encontramos em mais uma situação interessante, que estou ansioso para resolver com a satisfação de ambos. Eu ficaria muito feliz em fazer uma troca: se estiver disposta a confiar a senhorita Portilla à minha custódia, darei-lhe uma grande parte do yin fen.


Enviarei-lhe um sinal de minha boa vontade. Envie-me a sua decisão por escrito. Se a sequência correta dos números que estão impressos na parte inferior desta carta for falada ao meu autômato, tenha certeza de que irei recebê-la.


Atenciosamente,
Axel Mortmain


— Isso é tudo — Maite falou, dobrando o carta ao meio e colocando-a de volta na bandeja — há instruções sobre como convocar o autômato para levar nossa resposta, e há o número da qual ele fala, mas não dá nenhuma pista sobre sua localização.


Houve um silêncio chocado. Cecily, que tinha se sentado em uma pequena poltrona florida, espiou Poncho e viu-o olhar para longe rapidamente, como se para esconder sua expressão. Ucker empalideceu, seu rosto ficando cinza, e Anahí... Anahí ficou imóvel, o jogo da luz e sombra do fogo em seu rosto.


— Mortmain me quer — ela falou, finalmente, quebrando o silêncio — em troca do yin fen de Ucker.


— Isso é ridículo — Ucker falou — insustentável. A carta deve ser entregue à Clave para ver se eles podem descobrir algo sobre a localização dele, isso é tudo.


— Eles não vão ser capazes de descobrir nada sobre sua localização — Poncho disse baixinho — o Magistrado se provou inteligente demais para isso.


— Isso não é inteligente — Ucker rebateu — esta é a forma mais crua de chantagem.


— Eu não discordo — Poncho respondeu — digo que devemos ficar com o pacote – um punhado mais de yin fen irá ajudá-lo – e ignoraremos o resto.


— Mortmain escreveu a carta sobre mim — Anahí disse, interrompendo os dois — a decisão deveria ser minha — ela inclinou seu corpo em direção a Maite — eu irei.


Houve outro silêncio mortal. Maite parecia pálida; Cecily podia sentir suas próprias mãos escorregadias de suor em seu colo. Os irmãos Lightwood pareciam desesperadamente desconfortáveis. Gabriel olhou como se quisesse estar em qualquer lugar, menos lá. Cecily não podia culpá-los. A tensão entre Poncho, Ucker e Anahí era como um barril de pólvora que precisava apenas de uma faísca para explodir o país.


— Não — Ucker disse finalmente, levantando-se — Anahí, você não pode.


Ela seguiu o movimento, ficando de pé também.


— Eu posso. Você é meu noivo. Não posso permitir que você morra quando eu poderia ajudá-lo, e Mortmain não quer me fazer nenhum dano físico...


— Nós não sabemos o que ele quer fazer! Ele pode não ser confiável! — Poncho disse de repente, e em seguida baixou a cabeça, a mão apertando a cornija com tanta força que seus dedos estavam brancos.


Cecily podia dizer que ele estava se forçando a ficar em silêncio.


— Se fosse você quem Mortmain quisesse, Poncho, você iria — Anahí apontou, olhando o irmão de Cecily com uma força que não admitia contradição. Poncho encolheu às suas palavras.


— Não — Ucker respondeu — eu o proibiria também.


Anahí se virou para Ucker com a primeira expressão de raiva que Cecily vira em seu rosto.


— Você não pode me proibir, não mais do que poderia proibir Poncho...


— Eu posso, por um motivo muito simples. A droga não é uma cura, Anahí. Só estende a minha vida. Não vou permitir que você jogue a sua própria vida fora por alguns anos da minha. Se você for para Mortmain, não adiantará nada. Eu não irei tomar a droga.


Poncho ergueu a cabeça.


— Christopher...


Mas Anahí e Ucker estavam se encarando, olhos trancados.


— Você não faria isso — Anahí estava sem fôlego — você não vai me insultar lançando um sacrifício que fiz para você de volta na minha cara desse jeito.


Ucker atravessou a sala e agarrou o pacote e a carta aberta da mesa de Maite.


— Prefiro insultá-la a perdê-la — ele disse, e antes que qualquer um pudesse se mover para detê-lo, ele lançou os dois itens no fogo.


A sala irrompeu em gritos. Henry correu para frente, mas Poncho já tinha caído de joelhos diante da lareira e colocou suas duas mãos dentro das chamas.


Cecily se ergueu rapidamente de sua poltrona.


— Poncho  ela gritou, e correu até seu irmão.


Agarrou-o pelos ombros de seu casaco e puxou-o para longe do fogo. Ele caiu para trás, o pacote ainda queimando em suas mãos. Gideon estava lá um momento depois, apagando as pequenas chamas com os seus pés, deixando uma bagunça de papel queimado e muito pó no tapete.


Cecily olhou para a lareira. A carta com as instruções para convocar o autômato de Mortmain estava transformada em cinzas.


— Poncho — Ucker falou.


Ele parecia enjoado. Caiu de joelhos ao lado de Cecily – que ainda segurava os ombros do irmão – e tirou uma estela de sua jaqueta. As mãos de Poncho estavam escarlate, branca onde as bolhas estavam se formando sobre a pele, e manchada com fuligem preta. Sua respiração era dura aos ouvidos de Cecily, suspiros de dor, da maneira como ele tinha soado quando caiu do telhado da casa deles quando tinha nove anos e quebrou os ossos de seu braço esquerdo.


 Byddwch yn iawn, Poncho — ela disse enquanto Ucker encostava a estela no antebraço de seu irmão e desenhou rapidamente — você vai ficar bem.


— Poncho — Ucker falou, sussurrando — Poncho, eu sinto muito, eu sinto muito. Poncho...


A respiração de Poncho foi desacelerando à medida que o iratze entrou em vigor, a pele empalidecendo voltando para a sua cor normal.


— Ainda há algum yin fen que pode ser preservado — Poncho falou, caindo de volta contra Cecily.


Ele cheirava a fumaça e ferro. Ela podia sentir seu coração batendo através de suas costas.


— É melhor ser guardado antes de qualquer outra coisa.


— Aqui.


Era Anahí, ajoelhando-se. Cecily estava vagamente consciente de que todos os outros estavam de pé, Maite com uma mão sobre a boca em choque. Na mão direita de Anahí estava um lenço, que foi, talvez, preenchido pela metade com um punhado de yin fen, tudo o que Poncho tinha salvo do fogo.


— Tome isso — ela falou, e colocou na mão livre de Ucker, a que não segurava a estela.


Ele olhou como se estivesse prestes a discutir com ela, mas Anahí já tinha se endireitado. Olhando totalmente destruído, Ucker observou enquanto ela caminhava para fora da sala.



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Autor(a): Alien AyA

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— Oh, Poncho. O que vamos fazer com você? Poncho sentou, sentindo-se um tanto deslocado na poltrona florida da sala de estudos, deixando Maite, empoleirada num banquinho diante dele, esfregando pomada em suas mãos. Elas já não estavam muito machucadas, depois de três iratzes e voltaram à sua cor normal, mas Maite ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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