Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Lâmina serafim na mão, Poncho saiu correndo pela porta aberta do Instituto e encontrou-se no caos. Procurou automaticamente por Anahí primeiro, mas ela estava longe de ser vista, graças a Deus. Deve ter tido o bom senso de se esconder. Uma carruagem preta estava estacionada ao pé da escada. Caída contra uma das rodas, em meio a uma pilha de vidro quebrado, estava Jessamine. De cada lado dela estava Henry e Maite: Henry com a espada e Maite com o chicote, rechaçando três autômatos de pernas longas com lâminas no lugar dos braços, a cabeça em branco. A espada-bengala de Ucker estava nos degraus, os quais estavam escorregadios em todos os cantos com um líquido preto oleoso. Perto da porta, Gabriel e Gideon Lightwood lutavam contra outros dois autômatos com a competência de dois guerreiros que tinham treinado juntos por anos. Cecily estava ajoelhada ao lado do corpo de um Irmão do Silêncio, suas vestes manchadas de escarlate com sangue.
Os portões do Instituto estavam abertos, e através deles passava uma segunda carruagem negra, seguindo para longe em velocidade máxima. Mas Poncho mal dirigiu-lhe um pensamento, pois ao pé da escada estava Ucker. Pálido como papel, mas de pé, ele estava se afastando enquanto outro autômato avançava sobre ele. Estava balançando, quase bêbado, indo meio de lado e com um braço faltando, mas Ucker estava desarmado.
O frio agudo da batalha desceu sobre Poncho, e tudo pareceu abrandar em torno dele. Estava ciente de que Sophie e Bridget, ambas armadas, haviam se colocado de cada lado dele, que Sophie correra para o lado de Cecily, e que Bridget, um turbilhão de cabelo vermelho e lâminas cortando, estava ocupada em reduzir um autômato surpreendentemente enorme em sucata com uma ferocidade que em outro caso o surpreenderia. Mas o seu mundo tinha diminuído, diminuído para o autômato e Ucker, que, olhando para cima, viu-o e estendeu a mão.
Saltando quatro degraus e derrapando lateralmente, Poncho agarrou a espada-bengala de Ucker e lançou-a. Seu irmão de sangue a pegou no ar assim que o autômato se lançou para ele, e Ucker o dividiu em dois. A metade superior caiu, embora as pernas e parte inferior do tronco, agora expelindo fluidos nojentos preto-esverdeados, continuasse balançando por aí. Ucker virou-se de lado e balançou sua espada, cortando a coisa na altura dos joelhos. Ela caiu finalmente, suas pernas ainda se debatendo.
Ucker virou a cabeça e olhou para Poncho. Seus olhos se encontraram por um momento, e Poncho ofereceu um sorriso, mas Ucker não sorriu de volta; ele estava tão branco quanto sal, e Poncho não podia ler seus olhos.
Ele foi ferido? Estava coberto de tanto óleo e fluido que Poncho não poderia dizer se ele estava sangrando. Ansiedade emanava dele, então Poncho começou a descer as escadas em direção a Ucker, mas antes que pudesse dar mais do que alguns passos, Ucker girou e correu para os portões. Enquanto Poncho olhava, Ucker passou através deles, desaparecendo nas ruas de Londres além deles.
Poncho começara a correr também quando seu caminho foi bloqueado ao pé da escada por um autômato que deslizou a sua frente, movendo-se rápida e graciosamente como a água. Seus longos braços terminavam em tesouras; Poncho abaixou e golpeou seu rosto, e depois enfiou a lâmina serafim em seu peito.
Houve o barulho de metal rasgando, mas a criatura apenas cambaleou e, em seguida, se equilibrou novamente. Passando sob as lâminas do autômato, Poncho pegou uma adaga cinto. Virou-se para trás, cortando com a adaga para ver o autômato desmoronar em fitas diante dele, grandes fatias de metais como a casca de uma laranja. Líquido negro espirrou em seu rosto enquanto a coisa foi para baixo em pedaços amassados.
Ele arregalou os olhos.
Bridget olhava serenamente através de seu corpo arruinado. Seu cabelo estava erguido em torno da cabeça em cachos vermelhos e frisados, o avental branco coberto de sangue negro, mas ela estava inexpressiva.
— Você deveria ter mais cuidado, — ela comentou — não acha?
Poncho que ficou sem palavras. Felizmente, Bridget não parecia estar à espera de uma resposta. Ela jogou o cabelo para o lado e afastou-se em direção a Henry, que estava lutando contra um autômato de temível aparência, com pelo menos doze metros de altura. Henry arrancara um de seus braços, mas o outro, uma longa monstruosidade terminada em uma lâmina curvada como um kindjal, ainda estava atacando-o. Bridget aproximou-se por trás dele com calma e espetou o torso dele com sua lâmina. Faíscas voaram, e a criatura começou a cambalear para frente.
Jessamine, ainda agachada contra a roda da carruagem, deu um grito e começou a rastejar para fora de seu caminho, na direção de Poncho. Poncho a observava com surpresa atordoada, uma vez que as mãos e joelhos dela estavam sangrando por passarem pelos cacos de vidro da janela estilhaçada da carruagem, mas ela se manteve engatinhando.
Então, como se tivesse acordado, ele se moveu para frente, contornando Bridget até que chegou a Jessie. Deslizou os braços sob ela, levantando-a do chão. Ela deu um pequeno murmúrio, meu nome, ele pensou, e em seguida, Jessie ficou mole, apenas as mãos agarrando as lapelas de seu casado. Ele a levou para longe da carruagem, os olhos sobre o que estava acontecendo no pátio.
Maite tinha despachado seu autômato, Bridget e Henry estavam no processo de cortar outro em pedaços. Sophie, Gideon, Gabriel e Cecily tinham dois autômatos no chão entre eles, e estavam fatiando-os como um assado de Natal. Ucker não tinha retornado.
— Poncho — Jessie falou, com a voz fraca — Poncho, por favor, me ponha no chão.
— Preciso te levar para dentro, Jessamine.
— Não — ela tossiu, e Poncho viu para seu horror que sangue escorria pelos cantos de sua boca — eu não vou sobreviver por muito tempo. Poncho... se alguma vez você se importou comigo, mesmo um pouco, me coloque no chão.
Poncho afundou no primeiro degrau das escadas com Jessie em seus braços, fazendo o seu melhor para deitar a cabeça de Jessie em seus braços. Sangue fluía livremente por sua garganta e manchava seu vestido branco, colando o material a seu corpo. Ela estava muito magra, sua clavícula proeminente como as asas de um pássaro, as bochechas afundadas. Ela parecia mais uma paciente de um hospício que a linda garota que os tinha deixado há apenas oito semanas.
— Jessie — ele disse suavemente — Jessie. Onde você está ferida?
Ela deu uma espécie de sorriso medonho. Bordas vermelhas tingiam seus dentes.
— Uma das garras da criatura cortou minhas costas — ela sussurrou, e de fato, quando Poncho olhou para baixo, viu que a parte de trás de seu vestido estava encharcado de sangue. Manchava suas mãos, suas calças, a camisa, enchia sua garganta com o cheiro acobreado — perfurou meu coração. Posso sentir isso.
— Uma iratze... — Poncho começou a tatear o cinto em busca de sua estela.
— Uma iratze não vai me ajudar agora — a voz dela possuía certeza.
— Então, os Irmãos do Silêncio...
— Mesmo o seu poder não pode me salvar. Além disso, não posso suportar a tê-los me tocando novamente. Eu preferiria morrer. Eu estou morrendo, e estou feliz por isso.
Poncho olhou para ela, perplexo. Ele conseguia se lembrar de quando Jessie tinha chegado ao Instituto, com anos de idade e tão perversa quanto um gato raivoso com todas as suas garras de fora. Ele nunca tinha sido gentil com ela, nem ela com ele. Poncho nunca fora bom com alguém, salvo Ucker, mas Jessie era alguém pela qual ele não se arrependia. Ainda assim, a admirava de uma forma estranha, admirava a força de seu ódio e a força de sua vontade.
— Jessie...
Ele colocou a mão em seu rosto, desajeitadamente tirando as manchas de sangue.
— Você não precisa — ela tossiu novamente — ser gentil comigo, isto é. Eu sei que você me odeia.
— Eu não te odeio.
— Você nunca me visitou na Cidade do Silêncio. Os outros todos vieram. Anahí e Ucker, Henry e Maite. Mas você não. Você não é inclinado ao perdoar, Poncho.
— Não — ele concordou, porque era verdade, e porque parte da razão pela qual ele nunca gostara de Jessamine era que em alguns aspectos ela o lembrava de si próprio — Ucker é o perdoador aqui.
— E ainda assim, eu sempre gostei mais de você — seus olhos corriam pelo rosto pensativo de Poncho — oh, não, não dessa forma. Não pense isso. Mas a forma como você se odiava... eu entendia. Ucker sempre quis me dar uma chance, assim como Maite. Mas eu não quero presentes de seus corações generosos. Quero ser vista como eu sou. E já que você não tem pena de mim, sei que se eu te pedir para fazer alguma coisa, você fará.
Ela ofegou. O sangue formara bolhas em sua boca. Poncho sabia o que isso significava: os pulmões foram perfurados ou dissolvidos, ela estava se afogando em seu próprio sangue.
— O que é? — ele perguntou com urgência. — O que é que você quer que eu faça?
— Tome conta deles — ela sussurrou — Jessie bebê e os outros.
Demorou um momento antes que Poncho percebesse que ela falava das bonecas. Bem Deus.
— Eu vou não deixá-los destruir qualquer uma de suas coisas, Jessamine.
Ela deu o fantasma de um sorriso.
— Pensei que eles poderiam... não querer ter nada para se lembrar de mim.
— Você não é odiada, Jessamine. O que quer que haja além deste mundo, não vá até lá pensando nisso.
— Oh, não é? — Seus olhos estavam começando a se fechar. — Apesar de que todos vocês certamente teriam gostado mais de mim se eu tivesse dito a localização de Mortmain. Eu poderia não ter perdido o amor de vocês então.
— Diga-me agora — Poncho que pediu — diga-me, se você puder, e ganhe esse amor de volta...
— Idris — ela sussurrou.
— Jessamine, sabemos que não é verdade.
Os olhos de Jessamine se abriram. As partes brancas estavam tingidas de escarlate agora, como sangue na água.
— Você — ela disse — você, de todas as pessoas, deve ter entendido — seus dedos apertaram de repente, espasmodicamente, a lapela — você é um terrível galês — ela falou com a voz grossa, depois o peito dela tremeu e não se moveu mais. Ela estava morta.
Os olhos estavam abertos, fixos em seu rosto. Ele a tocou levemente, fechando as pálpebras, deixando as impressões de sangue de seu polegar e dedo indicador para trás.
— Ave atque vale, Jessamine Lovelace.
— Não! — Era Maite.
Poncho olhou através de uma névoa de choque ao perceber que os outros estavam sobre ele. Maite caiu nos braços de Henry; Cecily estava com os olhos arregalados; e Bridget, segurando duas espadas pingando óleo, mantinha-se inexpressiva. Atrás deles, Gideon estava sentado nos degraus do Instituto entre seu irmão e Sophie. Ele estava inclinado para trás, muito pálido, sem paletó. Uma tira de pano fora amarrada em uma de suas pernas, e Gabriel aplicava uma provável runa de cura em seu braço.
Henry acariciou Maite e murmurou palavras suaves enquanto lágrimas corriam pelo rosto de sua esposa. Poncho olhou para eles, e depois para a irmã.
— Ucker — ele falou, e que o nome era uma pergunta.
— Ele saiu atrás de Anahí — Cecily respondeu.
Ela estava olhando para Jessamine, sua expressão uma mistura de pena e horror. Uma luz branca parecia piscar em frente aos olhos de Poncho.
— Ele saiu depois de Anahí? O que você quer dizer?
— Um dos autômatos agarrou-a e lançou-a em uma carruagem — Cecily vacilou na ferocidade de seu tom — nenhum de nós poderia seguir. As criaturas estavam nos impedindo. Então Ucker correu até os portões. Eu assumi...
Poncho descobriu que suas mãos tinham apertado, inconscientemente, os braços de Jessamine, deixando marcas na pele dela.
— Alguém pegue Jessamine de mim — disse ele asperamente — tenho que ir atrás deles.
— Poncho, não... — começou Maite.
— Maite — a palavra rasgou sua garganta — eu devo ir...
Houve um som – os portões do Instituto. A cabeça de Poncho ergueu-se na mesma hora e ele viu Ucker.
Os portões tinham acabado de fechar atrás dele, e Ucker estava andando em direção a eles. Estava se movendo lentamente, como se estivesse bêbado ou ferido, e enquanto se aproximava, Poncho viu que ele estava coberto de sangue. Sangue negro como carvão dos autômatos, mas uma grande quantidade de sangue vermelho em sua camisa, listrando seu rosto, mãos e cabelo. Se aproximava deles, e parou. Parecia do jeito que Thomas o olhara quando Poncho o encontrara nos degraus do Instituto, sangrando e quase morto.
— Christopher? — Poncho chamou.
Havia um mundo de questões nesta única palavra.
— Ela se foi — Ucker falou em um tom monótono, a voz sem inflexão — corri atrás da carruagem, mas ela foi ganhando velocidade e eu não podia correr rápido suficiente. Perdi-a perto do Bar Temple — seus olhos foram em direção Jessamine, mas ele nem sequer pareceu enxergar o seu corpo, ou Poncho abraçando-a, ou qualquer outra coisa — se eu pudesse correr mais rápido...
Então Ucker dobrou-se como se tivesse sido atingido, uma tosse rasgando-o. Ele caiu no chão de joelhos, o sangue salpicando o chão a seus pés. Seus dedos arranharam a pedra. Então ele caiu de costas e ficou imóvel.
Até Mais!
Autor(a): Alien AyA
Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Capítulo 10 - Como água na areia Admirava-me de viverem os outros mortais, quando tinha morrido aquele que eu amava, como se ele não houvesse de morrer! E, sendo eu outro ele, mais me admirava de ainda viver, estando ele morto. Que bem se exprimiu um poeta, quando ele chamou ao seu amigo “metade da sua alma”! Ora, eu, que senti que a minha ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
-
Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
-
Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
-
franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....