Fanfics Brasil - Alfonso & Cecily Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Alfonso & Cecily

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Os cavalos estavam no estábulo atrás do Instituto – o território de Cyril durante o dia, onde o resto deles raramente se aventurava. O estábulo fora uma vez uma antiga casa paroquial, e o chão de pedra irregular estava escrupulosamente limpo. Baias contornavam as paredes, embora apenas duas estivessem ocupadas: uma por Balios e outra por Xanthos, ambos dormindo. As caudas balançavam um pouco, na maneira de sonhar dos equinos. A manjedoura estava cheia de feno fresco, e arreios cobriam as paredes, polidos a ponto de brilhar. Poncho decidiu que, se retornasse vivo de sua missão, lembraria de dizer a Maite que Cyril estava fazendo um excelente trabalho.


Poncho que acordou Balios com murmúrios suaves e tirou-o de sua baia. Aprendera a colocar a sela e o freio num cavalo quando menino, antes de chegar ao Instituto. Assim, deixou a mente vagar enquanto pensava na tarefa de agora: colocar os estribos, verificar a sela, bater cuidadosamente na barriga de Balios para prender a cilha de modo que não ficasse larga.


Não havia deixado bilhetes para trás, nenhuma mensagem para as pessoas do Instituto. Ucker lhes contaria para onde ele tinha ido, e Poncho descobriu que agora, neste momento em que ele mais precisava das palavras que normalmente encontraria tão facilmente, não podia alcançá-las.


Não conseguia conceber dizer adeus, então passou a pensar no que tinha embalado nos alforjes: a roupa de combate, uma camisa limpa e um colarinho destacável (quem sabia quando ele precisaria parecer um cavalheiro?), duas estelas, todas as armas que cabiam ali, pão, queijo, frutas secas e dinheiro mundano.


Quando Poncho apertou a cilha, Balios levantou a cabeça e relinchou. A cabeça de Poncho girou ao redor. Uma pequena figura feminina estava na porta do estábulo. Enquanto Poncho olhava, ela levantou a mão direita e a pedra enfeitiçada inflamou-se, iluminando seu rosto.


Era Cecily, um manto de veludo azul envolto ao seu redor, o cabelo escuro solto emoldurando seu rosto. Seus pés estavam descalços, despontando por baixo da capa. Poncho se endireitou.


— Cecy, o que você está fazendo aqui?


Ela deu um passo para frente, em seguida, parou no limiar, olhando para seus pés descalços.


— Eu poderia lhe perguntar o mesmo.


— Gosto de falar com os cavalos durante a noite. Eles são boa companhia. E você não devia estar aqui fora só de camisola. Tem Lightwoods vagando por estes corredores.


— Muito engraçado. Aonde você vai, Poncho? Se estiver indo procurar mais yin fen,leve-me com você.


— Eu não vou procurar mais yin fen.


Compreensão amanheceu em seus olhos azuis.


— Você está indo atrás de Anahí. Está indo para Cadair Idris.


Poncho assentiu.


— Leve-me — disse ela — leve-me com você, Poncho.


Poncho não conseguia olhar para ela, então se moveu para pegar o freio, embora suas mãos tremessem quando voltou-se para Balios.


— Não posso levá-la comigo. Você pode andar em Xanthos... você não tem o treinamento... e um cavalo comum apenas retardaria a jornada.


— Os cavalos de carruagem são autômatos. Você não esperar alcançá-los...


— Eu não espero. Balios pode ser o cavalo mais rápido da Inglaterra, mas ele tem que descansar e dormir. Eu já estou resignado. Não vou alcançar Anahí na estrada. Só posso esperar chegar a Cadair Idris antes que seja tarde demais.


— Então me deixe seguir atrás de você e não se preocupe se me deixar para trás...


— Seja razoável, Cecy!


— Razoável! — ela explodiu. — Tudo o que vejo é o meu irmão indo para longe de mim novamente! Há anos, Poncho! Anos, e vim para Londres encontrá-lo, e agora que estamos juntos novamente, você está indo embora!


Balios estava agitado, inquieto, enquanto Poncho colocava o freio em sua boca e deslizava as rédeas por cima de sua cabeça. Balios não gostava de gritos. Poncho acariciou-o no pescoço.


— Poncho — Cecily soava perigosa — olhe para mim, ou irei acordar toda a casa para pará-lo, juro que vou.


Poncho inclinou a cabeça contra o pescoço do cavalo e fechou os olhos. Podia sentir o cheiro de feno e cavalo, estopa, suor e um pouco do aroma doce de fumaça que ainda se agarrava a suas roupas, do fogo no quarto do Ucker.


— Cecily, preciso saber que você está aqui e tão segura quanto possa estar, ou não posso sair. Não posso temer por Anahí à frente na estrada, e por você atrás de mim, ou o medo vai me derrubar. Já há muitos que amo em perigo.


Houve um longo silêncio. Poncho podia ouvir a batida do coração de Balios em seu ouvido, mas nada mais. Ele se perguntou se Cecily tinha ido embora, saído enquanto ele falava, talvez para despertar os outros. Ele ergueu a cabeça. Não, Cecily ainda estava de pé no mesmo lugar, a pedra enfeitiçada queimando em sua mão.


— Anahí me contou que você chamou por mim uma vez — disse ela — quando estava doente. Por que eu, Poncho?


— Cecily — a palavra era uma exalação suave — por anos você foi meu... meu talismã. Pensei que eu tivesse matado Ella. Deixei o País de Gales para mantê-la segura. Contanto que eu pudesse te imaginar feliz e bem, a dor de perder você, mamãe e papai valia a pena.


— Eu nunca entendi por que você nos deixou. Pensei que os Caçadores de Sombras fossem monstros. Não conseguia entender por que você veio para cá, e pensei... sempre pensei que, quando tivesse idade suficiente, viria e fingiria que queria ser uma Caçadora de Sombras até que eu pudesse te convencer a voltar para casa. Quando eu soube da sua maldição, não sabia mais o que pensar. Entendi por que você veio, mas não porque permaneceu.


— Ucker...


— Mas mesmo se ele morrer — ela falou, e Poncho vacilou — você não vai voltar para casa, para mamãe e papai, vai? Você é um Caçador de Sombras, por completo. Como o pai nunca foi. É por isso que tem sido tão teimoso quanto a eles. Você não sabe como pedir perdão, nem como dizer que não vai voltar para casa.


— Eu não posso voltar para casa, Cecily, ou pelo menos, aquela não é a minha casa há muito tempo. Eu sou um Caçador de Sombras. Está no meu sangue.


— Sabe que eu sou sua irmã, não é? Também está no meu sangue.


— Você disse que estava fingindo — ele examinou o rosto dela por um momento e falou lentamente — mas você não estava, não é? Eu vi, nos treinamentos. Você se sente como eu, como se o chão do Instituto fosse o primeiro terreno inteiramente sólido sob seus pés. Como se tivesse encontrado o lugar a que pertence. Você é uma Caçadora de Sombras.


Cecily não disse nada.


Poncho sentiu sua boca se torcer em um sorriso.


— Estou feliz. Fico feliz que haverá ser um Herrera no Instituto, mesmo que eu...


— Mesmo que você não volte? Poncho, deixe-me ir com você, deixe-me ajudá-lo...


— Não, Cecily. Não é suficiente eu aceitar que você vai escolher esta vida, uma vida de luta e perigo, apesar de eu sempre ter desejado maior segurança para você? Não, não posso deixá-la vir comigo, mesmo que me odeie por isso.


Cecily suspirou.


— Não seja tão dramático, Poncho. Sempre vai insistir que as pessoas te odeiam quando obviamente não odeiam?


— Eu sou dramático. Se não fosse um Caçador de Sombras, teria tido um futuro nos palcos. Não tenho dúvidas de que eu seria recebido com sucesso.


Cecily não pareceu achar isso divertido. Poncho supôs que não podia culpá-la.


— Não estou interessada em sua versão de Hamlet. Se não vai me deixar ir com você, então me prometa que vai... promete que vai voltar?


— Não posso prometer isso. Mas se eu puder voltar para você, vou fazê-lo. E se conseguir voltar, vou escrever à mãe e ao pai. É o máximo que posso prometer.


— Não — Cecily discordou — nada de cartas. Prometa-me que, se voltar, vai ir para casa comigo e contar a eles por que nos deixou, que não os culpa e que ainda os ama. Eu não peço que vá para casa para ficar. Nem você nem podemos ficar, mas o pequeno conforto que eles terão valerá a pena. Não me diga que é contra as regras, Poncho, porque sei muito bem que você gosta de quebrá-las.


— Vê? — Poncho perguntou. — Você conhece um pouco seu irmão, afinal. Dou a minha palavra de que, se todas as condições forem cumpridas, vou fazer como você pediu.


Os ombros e o rosto dela relaxaram. Parecia pequena e indefesa depois que sua raiva se foi, mas Poncho sabia que não era.


— E, Cecy — falou suavemente — antes de eu ir, quero dar-lhe mais uma coisa.


Ele mexeu em sua camisa e tirou o colar que Christian tinha lhe dado. O pingente girou, brilhando num rico vermelho rubi nas luzes apagadas do estábulo.


— O colar de mulher? — Cecily perguntou. — Bem, confesso que não combina com você.


Ele se aproximou de Cecily e colocou a corrente sobre sua cabeça escura. O rubi caiu contra sua garganta, como se tivesse sido feito para ela. Cecily olhou-o, sua expressão séria.


— Use-o sempre. Ele vai avisar quando os demônios estiverem por perto — disse Poncho — vai ajudar a mantê-la segura, como quero, e ajudá-la a ser uma guerreira, como você quer.


Ela colocou a mão no rosto dele.


— Da bo ti, Gwilym. Byddaf yn dy golli di.


— E eu a você — respondeu ele.


Sem olhar para a irmã novamente, ele se virou para Balios e montou na sela. Cecily deu um passo para trás quando ele impeliu o cavalo para as portas do estábulo e, inclinando a cabeça contra o vento, Poncho galopou para a noite.



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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