Fanfics Brasil - Engenhocas Do Henry Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Engenhocas Do Henry

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— Maite já te perguntou se você queria ser uma Caçadora de Sombras — Gideon perguntou.


A meio caminho da escada com um livro na mão, Sophie congelou. Gideon estava sentado em uma das longas mesas da biblioteca, perto de uma janela que dava para o pátio. Livros e papéis estavam espalhados diante dele, e ele e Sophie tinham passado várias agradáveis horas procurando listas e histórias de magias, detalhes sobre yin fen e especificidades da erva. Embora a perna de Gideon estivesse se curando rapidamente, ela estava apoiada sobre duas cadeiras na frente dele, e Sophie ofereceu-se alegremente para subir e descer as escadas para alcançar os livros mais altos. Ela estava segurando agora um chamado Pseudomonarchia Daemonum, que tinha uma capa meio viscosa ao toque, motivo pela qual ela estava ansiosa para largá-lo, embora a pergunta de Gideon a assustara o suficiente para paralisá-la no meio da descida.


— O que você quer dizer? — ela replicou, retomando sua descida. — Por que Maite me perguntaria uma coisa dessas?


Gideon estava pálido, ou simplesmente poderia ser o reflexo da pedra enfeitiçada em seu rosto.


— Senhorita Collins, você é uma das melhores lutadoras que já treinei, inclusive Nephilim. É por isso que pergunto. Parece uma pena desperdiçar esse talento. Embora talvez seja algo que você não queira?


Sophie colocou o livro em cima da mesa e sentou-se do lado oposto ao de Gideon. Sabia que devia hesitar, parecer pensar sobre a questão, mas a resposta estava em seus lábios antes que ela pudesse detê-la.


— Ser uma Caçadora de Sombras é tudo o que eu sempre quis.


Ele se inclinou para frente e a pedra enfeitiçada refletiu em seus olhos, retirando a sua cor.


— Não está preocupada com o perigo? Quanto mais velho se é na Ascensão, mais arriscado o processo. Ouvi falar que a melhor idade para a Ascensão é de quatorze ou até mesmo doze anos.


Sophie sacudiu a cabeça.


— Eu nunca temi o risco. O aceitaria de bom grado. É só que temo... temo que se eu me inscrevesse para o processo, a Sra. Branwell pensaria que sou mal agradecida por tudo o que fez por mim. Ela salvou a minha vida e me levantou. Me deu segurança e um lar. Eu não poderia retribuir abandonando o serviço.


— Não — Gideon sacudiu sua cabeça — Sophie... senhorita Collins... você é uma serva livre em uma casa de Caçadores de Sombras. Você tem a Visão. Já sabe tudo o que há para saber do Submundo e dos Nephilim. É a candidata perfeita para a Ascensão — ele colocou a mão em cima do livro de demonologia — sou uma voz no Conselho. Eu poderia falar por você.


— Eu não posso — Sophie falou em uma voz suave. Ele não entendia o que estava lhe ofertando, a tentação? — E, certamente, não agora.


— Não, agora não, é claro, com Christopher assim doente — Gideon concordou apressadamente — mas, no futuro? Talvez?


Seus olhos buscaram o rosto dela, e Sophie sentiu um rubor começar a subir a partir de seu pescoço. O caminho mais óbvio e comum para um mundano Ascender era através do casamento com um Caçador de Sombras. Ela se perguntava o que significava ele parecer tão determinado a não mencionar isso.


— Mas quando perguntei, você falou com tanta força. Disse que ser uma Caçadora de Sombras é tudo o que você sempre quis. Por que isso? Pode ser uma vida brutal.


— Qualquer vida pode ser brutal — Sophie respondeu — minha vida antes de vir para o Instituto não era doce. Acho que, em parte, eu gostaria de ser uma Caçadora de Sombras para que se outro homem chegar perto de mim com uma faca na mão, como o meu ex-empregador, poderei matá-lo onde ele estiver.


Ela tocou o rosto enquanto falava, um gesto inconsciente que não podia evitar, sentindo a pele da cicatriz enrugada sob as pontas dos dedos. Ela viu a expressão de choque de Gideon misturada com desconforto e deixou a mão cair.


— Eu não sabia que foi assim que você foi marcada.


Ela desviou o olhar.


— Agora você vai dizer que não é tão feia, ou que você nem a vê, ou algo assim.


— Eu a vejo —Gideon disse em voz baixa — não sou cego, e nós somos um povo de muitos cicatrizes. Eu a vejo, mas não é feia. É apenas outra parte linda da menina mais linda que eu já vi.


Agora Sophie corou, ela podia sentir seu rosto queimar. Gideon se inclinou para frente sobre a mesa, seus olhos uma intensa tempestade verde. Ela respirou fundo. Ele não era como seus ex-empregador. Ele era Gideon. Não iria empurrá-lo para longe desta vez.


A porta da biblioteca se abriu. Maite estava no umbral, a aparência exausta. Havia manchas úmidas em seu vestido azul pálido, e seus olhos tinham sombras.


Sophie pôs-se de pé imediatamente.


— Sra. Branwell?


— Oh, Sophie — Maite suspirou — eu estava esperando que você pudesse ficar um pouco com Ucker. Ele não acordou ainda, mas Bridget precisa fazer o jantar, e acho que suas terríveis canções iriam lhe dar pesadelos.


— É claro.


Sophie correu para a porta, sem olhar para Gideon quando fez isso. Logo que a porta se fechou atrás dela, teve quase certeza de que o ouviu praguejar com grande frustração em espanhol.


•••


— Sabe — Cecily disse — você realmente não precisava jogar o homem pela janela.


— Ele não era um homem — Gabriel replicou, olhando carrancudo a pilha de objetos em seus braços.


Ele pegara o pacote de ingredientes de Christian que Sallows tinha feito para eles e alguns objetos de aparência útil das prateleiras. Havia intencionalmente deixado toda a encomenda de seu pai no balcão onde Sallows tinha colocado-a – e depois Gabriel jogara o sátiro através de uma das janelas pintadas. Ficou muito satisfeito com o vidro quebrado por toda parte. A força tinha até mesmo derrubado o esqueleto enforcado, que caíra com um baque, tornando-se uma pilha de ossos no chão.


— Ele era da Corte Unseelie das fadas. Um dos mais desagradáveis.


— É por isso que o caçou até a rua?


— Ele não tinha motivos para mostrar imagens como aquelas a uma senhorita — Gabriel murmurou, embora tivesse de admitir que a senhorita em questão mal movera os olhos, e parecia mais irritada com a reação de Gabriel do que impressionada com seu cavalheirismo.


— Acho que foi excessivo arremessá-lo no canal.


— Ele irá flutuar.


Os cantos da boca de Cecily se contorceram.


— Foi muito errado.


— Você está rindo — Gabriel percebeu, surpreso.


— Não estou — Cecily levantou o queixo, virando o rosto, mas não antes que Gabriel visse o sorriso que se espalhava por ele.


Gabriel ficou perplexo. Depois do desdém que ela lhe demonstrou, sua expressão e as respostas, ele tinha certeza de que este último ataque a levaria a contar tudo para Maite assim que voltassem ao Instituto, mas em vez disso, ela parecia divertida. Gabriel balançou a cabeça enquanto voltavam pela Rua Garnet. Nunca entenderia os Herrera.


•••


— Poderia pegar aquele frasco na prateleira, Sr. Chávez? — perguntou Henry.


Christian entregou-lhe. Ele estava de pé no centro do laboratório de Henry, olhando em volta para as formas brilhantes nas mesas ao seu redor.


— O que são todas essas engenhocas, se é que posso perguntar?


Henry, que usava dois pares de óculos para proteção ao mesmo tempo; um na cabeça e outro sobre os olhos, parecia ao mesmo tempo satisfeito e nervoso por ser perguntado. (Christian presumiu que os dois pares de óculos fossem por distração, mas caso fosse alguma moda, decidiu não perguntar.) Henry pegou um objeto quadrado de bronze com vários botões.


— Bem, isto aqui é um Sensor. Ele detecta quando os demônios estão próximos — ele moveu em direção a Christian, e o Sensor fez um som gritante.


— Impressionante! — exclamou Christian, satisfeito.


Ele ergueu uma estrutura de tecido com um grande pássaro morto empoleirado em cima dele.


— E o que é isso?


— O Chapéu Letal — declarou Henry.


— Ah — disse Christian — para quando uma dama precisar sacar armas do chapéu para matar seus inimigos.


— Bem, não — Henry admitiu — essa soa uma ideia muito melhor. Eu queria que você estivesse aqui quando tive a ideia. Infelizmente, este chapéu envolve a cabeça de um inimigo e o sufoca, desde que esteja usando-o no momento.


— Imagino que não vai ser fácil persuadir Mortmain a vestir o chapéu — Christian observou — ainda que a cor o deixasse mais atraente.


Henry caiu na gargalhada.


— É muito divertido, Sr. Chávez.


— Por favor, me chame de Christian.


— Eu vou! — Henry jogou o chapéu sobre seu ombro e pegou uma jarra de vidro redonda preenchida uma substância cintilante — este é um pó que quando aplicado no ar, deixa os espectros visíveis — disse Henry.


Christian inclinou o frasco de grãos brilhantes contra a lâmpada em admiração e, quando Henry sorriu de forma encorajadora, removeu a rolha.


— Parece muito bom para mim — disse ele, e por um capricho derramou um pouco em sua mão. O pó revestiu sua pele morena com uma luva de luminescência cintilante — e além de seu uso prático, parece ter fim cosmético. Este pó faria muito pelo brilho da minha pele por toda a eternidade.


Henry fez uma careta.


— Nem toda a eternidade — corrigiu, mas então seu rosto se iluminou — mas eu poderia fazer outro lote sempre que quiser!


— Eu poderia brilhar à vontade! — Christian sorriu para Henry. — Estes itens são fascinantes, Sr. Branwell. Você pensa diferente sobre o mundo mais do que qualquer Nephilim que já encontrei. Confesso que pensei que a seu povo faltasse um pouco de imaginação, um verdadeiro drama pessoal, mas você me deu uma opinião completamente diferente! Certamente a comunidade de Caçadores de Sombras deve honrá-lo e mantê-lo em alta estima como o cavalheiro que verdadeiramente avançou sua raça.


— Não — Henry respondeu, infeliz — eles desejam principalmente que eu pare de sugerir novas invenções e deixe de atear fogo às coisas.


— Mas toda invenção vem com riscos — argumentou Christian — eu vi a transformação no mundo pela invenção do motor à vapor, e a proliferação dos materiais impressos, as fábricas e usinas que mudaram a face da Inglaterra. Mundanos tomaram o mundo em suas mãos e fez dele uma coisa maravilhosa. Feiticeiros ao longo do tempo têm sonhado e aperfeiçoado magias para fazer um mundo diferente. Será que os Caçadores de Sombras são os únicos a permanecerem estagnados, imutáveis e, portanto, condenados? Como eles podem torcer o nariz para a genialidade que você tem exibido? É como se voltar para as sombras e se distanciar da luz.


Henry corou até ficar escarlate. Estava muito claro que ninguém jamais havia elogiado suas invenções antes, exceto, talvez, Maite.


— Você me deixa envergonhado, Sr. Chávez.


— Christian — o bruxo lembrou — agora posso ver seu trabalho em cima deste portal que estava descrevendo? A invenção que transporta um ser vivo de um local para outro?


— É claro.


Henry puxou uma pesada pilha de notas de um canto de sua mesa desordenada e empurrou-a em direção a Christian. O bruxo a pegou e folheou as páginas com interesse. Cada página estava coberta com uma escrita intrincada e dezenas de equações, misturando matemática e runas em uma harmonia surpreendente. Christian sentiu o coração bater mais rápido. Ele folheou as páginas – aquilo era genial, realmente genial.


Havia apenas um problema.


— Vejo o que está tentando fazer. E é quase perfeito, mas...


— Sim, quase — Henry passou as mãos por seu cabelo ruivo, entortando seus óculos de proteção — o portal pode ser aberto, mas não há maneira de direcioná-lo. Não há forma de saber se irei canalizá-lo para o destino pretendido neste planeta ou para outro mundo, ou até mesmo ao Inferno. É também arriscado e, portanto, inútil.


— Você não pode fazer isso com estas runas — Christian falou — é necessário outras runas que não essas que está usando.


Henry balançou a cabeça.


— Podemos usar apenas as runas do Livro Cinza. Algo mais seria magia. E a magia não é o caminho dos Nephilim. É algo que eu não poderia fazer.


Christian olhou para Henry por um longo momento de reflexão.


— É algo que eu poderia fazer — declarou ele, puxando a pilha de papéis para si.


•••


As fadas da Corte Unseelie não gostavam muito de luz. A primeira coisa que Sallows – cujo nome não era realmente esse – fez ao retornar à loja tinha sido colocar papel encerado sobre a janela que o garoto Nephilim tinha tão descuidadamente quebrado. Seu óculos foi longe demais, perdido nas águas do canal Limehouse Cut. E ninguém, ao que parecia, iria lhe pagar pela cara encomenda de Benedict Lightwood. Na totalidade, fora um péssimo dia.


Ele olhou irritado quando o sino loja tilintou, alertando para a abertura da porta, e franziu a testa. Pensou que a tivesse trancado.


— Novamente, Nephilim? — Ele estalou. — Decidiu me jogar no rio não uma vez, mas duas? Quero que saiba que tenho amigos poderosos...


— Não duvido que tenha, vigarista — a alta figura encapuzada na entrada virou-se e fechou a porta — e estou muito interessado em aprender mais sobre eles.


Uma lâmina de ferro frio brilhou na penumbra, e os olhos do sátiro se arregalaram com medo.


— Tenho algumas perguntas a fazer-lhe — disse o homem na porta — e eu não tentaria correr se fosse você. Não se quiser continuar com os dedos ligados ao corpo...




Até Mais!


 



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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