Fanfics Brasil - O Pingente De Jade Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: O Pingente De Jade

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Poncho estava de mau humor. O dia teve amanhecera nublado, molhado e terrível. Acordara sentindo mal do estômago, e mal foi capaz de engolir os ovos borrachudos e o bacon frio que esposa do dono servira no salão atulhado; cada parte do seu corpo cantarolava para ele voltar à estrada e continuar em sua jornada.


Rajadas de chuva o deixaram tremendo em suas roupas – apesar do uso constante de runas de aquecimento, e Balios não gostava da lama que sugava seus cascos quando eles tentavam acelerar ao longo da estrada. Poncho contemplava de mau humor como era possível que o nevoeiro pudesse condensar-se no interior de suas roupas. Ele tinha chegado pelo menos a Northamptonshire, o que já era alguma coisa, mas havia coberto pouco mais de trinta quilômetros e se recusou a parar, embora Balios lhe olhasse suplicante enquanto passavam pelo distrito de Towcester, como se estivesse pedindo por uma baia quente em um estábulo e um pouco de aveia, e Poncho estava quase inclinado a dar-lhe.


Um sentimento de desesperança tinha invadido seus ossos, frio e inescapável como a chuva. O que pensava estava fazendo? Será que ele realmente achava que encontraria Anahí dessa maneira? Ele era idiota?


Eles estavam passando por um país desagradável, onde a lama deixava o caminho rochoso traiçoeiro. Uma grande parede rosada de penhasco estava de um lado da estrada, bloqueando o céu. Do outro lado a estrada caía drasticamente em um barranco cheio de pedras afiadas. A água distante de um córrego lamacento brilhava fracamente lá embaixo. Poncho manteve a cabeça de Balios longe do penhasco, mas o cavalo parecia nervoso e tímido com a queda. A cabeça de Poncho estava para baixo, escondida em seu colarinho para evitar a chuva fria, e foi apenas por acaso que, olhando por um momento para o lado, teve um vislumbre de verde brilhante e dourado entre as rochas na beira da estrada.


Ele parou Balios em um instante e desceu do cavalo tão rapidamente que quase escorregou na lama. A chuva estava caindo com mais força agora enquanto ele aproximava-se e se ajoelhava para examinar a cadeia de ouro que estava em torno de um afloramento rochoso. Ele pegou com cuidado. Era um pingente de jade, circular, com escritas no verso. Ele sabia muito bem o que significavam.


Quando duas pessoas estão unidas no íntimo de seus corações, podem romper até mesmo a resistência do ferro e do bronze.


O presente de noivado de Ucker para Anahí. A mão de Poncho apertou-se sobre o pingente. Ele lembrou dela na escada a sua frente, os elos dourados do pingente de jade em sua garganta piscando para ele como um lembrete cruel de Ucker enquanto ela falava: eles dizem que você não pode dividir o seu coração, e ainda assim...


— Anahí! — ele gritou de repente, sua voz ecoando nas rochas — Anahí!


Ele parou por um momento, tremendo, ao lado da estrada. Não sabia o que esperava em resposta. Era quase como se ela pudesse estar ali, escondendo-se entre as rochas esparsas. Havia apenas o silêncio, o som do vento e da chuva. Ainda assim, ele sabia sem sombra de dúvidas que este era o colar de Anahí.


Talvez ela tivesse arrancado-o de sua garganta e o deixara cair da janela da carruagem para marcar o caminho para ele, como João e Maria fizeram a trilha de migalhas de pão. Era o que uma heroína dos romances faria, e portanto, a sua Anahí faria.


Talvez houvesse outras migalhas também, se ele continuasse o caminho. Pela primeira vez, a esperança fluiu de volta em suas veias. Com determinação renovada, ele caminhou até Balios e montou na sela. Não retardaria mais, chegaria a Staffordshire naquela noite. Quando o cavalo para a estrada, colocou o pingente em seu bolso, onde as palavras gravadas de amor e compromisso pareciam queimar.


•••


Maite nunca havia se sentido tão cansada. A criança que ela esperava a tinha esgotado mais do que pensara que o faria, e ela esteve acordada a noite inteira e passara o dia correndo. Havia manchas em seu vestido da cripta de Henry, e os tornozelos doíam por subir e descer as escadas do Instituto e da biblioteca. No entanto, quando abriu a porta do quarto de Ucker e o viu não só acordado, mas sentado e conversando com Sophie, ela esqueceu o cansaço e sentiu seu rosto formar um sorriso impotente de alívio.


— Christopher! — ela exclamou — eu me perguntava... isto é, estou feliz que esteja acordado!


Sophie, que estava estranhamente corada, levantou-se a seus pés.


— Devo ir, Sra. Branwell?


— Oh, sim, por favor, Sophie. Bridget está com um de seus humores, ela diz que não consegue encontrar o Bang Marí, e não tenho a menor do que ela está falando.


Sophie quase sorriu – ela teria sorrido, se o seu coração não estivesse batendo rápido com o conhecimento de que ela só poderia ter feito algo muito terrível.


— A panela de banho-maria  ela corrigiu — vou encontrá-la para ela.


Ela se moveu para a porta, parou e enviou um olhar peculiar por cima do ombro para Ucker, que estava descansando de volta contra os travesseiros, com aparência muito pálida, mas composto. Antes que Maite pudesse dizer qualquer coisa, Sophie se foi, e Ucker estava acenando com um sorriso cansado para Maite se aproximar.


— Maite, se você não se importar, poderia me trazer o meu violino?


— É claro.


Maite foi até a mesa perto da janela, onde o violino ficava guardado em sua caixa de jacarandá, com o arco e a pequena embalagem de resina. Ela pegou o violino e trouxe-o até a cama, onde Ucker pegou-o cuidadosamente dos braços dela, e Maite sentou com gratidão na poltrona ao lado dele.


— Oh — ela disse um momento mais tarde — sinto muito. Esqueci o arco. Você quer tocar?


— Está tudo bem — ele tocou suavemente as cordas com as pontas dos dedos, produzindo ruídos suaves e vibrantes — isto é Pizzicato – a primeira coisa que meu pai me ensinou a fazer quando me mostrou o violino. Me lembra de ser uma criança.


Você ainda é uma criança, Maite queria dizer, mas não o fez. Ele estava a apenas algumas semanas de seu aniversário de dezoito anos, depois de tudo, quando os Caçadores de Sombras se tornavam adultos. Quando olhava para ele, porém, ainda via o menino de cabelos escuros que havia chegado de Xangai, segurando o violino, os olhos enormes em seu rosto pálido, que não mostrava que ele não havia crescido.


Maite estendeu a mão para a caixa de yin fen na mesa de cabeceira. Havia apenas uma camada fina ao fundo, apenas uma colher de chá. Ela engoliu contra sua garganta apertada e jogou o pó no fundo de um copo de vidro, em seguida, verteu água da garrafa ali dentro, deixando o yin fen dissolver como o açúcar. Quando entregou o copo a Ucker, ele colocou o violino de lado e pegou o copo das mãos dela. Ele encarou o líquido, seus olhos pálidos pensativos.


— Esta é a última parte? — Ele perguntou.


— Christian está trabalhando em uma cura — Maite disse — nós todos estamos. Gabriel e Cecily estão comprando ingredientes e medicamentos para te manter forte, Sophie, Gideon e eu temos pesquisado. Tudo está sendo feito. Tudo.


Ucker olhou um pouco surpreso.


— Eu não fazia ideia.


— Mas é claro sim. Nós somos sua família, faríamos qualquer coisa por você. Por favor, não perca a esperança, Ucker. Preciso que mantenha a sua força.


— A força que eu tenho é sua — ele respondeu enigmaticamente. Ele bebeu a solução de yin fen, entregando-lhe de volta o copo vazio — Maite?


— Sim?


— Você já ganhou a briga sobre como a criança vai se chamar?


Maite deu uma risada assustada. Parecia estranho pensar sobre seu filho agora, mas por que não? A morte jaz no coração de nossa vida. era algo para se pensar que não a doença, ou o desaparecimento de Anahí, ou a perigosa missão de Poncho.


— Ainda não — disse ela — Henry ainda está insistindo em Buford.


— Você vai vencer. Sempre o faz. Daria uma excelente Consulesa, Maite.


Maite franziu o nariz.


— Uma mulher Cônsul? Depois de todos os problemas que tive simplesmente para dirigir o Instituto!


— Sempre tem que haver a primeira — Ucker apontou — não é fácil de ser a primeira, e não é sempre gratificante, mas é importante — ele abaixou a cabeça — você carrega com você um dos meus poucos pesares.


Maite olhou para ele, perplexa.


— Eu gostaria de ver o bebê.


Era uma coisa melancólica e muito simples de dizer, mas apresentou-se no coração de Maite como um caco de vidro. Ela começou a chorar, as lágrimas deslizando silenciosamente por seu rosto.


— Maite — Ucker disse, como se confortando-a — você sempre cuidou de mim. Cuidará surpreendente bem deste bebê. Será uma mãe maravilhosa.


— Você não pode desistir, Ucker — ela falou em uma voz embargada — quando te trouxeram para mim, a princípio disseram que você viveria apenas um ano ou dois. Você viveu quase seis. Por favor, viva apenas mais alguns dias. Mais alguns dias para mim.


Ucker lhe deu um olhar suavemente medido.


— Eu vivi por você — disse ele — e vivi por Poncho, e então vivi por Anahí e por mim, porque eu queria estar com ela. Mas eu posso... não posso viver para outras pessoas para sempre. Ninguém pode dizer que a morte encontrou em mim um camarada disposto, ou que eu fui facilmente. Se você diz que precisa de mim, ficarei o tempo que eu puder. Vou viver para vocês, lutando contra a morte, me desgastando até ficar os ossos e fragmentos. Mas não seria a minha escolha.


— Então... — Maite olhou para ele hesitante — qual seria a sua escolha?


Ele engoliu em seco, e sua mão caiu para tocar o violino ao seu lado.


— Tomei uma decisão. Eu a tomei quando falei a Poncho para onde ir — ele baixou a cabeça, depois a ergueu e encarou Maite, seu rosto pálido, sombras azuladas sob os olhos, que estavam fixos em seu rosto, como se querendo que ela entendesse — quero que isso pare. Sophie disse que todo mundo está à procura de uma cura para mim. Sei que dei minha permissão a Poncho, mas quero que todos parem agora, Maite. Está terminado.



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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