Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
No momento em que Poncho – banhado, barbeado e vestindo uma camisa limpa com colarinho – voltou para o salão comum para jantar, o lugar contava com várias pessoas.
Bem, não exatamente pessoas. Enquanto escolhia um lugar, passou por mesas onde trolls se debruçavam em conjunto com canecas de cerveja, parecendo velhos retorcidos tentando alcançar as presas que se projetavam da mandíbula inferior. Um delgado feiticeiro com um tufo de cabelos castanhos e um terceiro olho no meio da testa estava devorando uma costeleta de vitela. Um grupo estava amontoado perto da lareira – lobisomens, Poncho percebeu, por seu comportamento de grupo.
O quarto possuía cheiro de umidade, cinzas e cozinha, e estômago de Poncho tremeu. Ele não tinha ideia do quanto estava faminto.
Poncho estudou um mapa de Gales enquanto bebia seu vinho (azedo, quase vinagre) e comeu o prato que lhe foi servido (um pedaço duro de carne de veado com batatas) e fez o seu melhor para tentar ignorar os olhares dos outros clientes. Supôs que o cavalariço estava certo, eles não recebiam muitos Nephilim aqui. Sentia como se suas runas brilhassem como faróis. Quando os pratos foram removidos, puxou uma folha de papel e começou uma carta:
Maite,
Sinto muito por ter deixado o Instituto sem sua permissão. Peço seu perdão, senti que não tinha outra escolha. Esse, entretanto, não é o motivo por eu estar enviando esta carta. Ao lado da estrada, encontrei uma evidência da passagem de Anahí. De alguma forma, ela conseguiu lançar seu colar de jade pela janela da carruagem, acredito, para que pudéssemos localizá-la. Eu o tenho comigo agora. É prova inegável de que estávamos corretos em nossa suposição sobre o paradeiro de Mortmain. Ele deve estar em Cadair Idris. Você deve escrever para o Cônsul e exigir que ele envie uma grande força para a montanha.
Poncho Herrera
Depois de ter selado a carta, Poncho chamou o proprietário e confirmou que por meia coroa, o menino entregaria a carta com o coche na noite seguinte. Tendo feito o pagamento, Poncho sentou-se, considerando se devia se forçar a beber outra taça de vinho para garantir seu sono, quando uma forte dor aguda atravessou seu peito. Sentindo-se como se tivesse sido atingido por uma flecha, Poncho recuou. A taça de vinho caiu no chão e quebrou. Ele pôs-se em pé, inclinando-se contra a mesa, ambas as mãos apoiadas nela. Estava vagamente consciente dos olhares e da voz ansiosa do estalajadeiro em seu ouvido, mas a dor era grande demais para pensar, quase grande demais para respirar completamente.
O aperto no peito, onde ele imaginava como a extremidade de um cabo que o ligava a Ucker, foi tão intenso que estava estrangulando seu coração. Ele tropeçou para longe da mesa, empurrando os clientes perto do bar, e abriu caminho para a porta da frente da pousada.
Tudo em que conseguia pensar era ar, receber ar puro em seus pulmões para respirar.
Ele empurrou as portas e caiu na noite. Por um momento, a dor em seu peito diminuiu e ele caiu para trás encostando na parede da pousada. A chuva caía, molhando seus cabelos e roupas. Ele estava ofegante, com o coração a hesitando com uma mistura de terror e desespero. Seria apenas a distância de Ucker afetando-o? Nunca sentira nada parecido com isso, mesmo quando Ucker tivera em seu pior estado, mesmo quando ele tinha sido ferido e Poncho sentiu a dor solidária.
O cabo quebrou.
Por um momento, tudo ficou branco, o pátio desbotado como se as cores tivessem sido corroídas. Poncho escorregou de joelhos, vomitando seu jantar na lama. Quando os espasmos passaram, ele cambaleou cegamente para longe da pousada, tentando vencer sua própria dor.
Encontrou-se contra a parede estábulos, ao lado do cocho dos cavalos. Ele caiu de joelhos para mergulhar as mãos na água gelada e viu seu próprio reflexo. Ali estava o seu rosto, branco como a morte, e sua camisa, com uma mancha que vermelha cobrindo toda a parte da frente.
Com as mãos molhadas, ele agarrou as lapelas e abriu a camisa. Na fraca iluminação que derramava-se da pousada, ele podia ver que sua runa parabatai, um pouco acima de seu coração, estava sangrando.
Suas mãos estavam cobertas de sangue, sangue misturado com chuva, a mesma chuva que estava lavando o sangue para fora do seu peito, mostrando a runa que começava a desvanecer-se, de preto para prata, mudando tudo o que tinha sido sentido na vida de Poncho.
Ucker estava morto.
•••
Anahí esteve caminhando por horas, e seus sapatos finos marcavam o terreno irregular do leito do rio. Ela tinha começado quase correndo, mas a exaustão e o frio a tinham ultrapassado, e agora Anahí estava mancando lentamente, determinada, para a jusante. O tecido encharcado de suas saias fazia peso, como uma âncora que a puxaria para o fundo de algum terrível mar.
Não vira sinais de habitação humana por quilômetros, e estava começando a se desesperar com seu plano quando uma clareira apareceu. Tinha começado a chover de leve, mas mesmo através da garoa ela podia ver o contorno de um baixo edifício de pedra. Quando se aproximou, viu o que parecia ser uma pequena casa, com um telhado de palha e um caminho que conduzia à porta da frente.
Ela aumentou o ritmo, correndo agora, pensando em um fazendeiro gentil e sua esposa, do tipo que acolheria uma jovem moça e a ajudaria a entrar em contato com a família, como Rivers fizera por Jane em Jane Eyre. Enquanto se aproximava, porém, notou as janelas sujas e quebradas e a grama crescente sobre o telhado de palha. Seu coração afundou. A casa estava deserta.
A porta já estava aberta em parte, a madeira inchava com a chuva. Havia algo assustador no vazio da casa, mas Anahí estava desesperada por abrigo, da chuva e dos perseguidores que Mortmain poderia ter enviado atrás dela. Ela agarrou-se à esperança de que a Sra. Black pensaria que ela morrera na queda, mas duvidava que Mortmain desviaria tão facilmente de seu caminho. Afinal, se alguém sabia o que seu anjo mecânico podia fazer, seria ele.
Havia grama crescendo entre as pedras do piso no interior da casa, e a lareira estava suja, com um pote enegrecido ainda pairando sobre os restos de lenha. As paredes caiadas antigamente brancas estavam sujas de fuligem e pela passagem do tempo. Havia um emaranhado do que parecia ser instrumentos agrícolas perto da porta. Um se assemelhava a uma longa vara de metal com uma extremidade bifurcada em curva, os dentes ainda afiados. Sabendo que poderia precisar de algum meio de se defender, ela pegou-o, em seguida, moveu-se da entrada para o único cômodo que a casa possuía: um pequeno quarto no qual ela ficou encantada em encontrar um cobertor mofado na cama.
Ela olhou desesperadamente para suas vestimentas molhadas. Levaria eras para removê-las sem a ajuda de Sophie, e ela estava desesperada por calor. Enrolou o cobertor em torno de si, com roupas molhadas e tudo, e se deitou no espinhoso feno que recheava o colchão. Tinha um cheiro azedo e provavelmente havia xixi de rato nele, mas neste momento, parecia a cama mais luxuosa onde Anahí já se esticara.
Ela sabia que era mais sensato ficar acordada. Mas apesar de tudo, não podia mais suportar as reclamações de seu corpo surrado e exausto. Segurando a ferramenta de metal contra o peito, ela deslizou para longe no sono.
Autor(a): Alien AyA
Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
— É este, então? O Nephilim? Poncho não sabia quanto tempo ficou sentado ali, caído contra a parede do estábulo, ficando cada vez mais molhado com a chuva, quando a voz rosnada saiu da escuridão. Ele ergueu a cabeça, tarde demais para se desvencilhar da mão estendida na direção dele. Um momento mais ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
-
Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
-
Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
-
franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....