Fanfics Brasil - Substituí-la Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Substituí-la

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Capítulo 17 - É nobre ser bom


Seja como for, me parece,
É nobre ser bom.
Corações generosos são mais que coroas,
E a simples fé é mais do que o sangue normando.
– Alfred, Lord Tennyson, Lady Clara Vere de Vere


A cabeça escura de Maite estava curvada sobre uma carta quando Gabriel entrou na sala de estar. Estava frio, e o fogo se apagara na lareira. Gabriel imaginou o motivo por que Sophie não o acendera – passava muito tempo treinando. Seu pai não teria tolerado isso. Gostava de criados treinados para lutar, mas preferia que já tivessem essas habilidades antes de contratá-los.


Maite levantou o olhar.


— Gabriel.


— Queria falar comigo? — Gabriel fez o possível para manter a voz firme.


Não pôde evitar a sensação de que os olhos escuros de Maite enxergavam através dele, como se ele fosse de vidro. Seus olhos desviaram para o papel na mesa.


— O que é isso?


Ela hesitou.


— Uma carta do Cônsul. — A boca estava contraída em uma linha rija e infeliz. Olhou para baixo novamente e suspirou. — Tudo o que eu sempre quis foi governar este Instituto como meu pai fez. Nunca pensei que fosse tão difícil. Vou escrever novamente para ele, mas... — Ela se interrompeu, com um sorriso duro e forçado. — Mas não o chamei aqui para falar de mim. Gabriel, você me parece cansado e tenso ultimamente. Sei que estamos todos aflitos, e temo que nessa aflição sua... situação... tenha ficado esquecida.


— Minha situação?


— Seu pai — esclareceu Maite, levantando-se da cadeira e se aproximando dele. — Você deve estar sofrendo por ele.


— E Gideon? — perguntou o menino. — Era pai dele também.


— Gideon sofreu por seu pai há algum tempo — retrucou Maite, que, para sua surpresa, estava parada ao lado dele. — Para você, deve ser novo e desagradável. Não queria que você pensasse que esqueci.


— Depois de tudo que aconteceu — disse ele, a garganta começando a se fechar de espanto e mais alguma coisa, algo que ele não queria identificar muito de perto — depois de Ucker, Poncho, Jessamine, Anahí, depois que sua casa quase foi dividida ao meio, você não quer que eu pense que se esqueceu de mim?


Ela pôs a mão no braço dele.


— Essas perdas não diminuem a sua...


— Não pode ser isso — disse. — Você não pode querer me confortar. Chamou-me para descobrir se minha lealdade ainda está com meu pai ou com o Instituto...


— Gabriel, não. Não é nada disso.


— Não posso dar a resposta que quer — disse Gabriel. — Não posso esquecer que ele ficou comigo. Minha mãe morreu, Gideon foi embora, Tatiana é uma tola inútil, e nunca houve mais ninguém, ninguém para me criar, e eu não tinha nada, só meu pai, só nós dois, e agora você, você e Gideon esperam que eu o odeie, mas não posso. Ele era meu pai, e eu... — A voz falhou.


— Amava-o — completou Maite gentilmente. — Sabe, lembro-me de você quando era menino, e de sua mãe também. E lembro-me do seu irmão, sempre ao seu lado. E da mão do seu pai no seu ombro. Se serve de consolo, acredito que ele também o amava.


— Não importa. Porque matei meu pai — disse Gabriel, com voz trêmula. — Atirei uma flecha no olho dele... derramei seu sangue. Parricídio...


— Não foi parricídio. Ele não era mais seu pai.


— Se não era meu pai, se não acabei com a vida do meu pai, então onde ele está? — sussurrou Gabriel. — Onde está meu pai?


E sentiu Maite esticar o braço, puxá-lo para baixo, como uma mãe o faria, e segurá-lo enquanto ele soluçava secamente contra seu ombro e sentia o gosto das lágrimas na garganta, mas sem conseguir derramá-las.


— Onde está meu pai? — repetiu, e quando ela o apertou mais, ele sentiu a firmeza do abraço e a força dela o segurando, e ficou imaginando como pôde achar que esta pequena mulher fosse fraca.


Para: Maite Branwell
De: Cônsul Josiah Wayland


Minha estimada senhora Branwell,
Um informante cujo nome não pode revelar? Eu arriscaria dizer que não há informante e que tudo isso é invenção sua, uma estratégia para me convencer de sua razão.


Torço para que pare com a imitação de um papagaio que só faz repetir “marche para Cadair Idris de uma vez” o dia inteiro, e, em vez disso, me mostre que está cumprindo com suas obrigações de líder do Instituto de Londres. Do contrário, temo que deva supor que não está apta ao cargo e serei forçado a substituí-la de uma vez.


Como demonstração de compreensão, devo pedir que pare com esse assunto de uma vez por todas e não implore a nenhum membro do Enclave para que se junte a você nesta busca sem sentido. Se souber que levou o assunto a qualquer outro Nephilim, terei de considerar uma séria desobediência e agir de acordo.


Josiah Wayland, Cônsul da Clave


Sophie havia trazido a carta durante o café da manhã. Maite abriu-a com a faca de manteiga, rompendo o selo Wayland (uma ferradura com o C de Cônsul abaixo) e quase a rasgou na ansiedade de lê-la.


O resto das pessoas assistiu, Henry com o rosto aberto e alegre carregado de preocupação ao ver duas manchas vermelhas florescendo nas bochechas de Maite enquanto seus olhos examinavam as linhas. Os outros se mantiveram sentados, concentrados nas respectivas refeições, e Cecily não pôde deixar de pensar no quanto era de certa forma estranho ver um grupo de homens preocupados com a reação de uma mulher. Apesar de ser um grupo de homens menor do que deveria. As ausências de Poncho e Ucker pareciam um novo ferimento, um corte limpo e branco, ainda não preenchido por sangue, o choque quase recente demais para a dor.


— O que foi? — perguntou Henry, ansioso. — Maite, querida...


Maite leu as palavras da mensagem como as batidas frias de um metrônomo. Quando terminou, afastou a carta, ainda fitando-a.


— Eu simplesmente não consigo... — começou. — Não entendo.


Henry havia ruborizado sob as sardas.


— Como ele ousa escrever assim para você — disse Henry, com uma ferocidade inesperada. — Como ousa se dirigir a você dessa maneira, desconsiderar suas preocupações...


— Talvez ele tenha razão. Talvez esteja louco. Talvez todos nós estejamos — disse Maite.


— Não estamos! — exclamou Cecily, e viu Gabriel olhar de lado para ela.


Sua expressão era difícil de ser lida. Ele estava pálido desde que entrara na sala, e mal falou ou comeu; em vez disso, ficou encarando a toalha de mesa como se ali estivessem todas as respostas do universo.


— O Magistrado está em Cadair Idris. Tenho certeza disso.


Gideon estava com a testa franzida.


— Acredito em você — disse ele. — Todos acreditamos, mas sem a concordância do Cônsul a questão não pode ser apresentada ao Conselho, e, sem um Conselho, não pode haver assistência para nós.


— O portal já está quase pronto para ser utilizado — disse Henry. — Quando estiver funcionando, poderemos transportar quantos Caçadores de Sombras forem necessários para Cadair Idris em uma questão de instantes.


— Mas não haverá Caçadores de Sombras para serem transportados — argumentou Maite. — Veja, o Cônsul me proíbe de tocar nesse assunto com o Enclave. A autoridade dele é maior que a minha. Passar por cima de uma ordem dessa... Poderíamos perder o Instituto.


— E? — perguntou Cecily acaloradamente. — Você se importa mais com sua posição do que com Poncho e Anahí?


— Srta. Herrera — começou Henry, mas Maite o calou com um gesto. Ela parecia muito cansada.


— Não, Cecily, não é isso, mas o Instituto nos oferece proteção. Sem ele, nossa capacidade de ajudar Poncho e Anahí fica severamente comprometida. Como líder do Instituto, posso oferecer a assistência que um único Caçador de Sombras não...


— Não — intrometeu-se Gabriel. Ele empurrara o prato, e seus dedos finos estavam tensos e pálidos enquanto gesticulava. — Não pode.


— Gabriel? — disse Gideon, em tom de questionamento.


— Não ficarei em silêncio — respondeu Gabriel, e se levantou, como se pretendesse fazer um discurso ou se afastar da mesa, Cecily não sabia ao certo. Ele voltou os olhos verdes e assombrados para Maite. — No dia em que o Cônsul veio aqui, quando levou meu irmão e eu para um interrogatório, ele nos ameaçou até prometermos espioná-la.


Maite empalideceu. Henry começou a se levantar. Gideon levantou a mão, suplicante.


— Maite — disse ele. — Não o fizemos. Nunca dissemos uma palavra. Nenhuma verdade, pelo menos — corrigiu-se, olhando ao redor enquanto todos o encaravam. — Algumas mentiras. Desorientações. Ele parou de perguntar depois de duas cartas. Sabia que não tinha utilidade.


— É verdade, senhora — disse uma voz baixinha vinda do canto da sala. Sophie.


Cecily quase não a notou ali, pálida sob a touca branca.


— Sophie! — Henry pareceu completamente chocado. — Você sabia sobre isso?


— Sim, mas... — A voz de Sophie tremeu. — Ele fez ameaças terríveis a Gideon e Gabriel, Sr. Branwell. Disse que eliminaria os Lightwood dos registros de Caçadores de Sombras, que colocaria Tatiana na rua. E, mesmo assim, não contaram nada. Quando ele parou de perguntar, achei que tivesse percebido que não havia o que descobrir e desistira. Sinto muito. Eu só...


— Ela não queria machucá-los — disse Gideon desesperadamente. — Por favor, Sra. Branwell. Não culpe Sophie por isso.


— Não culpo — respondeu Maite, com os olhos escuros e rápidos movendo-se entre Gabriel, Gideon e Sophie, e de volta para Gabriel. — Mas imagino que haja mais nessa história. Certo?


— Isso é tudo, de verdade... — começou Gideon.


— Não — declarou Gabriel. — Não é. Quando o procurei, Gideon, e falei que o Cônsul não queria mais nossos relatórios sobre Maite, era mentira.


— O quê? — Gideon pareceu horrorizado.


— Ele me chamou sozinho, no dia do ataque ao Instituto — relatou Gabriel. — Falou que, se eu ajudasse a descobrir algum deslize de Maite, devolveria os bens dos Lightwood, restauraria a honra do nosso nome, encobriria as falhas do nosso pai... — Ele respirou fundo. — E eu concordei.


— Gabriel — resmungou Gideon, e enterrou o rosto nas mãos.


Gabriel parecia prestes a vomitar, quase cambaleando. Cecily estava dividida entre pena e horror, lembrando-se daquela noite na sala de treinamento, em como dissera que tinha fé de que ele faria as escolhas certas.


— Por isso pareceu tão assustado quando o chamei para conversar mais cedo — disse Maite, com o olhar firme em Gabriel — achou que eu tivesse descoberto.


Henry começou a se levantar, e seu rosto agradável e receptivo escureceu com o primeiro sinal verdadeiro de raiva que Cecily já havia visto nele.


— Gabriel Lightwood — disse ele. — Minha mulher não demonstrou nada além de generosidade a você, e é assim que retribui?


Maite colocou a mão no braço do marido, a fim de contê-lo.


— Henry, espere — disse ele. — Gabriel, o que você fez?


— Ouvi sua conversa com Aloysius Starkweather — relatou Gabriel, com a voz oca. — Em seguida, escrevi uma carta para o Cônsul, contando que você estava baseando seus pedidos de marcha para Gales nas palavras de um louco, que era influenciável e teimosa...


Os olhos de Maite pareceram perfurar Gabriel como pregos; Cecily pensou que jamais ia querer receber um olhar daqueles, nunca na vida.


— Você escreveu — disse Maite. — Enviou?


Gabriel respirou fundo, com dificuldade.


— Não — respondeu, e alcançou a própria manga. Retirou um papel dobrado e o jogou sobre a mesa. Cecily olhou para o papel. Estava marcado com impressões digitais e tinha as bordas gastas, como se tivesse sido aberto e fechado diversas vezes. — Não consegui. Não contei nada a ele.


Cecily soltou o ar que não percebeu que estava prendendo.


Sophie emitiu um ruído baixo; foi em direção a Gideon, que parecia se recuperar de um soco no estômago. Maite permaneceu calma como durante todo o processo. Esticou o braço, pegou a carta, deu uma olhada e a colocou de volta na mesa.


— Por que não enviou? — perguntou.


Ele olhou para ela, um olhar compartilhado e estranho se passou entre eles, e respondeu:


— Tive meus motivos para reconsiderar.


— Por que não me procurou? — disse Gideon. — Gabriel, você é meu irmão...


— Não pode fazer todas as escolhas por mim, Gideon. Às vezes, preciso agir por conta própria. Como Caçadores de Sombras, temos de ser altruístas. Morrer por mundanos, pelo Anjo, e, acima de tudo, por nós mesmos. Esses são nossos princípios. Maite vive de acordo; nosso pai nunca o fez. Percebi isso quando me enganei antes ao depositar minha lealdade no meu sangue, acima dos princípios, acima de tudo. E percebi que o Cônsul está enganado em relação à Maite — Gabriel parou subitamente; estava com a boca rija em uma linha fina e branca. — Ele se enganou. — Voltou-se para Maite. — Não posso mudar o que fiz no passado ou o que cogitei fazer. Não sei como compensar minha dúvida em sua autoridade nem minha ingratidão por sua bondade. Só o que posso é contar o que sei: você não pode esperar por uma aprovação do Cônsul Wayland, que nunca virá. Ele jamais marchará para Cadair Idris por você, Maite. Ele não quer concordar com nenhum plano que conte com seu selo de autoridade. Ele a quer fora do Instituto. Substituída.


— Mas foi ele que me colocou aqui — disse Maite. — Ele me apoiou...


— Porque achou que você seria fraca — respondeu Gabriel. — Porque ele acha que as mulheres são fracas e facilmente manipuláveis, mas você demonstrou ser diferente, e isso arruinou todos os planos dele. Ele não quer apenas que você seja desacreditada; ele precisa disso. Foi bem claro em relação a isso: se não conseguisse descobrir nenhum deslize, eu tinha permissão para inventar uma mentira que a condenasse. Desde que fosse algo convincente.


Maite cerrou os lábios.


— Então ele nunca teve fé em mim — sussurrou ela. — Nunca.


Henry apertou o braço dela.


— Mas deveria — disse ele. — Ele a subestimou, e isso não é uma tragédia. Você ter demonstrado ser melhor, mais inteligente e mais forte do que se esperava, Maite... é um triunfo.


Maite engoliu em seco, e Cecily ficou imaginando, só por um instante, como seria ter alguém que a olhasse como Henry olhava para Maite: como se ela fosse a maravilha da Terra.


— O que faço?


— O que achar melhor, Maite, querida — respondeu Henry.


— Você é líder do Enclave e do Instituto — falou Gabriel. — Temos fé em você, mesmo que o Cônsul não tenha. — Ele abaixou a cabeça. — Tem minha lealdade de hoje em diante. Seja qual for o valor dela para você.


— Vale muito — afirmou Maite, e havia alguma coisa em sua voz, uma autoridade quieta que fez Cecily querer levantar e declarar a própria lealdade, simplesmente para obter a aprovação da mulher.


Cecily não conseguia se imaginar se sentindo assim, percebeu, em relação ao Cônsul. E é por isso que o Cônsul a odeia , pensou. Porque ela é mulher, e, no entanto, ele sabe que ela consegue obter lealdade de uma forma que ele jamais conseguiria .


— Procederemos como se o Cônsul não existisse — continuou Maite. — Se ele estiver determinado a me retirar de minha posição aqui, então não tenho o que proteger. É simplesmente uma questão de fazer o que é preciso antes que ele tenha a chance de nos impedir. Henry, quanto tempo até a invenção ficar pronta?


— Amanhã — respondeu Henry prontamente. — Vou trabalhar durante toda a noite...


— Será a primeira vez que será utilizada — comentou Gideon. — Não parece um pouco arriscado?


— Não temos outra maneira de chegar a Gales a tempo — respondeu Maite. — Depois que eu enviar minha mensagem, teremos pouco tempo até que o Cônsul apareça para me destituir do cargo.


— Que mensagem? — perguntou Cecily, espantada.


— Vou mandar um recado para todos os membros da Clave — explicou Maite. — De uma vez. Não para o Enclave. Para a Clave.


— Mas somente o Cônsul pode... — começou Henry, e então fechou a boca, como uma caixa. — Ah.


— Vou relatar a situação atual e solicitar assistência — declarou Maite. — Não sei com que resposta poderemos contar, mas certamente alguns ficarão do nosso lado.


— Eu estarei com vocês — disse Cecily.


— E eu, é claro — afirmou Gabriel.


Sua expressão era resignada, nervosa, pensativa, determinada. Cecily jamais gostara tanto dele.


— E eu... apesar de que... — disse Gideon, e seu olhar, ao passar pelo irmão, foi de preocupação —, com apenas seis de nós, e uma Caçadora pouco treinada, contra qualquer que seja a força de Mortmain... — Cecily ficou dividida entre o prazer de ter sido considerada uma integrante e a irritação pela qualificação de pouco treinada. — Pode ser uma missão suicida.


A voz suave de Sophie se pronunciou novamente.


— Podem ter apenas seis Caçadores de Sombras com vocês, mas têm, ao menos, nove combatentes. Também sou treinada e gostaria de lutar com vocês. Assim como Bridget e Cyril.


Maite pareceu meio satisfeita e meio espantada.


— Mas, Sophie, você começou a ser treinada há pouco...


— Recebo treinamento há mais tempo do que a Srta. Herrera — disse Sophie.


— Cecily é Caçadora de Sombras...


— A Srta. Collins tem talento natural — declarou Gideon. Falou lentamente, com um conflito evidente no rosto. Não queria Sophie na luta, correndo perigo; no entanto, não podia mentir sobre suas habilidades. — Ela deveria poder Ascender e se tornar Caçadora de Sombras.


— Gideon... — começou Sophie, espantada, mas Maite já estava olhando para ela com olhos escuros e afiados.


— É isso que deseja, Sophie, querida? Ascender?


Sophie gaguejou.


— Eu... é o que sempre quis, Sra. Branwell, mas não se isso significasse que eu teria de deixar seu serviço. Você foi muito generosa comigo, e não desejo retribuir com abandono...


— Que bobagem — disse Maite. — Posso encontrar outra criada; não posso encontrar outra Sophie. Se ser Caçadora de Sombras é seu desejo, minha menina, preferia que tivesse me falado. Eu poderia ter procurado o Cônsul antes de me desentender com ele. Mesmo assim, quando voltarmos...


Ela se interrompeu, e Cecily ouviu as palavras implícitas: se voltarmos.


— Quando voltarmos, vou candidatá-la à Ascensão — concluiu Maite.


— Deporei em favor dela também — declarou Gideon. — Afinal, o lugar do meu pai no Conselho é meu, os amigos dele vão me ouvir, pois ainda devem lealdade à minha família. Além do mais, de que outra forma podemos nos casar?


— O quê? — perguntou Gabriel, com um gesto que acidentalmente derrubou o prato mais próximo, que se estilhaçou no chão.


— Casar? — repetiu Henry. — Vai se casar com uma das amizades de seu pai no Conselho? Qual delas?


Gideon tinha adquirido uma coloração esverdeada; era evidente que não pretendia ter deixado essas palavras escaparem, e não sabia o que fazer agora que já tinham saído. Olhou horrorizado para Sophie, mas não parecia que ela seria de grande ajuda. Parecia tão chocada quanto um peixe que acidentalmente caiu na terra.


Cecily se levantou e derrubou o guardanapo sobre o prato.


— Muito bem — disse, fazendo o melhor que pôde para se aproximar do tom autoritário que a mãe utilizava quando precisava que fizessem alguma coisa na casa. — Todos para fora.


Maite, Henry e Gideon começaram a se levantar. Cecily ergueu as mãos.


— Você não, Gideon Lightwood — disse. — Sinceramente! Mas você — apontou para Gabriel — pare de encarar. E venha. — Puxando-o pelas costas do casaco, ela o arrastou para fora, com Henry e Maite logo atrás.



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Autor(a): Alien AyA

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Assim que saíram da sala de refeições, Maite foi em direção ao escritório com o propósito anunciado de compor uma mensagem para a Clave, com Henry ao seu lado. (Ela parou na virada do corredor para olhar para Gabriel com um sorriso entretido no rosto, mas Cecily suspeitou que ele não tivesse visto.) No entanto, Cecily e ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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