Fanfics Brasil - Aceita Ser Minha Esposa? Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Aceita Ser Minha Esposa?

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Assim que saíram da sala de refeições, Maite foi em direção ao escritório com o propósito anunciado de compor uma mensagem para a Clave, com Henry ao seu lado. (Ela parou na virada do corredor para olhar para Gabriel com um sorriso entretido no rosto, mas Cecily suspeitou que ele não tivesse visto.) No entanto, Cecily esqueceu aquilo rapidamente. Estava ocupada demais com o ouvido na porta da sala de jantar, tentando captar o que se passava lá dentro.


Gabriel, após um instante de pausa, se apoiou contra a parede ao lado da porta. Estava, ao mesmo tempo, pálido e ruborizado, com as pupilas dilatadas de choque.


— Você não deveria fazer isso — disse ele, afinal. — Ouvir a conversa alheia é muito errado, Srta. Herrera.


— É seu irmão — sussurrou Cecily, com a orelha na parede. Ouviu murmúrios lá dentro, mas nada definido. — Eu achava que você deveria se interessar.


Ele passou as mãos no cabelo e exalou como alguém que tivesse acabado de correr uma longa distância. Em seguida, virou-se para ela e pegou uma estela do bolso do casaco. Desenhou um rápido símbolo no próprio pulso e pôs a mão na porta.


— Sim, eu me interesso.


O olhar de Cecily foi da mão dele para a expressão pensativa no rosto.


— Você consegue ouvi-los? — perguntou. — Ah, isso não é justo!


— É tudo muito romântico — disse Gabriel, e, em seguida, franziu o rosto. — Ou seria, se meu irmão conseguisse dizer alguma palavra sem soar como um sapo engasgado. Temo que ele não vá entrar para a história como um dos grandes galanteadores.


Cecily cruzou os braços, aborrecida.


— Não sei por que está sendo tão difícil — disse ela. — Ou está incomodado por seu irmão querer se casar com uma criada?


A expressão que Gabriel dirigiu a ela foi feroz, e Cecily, de repente, se arrependeu de provocá-lo depois de tudo pelo que ele tinha acabado de passar.


— Não consigo pensar em nada que ele possa fazer que seja pior do que o que meu pai fez. Pelo menos, o gosto dele é por mulheres humanas.


Ainda assim, era tão difícil não provocá-lo. Ele era tão insuportável.


— Essa está longe de ser uma boa descrição para uma menina tão formidável quanto Sophie.


Gabriel parecia prestes a devolver uma resposta afiada, mas pensou melhor.


— Não foi isso o que quis dizer. Ela é uma boa moça e será uma boa Caçadora de Sombras quando Ascender. Trará honra à nossa família, e o Anjo sabe que precisamos disso.


— Acredito que você também honrará sua família — disse Cecily, em voz baixa. — O que acabou de fazer, o que confessou a Maite... exigiu coragem.


Gabriel ficou parado por um instante. Em seguida, esticou a mão para ela.


— Pegue minha mão — falou. — Vai conseguir ouvir o que está se passando na sala de refeições através de mim, se quiser.


Após um instante de hesitação, Cecily pegou a mão de Gabriel. Era quente e áspera contra a dela. Ela sentiu a vibração do sangue do rapaz em sua pele, o que era estranhamente confortante – e de fato, através dele, como se estivesse com o ouvido colado na porta, ouviu o murmúrio baixo das palavras: a voz suave e hesitante de Gideon e a delicada, de Sophie. Fechou os olhos e ouviu.


•••


— Oh — disse Sophie baixinho, e se sentou em uma das cadeiras. — Oh, céus.


Não pôde deixar de se sentar; as pernas estavam bambas e fracas. Gideon, enquanto isso, estava perto do guarda-louça e parecia apavorado. Seu cabelo castanho-alourado estava desgrenhado como se tivesse acabado de passar as mãos nele.


— Minha querida Srta. Collins... — começou.


— Isto é — começou Sophie, e pausou. — Eu não... Isto é muito inesperado.


— É? — Gideon se afastou do móvel e se apoiou na mesa; as mangas da camisa estavam ligeiramente dobradas, e Sophie se pegou olhando para os pulsos dele, cobertos por pelos louros e marcados pelas lembranças brancas das Marcas. — Certamente, deve ter notado o respeito e estima que tenho por você. A admiração.


— Bem — disse Sophie. — Admiração. — Ela conseguiu fazer soar como uma palavra muito fraca, de fato.


Gideon ruborizou.


— Querida Srta. Collins. — Ele começou outra vez. — É verdade que meus sentimentos vão muito além da admiração. Eu os descreveria mais como uma afeição ardente. Sua bondade, beleza, coração generoso... me deixam confuso, e é somente a isso que posso atribuir meu comportamento esta manhã. Não sei o que me deu, para declarar em voz alta os desejos mais profundos do meu coração. Por favor, não se sinta obrigada a aceitar meu pedido só porque o fiz em público. Qualquer constrangimento em relação a este assunto deve ser meu.


Sophie olhou para ele. A cor vinha e voltava nas bochechas, deixando clara sua agitação.


— Mas você não pediu.


Gideon ficou espantado.


— Eu... o quê?


— Não pediu — afirmou ela, com tranquilidade. — Anunciou para toda a mesa de café da manhã que pretendia se casar comigo, mas isso não é um pedido. É apenas uma declaração. Um pedido é quando pergunta a mim.


•••


— Isso sim é colocar meu irmão em seu devido lugar — afirmou Gabriel, parecendo satisfeito daquele jeito que os irmãos mais novos ficavam quando os mais velhos eram rebaixados.


— Ah, silêncio! — sussurrou Cecily, apertando com força a mão de Gabriel. — Quero ouvir o que diz o Sr. Lightwood!


— Muito bem, então — disse Gideon, do jeito determinado (apesar de ligeiramente apavorado) com que São Jorge partiu para lutar com o dragão. — Um pedido, então.


Os olhos de Sophie o seguiram enquanto atravessava a sala em direção a ela e se ajoelhava a seus pés. A vida era uma coisa incerta, e havia alguns momentos que a pessoa gostaria de se lembrar, registrar de forma que a lembrança pudesse ser acessada mais tarde, como uma flor pressionada entre as páginas de um livro, admirada e apreciada.


Ela sabia que não ia querer se esquecer da maneira como Gideon tocou a mão dela, tremendo, ou da forma como ele mordeu o lábio antes de falar.


— Minha querida Srta. Collins — disse. — Por favor, me perdoe pela minha desagradável explosão. Simplesmente tenho uma... uma estima tão grande... não, não é estima, é adoração... por você, que tenho a sensação de que isso deve irradiar de mim o tempo todo. Desde que vim para esta casa, a cada dia sua beleza, coragem e nobreza me afetaram mais. É uma honra que eu jamais deveria merecer, mas que desejo ansiosamente: que você pudesse ser somente minha... digo, se aceitar ser minha esposa.


— Meu Deus — disse Sophie, acima de tudo, espantada. — Você andou treinando isso?


Gideon piscou.


— Garanto que foi inteiramente espontâneo.


— Bem, foi adorável. — Sophie apertou as mãos dele. — E sim. Sim, eu o amo e, sim, aceito me casar com você, Gideon.


Um belo sorriso se formou em seu rosto, e ele espantou os dois ao se esticar e beijá-la. Ela segurou o rosto dele entre as mãos enquanto se beijavam – ele tinha um ligeiro gosto de ervas de chá, lábios suaves e um beijo inteiramente doce. Sophie flutuou ali, no prisma do instante, sentindo-se segura de todo o resto do mundo.


Até a voz de Bridget interromper sua alegria, pairando sombriamente da cozinha.


“Em uma terça-feira se casaram,
Antes de sexta, morreram,
Foram enterrados no cemitério da igreja lado a lado,
Oh, meu amor,
E foram enterrados no cemitério da igreja lado a lado.”


Desvencilhando-se de Gideon com alguma relutância, Sophie se levantou e espanou o vestido.


— Por favor, perdoe-me, meu querido Sr. Lightwood... digo, Gideon... mas preciso assassinar a cozinheira. Já volto.


— Ahhh. — Cecily suspirou. — Foi tão romântico!


Gabriel tirou a mão da porta e sorriu para ela. O rosto dele se transformava quando sorria: as linhas agudas suavizavam, os olhos mudavam da cor do gelo para a cor das folhas verdes sob o sol da primavera.


— Está chorando, Srta. Herrera?


Ela piscou os cílios úmidos, subitamente consciente de que ainda estava segurando a mão dele – ainda sentia o suave ritmo do pulso dele no dela. Ele se inclinou, e ela sentiu o cheiro matutino dele: chá e sabonete de barbear...


Ela se afastou apressadamente, soltando a mão.


— Obrigada por me deixar ouvir — disse. — Tenho de... preciso ir à biblioteca. Tenho algo a fazer antes de amanhã.


O rosto dele se retorceu em confusão.


— Cecily...


Mas ela já estava se apressando pelo corredor, sem olhar para trás.


 •••


Para: Edmund e Branwen Herrera
Solar Ravenscar
West Riding, Yorkshire


Queridos mãe e pai,
Iniciei esta carta para vocês muitas vezes e nunca enviei. Primeiro, foi culpa. Sabia que tinha sido uma menina teimosa e desobediente ao deixá-los, e não consegui encarar a prova das minhas falhas em letras negras sobre uma página. Depois, foi saudade de casa. Senti tanto a falta de vocês. Senti saudade das ricas colinas verdes que se erguiam do solar, e da urze roxa no verão, e de mamãe cantando no jardim. Aqui fazia frio, tudo preto, marrom e cinza, névoa e ar sufocante. Pensei que fosse morrer de solidão, mas como contaria isso a vocês? Afinal, foi uma escolha minha.


Então, foi tristeza. Meu plano era vir aqui para levar Poncho de volta, fazê-lo enxergar onde estavam suas obrigações. Mas Poncho tem suas próprias ideias sobre deveres, honras e promessas. Percebi que não podia levar uma pessoa para casa quando ela já está em casa. E não sabia como contar isso a vocês.


Depois, foi felicidade. Isso pode parecer tão estranho para vocês como foi para mim, o fato de que eu não conseguisse voltar para casa por ter encontrado alegria. Conforme fui treinando para me tornar Caçadora de Sombras, senti a agitação no meu sangue, a mesma agitação sobre o qual mamãe falava cada vez que saíamos deWelshpool e víamos Dufi Valley. Com uma lâmina serafim na mão, sou mais do que Cecily Herrera, a mais nova de três filhos, filha de bons pais, que algum dia terá um bom casamento e trará mais crianças ao mundo. Sou Cecily Herrera, Caçadora de Sombras, e minha posição é tão alta e gloriosa quanto pode ser.


Glória. Uma palavra tão estranha, algo que as mulheres não devem almejar, mas nossa rainha não é triunfante? Nossa rainha Bess não foi chamada de Gloriana? Mas como poderia lhes contar que eu havia escolhido glória em vez de paz? A difícil paz de deixar a Clave para poder me oferecer? Como poderia dizer que estava feliz como Caçadora de Sombras, sem que isso lhes trouxesse a maior das infelicidades? Esta é a vida que deixaram para trás, a vida cujos perigos desejaram manter longe de Poncho, de mim e de Ella. O que eu poderia dizer que não partisse seus corações?


Agora... agora é compreensão. Percebi o que significa amar alguém mais do que a si mesmo. Agora compreendo que tudo que sempre quiseram não foi que eu fosse como vocês, mas que fosse feliz. E me deram – nos deram – uma escolha. Vejo aqueles que cresceram na Clave e que nunca tiveram escolha sobre o que queriam ser, e sou grata pelo que fizeram. Escolher esta vida é muito diferente de nascer nela. A vida de Jessamine Lovelace me ensinou isso.


Quanto a Poncho e a levá-lo para casa: eu sei, mãe, que você temia que os Caçadores de Sombras extraíssem todo o amor de seu menino. Mas ele ama e é amado. Não mudou. E ele os ama, assim como eu. Lembrem-se de mim, pois sempre me lembrarei de vocês.


Sua filha que os adora,
Cecily


 •••


Para: Membros da Clave dos Nephilim
De: Maite Branwell


Estimados irmãos e irmãs de armas,
É minha triste obrigação relatar a vocês que, apesar de eu ter apresentado ao Cônsul Wayland prova irrefutável, que me foi entregue por um de meus Caçadores de Sombras, de que Mortmain, a maior ameaça que os Nephilim já enfrentaram no nosso tempo, está em Cadair Idris, em Gales, nosso estimado Cônsul decidiu, misteriosamente, ignorar tal informação. Entendo que conhecer a localização do nosso inimigo e a oportunidade de frustrar seus planos para nos destruir é de suma importância.


Por meios que me foram oferecidos por meu marido, o renomado inventor Henry Branwell, os Caçadores de Sombras ao meu dispor no Instituto de Londres vão em uma expedição extrema a Cadair Idris, para darmos nossas vidas em nome de conter Mortmain. Lamento profundamente deixar o Instituto desprotegido, mas, se o Cônsul Wayland puder ser estimulado a qualquer ação, ele é mais do que bem-vindo a enviar guardas para defenderem o local abandonado.


Somos apenas nove, três dos quais sequer são Caçadores de Sombras, mas mundanos corajosos treinados por nós no Instituto e que se ofereceram para lutar ao nosso lado. Não posso dizer que temos grandes esperanças nesse instante, mas acredito que a tentativa seja necessária.


Obviamente não posso forçar nenhum de vocês. Conforme o Cônsul Wayland me lembrou, não estou em posição de comandar forças de Caçadores de Sombras, masficaria muito grata se qualquer um de vocês que concorde que Mortmain deva ser combatido, e agora, viesse ao Instituto de Londres amanhã ao meio-dia para nos auxiliar.


Saudações,
Maite Branwell, diretora do Instituto de Londres.



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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