Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Para: Cônsul Josiah Wayland
De: Inquisidor Victor Whitelaw
Josiah: perdoe minha informalidade, pois escrevo com pressa. Estou certo de que esta não será a única carta que receberá sobre este assunto; aliás, provavelmente sequer é a primeira. Eu mesmo já recebi muitas. Todas tratam da mesma questão que arde em minha mente: a informação de Maite Branwell procede? Nesse caso, me parece que há uma boa chance de o Magistrado se encontrar em Gales, de fato. Sei de suas dúvidas quanto à veracidade de Alfonso Herrera, mas nós dois conhecemos seu pai. Uma alma precipitada e passional demais, mas homem mais honesto não há. Não penso que o Herrera mais jovem seja mentiroso.
Independentemente disso, em consequência da mensagem de Maite, a Clave está um caos. Insisto em uma reunião do Conselho imediatamente. Se não o fizermos, a confiança dos Caçadores de Sombras em seu Cônsul e seu Inquisidor será irreversivelmente comprometida. Deixo o anúncio da reunião em suas mãos, mas isto não é um pedido. Convoque o Conselho ou renunciarei ao meu cargo e explicarei meus motivos.
Victor Whitelaw
•••
Poncho acordou com gritos.
Anos de treinamento se puseram em prática instantaneamente: ele estava agachado no chão antes mesmo de acordar adequadamente. Olhando em volta, viu que o quartinho da pousada estava vazio, exceto por ele e pelos móveis – a cama estreita e a mesa lisa, quase invisíveis à sombra.
Os gritos voltaram, mais altos. Irradiavam de fora da janela. Poncho se levantou, atravessou o quarto silenciosamente e puxou uma das cortinas a fim de olhar para fora.
Mal se lembrava de ter entrado na cidade, conduzindo Balios atrás de si, que caminhava lentamente, de tão exausto. Uma pequena cidade galesa, como outras cidades do país, nada de extraordinário. Encontrou a pousada facilmente e entregou Balios aos cuidados do cavalariço, solicitando uma escovação e alimentação que consistisse de aveia quente, para reavivá-lo. O fato de que falava galês pareceu relaxar o funcionário da pousada, e rapidamente este lhe mostrou um quarto, onde sucumbiu quase de imediato, vestido, sobre a cama onde dormiu sem sonhar.
A lua brilhava no alto, e sua posição indicava que não era tarde da noite. Uma névoa cinza pairava sobre a cidade. Por um instante, Poncho achou que fosse uma bruma. Em seguida, ao inalar, percebeu que era fumaça. Pontos vermelhos saltavam entre as casas na cidade. Ele cerrou os olhos. Figuras corriam de um lado para o outro entre as sombras. Mais gritos – um brilho que só podia vir de lâminas...
Ele já estava do lado de fora com as botas quase amarradas em um instante, lâmina serafim na mão. Desceu os degraus e entrou na sala principal da pousada. Estava escuro e frio – não havia fogo, e várias janelas tinham sido quebradas, permitindo a entrada do ar frio da noite. O vidro sujava o chão, como pedaços de gelo. A porta estava aberta, e, quando Poncho entrou, viu que as dobradiças superiores tinham sido quase arrancadas, como se alguém tivesse tentado retirar a porta...
Ele saiu pela porta e dobrou a esquina da pousada, onde ficavam os estábulos. Ali o cheiro de fumaça era mais pesado, e ele avançou – quase tropeçando em uma figura abaixada no chão. Caiu de joelhos. Era o cavalariço, com a garganta cortada, o chão debaixo em uma mistura de sangue e terra. Os olhos estavam abertos, fixos, e a pele, já fria. Poncho engoliu bile e se ajeitou.
Foi mecanicamente para os estábulos, a mente explorando as possibilidades. Um ataque demoníaco? Ou será que tinha ido parar no meio de algo não sobrenatural, alguma briga entre membros da cidade ou sabe Deus o quê?
Ninguém parecia procurar especificamente por ele, isso era claro.
Ouviu os relinchos ansiosos de Balios ao entrar no estábulo. Parecia tudo normal, do teto de gesso ao chão de pedra com calhas. Não havia outros cavalos abrigados por ali, o que foi bom, pois assim que ele abriu a porta, Balios avançou, quase derrubando Poncho. O menino mal conseguiu desviar enquanto o cavalo passava por ele e atravessava a porta.
— Balios! — Poncho praguejou e correu atrás do animal, apressando-se pela lateral da pousada e para a estrada principal.
Parou no mesmo instante. A rua estava um caos. Corpos caídos se acumulavam, descartados junto ao meio-fio como se fossem lixo. Casas com portas escancaradas, janelas destruídas. Pessoas correndo de um lado para o outro nas sombras, gritando e chamando nomes. Várias casas queimavam.
Enquanto Poncho observava, horrorizado, viu uma família correr pela porta de uma casa em chamas, o pai, com roupa de dormir, tossia e engasgava, e uma mulher atrás dele segurava a mão de uma menininha.
Mal cambalearam para a rua quando formas surgiram das sombras. A luz do luar refletia no metal.
Autômatos.
Moviam-se com fluidez, sem falhas ou dificuldades. Estavam vestidos –uma seleção de uniformes militares; Poncho reconheceu alguns, outros não. Mas as faces eram puramente metálicas, assim como as mãos, que empunhavam espadas longas. Havia três deles; um, com uma túnica militar vermelha rasgada, seguia na frente, rindo – rindo? – enquanto o pai de família tentava empurrar a mulher e a filha para trás de si, tropeçando nas pedras ensanguentadas da rua.
Tudo acabou em poucos instantes, rápido demais para que Poncho conseguisse se mover. As lâminas brilharam, e mais três corpos se juntaram à massa nas ruas.
— É isso — disse o autômato, com a túnica rasgada. — Queimar as casas e expulsá-los como ratos. Matá-los quando correrem...
Levantou a cabeça e pareceu ver Poncho. Mesmo através do espaço que os separava, o menino sentiu a força daquele olhar.
Poncho ergueu a lâmina serafim.
— Nakir.
O brilho da lâmina se intensificou e iluminou a rua, um raio de luz branca entre o vermelho das chamas. Em meio ao sangue e ao fogo, Poncho viu o autômato de túnica vermelha marchar em sua direção. Brandia uma espada na mão esquerda. A mão era metálica, tinha articulações; curvava-se em torno do cabo da espada como uma mão humana.
— Nephilim — disse a criatura, parando a poucos centímetros de Poncho. — Não esperávamos sua espécie aqui.
— Evidentemente — disse Poncho.
Ele deu um passo à frente e enfiou a lâmina serafim no peito do autômato.
Ouviu um chiado fraco, como bacon fritando em uma panela. O autômato olhou para baixo, entretido, e Nakir se reduziu a cinzas, deixando a mão de Poncho em volta de um cabo destruído.
O autômato riu e levantou o olhar para Poncho. Seus olhos ardiam com vida e inteligência, e o menino soube, com uma pontada no coração, que estava olhando para algo que jamais havia visto – não apenas uma criatura que conseguia transformar uma lâmina serafim em cinzas, mas um tipo de máquina com vontade, disposição e estratégia suficientes para incendiar uma cidade e matar seus habitantes enquanto fugiam.
— Agora você vê — disse o demônio, pois era isso que estava diante dele — Nephilim, por todos esses anos vocês nos expulsaram deste mundo com suas lâminas Marcadas. Agora temos corpos nos quais suas armas não funcionam, e este mundo será nosso.
Poncho respirou fundo enquanto o demônio erguia a espada. Deu um passo para trás – a lâmina subiu e desceu – e desviou no mesmo instante em que algo passou correndo a seu lado, algo imenso e negro que levantou, deu um coice e derrubou o autômato de lado.
Balios.
Poncho esticou o braço e agarrou cegamente a crina do cavalo. O demônio se ergueu da lama e saltou para ele, com a lâmina brilhando, exatamente quando Balios correu, com Poncho montado em suas costas. Cavalgaram pela rua de pedras, com Poncho agachado sobre o cavalo, o vento sacudindo seu cabelo e secando o rosto molhado – ele não sabia se de sangue ou lágrimas.
•••
Anahí se sentou no chão do quarto, na fortaleza de Mortmain, olhando entorpecida para o fogo.
As chamas brincavam sobre suas mãos e sobre o vestido azul. Ambos manchados de sangue. Não sabia como tinha acontecido; a pele no pulso estava cortada, e Anahí tinha uma lembrança de um autômato levando-a para lá e rasgando sua pele com os dedos afiados de metal enquanto tentava se soltar.
Não conseguia livrar a mente das imagens que a dominavam – lembranças da destruição da vila no vale. Foi levada até lá com vendas nos olhos, carregada por autômatos, antes de ser jogada de qualquer jeito em um afloramento de pedra cinza com vista para a cidade.
— Observe — dissera Mortmain, sem olhar para ela, apenas se gabando — observe, Srta. Portilla, e depois fale comigo sobre redenção.
Anahí ficou aprisionada, um autômato segurando-a por trás, com uma mão tapando-lhe a boca, e Mortmain murmurou suavemente as coisas que faria se ela ousasse desviar os olhos da cidade. Ela assistiu desamparada enquanto os autômatos marcharam para a cidade, cortando homens e mulheres inocentes pelas ruas. A lua se ergueu, tingida de vermelho, enquanto o exército mecânico incendiava metodicamente as casas, aniquilando as famílias que fugiam, confusas e apavoradas.
E Mortmain riu.
— Agora vê — dissera ele. — Essas criaturas, essas criações, são capazes de pensar, raciocinar e montar estratégias. Como os humanos. Contudo, são indestrutíveis. Olhe ali aquele tolo com a espingarda.
Anahí não queria olhar, mas não teve escolha. E assistiu, com olhos secos e severos, enquanto uma figura distante erguia uma espingarda para se defender. Os tiros atrasaram alguns dos autômatos, mas não os detiveram. Eles continuaram avançando para cima dele, arrancaram a espingarda e o empurraram para a rua.
E então o destroçaram.
— Demônios — murmurara Mortmain. — São selvagens e adoram destruir.
— Por favor. — Anahí se engasgara. — Por favor, chega, chega. Farei o que quiser, mas, por favor, poupe a vila.
Mortmain riu secamente.
— Criaturas mecânicas não têm coração, Srta. Portilla — dissera ele. — Não têm compaixão, não mais do que o fogo ou a água. Seria o mesmo que implorar que uma enchente ou um incêndio florestal abandonasse a destruição.
— Não estou implorando a eles — respondera. Com o canto do olho, achou que tivesse visto um cavalo negro correndo pelas ruas da cidade, com um cavaleiro montado. Alguém escapando da carnificina, rezou. — Estou implorando a você.
Ele voltou os olhos frios para ela, e estavam tão vazios quanto o céu.
— No meu coração também não há compaixão. Você apelou em vão para minha nobreza mais cedo. Eu a trouxe aqui para mostrar a inutilidade do gesto. Não tenho nobreza para a qual apelar; ela foi destruída há muitos anos.
— Mas eu fiz o que você me pediu — dissera desesperadamente. — Não há necessidade disso, não por mim...
— Não é por você — respondera Mortmain, desviando os olhos dela. — Os autômatos precisavam ser testados antes de serem enviados para a batalha. É simples ciência. Agora têm inteligência. Estratégia. Nada pode detê-los.
— Então vão se voltar contra você.
— Não vão. A vida deles é ligada à minha. Se eu morrer, eles serão destruídos. Para viver, eles precisam me proteger. — O olhar de Mortmain estivera distante e frio. — Basta. Eu a trouxe aqui para mostrar que sou o que sou, e você vai aceitar. Seu anjo mecânico protege sua vida, mas as vidas de outros inocentes estão em minhas mãos, em suas mãos. Não me teste ou haverá uma segunda vila. Não quero mais ouvir protestos inúteis.
Seu anjo mecânico protege sua vida. Agora estava com a mão nele, sentindo a batida familiar sob os dedos. Fechou os olhos, mas terríveis imagens passavam por trás de suas pálpebras. Ela viu na mente os Nephilim encarando os autômatos como os mundanos da cidade o fizeram, e viu Ucker ser destruído pelos monstros mecânicos, Poncho, perfurado por lâminas de metal, Henry e Maite ardendo...
A mão apertou violentamente o anjo e o arrancou do pescoço, derrubando-o no chão de pedra na mesma hora em que uma acha de lenha caiu na fogueira, levantando uma coluna de faíscas vermelhas. Àquela luz, viu a palma da mão esquerda e a cicatriz clara da queimadura que provocou em si mesma no dia em que contou a Poncho que estava noiva de Ucker.
Como naquele dia, pegou o atiçador da lareira. Levantou-o, sentindo o peso na mão. O fogo havia subido mais alto. Ela viu o mundo através de uma neblina dourada ao levantar o atiçador e trazê-lo contra o anjo mecânico.
Embora o atiçador fosse de ferro, explodiu em pó metálico, com uma nuvem de filamentos brilhantes girando para o chão, e sujou a superfície do anjo mecânico, que permaneceu intocado e intacto no piso diante de seus joelhos.
O anjo começou a se mexer e mudar. As asas tremeram, e as pálpebras fechadas se abriram em pedaços de quartzo esbranquiçado. Deles saíram finos raios de luz clara. Como em quadros da estrela de Belém, a luz se elevou e elevou, irradiando fios brilhantes. Lentamente, começou a se condensar uma forma – a forma de um anjo.
Era um borrão brilhante de luz, tão forte que era difícil olhá-la diretamente. Anahí pôde ver, através da luz, o contorno claro de algo que parecia um homem. Viu olhos que não tinham íris nem pupila – pedacinhos de cristal que brilhavam sob a luz do fogo. As asas do anjo eram largas, esticando-se a partir dos ombros, cada pena com pontas brilhantes de metal. As mãos estavam curvadas sobre o cabo de uma espada graciosa.
Os olhos vazios e brilhantes se fixaram nela.
Por que tenta me destruir? A voz era doce e ecoava em sua mente, como música. Eu a protejo.
De repente, ela pensou em Ucker, apoiado nos travesseiros sobre a cama, com o rosto pálido e brilhante. A vida é mais do que viver.
— Não é você que quero destruir, mas a mim.
Mas por que faria isso? A vida é um dom.
— Quero agir corretamente — respondeu. — Mantendo-me viva, você permite que um grande mal exista.
Mal. A voz musical soou pensativa. Faz tanto tempo que estou na minha prisão mecânica que me esqueci sobre o bem e o mal.
— Prisão mecânica? — sussurrou Anahí. — Mas como um anjo pode ser aprisionado?
Foi John Thaddeus Shade que me prendeu. Capturou minha alma em um feitiço e a prendeu neste corpo mecânico.
— Como a Pyxis — observou Anahí. — Só que prendendo um anjo em vez de um demônio.
Sou um anjo do divino, disse ele, pairando diante dela. Sou o irmão de Sijil, Kurabi e dos Zurah, dos Fravashis e Darkinis.
— E... esta é sua forma verdadeira? É assim?
Vê apenas uma fração do que sou. Em minha verdadeira forma, sou uma glória mortal. Era minha a liberdade do Céu, antes de ser aprisionado e ligado a você.
— Sinto muito — sussurrou ela.
A culpa não é sua. Você não me prendeu. Nossos espíritos são ligados, é verdade, mas mesmo enquanto eu a protegi no ventre, sabia que era inocente.
— Meu anjo da guarda.
Poucos podem reclamar um único anjo que os guarde. Mas você pode.
— Não quero reclamá-lo — respondeu Anahí. — Quero morrer nos meus próprios termos e não ser forçada a viver nos de Mortmain.
Não posso deixá-la morrer. A voz do anjo estava carregada de pesar. Anahí se lembrou do violino de Ucker, tocando a música do seu coração. É meu encargo.
Anahí levantou a cabeça. A luz do fogo atravessava o anjo como raios de sol através de um cristal, projetando cores nas paredes da caverna. Não era maldade; era bondade, contorcida e curvada à vontade de Mortmain, mas divina em sua natureza.
— Quando era um anjo — perguntou ela — qual era seu nome?
Meu nome, disse o anjo, era Ithuriel.
— Ithuriel — sussurrou Anahí, e estendeu a mão para o anjo, como se pudesse alcançá-lo, confortá-lo de alguma forma. Mas seus dedos encontraram apenas ar. O anjo brilhou e desbotou, deixando para trás apenas um fulgor, uma explosão de luz no interior das pálpebras de Anahí.
Uma onda de frio atingiu a menina, e ela se levantou e abriu os olhos.
Estava meio deitada no chão de pedra fria em frente a um fogo quase apagado.
O quarto estava escuro, pouco iluminado pelas brasas avermelhadas na lareira. O atiçador estava no mesmo lugar de antes. A mão de Anahí voou para a garganta – e encontrou o anjo mecânico ali.
Um sonho. O coração da menina ficou apertado. Foi apenas um sonho. Não havia anjo para banhá-la em luz. Havia apenas este quarto frio, a escuridão opressora e o anjo mecânico, que marcava firmemente os minutos para o fim de tudo no mundo.
•••
Poncho estava no topo de Cadair Idris, segurando as rédeas do cavalo.
Enquanto cavalgava em direção a Dolgellau, viu a imensa parede de Cadair Idris se erguendo sobre o estuário Mawddach, e perdeu o fôlego com um engasgo – ele estava ali. Já tinha subido a montanha antes, quando criança, com o pai, e aquelas lembranças permaneceram com ele ao deixar a estrada Dinas Mawddwy e cavalgar para a montanha nas costas de Balios, que ainda parecia fugir das chamas da cidade que deixaram para trás. Continuaram por um campo – o mar prateado podia ser visto de um dos lados, e o pico de Snowdon, do outro – até o vale Nant Cadair. A vila de Dolgellau abaixo, brilhando com luzes ocasionais, constituía uma bela vista, mas Poncho não a estava admirando. O símbolo de Visão Noturna que aplicou em si lhe permitiu acompanhar as pegadas das criaturas mecânicas. Havia o suficiente delas para que o chão estivesse partido onde atravessaram a montanha, e ele seguiu com o coração acelerado pela trilha de ruína em direção ao cume.
Os rastros passavam por um grupo de enormes pedregulhos que Poncho lembrava se chamarem Morena. Formavam uma parede parcial que protegia Cwm Cau, um pequeno vale sobre a montanha em cujo coração estava Llyn Cau, um lago glacial. Os rastros do exército mecânico levavam à beira do lago... E desapareciam.
Poncho ficou parado, olhando para as águas frias e claras. Sob a luz do dia, lembrava-se, a vista era magnífica: Llyn Cau era puro azul, cercado por grama verde, e o sol tocava as bordas afiadas de Mynydd Pencoed, os penhascos que contornavam o lago. Sentiu-se a milhares de quilômetros de Londres.
O reflexo da lua na água brilhou para ele. Poncho suspirou. A água batia gentilmente na beira do lago, mas não conseguia apagar os rastros dos autômatos. Estava claro de onde tinham vindo. Poncho esticou o braço e afagou o pescoço de Balios.
— Espere aqui — disse. — E, se eu não retornar, volte para o Instituto. Ficarão felizes em vê-lo, garoto.
O cavalo relinchou suavemente e o mordeu na manga, mas Poncho apenas respirou e entrou em Llyn Cau. O líquido frio subiu por suas botas e atingiu-lhe as calças, ensopando e congelando a pele. Ele perdeu o fôlego com o choque.
— Molhado outra vez — resmungou, e avançou pelas águas geladas do lago.
Elas pareceram sugá-lo, como areia movediça; mal teve tempo de respirar fundo antes da água fria arrastá-lo para a escuridão.
•••
Para: Maite Branwell
De: Cônsul Wayland
Sra. Branwell,
Você está destituída do cargo de diretora do Instituto. Poderia falar sobre minha decepção com você ou da ruptura da fé que existe entre nós dois agora. Mas palavras, em face de uma traição da magnitude da que me ofereceu, são inúteis. Quando eu chegar a Londres amanhã, espero que você e seu marido já tenham saído e retirado seus pertences. O não cumprimento desta ordem resultará em penas severas pelos preceitos da Lei.
Josiah Wayland, Cônsul da Clave.
Até Mais!
Autor(a): Alien AyA
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....