Fanfics Brasil - Irmãs Sombrias Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Irmãs Sombrias

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Southampton, maio.


 


Anahí não podia se lembrar de um momento em que não tivesse amado o anjo mecânico. Tinha pertencido à sua mãe anteriormente, e sua mãe o estava usando quando morreu. Depois disso tinha repousado no porta-joias de sua mãe, até que seu irmão, Nathaniel, o tirou um dia para ver se ainda estava funcionando.


O anjo não era maior do que o dedo mindinho de Anahí, uma pequena estatueta feita de latão, com asas fechadas de bronze não maiores que as de um grilo. Tinha um delicado rosto de metal com pálpebras fechadas em forma de crescente, e as mãos cruzadas sobre uma espada na frente. Uma corrente fina que passava por trás das asas permitia que o anjo fosse usado ao redor do pescoço como um colar.


Anahí sabia que o anjo era feito de componentes mecânicos porque se o erguesse até o ouvido podia ouvir o som do seu mecanismo, o som de um relógio.


Nate tinha exclamado com surpresa ao descobrir que ele ainda estava trabalhando depois de tantos anos, e tinha procurado em vão por um botão, parafuso, ou algum outro método pelo qual o anjo pudesse ser acionado. Mas não havia nada para encontrar. Com um encolher de ombros ele tinha dado o anjo para Anahí. A partir daquele momento ela nunca o tirou; mesmo à noite o anjo repousava contra seu peito enquanto ela dormia, seu constante tique-taquetique-taque, como o bater de um segundo coração.


Ela o segurava agora, apertado entre os dedos, enquanto o Main abria seu caminho entre outros gigantescos navios a vapor para encontrar um lugar na doca de Southampton. Nate tinha insistido para que ela viesse para Southampton, em vez de Liverpool, aonde a maioria dos transatlânticos a vapor chegavam. Tinha alegado que era porque Southampton era um lugar muito mais agradável para se chegar, então Anahí não podia deixar de estar um pouco decepcionada com sua primeira visão da Inglaterra.


Era sombriamente cinza. A chuva tamborilava nas torres de uma igreja distante, enquanto fumaça negra subia das chaminés dos navios e manchava o céu já opaco. Uma multidão de pessoas com roupas escuras, segurando guarda-chuvas, estava de pé no cais. Anahí se esforçou para ver se o seu irmão estava entre eles, mas o nevoeiro e o borrifo do navio estavam muito densos para ela distinguir qualquer pessoa em grandes detalhes.


Anahí estremeceu. O vento do mar era frio. Todas as cartas de Nate tinham afirmado que Londres era linda, o sol brilhava todos os dias. Bem, pensou Anahí, com sorte, o clima lá era melhor do que aqui. Não tinha roupas quentes com ela, nada mais substancial do que um xale de lã que havia pertencido à tia Harriet, e um par de luvas finas. Vendera a maior parte de suas roupas para pagar o funeral da tia, tranquila com a informação de que seu irmão iria comprar mais quando ela chegasse a Londres para viver com ele.


Um grito elevou-se. O Main, seu casco brilhante pintado de preto reluzindo molhado de chuva, tinha ancorado, e rebocadores avançavam com dificuldade em seu caminho através das agitadas águas cinzentas, prontos para carregar bagagens e passageiros para a praia.


Passageiros corriam para fora do navio, claramente desesperados para sentir a terra sob seus pés.


Tão diferente de sua partida de Nova York! O céu estava azul então, e uma banda de música estava tocando. Entretanto, sem ninguém lá para dizer-lhe adeus, não tinha sido uma ocasião agradável.


Curvando os ombros, Anahí se juntou à multidão desembarcando.


Gotas de chuva atormentavam sua cabeça e pescoço desprotegidos como alfinetadas geladas, e suas mãos, dentro das luvas finas, estavam pegajosas e molhadas pela chuva. Chegando ao cais, ela olhou ao redor ansiosamente, buscando por uma visão de Nate. Já fazia quase duas semanas desde que tinha falado com uma alma viva, tendo se mantido quase que inteiramente sozinha a bordo do Main. Seria maravilhoso ter seu irmão para conversar novamente.


Ele não estava lá. Os desembarcadouros estavam amontoados com pilhas de bagagens e todos os tipos de caixas e carga, até mesmo montes de frutas e verduras murchando e dissolvendo na chuva. Um navio a vapor estava partindo para Le Havre ali perto, e marinheiros de aparência úmida dirigiam-se para perto de Anahí, gritando em francês. Ela tentou se mover para o lado, apenas para ser quase pisoteada por uma multidão de passageiros desembarcando correndo para o abrigo da estação ferroviária.


Mas Nate estava longe de ser visto.


— Você é a Srta. Portilla?  A voz era gutural, com forte sotaque.


Um homem havia se movido para postar-se na frente de Anahí. Ele era alto e usava um extenso casaco preto e um chapéu alto, sua aba juntando água da chuva como uma cisterna. Seus olhos eram estranhamente salientes, quase protuberantes, como os de um sapo, sua pele era de aparência tão áspera quanto de tecido de cicatrização. Anahí teve que lutar contra o impulso de encolher-se de medo para longe dele. Mas ele sabia o nome dela. Quem aqui poderia saber seu nome exceto alguém que conhecia Nate também?


— Sim?


— Seu irmão me enviou. Venha comigo.


— Onde ele está? — Anahí perguntou, mas o homem já estava se afastando.


Seu passo era irregular, como se ele fosse manco por uma lesão antiga. Depois de um momento Anahí recolheu sua saia e correu atrás dele.


Ele andou através da multidão, avançando com velocidade proposital. As pessoas saltavam para o lado, murmurando sobre sua rudeza enquanto ele empurrava com o ombro para passar, com Anahí quase correndo para acompanhar. Ele virou-se abruptamente em torno de uma pilha de caixas e parou na frente de um grande coche negro e brilhante. Letras douradas haviam sido pintadas em toda a sua lateral, mas a chuva e a neblina estavam muito espessas para Anahí lê-las claramente.


A porta da carruagem abriu e uma mulher se inclinou para fora. Ela usava um enorme chapéu de plumas que escondia seu rosto.


— Srta. Anahí Giovanna Portilla?


Anahí assentiu. O homem de olhos esbugalhados correu para ajudar a mulher a sair da carruagem – e em seguida, outra mulher, logo após ela. Cada uma delas imediatamente abriu um guarda-chuva e levantou-o, abrigando-se da chuva. Em seguida, fixaram os olhos em Anahí.


Elas eram um par estranho, as mulheres.


Uma era muito alta e magra, com rosto ossudo, muito fino. Cabelos sem cor estavam escovados para trás em um coque na parte de trás da cabeça. Usava um vestido de seda violeta brilhante, já salpicado aqui e ali com manchas de chuva, e luvas violeta combinando.


A outra mulher era baixa e gorda, com pequenos olhos profundamente afundados na cabeça; as luvas rosa brilhante, esticadas sobre suas mãos grandes as faziam parecem patas coloridas.


— Anahí Giovanna Portilla — disse a menor das duas — que prazer em conhecê-la, finalmente. Eu sou a Sra. Black, e esta é minha irmã, Sra. Dark. Seu irmão nos enviou para acompanhá-la a Londres.


Anahí – úmida, fria e perplexa – apertou o xale molhado com mais força em torno de si mesma.


— Eu não entendo. Onde está Nate? Por que ele mesmo não veio?


— Ele foi detido de forma inevitável pelos negócios em Londres. Mortmain não podia dispensá-lo. Nos enviou na frente com uma nota para você, no entanto — Sra. Black estendeu um pedaço de papel enrolado, já umedecido com a chuva.


Anahí o pegou e virou-se para ler. Era uma breve nota de seu irmão se desculpando por não estar no cais para encontrá-la, e deixando-a saber que ele confiava na Sra. Black e na Sra. Dark – eu as chamo de Irmãs Sombrias, Gio, por razões óbvias, e elas parecem achar o apelido agradável! – para trazê-la com segurança para a sua casa em Londres. Elas eram, dizia sua nota, suas senhorias, bem como amigas de confiança, e tinham a mais alta recomendação.


Isso a convenceu. A carta era certamente de Nate. Tinha sua caligrafia, e ninguém mais nunca a chamou Gio. Ela engoliu em seco e enfiou a nota em sua manga, voltando-se para encarar as irmãs.


— Muito bem — disse ela, lutando contra seu sentimento persistente de decepção – ela estava tão ansiosa para ver seu irmão — devemos chamar um carregador para buscar minha mala?


— Não há necessidade, não há necessidade — o tom alegre da Sra. Dark estava em desacordo com suas características pálidas — nós já arranjamos para que fosse enviada na frente.


Ela estalou os dedos para o homem de olhos esbugalhados, que se impulsionou para o assento do condutor na parte da frente da carruagem. Ela colocou a mão no ombro de Anahí.


— Venha, criança; vamos tirar você da chuva.


Enquanto Anahí aproximava-se da carruagem, impulsionada pela mão ossuda da Sra. Dark, a neblina clareou, revelando a reluzente imagem dourada pintada na lateral da porta. As palavras “O Clube Pandemônio”, enrolavam-se intricadamente em torno de duas serpentes que mordiam a cauda uma da outra, formando um círculo. Anahí franziu a testa.


— O que isso significa?


— Nada com que você precise se preocupar — respondeu a Sra. Black, que já havia subido para dentro e tinha sua saia espalhada por um dos assentos de aparência confortável.


O interior da carruagem era ricamente decorado com assentos elegantes de veludo roxo de frente um para o outro, e cortinas de franjas douradas penduradas nas janelas.


A Sra. Dark ajudou Anahí a subir na carruagem, em seguida subiu depois dela. Enquanto Anahí acomodou-se no assento do banco, a Sra. Black esticou-se para fechar a porta da carruagem atrás de sua irmã, fechando lá fora o céu cinzento. Quando sorriu, seus dentes brilhavam na escuridão como se fossem feitos de metal.


— Acomode-se, Anahí Giovanna. Nós temos uma longa viagem pela frente.


Anahí colocou a mão no anjo mecânico em sua garganta, tirando conforto de seu constante tiquetaquear, à medida que o carro balançava para frente na chuva.




 


Sejam todo bem-vindos a essa fanfic, sintan-se todos a vontade de comentar e dar suas opiniões afinal é isso que faz uma fanfic ativa  não ser abandonada ou cancelada.


fran é voltei depois de 4 (?) messes


edlacamila é promete principalmente que leitores queiram a minha cabeça depois haha.


hadassa04 haha é eu sou mesmo quase uma "princesa das trevas" (tirando a parte do princesa, claro) quando você falou isso eu percebi que quase todas as minhas fanfics são sobrenaturais, nossa eu gosto disso mesmo `-`, e você pode esperar com toda certeza do mundo que eu vou ser mais "cruela" nessa fanfic do que em qualquer outra hahah


 


Estou postando esse agora, mas mais tarde posto outros ;)



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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