Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
O salão do Conselho estava cheio de pessoas gritando.
Na plataforma elevada no centro, encontrava-se o Cônsul Wayland, encarando a gritaria com um olhar de impaciência furiosa no rosto. Os olhos escuros analisavam os Caçadores de Sombras reunidos à sua frente: George Penhallow gritava com Sora Kaidou, do Instituto de Tóquio; Vijay Malhotra cutucava com um dedo fino o peito de Japheth Pangborn, que atualmente quase não saía de sua casa de campo em Idris e que estava vermelho como um tomate pela indignidade generalizada. Dois dos Blackwell cercaram Amalia Morgenstern, que os ofendia em alemão. Aloysius Starkweather, todo de preto, estava ao lado de um dos bancos de madeira, seus ombros longos quase curvados para cima, em volta das orelhas, enquanto olhava para o pódio com olhos velhos e afiados.
O Inquisidor, ao lado do Cônsul Wayland, bateu com seu bastão de madeira no chão com força suficiente para quase quebrar os tacos.
— Já BASTA! — rosnou. — Todos ficarão em silêncio e, agora. SENTEM-SE.
Uma onda de choque atravessou o recinto; e, para surpresa do Cônsul, todos se sentaram. Não em silêncio, mas sentaram-se, todos os que tiveram espaço para isso. A câmara estava quase explodindo de tão cheia; esta quantidade de Caçadores de Sombras raramente aparecia em uma mesma reunião. Aqui havia representantes de todos os Institutos – Nova York, Bangkok, Genebra, Mumbai, Kioto, Buenos Aires. Só os Caçadores de Sombras de Londres, Maite Branwell e seu bando, estavam ausentes.
Somente Aloysius Starkweather permanecia de pé, com a capa escura e esfarrapada esvoaçando como as asas de um corvo.
— Onde está Maite Branwell? — perguntou ele. — Pela sua mensagem ficou subentendido que ela estaria aqui para explicar o recado que enviou ao Conselho.
— Eu explicarei o recado — disse o Cônsul, através de dentes cerrados.
— Seria preferível ouvir dela — disse Malhorta, com olhos escuros atentos ao olhar do Cônsul para o Inquisidor e de volta ao primeiro.
O Inquisidor Whitelaw parecia esgotado, como se andasse sofrendo de insônia; a boca estava dura nos cantos.
— Maite Branwell está exagerando — afirmou o Cônsul — assumo total responsabilidade por tê-la colocado na direção do Instituto de Londres. Algo que eu jamais deveria ter feito. Ela foi destituída do cargo.
— Eu me encontrei e conversei com a Sra. Branwell — disse Starkweather, com a voz rouca e o sotaque de Yorkshire — ela não me parece o tipo de pessoa que exagera com facilidade.
Parecendo se lembrar exatamente de por que tinha ficado tão feliz por Starkweather ter deixado de comparecer às reuniões do Conselho, o Cônsul respondeu secamente:
— Ela está em um estado delicado, e acredito que tenha... se alterado.
Conversas e confusão. O Inquisidor olhou para Wayland e o encarou, enojado. O Cônsul retribuiu o olhar. Estava claro que tinham discutido: o Cônsul estava rubro de raiva, e o olhar que direcionou ao Inquisidor, carregado de traição. Era evidente que Whitelaw não concordava com as palavras do Cônsul.
Uma mulher se levantou dos bancos lotados. Tinha cabelos brancos presos no topo da cabeça e uma postura arrogante. O Cônsul parecia rosnar por dentro. Callida Perroni, tia de Maite.
— Se está sugerindo — disse ela, com voz gelada — que minha sobrinha vem tomando decisões histéricas por estar carregando um dos Caçadores de Sombras da próxima geração, Cônsul, sugiro que pense melhor.
O Cônsul trincou os dentes.
— Não existe prova de que as declarações de Maite Branwell sobre Mortmain estar no País de Gales contêm algum grau de veracidade — declarou — tudo vem de relatórios de Poncho Herrera, que não passa de um menino, bastante irresponsável, por sinal. Todas as provas, inclusive os diários de Benedict Lightwood, sugerem um ataque a Londres, e é para lá que devemos enviar nossas forças.
Um burburinho percorreu o recinto. As palavras “ataque a Londres” foram repetidas diversas vezes. Amalia Morgenstern se abanou com um lenço bordado, enquanto Lilian Highsmith, passando os dedos em uma adaga que se projetava do punho de uma luva, pareceu satisfeita.
— Provas! — Callida irritou-se. — A palavra da minha sobrinha é prova...
Houve mais um burburinho, e uma jovem se levantou. Usava um vestido de cor verde forte e tinha uma expressão desafiadora. Na última vez em que o Cônsul a vira, ela estava chorando neste mesmo salão do Conselho, exigindo justiça. Tatiana Blackthorn, cujo nome de solteira era Lightwood.
— O Cônsul está certo quanto a Maite Branwell! — exclamou. — Maite Branwell e Alfonso Herrera são os responsáveis pela morte do meu marido!
— Ah? — manifestou-se o Inquisidor Whitelaw, com o tom carregado de sarcasmo. — Quem exatamente matou seu marido? Foi Poncho?
Houve um murmúrio de espanto. Tatiana pareceu furiosa.
— Não foi culpa do meu pai...
— Ao contrário — interrompeu o Inquisidor — isso foi mantido em sigilo, Sra. Blackthorn, mas você me deixa sem saída. Abrimos uma investigação sobre a morte de seu marido e ficou determinado que ele, de fato, foi o culpado, muito culpado. Não fossem as ações de seus irmãos, e de Alfonso Herrera e Maite Branwell, entre outros do Instituto de Londres, o nome dos Lightwood teria sido riscado dos registros dos Caçadores de Sombras, e você passaria o resto da vida como uma mundana sem amigos.
Tatiana ficou vermelha como um tomate e cerrou os punhos.
— Alfonso Herrera já... já me agrediu com insultos impronunciáveis a uma dama...
— Não vejo como isso influi na questão do momento — respondeu o Inquisidor — a pessoa pode ser grosseira na vida pessoal, porém correta em questões mais importantes.
— Você tomou nossa casa! — gritou Tatiana. — Sou forçada a depender da generosidade da família do meu marido, como uma pedinte...
Os olhos do Inquisidor brilhavam como as pedras de seus anéis.
— Sua casa foi confiscada, Sra. Blackthorn, e não roubada. Investigamos a casa da família Lightwood — prosseguiu, elevando o tom de voz — estava cheia de evidências sobre as ligações do patriarca da família com Mortmain, diários detalhando atos sujos, vis e impronunciáveis. O Cônsul cita os diários como provas de que haverá um ataque a Londres, mas quando Benedict Lightwood morreu, já estava louco em consequência da varíola demoníaca. Tampouco é provável que Mortmain tenha lhe confiado seus verdadeiros planos, mesmo que ele estivesse são.
Parecendo quase desesperado, o Cônsul Wayland interrompeu.
— A questão de Benedict Lightwood está encerrada... encerrada e irrelevante. Estamos aqui para discutir Mortmain e o Instituto! Primeiro, como Maite Branwell foi destituída do cargo e a situação que nos aguarda está centrada em Londres, precisamos de um novo líder para o Enclave de Londres. Vou abrir a decisão. Alguém gostaria de se colocar como substituto?
Houve um agito. George Penhallow havia começado a se levantar quando o Inquisidor se enfureceu:
— Isto é ridículo, Josiah. Ainda não há provas de que Mortmain não esteja onde Maite disse que estaria. Sequer começamos a falar em mandar reforços atrás dela...
— Atrás dela? Como assim, atrás dela?
O Inquisidor estendeu os braços para o salão.
— Ela não está aqui. Onde acha que estão os moradores do Instituto? Foram para Cadair Idris, atrás do Magistrado. No entanto, em vez de discutirmos a possibilidade de enviar auxílio, reunimos o Conselho para tratar do substituto de Maite?
O Cônsul se irritou.
— Não haverá ajuda! — rugiu. — Jamais haverá ajuda para aqueles que...
Mas o Conselho não ficou sabendo o que não seria ajudado, pois naquele instante uma lâmina de aço, mortalmente afiada, cortou o ar atrás do Cônsul e o decapitou.
O Inquisidor cambaleou para trás e alcançou seu bastão enquanto o sangue se espalhava ao redor; o corpo do Cônsul caiu, sucumbindo ao chão em duas partes cortadas: o corpo caiu no piso do estrado ensopado de sangue, enquanto a cabeça decepada rolava como uma bola de tênis. Enquanto caía, um autômato se revelou atrás dele – tão esguio quanto um esqueleto humano, vestido com os restos esfarrapados de um traje militar. Sorriu como uma caveira ao retrair a lâmina escarlate e olhar para a sala silenciada e espantada, cheia de Caçadores de Sombras.
O único outro ruído veio de Aloysius Starkweather, que dava uma risada contínua e baixinha, aparentemente para si mesmo.
— Ela avisou — sibilou. — Ela avisou o que aconteceria...
Um instante depois, o autômato avançou, a mão esticada para se fechar na garganta de Aloysius. O sangue explodiu do pescoço do velho enquanto a criatura o levantava do chão, ainda sorrindo.
Os Caçadores de Sombras começaram a gritar, e, em seguida, as portas se abriram, permitindo que uma enxurrada de criaturas mecânicas invadisse o salão.
Autor(a): Alien AyA
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....