Fanfics Brasil - Corações Que Batem Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Corações Que Batem

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Ucker.


Foi como se o mundo tivesse parado. Todas as figuras imóveis, inclusive os autômatos, congelados no tempo. Anahí começou a atravessar a sala em direção a Ucker, e ele olhou para ela. Ucker, com a túnica de um Irmão do Silêncio. Ucker, cujos cabelos prateados, caindo sobre o rosto, tinham marcas pretas. Ucker, cujas bochechas agora tinham dois cortes vermelhos iguais, um para cada uma delas.


Ucker, que não estava morto.


Anahí, arrancada do súbito choque, ouviu Christian falar alguma coisa, sentiu o feiticeiro alcançá-la pelo braço, mas ela se afastou dele e entrou na batalha. Ele gritou atrás dela, mas tudo que Anahí viu foi Ucker – ele agarrando o braço do autômato, que o envolvia pela garganta, e não conseguindo encontrar nada no metal liso. O aperto ficou mais forte, e o rosto de Ucker começou a se encher de sangue enquanto era estrangulado. Ela sacou a adaga, correndo pela passagem aberta à sua frente, mas sabia que era impossível, que não chegaria a tempo...


O autômato rugiu e caiu para a frente. Suas pernas tinham sido cortadas por trás, e, enquanto ele caía, Anahí viu Poncho se levantar com uma espada longa na mão. Ele esticou o braço para o autômato, como se pudesse alcançá-lo, impedir a queda, mas o monstro já havia caído no chão, metade em cima de Ucker, cujo bastão havia rolado da mão. O menino ficou deitado, imóvel, preso sob a imensa máquina.


Anahí correu, desviando sob o braço de uma criatura mecânica. Ouviu Christian gritar alguma coisa atrás dela, mas o ignorou. Se conseguisse alcançar Ucker antes que ele estivesse machucado demais ou esmagado... mas enquanto corria uma sombra bloqueou sua visão. Ela parou e olhou para o rosto de um autômato estrábico, alcançando-a com as garras.


A força da queda e o peso do autômato nas costas arrancaram o ar dos pulmões de Ucker quando ele atingiu o chão com força suficiente para deixar marcas. Por um instante, estrelas dançaram diante de seus olhos, e ele lutou para respirar, o peito em espasmos.


Antes de se tornar um Irmão do Silêncio, antes de tocarem a primeira faca de ritual em sua pele e cortarem as linhas no rosto para que o processo de transformação tivesse início, a queda e o ferimento poderiam tê-lo matado.


Agora, ao inspirar o ar de volta para os pulmões, se viu girando e alcançando o bastão, mesmo com a mão da criatura fechada em seu ombro.


E sentiu um tremor pelo corpo, provocado pela batida de metal contra metal. Ucker pegou o bastão e o empunhou para cima, empurrando a cabeça do autômato para o lado, mesmo enquanto a parte superior do corpo metálico era levantada e jogada para o lado. Ele deu um chute no peso que ainda o prendia pelas pernas, e então isso também desapareceu, e Poncho estava ajoelhado ao lado dele, no chão. O rosto de Poncho estava pálido como cinzas.


— Ucker.


Houve um silêncio em volta dos dois, um intervalo na batalha, uma pausa misteriosa e atemporal. O peso de mil coisas marcava a voz de Poncho: incredulidade e assombro, alívio e traição. Ucker começou a lutar para se apoiar nos cotovelos no mesmo instante em que a espada de Poncho, suja de óleo negro e fendida com entalhes, caiu no chão.


— Você está morto — disse Poncho. — Eu senti quando morreu — e pôs a mão no coração, na camisa manchada de sangue, onde se localizava o símbolo parabatai. — Aqui.


Ucker alcançou a mão de Poncho, pegou-a com a sua, e pressionou os dedos do irmão de sangue contra o próprio pulso. Esforçou-se para que o parabatai entendesse. Sinta meu pulso, a batida do sangue sob a pele; Irmãos do Silêncio têm corações que batem. Os olhos azuis de Poncho se arregalaram.


— Eu não morri. Eu mudei. Poderia ter contado... se houvesse jeito...


Poncho o encarou, e seu peito subia e descia acelerado. O autômato havia arranhado um dos lados do rosto de Poncho. Ele sangrava de vários arranhões profundos, mas não parecia notar. Soltou a mão de Ucker e exalou suavemente.


— Roeddwn i’n meddwl dy fod wedi mynd am byth — disse.


Falou, sem pensar, em galês, mas Ucker entendeu assim mesmo. Os símbolos dos Irmãos do Silêncio significavam que para ele não havia língua desconhecida. Pensei que tivesse partido para sempre.


— Continuo aqui — disse Ucker, então uma faísca passou pelo canto de seu olho, e ele se moveu velozmente, girando para o lado. Um machado de metal chiou no espaço pelo qual havia acabado de passar, e caiu no chão de pedra.


Autômatos o cercaram, um anel de metal que zumbia.


Poncho se levantou, com a espada na mão, e eles ficaram de costas um para o outro enquanto Poncho dizia:


— Não há símbolo eficiente contra eles; precisam ser destruídos à força...


— Percebi.


Ucker agarrou o bastão e atacou intensamente, empurrando um autômato contra uma parede próxima. Faíscas voaram da carapaça de metal.


Poncho atacou com a espada, cortando os joelhos de duas criaturas.


— Gostei desse seu taco — comentou.


— É um bastão — Ucker manejou a arma para empurrar outro autômato de lado — feito pelas Irmãs de Ferro apenas para os Irmãos do Silêncio.


Poncho avançou, cortando o pescoço de outro autômato. A cabeça rolou pelo chão, e uma mistura de óleo e vapor vazou da garganta cortada.


— Qualquer pessoa pode afiar um taco.


— É um bastão — repetiu Ucker, e viu o sorriso de Poncho com o canto do olho.


Ucker queria retribuir, e houve um tempo em que o teria feito naturalmente, mas alguma coisa na mudança pela qual passou o colocou a anos-luz de distância dos mais simples gestos mortais.


O salão era uma massa de corpos em movimento e de armas agitadas; Ucker não conseguia enxergar nenhum dos Caçadores de Sombras com clareza. Tinha consciência da presença de Poncho ao seu lado, movendo-se no mesmo ritmo de Ucker, igualando cada golpe. Enquanto metal batia em metal, alguma parte interna de Ucker, alguma parte que havia se perdido sem que mesmo ele soubesse, sentiu prazer em lutar ao lado de Poncho pela última vez.


— Como queira, Christopher — disse Poncho. — Como queira.



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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