Fanfics Brasil - Machucar Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Machucar

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Anahí girou, elevando a adaga, e atacou o corpo metálico da criatura. A lâmina cortou com um terrível ruído, seguido por – o coração de Anahí ficou apertado – uma risada áspera.


— Srta. Portilla — disse uma voz profunda, e ela levantou o olhar para ver a face lisa de Armaros — certamente, você é mais inteligente do que isso. Nenhuma arma tão pequena pode me cortar, tampouco você tem a força para isso.


Anahí abriu a boca para gritar, mas as mãos do autômato a alcançaram, e ele a levantou em seus braços, tapando a boca da menina para abafar-lhe o grito.


Através do torpor de movimentos no recinto, do brilho das espadas e do metal, ela viu Poncho cortando o autômato que caiu em cima de Ucker. Ele se esticou para retirá-lo, exatamente quando Armaros rosnou ao seu ouvido:


— Posso ser feito de metal, mas tenho o coração de um demônio, e meu coração de demônio quer consumir sua carne.


Armaros começou a carregar Anahí para trás, mesmo enquanto ela lutava, mesmo enquanto o chutava com as botas. Ele empurrou a cabeça da menina para o lado, e os dedos afiados rasgaram a pele da bochecha da jovem.


— Não pode me matar — ela engasgou — meu anjo protege minha vida...


— Ah, não. É verdade que não posso matá-la, mas posso machucá-la. E machucar muito. Não tenho carne com a qual sentir prazer, então meu único prazer é provocar dor. Enquanto o anjo no seu pescoço protege você, de acordo com as ordens do Magistrado, preciso me conter, mas se os poderes do anjo falhassem, se isso acontecesse, eu a destruiria com minhas mandíbulas metálicas.


Estavam fora do círculo de luta agora, e o demônio a carregava para uma alcova, semioculta por um pilar de pedra.


— Vá em frente. Prefiro morrer por suas mãos a me casar com Mortmain.


— Não se preocupe — respondeu ele, e, ao passo que falava sem ar, as palavras ainda pareciam um sussurro em sua pele, fazendo Anahí estremecer de horror. Dedos frios de metal cercaram seus braços como algemas enquanto ele a arrastava para as sombras. — Certificar-me-ei das duas coisas.


 


Cecily viu o irmão cortar o autômato que atacava o Irmão Zacarias. O rugido do metal ao cair para a frente agrediu os tímpanos de Cecily. Ela correu em direção a Poncho, pegou uma adaga do cinto e, em seguida, caiu quando algo se fechou em seu calcanhar, derrubando-a.


Ela tombou sobre os joelhos e cotovelos, e girou para ver que o que a atacou foi a mão decepada de um autômato. Cortada pelo pulso, com líquido negro vazando dos fios que ainda se projetavam do metal rasgado, os dedos agarravam seu uniforme. Ela virou e girou, golpeando a coisa até os dedos soltarem e caírem no chão como um caranguejo morto, tremendo levemente.


Ela rosnou de desgosto e levantou, cambaleando, apenas para descobrir que não sabia mais onde estavam Poncho ou o Irmão Zacarias. A sala era um borrão caótico de movimentos. Ela viu Gabriel, de costas para o irmão, uma pilha de autômatos mortos ao redor dos dois. O uniforme de combate de Gabriel estava rasgado no ombro, e ele sangrava. Cyril ficou caído no chão. Sophie se movera para perto dele, desenhando um círculo com a espada, a cicatriz lívida no rosto pálido.


Cecily não estava vendo Christian, mas identificou o rastro de faíscas azuis no ar, que indicava sua presença. E então havia Bridget, visível em lampejos entre os corpos em movimento das criaturas mecânicas: a arma, um borrão, os cabelos ruivos como uma bandeira ardente. E a seus pés...


Cecily começou a tentar abrir caminho por uma multidão que se aproximava. Na metade do caminho derrubou a adaga, pegando um machado de cabo longo que um dos autômatos havia derrubado. Achou-o surpreendentemente leve e emitiu um barulho muito satisfatório ao atingir o peito de um demônio mecânico que se esticou para agarrá-la, fazendo o autômato girar para trás.


E, em seguida, se viu pulando sobre uma pilha de autômatos caídos, a maioria destroçada, com os membros espalhados – sem dúvida, a origem da mão que a agarrou pelo calcanhar. Na outra extremidade da pilha, encontrava-se Bridget, rodando enquanto enfrentava a onda de monstros mecânicos que tentava avançar sobre Maite e Henry. Bridget dirigiu a Cecily apenas um olhar quando esta correu por ela e se ajoelhou ao lado da líder do Instituto.


— Maite — sussurrou Cecily.


Maite levantou os olhos. Estava com o rosto branco de choque, as pupilas tão dilatadas que pareciam ter engolido o castanho-claro dos olhos.


Abraçava Henry, a cabeça dele caída nos ombros frágeis da esposa, cujas mãos o agarravam pelo peito. Ele parecia completamente inerte.


— Maite — repetiu Cecily — não temos como vencer esta luta.


Precisamos recuar.


— Não posso carregar Henry!


— Maite... não podemos mais ajudá-lo.


— Não, podemos sim — respondeu Maite furiosamente — ainda consigo sentir o pulso.


Cecily esticou a mão.


— Maite...


— Não sou louca! Ele está vivo! Está vivo, e não vou deixá-lo!


— Maite, o bebê — disse Cecily — Henry ia querer que vocês se salvassem.


Algo piscou nos olhos de Maite, e ela apertou as mãos de Henry.


— Sem Henry, não podemos ir — respondeu. — Não sabemos fazer um Portal. Estamos presos nesta montanha.


Cecily perdeu o fôlego em um engasgo. Não tinha pensado nisso. O coração bateu um recado perverso em suas veias: Vamos morrer. Vamos todos morrer. Por que ela escolheu isso? Meu Deus, o que tinha feito? Levantou a cabeça, viu um lampejo familiar de azul e preto com o canto da visão – Poncho? O azul lembrava alguma coisa... através da fumaça...


— Bridget — disse ela — chame Christian.


Bridget balançou a cabeça.


— Se eu deixá-las, morrerão em cinco minutos — afirmou.


Como uma ilustração do argumento, ela rebateu com sua espada um autômato que vinha com tudo, como se estivesse cortando gravetos. A criatura caiu para os lados, partida ao meio em partes iguais.


— Você não entende — disse Cecily — precisamos de Christian...


— Estou aqui.


E lá estava ele, aparecendo sobre Cecily tão repentina e silenciosamente que esta conteve um gritinho. Tinha um longo corte na clavícula, superficial, porém ensanguentado. Feiticeiros sangravam tão vermelho quanto humanos, ao que parecia. Olhou para Henry, e uma terrível tristeza passou por seu rosto. O olhar de um homem que já havia visto centenas de mortes, que já tinha perdido repetidas vezes e encarava a perda mais uma vez.


— Meu Deus — falou — ele era um bom homem.


— Não — disse Maite — estou falando, senti o pulso... Não fale como se ele já estivesse...


Christian se ajoelhou e esticou a mão para tocar as pálpebras de Henry.


Cecily ficou imaginando se ele pretendia dizer av atque vale, a despedida obrigatória para Caçadores de Sombras, mas, em vez disso, ele retraiu a mão, cerrando os olhos. Um instante mais tarde, colocou os dedos na garganta de Henry. Murmurou alguma coisa em uma língua que Cecily não entendeu e, em seguida, se aproximou, levantando a mão para o queixo de Henry.


— Fraco — disse ele, um pouco para si mesmo — fraco, mas o coração ainda bate.


Maite respirou fundo.


— Eu falei.


Os olhos de Christian desviaram para ela.


— Falou. Sinto muito por não ter escutado com atenção — ele olhou novamente para Henry — agora fiquem quietos, todos vocês.


Levantou a mão que não estava na garganta de Henry e estalou os dedos. Imediatamente o ar ao redor pareceu engrossar e se solidificar como vidro. Uma cúpula dura apareceu sobre eles, prendendo Henry, Maite, Cecily e Christian em uma bolha brilhante de silêncio. Através dela, Cecily ainda conseguia enxergar a sala em volta, a luta contra os autômatos, Bridget atacando de um lado para o outro.


Lá dentro, tudo quieto.


Ela olhou rapidamente para Christian.


— Você fez uma parede protetora.


— Sim — estava com a atenção voltada para Henry — muito bem.


— Não pode fazer uma para todo mundo e mantê-la assim? Manter todos protegidos?


Christian balançou a cabeça.


— Mágica requer energia, pequena. Só conseguiria sustentar uma proteção dessas por um curto período, e, quando ela caísse, eles cairiam em nós.


Inclinou-se para a frente, murmurando alguma coisa, e uma faísca azul saltou de seu dedo para a pele de Henry. O fogo azul-claro pareceu penetrar, acendendo uma espécie de fogueira pelas veias do homem, como se Christian tivesse acendido um fósforo em uma linha de pólvora, e traços de fogo queimavam-lhe os braços, percorrendo pescoço e rosto.


Maite, que o segurava, engasgou quando o corpo dele tremeu e a cabeça levantou. Os olhos de Henry se abriram. Tingidos pelo mesmo fogo que ardia-lhe nas veias.


— Eu... — A voz estava rouca. — O que aconteceu?


Maite começou a chorar.


— Henry! Ah, meu querido Henry.


Ela o abraçou e o beijou freneticamente, e ele passou os dedos pelo cabelo da esposa e a manteve assim; Christian e Cecily desviaram o olhar.


Quando finalmente Maite soltou Henry, ainda acariciando o cabelo do marido e murmurando, ele se esforçou para sentar e caiu novamente. Seus olhos encontraram os de Christian, que olhou para baixo e para o lado, abaixando as pálpebras com exaustão e mais alguma coisa. Algo que fez o coração de Cecily se apertar.


— Henry — disse Maite, soando um pouco assustada — a dor está muito forte? Você consegue levantar?


— A dor é pouca — respondeu — mas não consigo levantar. Não consigo sentir minhas pernas.


Christian continuava olhando para baixo.


— Sinto muito. Existem coisas que a magia não pode fazer, alguns ferimentos que não pode tocar.


Foi terrível ver a expressão de Maite.


— Henry...


— Ainda consigo fazer o Portal — interrompeu Henry. Sangue pingava do canto da boca; ele limpou com a manga — podemos escapar daqui. Temos de recuar — tentou virar, olhar em volta, e fez uma careta, empalidecendo — o que está acontecendo?


— Estamos em número muito menor — explicou Cecily — todos estão lutando para sobreviver...


— Para sobreviver, mas não para vencer? — perguntou Henry.


Christian balançou a cabeça.


— Não podemos vencer. Não há esperança. Eles são muitos.


— E Anahí e Poncho?


— Poncho a encontrou — respondeu Cecily — estão aqui, no salão.


Henry fechou os olhos, respirando fundo, e os abriu novamente. O tom azul já tinha começado a desbotar.


— Então, precisamos fazer um Portal. Mas, primeiro, temos de chamar a atenção de todos: separá-los dos autômatos para que não sejamos todos sugados pelo Portal do Instituto. A última coisa que necessitamos é que alguma dessas Peças Infernais vá parar em Londres — ele olhou para Christian — enfie a mão no bolso do meu casaco.


Enquanto Christian esticava o braço, Cecily viu que sua mão tremia ligeiramente. Sem dúvida, o esforço de sustentar a proteção estava começando a esgotá-lo.


Ele retirou a mão do bolso de Henry. Nela havia uma pequena caixa dourada, sem dobradiças nem aberturas visíveis.


As palavras de Henry saíram com dificuldade.


— Cecily... pegue, por favor. Pegue e jogue. O mais forte e mais longe que puder.


Christian entregou a caixa para Cecily com dedos trêmulos. Estava quente em sua mão, apesar de ela não saber se era por causa de algum calor interno ou por estar no bolso de Henry.


Ela olhou para Christian. Seu rosto estava esgotado.


— Vou abaixar a proteção agora — disse — jogue, Cecily.


Levantou as mãos. Faíscas voaram; a parede brilhou e desapareceu. Cecily retraiu o braço e jogou a caixa.


Por um instante, nada aconteceu. Então, veio uma implosão abafada, um barulho interno, como se tudo tivesse sido sugado por um enorme ralo. Os ouvidos de Cecily estalaram, e ela afundou para o chão, colocando as mãos nos lados da cabeça. Christian também estava ajoelhado, e o pequeno grupo se acumulou, como se uma ventania intensa soprasse pelo recinto.


O vento rugiu, e, junto com o ruído deste, veio o som de metal rasgando e rangendo enquanto as criaturas mecânicas começavam a cambalear e tropeçar.


Cecily viu Gabriel correr para fora do caminho enquanto um autômato caía a seus pés e começava a sofrer espasmos, com os braços e as pernas de ferro balançando como se estivessem no meio de um ataque histérico. Os olhos dela desviaram para Poncho e para o Irmão do Silêncio que lutava a seu lado e cujo capuz havia caído. Mesmo com tudo que estava acontecendo, Cecily sentiu um choque. O Irmão Zacarias era... Ucker. Ela sabia, todos sabiam, que Ucker tinha ido para a Cidade do Silêncio para se tornar um Irmão do Silêncio ou morrer tentando, mas que ele estaria bem o suficiente para estar aqui agora, com eles, lutando ao lado de Poncho como de costume, que ele teria força...


Ouviu-se uma batida quando um monstro mecânico caiu no chão entre Poncho e Ucker, forçando-os a se separar. O cheiro parecia o que precedia uma tempestade.


— Henry... — O cabelo de Maite voou por seu rosto.


O rosto de Henry estava contorcido de dor.


— É... uma espécie de Pyxis. Feita para arrancar almas demoníacas de seus corpos. Antes da morte. Não tive tempo... de aperfeiçoá-la. Mas pareceu uma tentativa válida.


Christian se levantou, cambaleando. Sua voz se elevou sobre o som de metal amassando e dos gritos agudos dos demônios.


— Venham aqui! Todos vocês! Reúnam-se, Caçadores de Sombra!


Bridget se manteve firme, ainda lutando contra dois autômatos cujos movimentos se tornaram desajeitados e desequilibrados, mas os outros começaram a correr em direção a eles: Poncho, Ucker, Gabriel... mas Anahí, onde estava Anahí? Cecily notou que Poncho percebeu a ausência de Anahí ao mesmo tempo que ela; ele se virou, com a mão no braço de Ucker, e os olhos azuis examinaram a sala. Ela viu os lábios do irmão formarem a palavra “Anahí” apesar de não conseguir escutar nada com o uivo do vento e o barulho dos metais...


— Pare.


Um raio de luz prateada se lançou ao chão, como um garfo, do alto da cúpula, e explodiu pelo recinto como faíscas de uma queima de fogos. O vento se acalmou e cessou, deixando a sala com um silêncio ressonante.


Cecily levantou o olhar. Na galeria, a meia altura em direção à cúpula, viu um homem com um terno escuro elegante, um homem que reconheceu imediatamente.


Era Mortmain.



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Autor(a): Alien AyA

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— Pare. A voz ecoou pelo salão, enviando calafrios pelas veias de Anahí. Mortmain. Ela conhecia a fala, a voz, apesar de não conseguir enxergar nada além do pilar de pedra que ocultava a alcova para onde Armaros a arrastou. O demônio autômato continuou segurando-a com firmeza mesmo durante a explosão que balan& ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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