Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
— Anahí. Acorde. Por favor, acorde.
Agora era a voz de Sophie, cortando a escuridão. Anahí lutou, forçando os olhos a se abrirem por uma fração de segundos. Viu seu quarto no Instituto, a mobília familiar, as cortinas abertas, a fraca luz do sol projetando quadrados no chão. Ela fez um esforço para segurar a realidade. Era assim: breves períodos de lucidez entremeados por febre e pesadelos – nunca o bastante, nunca o suficiente para se manifestar, falar. Sophie, lutou para sussurrar, mas os lábios secos não conseguiam. Um raio passou por sua visão e dividiu o mundo. Ela gritou em silêncio enquanto o Instituto ruía e escapava dela na escuridão.
•••
Foi Cyril quem finalmente contou a Gabriel que Cecily estava no estábulo, depois que o mais novo dos Lightwood passou boa parte do dia procurando-a em vão – embora torcesse para não parecer óbvio – pelo Instituto.
Veio o crepúsculo, e o estábulo estava cheio de luzes quentes e amareladas, e do cheiro de cavalos. Cecily agora estava perto de Balios, com a cabeça apoiada no pescoço do grande cavalo negro. Seus cabelos, quase da mesma cor, estavam soltos sobre os ombros. Ao virar para olhar para ele, Gabriel notou o brilho vermelho do rubi em sua garganta.
Um olhar de preocupação passou pelo rosto da menina.
— Aconteceu alguma coisa com Poncho?
— Poncho? — Gabriel se espantou.
— Pensei... o jeito como me olhou... — Ela suspirou. — Ele anda tão estressado nos últimos dias. Como se não bastasse Anahí doente e ferida, saber o que sabe sobre Ucker... — E balançou a cabeça. — Tentei conversar sobre isso, mas ele não diz nada.
— Acho que está falando com Ucker agora — disse Gabriel. — Confesso que não conheço seu estado mental. Se quiser, posso...
— Não. — A voz de Cecily soou quieta. Seus olhos azuis estavam fixos em algo distante. — Deixe-o quieto.
Gabriel deu alguns passos à frente. O brilho amarelo e suave da luz aos pés de Cecily projetava um ligeiro brilho dourado sobre sua pele. Ela não estava de luvas e tinha as mãos muito brancas contra o pelo negro do cavalo.
— Eu... — começou. — Você parece gostar muito desse cavalo.
Silenciosamente, ele se repreendeu. Lembrou-se do pai uma vez dizendo que as mulheres, o sexo frágil, gostavam de ser galanteadas com palavras charmosas e frases enérgicas. Ele não sabia ao certo o que exatamente era uma frase enérgica, mas sabia que “você parece gostar muito desse cavalo” não se aplicava.
Mas Cecily não pareceu se importar. Afagou distraidamente o cavalo antes de virar para Gabriel.
— Balios salvou a vida do meu irmão.
— Você vai embora? — perguntou Gabriel subitamente.
Os olhos da menina se arregalaram.
— O que foi isso, Sr. Lightwood?
— Não — ele levantou a mão — não me chame de Sr. Lightwood, por favor. Somos Caçadores de Sombras. Para você, sou Gabriel.
As bochechas de Cecily enrubesceram.
— Gabriel, então. Por que me perguntou se vou embora?
— Você veio para buscar seu irmão — respondeu Gabriel — mas é evidente que ele não vai, certo? Está apaixonado por Anahí. Vai ficar onde ela estiver.
— Talvez ela não fique aqui — disse Cecily, com olhos enigmáticos.
— Acho que vai. Mesmo que não fique, ele vai aonde ela for. E Ucker... Ucker se tornou um Irmão do Silêncio. Ainda é Nephilim. Se Poncho espera vê-lo novamente, e acho que sabemos que é este o caso, vai ficar. Os anos o transformaram, Cecily. A família dele agora é aqui.
— Acha que está me contando algo que eu ainda não tenha notado? O coração de Poncho está aqui, e não em Yorkshire, em uma casa onde nunca morou, com pais que não vê há anos.
— Então, se ele não pode ir para casa... pensei que talvez você fosse.
— Para que meus pais não fiquem sozinhos. Sim. Entendo por que pensa isso — ela hesitou — você sabe, é claro, que em alguns anos deverei me casar e deixar meus pais.
— Mas não para deixar de falar com eles para sempre. Eles estão em exílio, Cecily. Se permanecer aqui, vai ter de se separar deles.
— Diz isso como se quisesse me convencer a voltar.
— Digo porque temo que o faça — as palavras deixaram sua boca antes que pudesse contê-las; só conseguia olhar para ela enquanto uma onda de embaraço esquentava seu rosto.
Ela deu um passo em direção a ele. Seus olhos azuis, fixos nos dele, se arregalaram. Gabriel ficou imaginando quando eles tinham deixado de lembrá-lo os olhos de Poncho; eram apenas os olhos de Cecily, um tom de azul que associava apenas a ela.
— Quando vim para cá, achava que os Caçadores de Sombras fossem monstros. Acreditava que precisava resgatar meu irmão. Achava que fôssemos voltar juntos para casa e que meus pais teriam orgulho de nós dois. Que voltaríamos a ser uma família. Então, percebi; você me ajudou a perceber...
— Eu ajudei? Como?
— Seu pai não lhe deu escolhas — disse ela — exigiu que você fosse o que ele queria. E essa exigência dividiu sua família. Mas meu pai escolheu deixar os Nephilim e casar com minha mãe. Foi escolha dele, assim como ficar com os Caçadores de Sombras é escolha de Poncho. Escolher entre o amor e a guerra: ambas escolhas corajosas, à sua maneira. Não acho que meus pais sintam rancor pela escolha de Poncho. Acima de tudo, para eles o que importa é que ele seja feliz.
— Mas e você? — perguntou Gabriel, e agora estavam muito próximos, quase se tocando. — Agora a escolha é sua: ficar ou voltar.
— Vou ficar — respondeu Cecily. — Escolho a guerra.
Gabriel soltou o ar que não sabia que estava prendendo.
— Vai abrir mão de sua casa?
— Uma casa velha e fria em Yorkshire? — respondeu Cecily. — Estamos em Londres.
— E desistir do que é familiar?
— O familiar é monótono.
— Desistir de ver seus pais? É contra a Lei...
Ela sorriu, o esboço de um sorriso.
— Todos transgridem a Lei.
— Cecy — disse ele, diminuindo a distância entre os dois, apesar de não ser muita, e, em seguida, beijando-a: as mãos desajeitadas sobre seus ombros inicialmente, deslizava pelo tafetá engomado do vestido antes de os dedos irem para trás de sua cabeça, acariciando seus cabelos suaves e quentes. Ela se retesou com a surpresa antes de amolecer contra ele, os lábios se abrindo enquanto ele sentia o gosto doce da boca de Cecily. — Cecy? — repetiu ele, com voz rouca.
— Cinco — disse ela.
Seus lábios e bochechas estavam ruborizados, mas o olhar muito firme.
— Cinco? — repetiu ele, confuso.
— Minha avaliação — ela explicou, e sorriu para ele — Sua técnica e habilidade talvez precisem de trabalho, mas o talento nato certamente existe. O que você precisa é de prática.
— Está disposta a ser minha tutora?
— Eu ficaria muito ofendida se você escolhesse outra — respondeu, e se inclinou para beijá-lo novamente.
Autor(a): Alien AyA
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Quando Poncho entrou no quarto de Anahí, Sophie estava sentada ao lado da cama, murmurando suavemente. Ela virou quando a porta se fechou atrás de Poncho. Os cantos de sua boca pareciam comprimidos e preocupados. — Como ela está? — perguntou ele, enfiando as mãos nos bolsos da calça. Doía ver Anahí assim, como se ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....