Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Quando Poncho entrou no quarto de Anahí, Sophie estava sentada ao lado da cama, murmurando suavemente. Ela virou quando a porta se fechou atrás de Poncho. Os cantos de sua boca pareciam comprimidos e preocupados.
— Como ela está? — perguntou ele, enfiando as mãos nos bolsos da calça.
Doía ver Anahí assim, como se uma lasca de gelo tivesse se alojado sob suas costelas e perfurasse seu coração. Sophie havia trançado os longos cabelos castanhos de Anahí para que não emaranhassem quando ela sacudisse a cabeça contra os travesseiros. Ela respirava rapidamente, o peito subia e descia velozmente, e os olhos se moviam sob as pálpebras pálidas. Ele ficou imaginando o que ela estaria sonhando.
— Do mesmo jeito — respondeu Sophie, que se levantou graciosamente e cedeu a cadeira para ele — está chamando novamente.
— Alguém em particular? — perguntou Poncho, então se arrependeu imediatamente. Sem dúvida, sua motivação era ridiculamente transparente.
Os olhos escuros de Sophie desviaram-se dos dele.
— O irmão — respondeu. — Se quiser alguns momentos a sós com a Srta. Anahí...
— Sim, por favor, Sophie.
Ela parou na porta.
— Mestre Alfonso — falou.
Depois de se ajeitar na poltrona ao lado da cama, Poncho olhou para ela.
— Sinto muito por ter pensado e falado tão mal de você ao longo dos anos — disse Sophie — agora entendo que só estava fazendo o que todos nós tentamos fazer. O melhor.
Poncho esticou a mão e a colocou sobre a mão esquerda de Anahí, que agarrava febrilmente a colcha.
— Obrigado — falou, sem conseguir olhar diretamente para Sophie; logo depois ouviu a porta se fechar suavemente.
Olhou para Anahí. Ela estava momentaneamente quieta, e os cílios batiam enquanto respirava. As olheiras sob os olhos de Anahí eram azul-escuros. As veias, delicadas nas têmporas e nos pulsos. Lembrou-se dela ardendo em glória; era impossível acreditar em sua fragilidade, mas ali estava ela. A mão de Anahí repousava quente na dele, e quando ele tocou os dedos em suas bochechas, a pele dela queimava.
— Annie — sussurrou. — O inferno é frio. Você se lembra de quando me disse isso? Estávamos no porão da Casa Sombria. Qualquer outra pessoa teria entrado em pânico, mas você estava totalmente calma, me dizendo que o inferno era coberto de gelo. Se o fogo do Céu a tirar de mim, seria uma ironia cruel.
Ela respirou fundo, e, por um instante, o coração de Poncho pulou – será que tinha escutado? Mas os olhos permaneceram fechados.
Apertou a mão dela.
— Volte — pediu — volte para mim, Anahí. Henry disse que talvez, como você tocou a alma de um anjo, esteja sonhando com o Céu agora, com campos de anjos e flores de fogo. Talvez esteja feliz nesses sonhos. Mas peço por puro egoísmo. Volte para mim. Pois não suporto perder todo o meu coração.
A cabeça dela virou lentamente para ele, a boca se abriu como se estivesse prestes a falar. Ele se inclinou para a frente, com o coração acelerado.
— Ucker? — disse ela.
Poncho congelou, imóvel, ainda segurando a mão dela. Ela abriu os olhos – tão cinzentos quanto o céu antes da chuva, tão cinzentos quanto as colinas de ardósia em Gales. Cor de lágrimas. Ela olhou para ele, através dele, sem enxergá-lo.
— Ucker — repetiu — Ucker, sinto muito. A culpa é toda minha.
Poncho se inclinou para a frente novamente. Não conseguiu se conter. Ela estava falando compreensivelmente, pela primeira vez em dias. Ainda que não fosse com ele.
— Não é sua culpa — afirmou.
Ela retribuiu a pressão na mão dele; cada um de seus dedos parecia queimar a pele de Poncho.
— Mas é — falou — por minha causa, Mortmain o privou de seu yin fen. Por minha causa, você correu perigo. Eu deveria amá-lo e tudo que fiz foi encurtar sua vida.
Poncho respirou asperamente. A lasca de gelo voltou ao seu coração, e parecia que estava respirando em torno dela. Não era ciúme, mas uma tristeza mais profunda do que qualquer uma que já tivesse conhecido. Pensou em Sydney Carton. Pense vez ou outra que existe um homem que daria a própria vida para manter uma vida que você ama a seu lado. Sim, ele teria feito isso por Anahí – morrido para conservar quem ela precisava por perto – assim como Ucker teria feito isso por ele ou por Anahí, assim como Anahí, ele pensou, faria pelos dois. Os três eram um emaranhado quase incompreensível, mas havia uma certeza: a de que não faltava amor entre eles.
Sou forte o bastante para isso, disse a si mesmo, levantando a mão de Anahí gentilmente.
— Viver não é apenas sobreviver — falou — também existe felicidade. Conhece seu Christopher, Anahí. Sabe que ele escolheria amor em vez de anos.
Mas a cabeça de Anahí apenas caiu sobre o travesseiro.
— Onde você está, Christopher? Eu o procuro pela escuridão, mas não consigo encontrá-lo. Você é meu pretendente; deveríamos ser ligados por laços que não podem se romper. Contudo, quando estava morrendo, eu não estava lá. Não me despedi.
— Que escuridão? Anahí, onde você está? — Poncho agarrou-a pela mão. — Diga-me como encontrá-la.
Anahí arqueou as costas na cama subitamente, agarrando a mão dele.
— Sinto muito! — Engasgou-se. — Ucker... sinto muito... falhei com você, falhei terrivelmente...
— Anahí! — Poncho se levantou, mas Anahí já tinha sucumbido sem forças sobre o colchão e respirava com dificuldade.
Ele não pôde evitar. Gritou por Maite como uma criança que acordava de um pesadelo, como nunca se permitiu fazer quando era, de fato, uma criança que acordava naquele Instituto estranho, querendo conforto, mas sabendo que não poderia recebê-lo.
Maite veio correndo pelo Instituto, como ele sempre soube que faria se chamasse. Ela chegou sem fôlego e assustada; olhou para Anahí na cama e Poncho agarrando sua mão, e ele viu o pavor sumir de seu rosto, substituído por um olhar de tristeza impronunciada.
— Poncho...
Poncho soltou gentilmente a mão de Anahí, voltando-se para a porta.
— Maite. Nunca pedi que utilizasse sua posição de chefe do Instituto para me ajudar antes...
— Minha posição não pode curar Anahí.
— Pode. Precisa trazer Ucker aqui.
— Não posso pedir isso — respondeu Maite — Ucker acabou de começar seu período na Cidade do Silêncio. Novos Iniciados não podem sair por todo o primeiro ano...
— Ele foi para a batalha.
Maite tirou um cacho do rosto. Às vezes, ela parecia muito jovem, como agora, apesar de mais cedo, ao olhar para o Inquisidor na sala de estar, não parecesse.
— Isso foi escolha do Irmão Enoch.
A certeza aprumou a espinha de Poncho. Por tantos anos questionou o conteúdo do próprio coração. Não questionaria agora.
— Anahí precisa de Ucker — declarou — conheço a Lei, sei que ele não pode vir para casa, mas... os Irmãos do Silêncio devem romper todos os seus laços com o mundo mortal antes de se juntarem à Irmandade. Isso também é Lei. O laço entre Anahí e Ucker não foi rompido. Como ela pode voltar ao mundo mortal, se não pode ver Ucker uma última vez?
Maite ficou em silêncio por um tempo. Havia uma sombra sobre seu rosto que ele não conseguia definir. Sem dúvida, ela queria isso, por Ucker, por Anahí, pelos dois?
— Muito bem — disse, afinal — vou ver o que posso fazer.
Autor(a): Alien AyA
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“Diminuíram para beberDa primavera que corria tão clara,E lá ela espiava o sangue do coração formoso,Correndo pelo riacho.‘Aguente, aguente, Lord Alfonso’, disse ela,‘Pois temo que tenha sido assassinado;E não é nada além da tinta de minhas roupas escarlate,Que brilha pelo riacho’.”&n ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....