Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Ela ficou sentada por um longo tempo depois disso, segurando o livro sem ler, observando o amanhecer erguer-se sobre Londres. Pela manhã, quase voou para se vestir antes de pegar o livro e descer pelas escadas com ele. Encontrou Poncho saindo do quarto, com os cabelos ainda molhados do banho, e se jogou para ele, pegando-o pela lapela e puxando-o para si, enterrando o rosto em seu peito. O livro caiu no chão entre os dois enquanto ele esticava os braços para envolvê-la, acariciando seus cabelos, sussurrando suavemente:
— Anahí, o que foi, o que houve? Não gostou...
— Nunca escreveram algo tão bonito para mim — respondeu, com o rosto no peito dele, as batidas suaves do coração uniformes sob a camisa e o casaco. — Nunca.
— Escrevi logo depois que descobri que a maldição era falsa — explicou Poncho. — Pretendia entregar na época, mas... — A mão de Poncho apertou os cabelos de Anahí. — Quando descobri que estava noiva de Ucker, deixei de lado. Não sabia quando poderia ou deveria dá-lo a você. Então, ontem, quando me pediu para que eu fosse eu mesmo, tive esperança suficiente para buscar de novo esses velhos sonhos, tirar a poeira do livro e entregá-lo a você.
Foram para o parque naquele dia. Apesar de frio, estava claro, e havia poucas pessoas por ali. O lago Serpentine brilhava sob o sol de inverno, e Poncho mostrou o lugar onde ele e Ucker alimentavam os patos com torta de frango. Foi a primeira vez que ela o ouviu sorrir ao falar de Ucker.
Sabia que não podia ser Ucker para ele. Ninguém podia. Mas aos poucos, o vazio do coração de Poncho ia se preenchendo. Ter Cecily por perto era uma alegria para ele; Anahí percebia isso quando sentavam juntos diante do fogo, conversando suavemente em galês, e os olhos dele brilhavam; ele havia até aprendido a gostar de Gabriel e Gideon, que eram amigos para ele, apesar de ninguém poder ser amigo como Ucker. E, claro, o amor de Maite e Henry continuava firme como sempre. A ferida jamais curaria, Anahí sabia, nem a dela nem a de Poncho, mas à medida que o inverno esfriava, Poncho sorria com mais frequência e comia com mais frequência, o olhar assombrado desaparecia, e ela começou a respirar com mais facilidade, sabendo que aquele olhar não era mortal.
— Hmmm — disse ele então, cambaleando ligeiramente sobre os pés enquanto examinava o salão. — Você pode ter razão. Acho que foi na época do Natal que fiz a tatuagem de dragão galês.
Com isso, Anahí precisou se concentrar para não enrubescer.
— Como isso aconteceu?
Poncho fez um gesto gracioso com a mão.
— Eu estava bêbado...
— Mentira. Você não ficou realmente bêbado ontem.
— Pelo contrário... para aprender como simular um estado inebriado, a pessoa deve se embriagar pelo menos uma vez, para ter referência. Nigel Seis Dedos estava...
— Não vai me dizer que realmente existe um Nigel Seis Dedos?
— Claro que existe... — começou Poncho, com um sorriso que subitamente desapareceu; olhou através de Anahí, para o salão.
Ela virou para seguir o olhar e viu o mesmo sujeito alto e de cabelos claros que conversava com Maite anteriormente abrindo caminho pela multidão em direção a eles.
Era corpulento, talvez quase 40 anos, com uma cicatriz que percorria o queixo. Desgrenhado, cabelos claros, olhos azuis e pele bronzeada pelo sol. Parecia ainda mais escura em contraste com a camisa branca. Havia algo de familiar nele, algo que surgiu no fundo da memória de Anahí.
Ele parou em frente aos dois. Desviou os olhos para Poncho. Eram de um azul mais claro que os de Poncho, quase da cor de centáureas. A pele em volta era morena com alguns pés de galinha. O homem falou:
— Você é Alfonso Herrera?
Poncho assentiu sem falar.
— Sou Elias Uckermann — disse o homem. — Ucker Uckermann era meu sobrinho.
Poncho ficou branco, e Anahí percebeu o que havia de familiar no sujeito – alguma coisa nele, a forma como se portava e o formato das mãos, lembrava Ucker. Como Poncho pareceu incapaz de falar, Anahí disse:
— Sim, este é Poncho Herrera. E eu sou Anahí Giovanna Portilla.
— A menina capaz de mudar de forma — disse o homem. Elias, Anahí lembrou a si mesma; Caçadores de Sombras utilizam os primeiros nomes. — Foi noiva de Christopher antes de ele se tornar um Irmão do Silêncio.
— Fui — disse Anahí em voz baixa. — Eu o amo muito.
Ele lhe lançou um olhar – que não foi hostil nem desafiador, apenas curioso. Em seguida, se voltou para Poncho.
— Você era parabatai de Ucker?
Poncho reencontrou a voz.
— Ainda sou — respondeu, e tensionou o maxilar teimosamente.
— Christopher falou de você — disse Elias — depois que saí da China, quando voltei a Idris, perguntei se ele viria morar comigo. Nós o mandamos para longe de Xangai, pois não considerávamos o lugar seguro para ele enquanto os capangas de Yanluo estavam livres, buscando vingança. Mas, quando perguntei se queria ir para Idris, ele disse que não, não podia. Pedi que reconsiderasse. Falei que era sua família, seu sangue. Mas ele respondeu que não podia abandonar seu parabatai, que havia coisas mais importantes que o sangue — os olhos claros de Elias estavam firmes — eu lhe trouxe um presente, Poncho Herrera. Algo que pretendia dar para ele quando atingisse a maioridade, pois seu pai não estava mais vivo para lhe dar. Mas não posso fazer isso agora.
Poncho ficou completamente tenso, como se usasse uma gravata apertada demais. Falou:
— Não fiz nada para merecer um presente.
— Acho que fez.
Elias sacou do cinto uma espada curta com uma bainha elaborada. Estendeu para Poncho que, após um instante, pegou. A bainha era coberta com desenhos sofisticados de folhas e símbolos, cuidadosamente trabalhados, brilhando sob a luz dourada. Com um gesto decisivo, Poncho virou a espada e a segurou diante do rosto.
O cabo tinha os mesmos desenhos de símbolos e folhas, mas a lâmina era simples e vazia, exceto por uma linha de palavras no centro. Anahí se inclinou para ler a frase no metal.
Sou Cortana, do mesmo aço e temperamento que Joyeuse e Durendal.
— Joyeuse era a espada de Carlos Magno — disse Poncho, com a voz ainda rígida, daquele jeito que Anahí sabia que significava que ele estava contendo emoções — Durendal era de Rolando. Esta espada é... é do estofo de lendas.
— Forjadas pelo primeiro fabricante de armas de Caçadores de Sombras, Wayland, o Ferreiro. Tem uma pena da asa do Anjo no cabo — disse Elias. — Está na família Uckermann há centenas de anos. Fui instruído pelo pai de Ucker a lhe dar quando ele fizesse 18 anos. Mas os Irmãos do Silêncio não podem aceitar presentes — ele olhou para Poncho — você era seu parabatai. Deve ficar com ela.
Poncho embainhou a espada.
— Não posso aceitar. Não vou aceitar.
Elias ficou espantado.
— Mas precisa — disse. — Você era parabatai de Ucker, ele o amava...
Poncho estendeu a espada de volta para Elias Uckermann, segurando pela lâmina. Após um instante, Elias pegou, e Poncho virou e se afastou, sumindo na multidão.
Elias ficou olhando em choque.
— Não tive a intenção de ofender.
— Você falou de Ucker no passado — explicou Anahí. — Ucker não está conosco, mas não está morto. Poncho... não consegue suportar que pensem em Ucker como alguém perdido ou esquecido.
— Não falei no sentido de esquecê-lo — disse Elias. — Só falei que os Irmãos do Silêncio não têm emoções como nós. Não sentem como nós. Se amam...
— Ucker ainda ama Poncho — afirmou Anahí. — Sendo Irmão do Silêncio ou não. Existem coisas que nenhuma magia pode destruir, pois elas são mágicas. Você nunca os viu juntos, mas eu vi.
— Pretendia dar Cortana a ele. Não posso dar a Christopher, então achei que devesse ficar com o parabatai.
— Você tem boas intenções — observou Anahí. — Mas, perdoe minha impertinência, senhor Uckermann: não pretende ter filhos?
Os olhos dele se arregalaram.
— Não tinha pensado...
Anahí olhou para a lâmina brilhante, em seguida para o homem que a segurava. Conseguia enxergar um pouco de Ucker nele, como se olhasse para o reflexo de quem ama na água ondulante. Aquele amor, recordado e presente, deixou sua voz suave ao falar.
— Se não tem certeza — disse ela — então guarde. Guarde para seus próprios herdeiros. Poncho preferiria assim. Pois não precisa de uma espada que lhe lembre de Ucker. Por mais nobre que seja a linhagem.
Autor(a): Alien AyA
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Estava frio na escadaria do Instituto, onde Poncho se encontrava sem casaco ou chapéu, olhando para a noite congelada. O vento soprava pequenas lufadas de neve contra suas bochechas, as mãos nuas, e ele ouviu, como sempre fazia, a voz de Ucker no fundo da mente, dizendo para não ser ridículo, para voltar para dentro antes de pegar uma gripe. O in ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....