Fanfics Brasil - Indo Para Casa Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Indo Para Casa

401 visualizações Denunciar


— Não acredito que estamos mesmo indo para casa — disse Cecily.


Estava com as mãos fechadas na frente do corpo e saltitava com as botas brancas. Trajava um casaco vermelho de inverno, a coisa mais brilhante do porão escuro, exceto pelo próprio Portal, grande, prateado e brilhante, na parede oposta. Através dele, Anahí viu, como uma imagem em um sonho, o azul do céu (o céu do lado de fora do Instituto era cinzento e londrino) e as colinas cobertas por neve.


Poncho estava ao seu lado, o ombro esbarrando no dela. Parecia pálido e nervoso, e ela queria segurá-lo pela mão.


— Não estamos indo para casa, Cecy — disse ele. — Não para ficar. Vamos visitar, quero apresentar nossos pais para minha noiva — e com isso a palidez diminuiu, e os lábios se curvaram em um sorriso — para que conheçam a menina com quem vou me casar.


— Ah, que bobagem — disse Cecily. — Podemos utilizar o Portal para vê-los sempre que quisermos! Maite é a Consulesa, então não temos como nos encrencar.


Maite resmungou.


— Cecily, esta é uma expedição singular. Não é um brinquedo. Não pode simplesmente utilizar o Portal sempre que quiser, e esta excursão deve ser mantida em segredo. Ninguém, além de nós, pode saber que visitaram seus pais, que eu permiti que transgredissem a Lei!


— Não vou contar para ninguém! — protestou Cecily. — Nem Gabriel. — Olhou para o menino ao seu lado. — Não vai, certo?


— Por que vamos levá-lo? — perguntou Poncho.


Cecily pôs as mãos no quadril.


— Por que vai levar Anahí?


— Porque Anahí e eu vamos nos casar — respondeu ele, e Anahí sorriu; a forma como a irmã caçula de Poncho conseguia irritá-lo como ninguém ainda a divertia.


— Bem, Gabriel e eu podemos nos casar — disse Cecily. — Um dia.


Gabriel emitiu um ruído engasgado e adquiriu um assustador tom de roxo.


Poncho jogou as mãos para o alto.


— Não pode se casar, Cecily! Só tem 15 anos! Quando eu me casar, terei 18! Um adulto!


Cecily não pareceu impressionada.


— Podemos ter um noivado longo — ela retrucou — mas não sei por que está me aconselhando a me casar com um homem que meus pais não conhecem!


Poncho se afobou.


— Não estou aconselhando a se casar com um homem que seus pais não conhecem!


— Então, concordamos. Gabriel precisa conhecer mamãe e papai. — Cecily olhou para Henry. — O Portal já está pronto?


Anahí se inclinou para perto de Poncho.


— Adoro o jeito como ela lida com você — sussurrou. — É muito divertido.


— Espere até conhecer minha mãe — disse Poncho, e deu a mão para ela.


Seus dedos estavam frios; o coração devia estar acelerado. Anahí sabia que ele tinha passado a noite em claro. A ideia de ver os pais após tantos anos era tão assustadora quanto emocionante. Sabia que aquela mistura de esperança e medo era infinitamente pior do que apenas uma das emoções.


— O Portal está pronto — disse Henry. — E, lembrem-se, em uma hora eu o abrirei novamente para que retornem por ele.


— Entendam que é só desta vez — afirmou Maite ansiosamente — mesmo que eu seja Consulesa, não posso permitir que visitem sua família mundana...


— Nem mesmo no Natal? — perguntou Cecily, com olhos arregalados e trágicos.


Maite ficou visivelmente enfraquecida.


— Bem, talvez no Natal...


— E aniversários — completou Anahí — aniversários são especiais.


Maite pôs as mãos no rosto.


— Ah, pelo Anjo.


Henry riu e apontou para a porta.


— Passem — disse, e Cecily foi primeiro, desaparecendo pelo Portal como se tivesse entrado em uma cachoeira.


Gabriel foi atrás, depois Poncho e Anahí, de mãos dadas. Anahí se concentrou no calor da mão de Poncho, na pulsação do sangue pela pele, enquanto a escuridão fria os conduzia, fazendo-os rodar por instantes intermináveis e irrespiráveis. Luzes explodiram atrás de seus olhos, e ela despertou da escuridão subitamente, piscando e tropeçando. Poncho segurou-a, impedindo que caísse.


Estavam na entrada ampla e curva da frente do Solar Ravenscar. Anahí só tinha visto o local de cima, quando ela, Ucker e Poncho visitaram Yorkshire juntos, sem perceber que a família de Poncho agora morava ali. Lembrava-se que o solar ficava em um vale, entre colinas cobertas por vegetação – agora cobertas por uma camada de neve. Naquela vez, as árvores estiveram verdes; agora estavam despidas de folhas, e, no telhado escuro do solar, havia gelo brilhante.


A porta era de carvalho escuro e tinha uma aldrava pesada de bronze no centro. Poncho olhou para a irmã, que assentiu, e, em seguida, ele esticou os ombros e o braço para bater. A batida pareceu ecoar pelo vale, e Poncho praguejou baixinho.


Anahí o tocou levemente com a mão.


— Seja corajoso — disse ela. — Não é um pato, é?


Ele virou para sorrir para ela, os cabelos escuros caindo nos olhos, exatamente quando a porta abriu e revelou uma criada vestida de preto com uma touca branca. Ela olhou para o grupo na entrada e arregalou os olhos.


— Srta. Cecily — ela se engasgou, em seguida, direcionou o olhar para Poncho.


Botou a mão na boca, virou e correu de volta para casa.


— Oh, céus — disse Anahí.


— Causo esse efeito nas mulheres — observou Poncho — provavelmente deveria ter alertado antes de você concordar em se casar comigo.


— Ainda posso mudar de ideia — comentou Anahí docemente.


— Não ouse... — começou ele, com um riso arfante, e então, de repente, havia pessoas na porta: um homem alto, de ombros largos, cabelos claros com toques grisalhos e olhos azul-claros. Logo atrás, uma mulher: esguia e absurdamente linda, com os cabelos pretos de Poncho e Cecily e olhos azuis tão escuros quanto violetas. Ela gritou assim que viu Poncho, e levantou as mãos, balançando-as como passarinhos assustados por uma lufada de vento.


Anahí soltou a mão de Poncho. Ele parecia congelado, como uma raposa quando os cães de caça estavam por perto.


— Vá — disse Anahí suavemente.


Ele deu um passo à frente, e então sua mãe o abraçou, dizendo:


— Eu sabia que voltaria. Sabia. — E, em seguida, ouviu-se uma enxurrada de palavras em galês, das quais Anahí só conseguiu identificar o nome de Poncho.


O pai estava espantado, porém sorria, estendendo os braços para Cecily, que correu para ele com uma vontade que Anahí jamais vira.


Pelos próximos instantes, Anahí e Gabriel ficaram na entrada, pouco à vontade, sem olhar um para o outro, mas sem saber ao certo para onde deveriam olhar. Após um longo instante, Poncho se desvencilhou da mãe, afagando-a suavemente no ombro. Ela riu, apesar de estar com os olhos cheios de lágrimas, e disse algo em galês que Anahí desconfiou fortemente se tratar de um comentário sobre o fato de que Poncho agora era mais alto do que ela.


— Mãezinha — disse ele afetuosamente, confirmando as suspeitas de Anahí, e se virou exatamente quando os olhos de sua mãe pousaram sobre a jovem, em seguida sobre Gabriel, e se espantaram — mãe e pai, esta é Anahí Giovanna Portilla. Estamos noivos e vamos nos casar no ano que vem.


A mãe de Poncho engasgou – apesar de ter soado mais como surpresa que qualquer outra coisa, para alívio de Anahí – e o olhar do pai de Poncho foi imediatamente para Gabriel, depois para Cecily, e ele cerrou os olhos.


— E quem é o cavalheiro?


O sorriso de Poncho se expandiu.


— Ah, ele — falou — este é... o amigo de Cecily, Sr. Gabriel Lightverme.


Gabriel, no meio do gesto de esticar a mão para cumprimentar o senhor Herrera, congelou horrorizado.


— Lightwood — disparou — Gabriel Lightwood...


— Poncho! — disse Cecily, afastando-se do pai para olhar para o irmão.


Poncho olhou para Anahí, com os olhos azuis brilhando. Ela abriu a boca para adverti-lo, para falar Poncho! como Cecily acabara de fazer, mas era tarde demais: ela já estava rindo.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Alien AyA

Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Epílogo Digo que o túmulo no qual o morto está fechadoAbre o salão Celestial;E o que colocamos aqui para o fim de tudoÉ o primeiro passo de tudo.– Victor Hugo, At Villequier Londres, Ponte Blackfriars, 2008 O vento estava forte, soprando poeira e sujeira – sacos de salgadinho, páginas de jornal, velhas receitas &n ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais