Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico

Maite pareceu intrigada.

— Vocês se conheceram?

— Encontrei Anahí no corredor na noite passada e me apresentei. Acho que devo ter dado a ela um susto — seus olhos prata encontraram os de Anahí no outro lado da mesa, cintilantes com divertimento.

Maite deu de ombros.

— Muito bem, então. Eu gostaria que você fosse com Poncho. Enquanto isso, hoje, Srta. Portilla...

— Chame-me de Anahí. Eu preferiria que todos chamassem.

— Muito bem, Anahí — disse Maite, com um pequeno sorriso — Henry e eu estaremos fazendo uma visita ao Sr. Axel Mortmain, o empregador de seu irmão, para ver se ele, ou qualquer de seus empregados, pode ter qualquer informação sobre o paradeiro de seu irmão.

— Obrigada.

Anahí ficou surpresa. Eles disseram que iriam procurar seu irmão, e estavam realmente fazendo isso. Ela não esperava que o fizessem.

— Já ouvi falar de Axel Mortmain — Ucker se pronunciou — ele era um taipan, um dos chefes de grandes empresas em Xangai. Sua empresa tinha escritórios no Bund.

— Sim — Maite concordou — os jornais dizem que ele fez sua fortuna com a importação de seda e chá.

— Bah — Ucker falou despreocupadamente, mas havia uma oscilação em sua voz — ele fez sua fortuna com o ópio. Todos eles fizeram. Comprando ópio na Índia, navegando para Cantão, negociando-o por posses.

— Ele não estava violando a lei, Christophe — Maite empurrou o jornal sobre a mesa em direção a Jessamine — enquanto isso, Jessie, talvez você e Anahí possam vasculhar o jornal e anotar tudo o que possa dizer respeito ao inquérito, ou que valha a pena uma segunda olhada...

Jessamine recuou do papel como se fosse uma cobra.

— Uma dama não lê o jornal. A coluna social, talvez, ou as notícias do teatro. Não esta sujeira.

— Mas você não é uma dama, Jessamine... — Maite começou.

— Meu Deus — disse Poncho — tão duras verdades no início da manhã não podem ser boas para a digestão.

— O que eu quero dizer — disse Maite, corrigindo-se — é que você é uma Caçadora das Sombras em primeiro lugar, e uma dama em segundo.

— Fale por si mesma — Jessamine replicou, empurrando sua cadeira para trás. Suas bochechas tinham virado um tom alarmante de vermelho — sabe, eu não esperava que você percebesse, mas parece claro que a única coisa que Anahí tem para usar é este meu horrível e velho vestido vermelho, e ele não cabe nela. Nem sequer me serve mais, e ela é mais alta do que eu.

— Será que Sophie não pode... — Maite começou vagamente.

— Você pode diminuir um vestido. É outra coisa torná-lo duas vezes maior do que ele era no início. Realmente, Maite — Jessamine bufou em exasperação — acho que você deveria me deixar levar a pobre Anahí à cidade para pegar algumas roupas novas. Caso contrário, a primeira vez que ela respirar fundo, esse vestido irá rasgar.

Poncho pareceu interessado.

— Eu acho que ela deveria tentar isso agora e ver o que acontece.

— Oh — disse Anahí, completamente confusa.

Por que Jessamine estava sendo tão gentil com ela de repente, quando ela tinha sido tão desagradável apenas um dia antes?

— Não, realmente não é necessário...

— É sim — Jessamine disse com firmeza.

Maite estava sacudindo a cabeça.

— Jessamine, enquanto você viver no Instituto, você é uma de nós, e tem que contribuir...

— Você é quem insiste que temos de admitir os Seres do Submundo que estão em apuros, alimentá-los e protegê-los — Jessamine falou — estou certa que isso inclui vesti-los também. Vê, eu estarei contribuindo – para a manutenção de Anahí.

Henry se inclinou sobre a mesa em direção a sua esposa.

— É melhor deixá-la fazer isso — aconselhou ele — lembra-se da última vez que tentou fazê-la arrumar as adagas na sala de armas, e ela as usou para cortar todos os lençóis?

— Nós precisávamos de novos lençóis — Jessamine rebateu, ousada.

— Ah, tudo bem — Maite estourou — honestamente, às vezes eu me desanimo com o conjunto de vocês.

— O que eu fiz? — Ucker perguntou. — Acabei de chegar.

Maite colocou seu rosto nas mãos. Enquanto Henry começou a bater em seus ombros e fazer barulhos calmantes, Poncho inclinou-se na frente de Anahí até Ucker, ignorando-a completamente enquanto o fazia.

— Devemos sair agora?

— Eu preciso terminar meu chá primeiro — Ucker respondeu — de qualquer forma, não vejo por que você está tão excitado. Você não disse que o local tinha sido usado como um bordel por eras?

— Quero estar de volta antes do anoitecer — Poncho respondeu. Ele estava inclinado quase no colo de Anahí, e ela podia sentir o leve aroma de garoto, de couro e metal que parecia unir-se a seu cabelo e pele — tenho um encontro marcado em Soho esta noite, com um certo alguém atraente.

— Meu Deus — Anahí falou para a nuca dele — se você continuar vendo Nigel Seis Dedos desta forma, ele vai esperar que você declare as suas intenções.

Ucker se engasgou com o chá.