Fanfics Brasil - Companhia Mortmain Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Companhia Mortmain

329 visualizações Denunciar


— Você não contou a Srta. Portilla sobre as engrenagens — disse Henry.


Maite retirou o olhar de suas anotações e suspirou. Sempre tinha sido um ponto sensível para ela que, não importasse quantas vezes ela tinha solicitado uma segunda, a Clave permitia ao Instituto somente uma carruagem. Era uma boa carruagem – um coche de cidade – e Thomas era um excelente motorista. Mas significava que quando os Caçadores de Sombras do Instituto seguiam caminhos separados, como eles estavam fazendo hoje, Maite era forçada a pedir emprestada uma carruagem de Benedict Lightwood, que estava longe de ser sua pessoa favorita. E a única carruagem que ele estava disposto a lhe emprestar era pequena e desconfortável. Pobre Henry, que era tão alto, que estava batendo a cabeça contra o teto baixo.


— Não. A pobre moça já parecia tão atordoada. Eu não poderia dizer-lhe que os dispositivos mecânicos que encontramos no porão tinham sido fabricados pela empresa que empregou o irmão dela. Ela está tão preocupada com ele. Pareceu-me mais do que ela seria capaz de suportar.


— Pode não significar nada, querida — Henry lembrou — a Companhia Mortmain manufatura a maior parte das ferramentas de maquinário utilizadas na Inglaterra. Mortmain é realmente algo como um gênio. Seu sistema patenteado para a produção de rolamentos de esferas...


— Sim, sim — Maite tentou manter a impaciência fora de sua voz — e talvez devêssemos ter dito a ela. Mas achei melhor falarmos com o Sr. Mortmain primeiro e recolher as impressões que pudermos. Você está correto. Ele pode não saber de nada, e pode haver pouca conexão. Mas seria muita coincidência, Henry. E sou muito cautelosa sobre coincidências.


Ela olhou de volta para as notas que tinha feito sobre Axel Mortmain. Ele era filho único (e provavelmente, apesar de as notas não especificarem, ilegítimo) do Dr. Hollingworth Mortmain, que em poucos anos havia subido de humilde cirurgião naval em um navio mercante com destino à China para um rico negociante, comprando e vendendo especiarias e açúcar, seda e chá, e – isso não foi declarado, mas Maite estava de acordo com Ucker sobre a questão – provavelmente ópio. Quando o Dr. Mortmain morreu, seu filho, Axel, de apenas 20 anos de idade, herdou sua fortuna, que ele prontamente investiu na construção de uma frota de navios mais rápidos e menores do que quaisquer outros que operam no mar. Dentro de uma década, o jovem Mortmain dobrou, e então quadruplicou, as riquezas de seu pai.


Em anos mais recentes, ele se retirara de Xangai para Londres, vendera seus navios comerciais e usara o dinheiro para comprar uma grande empresa que produzia os dispositivos mecânicos necessários para fazer relógios, tudo desde relógios de bolso até relógios antigos. Ele era um homem muito rico.


A carruagem estacionou na frente de uma das muitas casas brancas enfileiradas com terraços, cada uma com amplas janelas com vista para a praça. Henry se inclinou para fora da carruagem e leu o número de uma placa de bronze afixada à coluna do portão da frente.


— Deve ser esta.


Ele alcançou a porta da carruagem.


— Henry — Maite chamou, colocando a mão em seu braço — Henry, mantenha em mente o que falamos esta manhã, tudo bem?


Ele sorriu com tristeza.


— Farei o meu melhor para não envergonhá-la ou atrapalhar nas investigações. Sinceramente, às vezes me pergunto por que você me traz junto para essas coisas. Sabe que eu sou um trapalhão quando se trata de pessoas.


— Você não é um trapalhão, Henry — Maite disse gentilmente.


Ela ansiava por estender a mão e afagar seu rosto, empurrar seu cabelo para trás e tranquilizá-lo. Mas se segurou. Ela sabia – tinha sido avisada vezes o suficiente – que não devia forçar em Henry a afeição que ele provavelmente não queria.


Deixando a charrete com o motorista dos Lightwoods, eles subiram as escadas e tocaram a campainha. A porta foi aberta por um criado vestindo um uniforme azul escuro e uma expressão severa.


— Bom dia — ele cumprimentou bruscamente — posso perguntar-lhes quanto aos seus negócios aqui?


Maite olhou de soslaio para Henry, que estava olhando para além do criado com uma espécie de expressão sonhadora. Deus sabia em que sua mente estava – engrenagens, mecanismos e engenhocas, sem dúvida – mas certamente não na situação atual deles. Com um suspiro interno, ela disse:


— Sou a Sra. Portilla, e este é meu marido, Sr. Henry Portilla. Estamos em busca de um primo nosso – um jovem chamado Nathaniel Portilla. Nós não temos notícias dele há quase seis semanas. Ele é, ou era, um dos empregados do Sr. Mortmain...


Por um momento – que poderia ter sido sua imaginação – ela pensou ter visto algo, uma centelha de inquietação nos olhos do criado.


— O Sr. Mortmain possui uma empresa bastante grande. Você não pode esperar que ele saiba o paradeiro de todos os que trabalham para ele. Seria impossível. Talvez você devesse perguntar à polícia.


Maite estreitou os olhos. Antes de deixarem o Instituto, ela havia traçado o interior dos seus braços com as runas da persuasão. Era raro um mundano que fosse totalmente insensível à sua influência.


— Nós fomos, mas eles não parecem ter progredido nada com o caso. É tão terrível, e nós estamos tão preocupados com Nate, você vê. Se pudéssemos ver o Sr. Mortmain por um momento...


Ela relaxou assim que o criado balançou a cabeça lentamente.


— Informarei o Sr. Mortmain de sua visita — ele falou, recuando para permitir que eles entrassem — por favor, aguardem na saleta.


Ele parecia assustado, como se surpreendido com sua própria aquiescência. Abriu a porta e Maite seguiu-o, Henry atrás dela.


Embora o criado tenha falhado em oferecer a Maite um assento – uma falha de polidez que ela atribuiu a confusão provocada pelas runas da persuasão – ele havia pegado o casaco e chapéu de Henry, e o xale de Maite, antes de deixar os dois a olhar com curiosidade em torno da porta de entrada.


A sala tinha teto alto, mas não ornamentado. Também estavam ausentes as paisagens pastorais e retratos de família esperados. Em vez disso, penduradas no teto estavam longas faixas de seda pintadas com os caracteres chineses para boa sorte, um prato indiano de prata apoiado em um canto, e esboços de papel e tinta de marcos famosos revestiam as paredes. Maite reconheceu o Monte Kilimanjaro, as pirâmides do Egito, o Taj Mahal, e uma seção da Grande Muralha da China. Mortmain era claramente um homem que viajava muito e estava orgulhoso do fato.


Maite virou para olhar Henry e ver se ele estava observando o mesmo que ela, mas seu marido estava olhando vagamente em direção as escadas, perdido em sua própria mente novamente. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, o criado se materializou novamente, um sorriso agradável no rosto.


— Por favor, venham por aqui.


Henry e Maite seguiram o criado para o final do corredor, onde ele abriu uma porta de carvalho polido e conduziu-os a sua frente.


Eles se encontraram em um grande escritório de amplas janelas com vista para a praça. Cortinas verde-escuras estavam abertas para deixar entrar a luz, e pelas vidraças Maite podia ver sua carruagem emprestada esperando por eles na calçada, o cavalo com sua cabeça mergulhada em um saco de aveia, o condutor lendo um jornal em seu assento.


Os ramos verdes de árvores moviam-se no outro lado na rua, uma copa esmeralda, mas era silencioso. As janelas bloqueavam todos os sons, e não havia nada audível nesta sala, exceto o fraco tique-taque de um relógio de parede com Companhia Mortmain gravado na face em ouro.


A mobília era escura, uma madeira pesada de fibras escuras, e as paredes eram forradas com cabeças de animais – um tigre, um antílope e um leopardo – e mais paisagens estrangeiras. Havia uma grande escrivaninha de mogno no centro da sala, organizada com pilhas de papel, cada pilha sobrecarregada com uma engrenagem de cobre pesada.


Um globo de bronze carregando a legenda GLOBO TERRESTRE WYLDE, COM AS ÚLTIMAS DESCOBERTAS! ancorava um canto da mesa, as terras sob o domínio do Império Britânico destacadas em um vermelho rosado. Maite sempre achou a experiência de examinar os globos mundanos uma experiência estranha. O mundo deles não era da mesma forma que o que ela conhecia.


Atrás da escrivaninha estava sentado um homem, que se pôs de pé quando eles entraram. Era uma figura pequena de aparência enérgica, um homem de meia-idade com cabelos tornando-se adequadamente grisalhos nas costeletas. Sua pele parecia queimada pelo vento, como se ele tivesse estado fora muitas vezes no mau tempo. Seus olhos eram de um cinza muito, muito claro, sua expressão agradável; apesar de suas roupas elegantes e aparentemente caras, era fácil imaginá-lo no convés de um navio, olhando atentamente à distância.


— Boa tarde — ele cumprimentou — Walker me deu a entender que estão procurando pelo Sr. Nathaniel Portilla?


— Sim — Henry respondeu, para surpresa de Maite.


Henry raramente, se alguma vez, assumira a liderança nas conversas com estranhos. Ela se perguntou se isso tinha alguma coisa a ver com o diagrama aparentemente intrigante sobre a mesa. Henry estava olhando para ele com um desejo tão ardente como se fosse comida.


— Nós somos os primos dele, sabe.


— Apreciamos que tenha tomado esse tempo para conversar conosco, Sr. Mortmain — Maite acrescentou apressadamente — sabemos que ele era apenas um empregado seu, um de dezenas...


— Centenas — corrigiu Mortmain. Ele tinha uma voz de barítono agradável, que no momento pareceu muito divertida — é verdade que não posso acompanhar a todos eles. Mas me lembro do Sr. Portilla. Embora eu deva dizer que, se ele alguma vez mencionou que tinha primos que eram Caçadores de Sombras, não posso dizer que me lembro.




 


Até Mais ;)



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Alien AyA

Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Capítulo 6 - Terra Estranha Não devemos contemplar estes duendesNão devemos comprar os seus artigos:Ninguém sabe que solo satisfezToda a avidez das suas raízes– Christina Rossetti, Goblin Market — Sabe — disse Ucker — isso aqui não é, de forma alguma, como achei que seria um bordel. Os dois rapa ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais